Tudo sobre a programação do 47º Festival Sesc Melhores Filmes
Seleção exibe produções nacionais e internacionais do último ano que foram destaque para o público e a crítica
Por Redação
O mais longevo festival de cinema de São Paulo repete a experiência de sucesso do ano passado e apresenta sua 47ª edição em formato online, por conta da pandemia causada pelo coronavírus. Realizado pelo Sesc São Paulo, o Festival Sesc Melhores Filmes começa na próxima quarta-feira, 14 de abril, e segue até dia 5 de maio, oferecendo gratuitamente ao público de todo o país, na plataforma Sesc Digital, uma programação com filmes nacionais e estrangeiros que foram destaque em 2020, além de encontros e atividades com realizadores e pensadores do cinema. Na abertura do festival, serão conhecidos os trabalhos de artistas eleitos pelo voto popular e júri especializado como os melhores do ano. A premiação foi apresentada ao vivo pelo ator Silvero Pereira (confira aqui a matéria).
Criado em 1974, o Festival Sesc Melhores Filmes é o primeiro festival de cinema de São Paulo. Ele oferece ao público a oportunidade de ver ou rever o que passou de mais significativo pelas telas da cidade. Sua programação é escolhida democraticamente pelo público e pela crítica. Os filmes que participaram da votação deste ano foram aqueles lançados comercialmente nas salas de cinema de São Paulo em 2020. Em 47 anos de realização, o festival já exibiu centenas de longas-metragens brasileiros e estrangeiros. Em 2010, inovou ao ser o primeiro evento do gênero a disponibilizar sua programação com recursos de acessibilidade, como audiodescrição e legendagem open caption, para assegurar a amplitude da ação do Sesc São Paulo na atenção aos diversos públicos.
“A ação cultural do Sesc procura conciliar qualidade artística e sua popularização, através de estratégias mediativas voltadas à acessibilidade em diferentes acepções dos conteúdos. Nas circunstâncias presentes, a gratuidade das exibições on-line, as ferramentas tecnológicas voltadas a pessoas com deficiências visuais e auditivas e a constituição de uma programação que incorpora o voto popular por meios remotos demonstram que é possível criar canais mais amplos e abrangentes para a recepção da produção cinematográfica contemporânea”, explica Danilo Santos de Miranda, diretor regional do Sesc São Paulo.
Para esta edição online, a equipe do CineSesc preparou um recorte com alguns dos filmes mais votados. O público poderá ver e rever títulos como o documentário da Macedônia do Norte Honeyland, de Tamara Kotevska e Ljubomir Stefanov, o drama francês Retrato De Uma Jovem Em Chamas, de Céline Sciamma, o britânico Você Não Estava Aqui, de Ken Loach, e o franco-belga O Jovem Ahmed, de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, além dos nacionais Três Verões, de Sandra Kogut, Sertânia, de Geraldo Sarno, Fim de Festa, de Hilton Lacerda, Pacarrete, de Allan Deberton, e o documentário Babenco – Alguém Tem Que Ouvir O Coração E Dizer: Parou, de Bárbara Paz. Eles estarão disponíveis on demand por 24h, uma semana ou até o término do festival, na plataforma Sesc Digital (sescsp.org.br/cinemaemcasa). Parte dos filmes exibidos possui recursos de acessibilidade, com legendas open/close caption, libras e audiodescrição, disponíveis via app MovieReading.
Além dos filmes mais votados de 2020, o festival presenteia o público com sessões especiais de clássicos premiados em edições passadas, como o alemão A Vida dos Outros (2006), de Florian Henckel von Donnersmarck, o inglês Segredos e Mentiras (1996), de Mike Leigh, e o francês Meu Tio da América (1980), de Alain Resnais. Apresenta também uma homenagem à atriz brasileira Marcélia Cartaxo, com a exibição dos filmes A História da Eternidade (2015), de Camilo Cavalcante, e A Hora da Estrela (1985), de Suzana Amaral, vencedor do Festival de Cinema de Berlim, com os prêmios da Confederação Internacional de Cinemas de Arte e o Urso de Prata de Melhor Atriz para Marcélia. Na Faixa Especial Abril Indígena, são exibidos os filmes brasileiros Serras da Desordem (2006), de Andrea Tonacci, e Martírio, (2017), de Vincent Carelli, Tatiana Almeida e Ernesto de Carvalho – também premiados nos Melhores. O projeto Abril Indígena integra o Programa Diversidade Cultural do Sesc São Paulo, que aborda questões relativas aos povos originários, com objetivo de valorizar e difundir a diversidade cultural no Brasil.
Completa a programação do festival, uma série de atividades paralelas com pensadores e profissionais do cinema que se reúnem para debater temas importantes e atuais na sociedade e no audiovisual, nos encontros on-line: Cinema Negro em Várias Telas; Histórias Indígenas e o Brasil em Ruínas; Cinema Nordestino Contemporâneo: Uma Só Identidade?; e A Fotografia no Cinema: Sertânia e Pacarrete. O CineSesc ainda oferece um curso prático gratuito sobre Podcasts de Cinema.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DO 47º FESTIVAL SESC MELHORES FILMES
DIA 14/04, 22:00 (EXIBIÇÃO ÚNICA)
VALENTINA *Recursos de acessibilidade
Dir.: Cássio Pereira dos Santos | Brasil | 2020 | 112 min | Ficção | 14 anos | CRÍTICA AQUI
Valentina, uma menina trans de 17 anos de idade, muda-se para uma pequena cidade mineira com sua mãe, Márcia, para um recomeço. Com receio de ser intimidada na nova escola, a garota busca mais privacidade e tenta se matricular com seu novo nome. No entanto, a menina e a mãe começam a enfrentar dilemas quando a escola pública local começa a exigir, de forma injusta, a assinatura do pai ausente para realizar a matrícula.?Apresentando a estreia no cinema da atriz e youtuber trans Thiessa Woinbackk, Valentina é um reflexo dos obstáculos que a sociedade obriga uma jovem mulher a superar, a fim de abraçar quem ela realmente é.
DE 15/04 A 05/05 (A PARTIR DAS 20:00)
HONEYLAND *Recursos de acessibilidade
Dir.: Ljubomir Stefanov, Tamara Kotevska | Macedônia | 2019 | 85 min | Documentário | 12 anos | CRÍTICA AQUI
Aninhada em uma região montanhosa isolada no interior dos Balcãs, Hatidze Muratova vive com sua mãe doente em uma vila sem estradas, eletricidade ou água corrente. Ela é a última de uma longa fila de apicultores selvagens, consumindo um mel vivo da agricultura em pequenos lotes para serem vendidos na cidade mais próxima – a apenas quatro horas a pé. A existência pacífica de Hatidze é perturbada pela chegada de uma família itinerante, com seus motores rugindo, sete crianças indisciplinadas e rebanho de gado. Hatidze cumpre com otimismo a promessa de mudança com o coração aberto, mas não demora muito para que um conflito evolua, expondo a tensão fundamental entre natureza e humanidade, harmonia e discórdia, exploração e sustentabilidade.
MARTIN EDEN
Dir.: Pietro Marcello | Itália | 2019 | 129 min | Ficção | 14 anos | CRÍTICA AQUI
Martin Eden (Luca Marinelli) é um jovem escritor de baixa renda que entra em conflito com a burguesia. Encarando um novo mundo, ele se apaixona e descobre como escritores são vistos em uma sociedade aristocrática. Se sentindo deslocado de tudo que faz parte de sua essência, o rapaz percebe que não há como voltar para o que costumava ser. Enquanto tenta publicar alguma obra de grande sucesso, Martin se questiona sobre o mercado literário, a sociedade e sua própria natureza como criador.
O OFICIAL E O ESPIÃO *Recursos de acessibilidade
Dir.: Roman Polanski | Itália, França | 2019 | 132 min | Ficção | 14 anos | CRÍTICA AQUI
Paris, final do século 19. O capitão francês Alfred Dreyfus é um dos poucos judeus que faz parte do exército. No dia 22 de dezembro de 1884, seus inimigos alcançam seu objetivo: conseguem fazer com que Dreyfus seja acusado de alta traição. Pelo crime, julgado à portas fechadas, o capitão é sentenciado à prisão perpétua no exílio. Intrigado com a evolução do caso, o investigador Picquart decide seguir as pistas para desvendar o mistério por trás da condenação de Dreyfus.
SERTÂNIA *Recursos de acessibilidade
Dir.: Geraldo Sarno | Brasil | 2020 | 97 min | Ficção | 14 anos | CRÍTICA AQUI
Antão é ferido, preso e morto quando bando de jagunços de Jesuíno invade a cidade de Sertânia. O filme projeta a mente febril e delirante de Antão, que rememora os acontecimentos.
MULHER OCEANO *Recursos de acessibilidade
Dir.: Djin Sganzerla | Brasil | 2020 | 99 min | Ficção | 14 anos | CRÍTICA AQUI
Ao se mudar para Tóquio, uma escritora brasileira se dedica a escrever seu novo romance, instigada por suas experiências no Japão e por uma das últimas cenas que presenciou no Rio de Janeiro: uma nadadora de travessia oceânica rasgando o horizonte com vigorosas braçadas em mar aberto. Essas duas mulheres aparentemente não compartilham nenhuma conexão, até que suas vidas começam a interferir uma na outra, estranhamente ligadas pelo mar. Hannah, a escritora, mergulha em uma jornada de autodescoberta no Japão, enquanto Ana, a nadadora no Rio, estranhamente tem seu corpo transformado em uma espécie de Oceano interior.
MARIA LUIZA *Recursos de acessibilidade
Dir.: Marcelo Díaz | Brasil | 2019 | 80 min | Documentário | 10 anos | CRÍTICA AQUI
Maria Luiza da Silva é a primeira transexual na história das Forças Armadas brasileiras. Após 22 anos de trabalho como militar, foi aposentada por invalidez. O filme investiga as motivações para impedi-la de vestir a farda feminina e a sua trajetória de afirmação como mulher trans, militar e católica.
BONI BONITA *Recursos de acessibilidade
Dir.: Daniel Barosa | Brasil | 2020 | 83 min | Ficção | 16 anos
Boni Bonita conta a história de Beatriz, uma argentina de 16 anos, que após a morte da mãe, se muda para o Brasil com seu pai ausente. Em um show, ela conhece Rogério, líder de uma banda independente que tem quase 40 anos e que luta contra a sombra do legado musical de seu avô. Forma-se uma relação incomum alimentada pela noção desconcertante do amor de Beatriz e as frustrações de Rogério.
ABRAÇO *Recursos de acessibilidade
Dir.: DF Fiuza | Brasil | 2020 | 93 min | Ficção | Livre | CRÍTICA AQUI
Em 2008, professores sergipanos travam uma luta jurídica com o governo do estado para evitar a perda de direitos já conquistados. No meio desta luta, a professora Ana Rosa vive o desafio de ser mãe, mulher e dirigente sindical, mas a incompreensão de seu marido e a visão machista de sua própria mãe tornam a sua jornada ainda mais desafiadora.
Tudo sobre a programação do 47º Festival Sesc Melhores Filmes
HOMENAGEM MARCÉLIA CARTAXO DE 15/04 A 05/05 (A PARTIR DAS 20:00)
A HORA DA ESTRELA *Recursos de acessibilidade
Dir.: Suzana Amaral | Brasil | 1985 | 96 min | Ficção | 12 anos
A Hora da Estrela problematiza de forma explícita a questão da pobreza e da marginalização das classes sociais oprimidas, configuradas na personagem central, Macabéa, que vive não se sabe muito bem para que. Depois da morte da tia, muda-se para o Rio de Janeiro, uma “cidade toda feita contra ela”, emprega-se como datilógrafa e se apaixona por Olimpio de Jesus – que logo a trai com sua colega de trabalho.Trata com esmero a questão da incomunicabilidade e a dor da solidão. Essa análise aprofundada da sociedade brasileira, criada por uma de nossas maiores escritoras, Clarice Lispector, recebeu adaptação para o cinema à altura, pela talentosa diretora Suzana Amaral.
A HISTÓRIA DA ETERNIDADE
Dir.: Camilo Cavalcante | Brasil | 2015 | 121 min | Ficção | 16 anos | CRÍTICA AQUI
Em um vilarejo fincado no Sertão, Cego Aderaldo e Querência, Aureliana e Geraldo, Alfonsina e João protagonizam três histórias de amores brutos em uma epopéia romanesca que se desdobra em vida nova. O toque de uma sanfona, um mar imaginário, um temporal, entre outros elementos metafóricos, conduzem o espectador através de uma narrativa lírica, cujo desfecho margeia um sentimento de dor ou de alegria, de desespero ou de esperança.
DIA 16/04, 20:00 (POR 24 HORAS)
TRÊS VERÕES *Recursos de acessibilidade
Dir.: Sandra Kogut | Brasil, França | 2020 | 94 min | Ficção | 12 anos | CRÍTICA AQUI
Através do olhar de Madá (Regina Casé), uma caseira num condomínio de luxo à beira mar, acompanhamos o desmantelamento de uma família em função dos dramas políticos que abalaram o país durante três anos consecutivos (2015, 2016 e 2017).
DIA 17/04, 20:00 (POR 24 HORAS)
AOS OLHOS DE ERNESTO *Recursos de acessibilidade
Dir.: Ana Luiza Azevedo | Brasil | 2019 | 100 min | Ficção | 12 anos
Conta a história de um velho fotógrafo que está ficando cego e tenta conviver com as limitações da velhice. E o que Ernesto descobre é que ser velho pode não ser apenas aprender a conviver com as perdas, com a solidão, com a memória ou com a falta dela. Ser velho pode ser também divertir-se com a companhia dos seus fantasmas, deliciar-se com as imagens borradas da cegueira, rejuvenescer com a frescura da convivência com uma jovem menina que descobre a vida, reencontrar velhas amizades. E, ainda, perceber que a vida e o amor são possíveis, também, aos 80 anos.
VOCÊ NÃO ESTAVA AQUI
Dir.: Ken Loach | Reino Unido, Bélgica, França | 2020 | 124 min | Ficção | 14 anos | CRÍTICA AQUI
Quando Ricky aceita um trabalho informal como entregador de aplicativo, o sonho da independência logo se torna um pesadelo de 14 horas de trabalho diário e muitas dívidas.
DIA 21/04, 20:00 (POR 24 HORAS)
TODOS OS MORTOS
Dir.: Caetano Gotardo e Marco Dutra | Brasil, França | 2020 | 120 min | Ficção | 14 anos | CRÍTICA AQUI
Na São Paulo de 1899, os fantasmas do passado ainda caminham entre os vivos. As mulheres da família Soares, antigas proprietárias de terra, tentam se agarrar ao que resta de seus privilégios. Para Iná Nascimento, que viveu muito tempo como escravizada, a luta para reunir seus entes queridos em um mundo hostil a conduz a um questionamento de suas próprias vontades. Entre o passado conturbado do Brasil e seu presente fraturado, essas mulheres tentam construir um futuro próprio.
DE 22 A 28/04 (A PARTIR DAS 20:00)
M8 – QUANDO A MORTE SOCORRE A VIDA
Dir.: Jeferson De | Brasil | 1989 | 124 min | Ficção | 12 anos | CRÍTICA AQUI
O filme conta a história de Maurício, jovem negro que ingressa como aluno cotista da Universidade Federal de Medicina. Ao chegar na instituição, é confrontado com uma dura realidade: o corpo que servirá para estudo na aula de anatomia – quase sempre de indigentes – é também negro. Impactado com a experiência, Maurício se vê envolvido com M-8, como o jovem morto é chamado, e inicia uma saga para desvendar sua identidade, enfrentando as próprias angústias e repensando o próprio lugar na sociedade.
COM AMOR, VAN GOGH – O SONHO IMPOSSÍVEL
Dir.: Miki Wecel | Polônia | 2019 | 60 min | Documentário | 10 anos | CRÍTICA AQUI
Um documentário que mostra em detalhes a difícil jornada de dois cineastas tentando alcançar um sonho impossível: criar “Com Amor, Van Gogh”, o primeiro longa-metragem de animação da história do Cinema feito completamente com pinturas, e que foi indicado ao Oscar e ao Globo de Ouro de Melhor Animação. Realizado a partir de incríveis 65 mil pinturas a óleo sobre tela por uma equipe de 115 pintores, que usaram a mesma técnica do famoso pintor holandês, Com Amor, Van Gogh foi lançado em 2017, após mais de uma década em produção.
ALICE JÚNIOR *Recursos de acessibilidade
Dir.: Gil Baroni | Brasil | 2019 | 87 min | Ficção | 14 anos | CRÍTICA AQUI
Alice Júnior é uma YouTuber trans cercada de liberdades e mimos. Depois de se mudar com o pai para uma pequena cidade onde a escola parece ter parado no tempo, a jovem precisa sobreviver ao ensino médio e ao preconceito para conquistar seu maior desejo: dar o primeiro beijo.
Tudo sobre a programação do 47º Festival Sesc Melhores Filmes
CLÁSSICOS PREMIADOS ANOS ANTERIORES DE 22/04 A 05/05 (A PARTIR DAS 20:00)
MEU TIO DA AMÉRICA
Dir.: Alain Resnais | França | 1980 | 125 min | Ficção | 14 anos
Os destinos cruzados de três personagens sob o olhar de uma quarta cobaia: o biólogo Henri Laborit, que explica sua própria teoria sobre como o ambiente interfere na formação da personalidade dos humanos. Grande Prêmio do Júri e da Crítica no Festival de Cannes.
SEGREDOS E MENTIRAS
Dir.: Mike Leigh | Reino Unido, França | 1996 | 136 min | Ficção | 16 anos
Hortense é uma optometrista negra bem-sucedida cujos pais adotivos morreram. Ela fica surpresa quando descobre que sua mãe biológica é Cynthia, uma operária branca de classe baixa.
A VIDA DOS OUTROS
Dir.: Florian Henckel von Donnersmarck | Alemanha, França | 2006 | 137 min | Ficção | 12 anos
Nos anos 80, o Ministro da Cultura da Alemanha Oriental se interessa por Christa, um atriz que namora um famoso dramaturgo. Suspeitos de infidelidade ao comunismo, são vigiados por um capitão do serviço secreto, que fica fascinado pelas suas vidas. Vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
DIA 23/04, 20:00 (POR 24 HORAS)
PACARRETE
Dir.: Allan Deberton | Brasil | 2019 | 97 min | Ficção | 12 anos | CRÍTICA AQUI
Pacarrete é uma bailarina incomum que vive em Russas, no interior do Ceará. Na véspera da festa de 200 anos da cidade, ela decide fazer uma apresentação de dança, como presente para o povo. Mas parece que ninguém se importa.
DIA 24/04, 20:00 (POR 24 HORAS)
FIM DE FESTA
Dir.: Hilton Lacerda | Brasil | 2019 | 100 min | Ficção | 16 anos | CRÍTICA AQUI
O carnaval chegou ao fim. Uma jovem francesa foi brutalmente assassinada na cidade do Recife. O policial Breno volta antecipadamente de suas férias para investigar o crime, surpreendendo seu filho com três amigos hospedados em sua casa. Enquanto procura por pistas, a cidade desenterra traumas do passado de Breno e revela um estranho universo de lugares e memórias.
BABENCO – ALGUÉM TEM QUE OUVIR O CORAÇÃO E DIZER: PAROU
Dir.: Bárbara Paz | Brasil | 2019 | 75 min | Ficção | 14 anos | CRÍTICA AQUI
“Eu já vivi minha morte, agora só falta fazer um filme sobre ela”, disse o cineasta Hector Babenco a Bárbara Paz, ao perceber que não lhe restava muito tempo de vida. Ela aceitou a missão e realizou o último desejo do companheiro: ser protagonista de sua própria morte. Nesta imersão amorosa na vida do cineasta, ele se desnuda, consciente, em situações íntimas e dolorosas. Revela medos e ansiedades, mas também memórias, reflexões e fabulações, num confronto entre vigor intelectual e fragilidade física que marcou sua vida. Do primeiro câncer, aos 38 até a morte, aos 70 anos, Babenco fez do cinema remédio e alimento para continuar vivendo. Tell me when I die é o primeiro filme de Bárbara Paz mas, também, de certa forma, a última obra de Hector – um filme sobre filmar para não morrer jamais.
DE 29/04 A 05/05 (A PARTIR DAS 20:00)
APOCALYPSE NOW – FINAL CUT
Dir.: Francis Ford Coppola | EUA | 1979 | 183 min | Ficção | 16 anos
Terceira e derradeira versão deste filme, um dos grandes marcos da história do cinema, que em 2019 comemorou 40 anos da sua estreia no Festival de Cannes, onde venceu a Palma de Ouro. A nova edição foi acompanhada de perto pelo diretor Francis Ford Coppola, um trabalho que ele considera definitivo, feito pela primeira vez através do negativo original, dando ao filme uma qualidade de imagem e som muito superior à anterior. A história se passa durante a Guerra do Vietnã, quando um jovem capitão americano recebe como missão procurar e assassinar um coronel também americano, um desertor que se escondeu na selva e passou a comandar guerrilheiros no Camboja, onde é adorado como um semideus.
A FEBRE
Dir.: Maya Da-Rin | Brasil, França, Alemanha | 2020 | 98 min | Ficção | 10 anos | CRÍTICA AQUI
Justino, um indígena de 45 anos, trabalha como vigilante em um porto de cargas e vive em uma casa modesta na periferia de Manaus. Desde a morte da sua esposa, sua única companhia tem sido sua filha Vanessa, mas ela está de partida para estudar medicina em Brasília. Sob o sol escaldante e as chuvas tropicais, Justino esforça-se para manter-se concentrado no trabalho. Com o passar dos dias, ele é tomado por uma febre forte. Em seus sonhos, uma criatura vagueia perdida pela floresta. Na televisão, o noticiário fala de um animal selvagem que ronda o bairro. Justino acredita que está sendo seguido, mas não sabe se quem o persegue é um animal ou um homem.
FAIXA ESPECIAL ABRIL INDÍGENA DE 09/04 A 05/05 (A PARTIR DAS 20:00)
SERRAS DA DESORDEM
Dir.: Andrea Tonacci | Brasil | 2006 | 135 min | Ficção | 10 anos
Carapirú é um índio nômade que após escapar do massacre de seu grupo familiar em 1977 perambula sozinho pelas serras do Brasil central até ser capturado 10 anos depois a 2000 Km de distância de seu ponto de partida. Levado para Brasília pelo sertanista Sydney Possuelo torna-se manchete nacional e centro de polêmica criada por antropólogos e lingüistas quanto à sua origem e identidade.
MARTÍRIO
Dir.: Vincent Carelli, Tatiana Almeida e Ernesto de Carvalho | Brasil | 2017 | 124 min | Documentário | 14 anos | CRÍTICA AQUI
O retorno ao princípio da grande marcha de retomada dos territórios sagrados Guarani Kaiowá através das filmagens de Vincent Carelli, que registrou o nascedouro do movimento na década de 1980. Vinte anos mais tarde, tomado pelos relatos de sucessivos massacres, Carelli busca as origens deste genocídio, um conflito de forças desproporcionais: a insurgência pacífica e obstinada dos despossuídos Guarani Kaiowá frente ao poderoso aparato do agronegócio.
DIA 30/04, 20:00 (POR 24 HORAS)
O JOVEM AHMED
Dir.: Jean-Pierre e Luc Dardenne | Bélgica, França | 2019 | 84 min | Ficção | 12 anos | CRÍTICA AQUI
Ahmed é um jovem muçulmano de 13 anos que vive na Bélgica. Seguindo as palavras de um imã local, e inspirado nos passos do primo extremista, ele começa a rejeitar a autoridade da mãe e da professora. Quando se convence de que a professora é uma pecadora por ministrar um curso de árabe sem utilizar o Corão, Ahmed decide matá-la para impressionar os líderes religiosos e agradar a Alá. Depois do ato, o adolescente precisa lidar com as consequências de seu crime, e com as tentações da vida, ao encontrar o seu primeiro amor.
MEIO IRMÃO
Dir.: Eliane Coster | Brasil | 2019 | 98 min | Ficção | 16 anos | CRÍTICA AQUI
A mãe de Sandra está desaparecida há dias. Desorientada e enfrentando a falta de dinheiro, ela se vê impelida a procurar seu meio-irmão Jorge, com quem tem pouco contato. Jorge mora com seu pai e trabalha como instalador de câmeras de segurança. No momento em que Sandra o procura, porém, ele enfrenta uma situação difícil: após gravar em seu celular, acreditando estar escondido, uma agressão homofóbica a um casal de namorados, Jorge passa a sofrer ameaças para não divulgar as imagens. Nesta jornada Sandra e Jorge enfrentam seus terrores e resgatam um afeto que havia se perdido.
DIA 01/05, 20:00 (POR 24 HORAS)
RETRATOS DE UMA JOVEM EM CHAMAS
Dir.: Céline Sciamma | França | 2019 | 121 min | Ficção | 14 anos | CRÍTICA AQUI
França, 1770. Marianne é contratada para pintar o retrato de casamento de Héloïse, uma jovem mulher que acabou de deixar o convento. Por ela ser uma noiva relutante, Marianne chega sob o disfarce de companhia, observando Héloïse de dia e a pintando secretamente à noite. Conforme as duas mulheres se aproximam, a intimidade e a atração crescem, enquanto compartilham os primeiros e últimos momentos de liberdade de Héloïse, antes do casamento iminente. O retrato logo se torna um ato colaborativo e o testamento do amor delas.
ATIVIDADES PARALELAS
Grátis. Verifique a disponibilidade de vagas.
CURSO
PODCASTS DE CINEMA
19 A 29/4, SEGUNDAS, TERÇAS E QUINTAS – 19H30 ÀS 21H
Inscrições a partir de 15/04 às 14h, em inscricoes.sescsp.org.br
Os jornalistas e críticos Flávia Guerra e Thiago Stivaletti, criadores do podcast semanal Plano Geral, explicam como são feitos os podcasts de cinema nas plataformas digitais, compartilhando com o público dicas fundamentais de produção de conteúdo e publicação nas plataformas, interação com os ouvintes e criação de arquivos em áudio. Como exercício prático final, será realizada a gravação e edição de um podcast.
ENCONTROS
20/04 – 20H
Inscrições gratuitas a partir de 16/04, às 14h, em inscricoes.sescsp.org.br
A FOTOGRAFIA NO CINEMA: SERTÂNIA E PACARRETE
Através da captação de imagens, a fotografia em um filme tem a função essencial de traduzir para a tela o que está descrito no roteiro. Definições de enquadramentos, movimentos de câmera, escolha de iluminação, jogos de luz e sombra: essas são algumas das funções do profissional que assina a direção de fotografia de um filme. Nessa conversa, Miguel Vassy (Sertânia) e Beto Martins (Pacarrete) conversam com o também diretor de fotografia Rosa Caldeira (Perifericu) sobre suas escolhas, referências cinematográficas e estilo.
22/04 – 20H
Assista em youtube.com/cinesesc
CINEMA NORDESTINO CONTEMPORÂNEO: UMA SÓ IDENTIDADE?
Não dá para negar: a produção cinematográfica de realizadores e realizadoras nordestinos tem se destacado e chamado atenção em terras brasileiras e estrangeiras. Nos últimos 20 anos, foram aclamados por público e crítica inúmeros filmes roteirizados, dirigidos, produzidos e pensados por nordestinos. Mas o que a origem dessas obras e de seus realizadores realmente diz sobre elas? Do sertão ao litoral, cada território tem suas particularidades e contextos socioculturais, do que resulta, assim, uma produção heterogênea, com cineastas de gerações distintas trabalhando em documentários e ficções de gêneros diversos: terror, distopia, comédia, aventura e drama. Mas quais elementos aproximam essas cinematografias? O que essas narrativas revelam sobre sua origem e sobre o Brasil? Neste encontro, conversam sobre o tema: Allan Deberton, Glenda Nicácio, Marcélia Cartaxo, Camilo Cavalcante e Petrus Cariry. A mediação fica por conta da jornalista Lu Veras.
28/04 – 20H
Assista ao vivo em youtube.com/cinesesc
HISTÓRIAS INDÍGENAS E O BRASIL EM RUÍNAS
Serras da Desordem e Martírio são filmes que entraram para a história da cinematografia brasileira como formas potentes de compreensão, colaboração e denúncia das violências etnocidas que os povos indígenas sofrem em nosso país. De que maneira tais filmes dialogam com nossa realidade atual? O CineSesc convida o ambientalista Ailton Krenak, a montadora Cristina Amaral e o diretor Vincent Carelli para debaterem os fluxos possíveis trazidos por essas obras e a construção de mundos fora da lógica usurpadora dominante. Mediação da antropóloga e documentarista Junia Torres.
04/05 – 20H
Assista ao vivo em youtube.com/cinesesc
CINEMA NEGRO EM VARIAS TELAS
Longas, curtas, séries… Filmes exclusivos, filmes com poucas chances de circulação… O primeiro ano de pandemia foi marcado por uma variedade de produções de realizadores negros e negras que, apesar de não estarem na tela grande da sala escura, tiveram incontestável importância nas discussões do debate público. Num período em que fazer cinema da forma tradicional parece mais difícil do que nunca, as estratégias e recursos de quem possui histórico de resistência se tornam ainda mais valiosas. Nesse bate-papo, o diretor Jeferson De e a roteirista e atriz Ana Flávia Cavalcanti conversam com convidados sobre o tema.
SERVIÇO
PROGRAMAÇÃO 47º FESTIVAL SESC MELHORES FILMES
De 14 de abril a 5 de maio
Premiação e lives em youtube.com/cinesesc
Assista aos filmes em sescsp.org.br/cinemaemcasa
Mais informações em melhoresfilmes.sescsp.org.br
EXIBIÇÃO DE FILMES
sescsp.org.br/cinemaemcasa
Tudo sobre a programação do 47º Festival Sesc Melhores Filmes