Editorial da Semana | 16 de janeiro de 2020
Estreias e Dicas desta quinta-feira
Por Redação
Janeiro é o mês das premiações internacionais de cinema. Na segunda (13) foi finalmente anunciado os indicados ao Oscar 2020. Confira a lista completa aqui! A semana oferta uma gama de opções com pré-estreias arco-íris e planos sequências; estreias miseráveis, formigueiras, jumanjeiras e escandalosas. Nas mostras, as retrospectivas sobre Dorothy Azner, uma pioneira em Hollywood, na Caixa Cultural; e Fellini, que acontece no CCBB RJ. Confira também o curta-metragem da semana com a sessão LGBTQUIA+ e um artigo reflexivo sobre “Democracia em Vertigem”, que foi um dos indicados oficiais ao Oscar na categoria de Melhor Documentário. É do Brasil?
PRÉ-ESTREIAS
O que mais chama a atenção nos primeiros minutos de “1917” é a maneira como o cinema ianque (dessa vez em parceria com o britânico) insiste em trazer uma limpeza, um asseio estranho a um ambiente como uma trincheira de guerra. Escolha estética feita para mostrar quão puros aqueles homens são dentro da segurança pré-combate. A maneira com a qual Mendes passeia a câmera é quase como se as modernas técnicas de captação de imagens fossem mastigadas para o melhor deleite do cidadão-médio. Há firmeza e foco, ao contrário do ambiente desesperador, tremidamente vibrante de um conflito dessa magnitude. O susto e o choque que possam causar decorrem da valorização da morte a partir da potencialização do sangue – sensação de sujeira feita por contraste. Leia a crítica completa AQUI!
Há algo em “JUDY: MUITO ALÉM DO ARCO-ÍRIS“, muito na maneira como Zellweger performa a protagonista, que nos remete à saga da decadência da Norma Desmond vivida por Gloria Swanson em “Crepúsculo dos Deuses” (1950). Principalmente essa não-aceitação da condição delicada na qual se encontra, mantendo em alta seu entendimento como grande estrela de cinema. Nesse aspecto o ritmo do longa-metragem ajuda muito na sensação de ótimo trabalho de Renée Zelwegger. São longas sequências em que a personagem pode ser dissecada por quem a interpreta. Quem está pela casa dos trinta anos vai lembrar de dois episódios bem representativos de como nada mudou em relação ao trato com os artistas. A Judy dessa obra encontra os mesmos problemas relacionados à retirada de poder familiar sofrido por Britney Spears provocado por seu pai e à espetacularização vivenciada por Amy Winehouse quando subia ao palco sem condições físicas de trabalho. Até hoje a indústria do entretenimento dos Estados Unidos segue fazendo suas vítimas. Leia a crítica completa AQUI!
ESTREIAS
“OS MISERÁVEIS” é sobre a paranoia crescente. Sobre o medo que incutimos. O outro, a pessoa próxima a nós, tornou-se nosso inimigo real, quase literalmente um “inferno” na máxima do filósofo francês Jean-Paul Sartre. Há também perguntas provocativas e questionadoras pairando no ar (que mais propicia uma reflexão que uma resposta propriamente dita): qual o verdadeiro propósito da vida? Abrir mão das próprias vontades por menores que sejam? Qual o limite da felicidade? Quebrar coisas em um evento popular? Viver é participar de um estágio controlado todo o tempo e nunca desligar quanto às questões sociais? O filme quer inserir o espectador na ação do momento (preâmbulos estendidos), como se fosse um documentário do comportamento social de vidas passantes e continuadas (o jogo de futebol, a sobrevivência ao mundo capitalista e material, a troca de geografias por almejar um melhor lugar para ser e estar a luta de classes, o querer do aumento do poder como indexador, a importação dos costumes religiosos – muçulmanos), perdidas nas expectativas do mundo moderno, entre franceses, ciganos, radicais intolerantes e os com mentes mais abertas. O ser humano não é mais recebido e sim analisado por seu passado. Leia a crítica completa AQUI!
Sim, é um filme denúncia e o que se quer debater é o silêncio das vítimas, que por medo de perder seus empregos (acabar com suas carreiras) e/ou da estigmatização, mantêm-se caladas como se nada tivesse acontecido pela “cantada inocente”. Acusadas de “raiva menstrual” por “achar” que são tratadas como objeto sexual. São humilhadas pelo simples fato de serem mulheres e se submetem a tudo pelo sucesso. “O ESCÂNDALO” é acima de tudo um filme ativista. De ligamentos políticos. Contra o “câncer” da massificação do imaginário popular. De mulheres contra a supremacia masculina (com suas piadas homofóbicas, preconceituosas, conservadoras e “limitadas”, quase infantis), que não querem o rótulo de feministas, apenas lutar por seus direitos. Mas que no fundo os “perdoam” por suas ingenuidades e seus instintos fisiológicos de “macho para transar”. Leia a crítica completa AQUI!
Quem gostou muito da primeira produção pode ter a certeza de que o jogo está ganho. A expansão de universo é bem formatada, inclusive afastando o excesso de cosmética RPG, com adições de informações somente quando necessário. “JUMANJI: PRÓXIMA FASE” se vale de um expediente parecido com a franquia “Uma Noite no Museu“: consegue transformar o sucesso do primeiro filme em um argumento para atrair atores veteranos para funções que exigem um carisma mais consolidado. No caso do terceiro longa-metragem da saga de Shawn Levy estamos falando de Mickey Rooney, Dick Van Dyke e Bill Cobbs. Aqui os serviços são prestados por Danny DeVito e Danny Glover. É possível identificar, de igual forma, um esforço maior do quarteto original por uma entrega de trabalho mais digna. As personalidades dos adolescentes de “Jumanji: Bem-Vindo à Selva” foram muito mal trabalhadas por Johnson, Jack Black, Kevin Hart e Karen Gillan. Até porque a construção dos estereótipos e a comédia forçada (como uma constrangedora cena de primeiro beijo) não permitiam que muita coisa fosse feita. Dessa vez, a possibilidade de troca de corpos durante o jogo e os dilemas menos imaturos do primeiro filme fazem com que os astros, bem mais ricos e interessados no sucesso da produção, sejam mais divertidos. Leia a crítica completa AQUI!
CURTA-METRAGEM DA SEMANA
Há também toda semana em nosso site a exibição de um curta-metragem. Nesta, nosso leitor pode conferir CAFÉ COM LEITE (Brasil, 2007, Drama, de Daniel Ribeiro) na Sessão LGBTQUIA+.
MOSTRAS
ARTIGO DEMOCRACIA EM VERTIGEM, UMA REFLEXÃO
INDICADOS SAG AWARDS 2020
(link na foto)
INDICADOS AO OSCAR 2020
(link na foto)
EM CARTAZ
Muitos filmes imperdíveis ainda estão em cartaz. Uma última chance de poder conferir obras que receberam nota máxima de nosso site e no escurinho da tela grande. Confira a lista completa AQUI!
CINCO CÂMERAS
O Paraíso Deve Ser Aqui
Parasita
Uma Mulher Alta
QUATRO CÂMERAS
A Vida Invisível
Ameaça Profunda
Aqueles que Ficaram
Dois Papas
O Farol
Retrato de uma Jovem em Chamas
TRÊS CÂMERAS
Adam
Adoráveis Mulheres
Bacurau
O Caso Richard Jewell
Deus é Mulher e Seu Nome é Petúnia
Entre Facas e Segredos
Feliz Aniversário
Mama Colonel
Meu Amigo Fela
Minha Irmã da Paris
DUAS CÂMERAS
A Batalha das Correntes
Frozen II
Kursk: A Última Missão
Minha Mãe é uma Peça 3
Synonymes
Um dia de chuva em NY
UMA CÂMERA
Brincando com Fogo
Cats
Playmobil – O Filme
Star Wars: A Ascensão Skywalker