Editorial da Semana | 30 de janeiro de 2020
Estreias e Dicas desta quinta-feira
Por Redação
Semana animada com pré-estreia e estreias de mais filmes indicados ao Oscar. Nosso site está in loco cobrindo a Mostra de Cinema de Tiradentes, com críticas dos filmes (que podem ser lidas por aqui) e pelas redes sociais, principalmente pelos stories do Instagram. Siga e confira tudo o que acontece no festival mineiro de cinema brasileiro. Temos amigo ” Hitler” imaginário, a volta dos bad boys, Judy Garland, terror açucareiro e de órfãos, mamãe que “abandona” a família, a saga continua com Van Gogh e testemunha invisível. Há também o curta-metragem da semana, que homenageia Cavi Borges, que concorre ao prêmio de Invenção em mesclar Teatro e Cinema com “O Censor” e “François Truffaut – O Cinema é Minha Vida”.
PRÉ-ESTREIA
Após vencer Melhor Filme pelo Público no Festival de Toronto 2019, “JOJO RABBIT” tornou-se rapidamente um dos filmes mais aguardados do ano, não à toa, os ingressos se esgotaram em apenas dois dias. Em um Odeon lotado, o espectador carioca teve por uma noite a sátira dirigida por Taika Waititi projetada no espaço de cinema mais tradicional da cidade, em pleno Festival do Rio. Travestido de sátira política, o novo longa do diretor neozelandês é um produto norte-americano no auge de sua cultura de ironia canhestra, não à toa, quando acredita estar fazendo humor com algum tom progressista politicamente, sempre deixa escapar o nacionalismo. Leia a crítica completa AQUI!
ESTREIAS
“AÇÚCAR” (2017), dirigido por Renata Pinheiro e Sérgio Oliveira, aborda questões estruturais da composição da sociedade brasileira, como a escravocracia e suas heranças. Maria Betânia (Maeve Jinkings, de “O Som ao Redor“, “Boi Neon“), cujos parentes possui um engenho de açúcar precisa retornar a ele para evitar que se transforme em ruínas e resiste à sua venda, buscando manter a posse da família Wanderley, apesar das ofertas de compra e dos pedidos dos trabalhadores. Ela entra em constante confronto com o passado e as expectativas para o futuro, mostrando-se resistente e desejosa de manter objetos, posses, posições e costumes não mais condizentes com o presente. O filme aborda esta dialética interna da personagem entre futuro e passado, medo e segurança, em que ela, ao mesmo tempo em que, por vezes, apresenta-se como opressora, também tem uma personalidade extremamente frágil e se sente vulnerável constantemente ao longo do filme. Leia a crítica completa AQUI!
“BAD BOYS PARA SEMPRE” chega ao cinemas chamando a atenção pelo intervalo de quase vinte anos entre o segundo filme da franquia, “Bad Boys II” (2003) e esse. A produção não teve dificuldades em recuperar o orçamento de 90 milhões de dólares nas primeiras semanas de exibição nos cinemas dos Estados Unidos, onde já arrecadou mais de 120 milhões. Ao redor do globo, o lucro já chega a 95 milhões. Para dar algum sentido à sua existência, a Sony Pictures congestionou a obra com três roteiristas, a fim de amarrar o que seria a aposentadoria da carismática dupla formada por Mike Lowrey (Will Smith) e Marcus Burnett (Martin Lawrence). A premissa denominada “última missão” é a mesma utilizada em “Máquina Mortífera 3“, que terminaria uma trilogia em 1992, antes de ser ressuscitada em 1998. Leia a crítica completa AQUI!
“COM AMOR, VAN GOGH: O SONHO IMPOSSÍVEL“ exige, para sua apreciação, duas condições fundamentais: que o espectador tenha gostado – ou minimamente se interessado – em “Com Amor, Van Gogh“, animação de 2017 indicada ao Oscar; e que seja interessado pelos meandros de uma produção cinematográfica. O documentário, dirigido e montado pelo estreante Miki Wecel é uma boa reportagem para a televisão. Aliás, a maneira original de veiculação é justamente a TV, chegando ao Brasil nas salas de cinema como uma opção alternativa em janeiro, mês em que os “filmes de férias escolares” tomam conta do circuito. Leia a crítica completa AQUI!
Em seu primeiro ato “E AGORA, a MAMÃE SAIU DE FÉRIAS?” apresenta recursos interessantes. Dentro da casa, com envolventes interações familiares e boas atuações da dupla parental, trabalha-se rápida e eficientemente a insatisfação e o cansaço da mãe. A câmera, mesmo quando focada em um personagem, não se mantém parada e dita um ritmo intenso às muitas tarefas do cotidiano daquela mulher. Além disso, provém certa vida e naturalidade àquele ambiente, contrariamente ao trabalho do pai, onde a câmera se mantém mais estática, gerando certa frieza. Sugere-se, até então, um longa-metragem de bons diálogos e interações sobre papéis e espaços dentro de uma família. Entretanto, do momento em que a mãe parte para sua viagem, é possível prever todos os dramas, situações e soluções que ocorrerão nos últimos dois atos. Leia a crítica completa AQUI!
Há algo em “JUDY: MUITO ALÉM DO ARCO-ÍRIS“, muito na maneira como Zellweger performa a protagonista, que nos remete à saga da decadência da Norma Desmond vivida por Gloria Swanson em “Crepúsculo dos Deuses” (1950). Principalmente essa não-aceitação da condição delicada na qual se encontra, mantendo em alta seu entendimento como grande estrela de cinema. Nesse aspecto o ritmo do longa-metragem ajuda muito na sensação de ótimo trabalho de Renée Zelwegger. São longas sequências em que a personagem pode ser dissecada por quem a interpreta. Quem está pela casa dos trinta anos vai lembrar de dois episódios bem representativos de como nada mudou em relação ao trato com os artistas. Leia a crítica completa AQUI!
Adaptar um grande clássico literário do terror psicológico não é uma tarefa fácil. É o que prova a nova aposta da Universal Pictures, “OS ÓRFÃOS”, baseado no romance “A Volta do Parafuso” de Henry James. O livro já ganhou uma versão elegante de Jack Clayton para o cinema em 1961. O clássico “Os Inocentes” foi escrito para as telas pelas mãos de Willian Archibald e Truman Capote em belo exercício de adaptação e experimentação do suspense sobrenatural sem cair nas tentações do exagero, muito devido, também, as limitações técnicas da época. O contrário acontece em “Os Órfãos”, mais semelhante “A Maldição da Residência Hill” série da Netflix, com uma produção de muitos recursos e nomes como o veterano Steven Spielberg. No entanto, a direção de Flora Sigismond entrega um trabalho inconsistente mesmo com todos os esforços estéticos. Leia a crítica completa AQUI!
“TESTEMUNHA INVISÍVEL“, do cineasta italiano Stefano Mordini, é um ponto fora da curva. Ele não é só um remake, no sentido mais literário da palavra, mas uma cópia do longa espanhol, de Oriol Paulo, “Um Contratempo”, de 2017 (disponível na plataforma de streaming Netflix). Aqui temos uma célebre refilmagem, que não demorou nem dois anos para ser realizada. O diretor italiano não precisou viajar muito no tempo para escolher a sua base de apoio. O resultado é uma obra, que não propõe algo novo, nem ao seu antepassado, nem ao gênero do suspense. O que levanta a seguinte interrogação: por que levantar fundos, equipe e elenco estelar em nome de uma refilmagem, que não atualiza, não corrige e não oferece um diferencial ao espectador em contraponto ao outro? Leia a crítica completa AQUI!
CURTA-METRAGEM DA SEMANA
“A DISTRAÇÃO DE IVAN” (Brasil, 2009, Drama, de Cavi Borges e Gustavo Melo). Ivan é um menino de 11 anos. Ele vive com a avo´ no suburbio do Rio. Em meio ao seu cotidiano de brincadeiras e brigas com os amigos, ele ira´ amadurecer. Assista na página principal AQUI!
MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES 2020
(confira a cobertura completa no link da foto)
ESPECIAL VERTENTES: CENTENÁRIO FELLINI
“SATYRICON” ,de Fellini , é preciso dizer! Assim como a outra obra que irei analisar nesse conjunto proposto em homenagem ao diretor(Roma) a leitura fílmica só fica completa quando implementamos no nome do diretor aos seus longas. Assim- Roma ,de Fellini! Apesar de ser adaptada de uma antiga obra romana de Petrônio, “Satyricon” traz muito de seu diretor. A começar pela parceria com Nino Rota. Os sons em “Satyricon” são extremamente incômodos e soturnos, como toda obra em si. A parceria com Rota, diria eu, foi essencial para nos levar à esse clima nebuloso.É muito curioso ,pois ritmos africanos também compõe grande parte da trilha revelando que “Satyricon” não tem muito compromisso em relatar uma Roma realista- a própria obra literária original já não tinha esse compromisso, ao contrário, se propunha como sátira( gênero no qual Fellini é mestre). Por esse filme, Fellini foi pré-indicado ao Oscar de filme estrangeiro. Leia a crítica completa AQUI!
A sátira é uma das formas mais elucidantes, criativas e interessantes para elaborar críticas e questionamentos. Basicamente qualquer assunto está em seu escopo e, particularmente, é minha forma favorita. Dentro do “gênero”, o cinema escrachado de Paul Verhoeven (Robocop, Tropas Estelares, O Vingador do Futuro) é fascinante. Se compreende, através do absurdo e da ridicularização, as síndromes e os sintomas que o diretor enxerga na sociedade. Diferentemente dos filmes de Verhoeven, que mostram sua verdadeira face imediatamente – uma sátira crítica agressiva, ferrenha e notória –, “ENSAIO DE ORQUESTRA” não se expõe de imediato. Federico Fellini parte de uma premissa banal para elaborar o absurdo em uma incrível catarse. O longa acompanha a produção programa para a TV – origem similar à “Os Palhaços”, também do maestro italiano –, onde capturam entrevistas e o cotidiano de um grupo de orquestra durante um dia de ensaio. Em boa parte dos dois primeiros atos, parece existir a vontade de extrair uma certa mística das orquestras, dos instrumentos e da própria música. O filme se desenha nesse sentido como uma melancólica homenagem a esse nicho da cultura. Leia a crítica completa AQUI!
EM CARTAZ
Muitos filmes imperdíveis ainda estão em cartaz. Uma última chance de poder conferir obras que receberam nota máxima de nosso site e no escurinho da tela grande. Confira a lista completa AQUI!
CINCO CÂMERAS
O Paraíso Deve Ser Aqui
Parasita
Uma Mulher Alta
QUATRO CÂMERAS
1917
A Vida Invisível
O Farol
Os Miseráveis
Retrato de uma Jovem em Chamas
TRÊS CÂMERAS
Adam
A Divisão
Adoniran: Meu Nome é João Rubinato
Adoráveis Mulheres
Bacurau
O Caso Richard Jewell
Entre Facas e Segredos
O Escândalo
O Filme do Bruno Aleixo
Instinto
Mama Colonel
Um Lindo Dia Na Vizinhança
DUAS CÂMERAS
Frozen II
Jumanji: Próxima Fase
Minha Mãe é uma Peça 3
Synonymes
Um Espião Animal
UMA CÂMERA
O Melhor Verão de Nossas Vidas
Playmobil – O Filme
A Possessão de Mary
Star Wars: A Ascensão Skywalker