Tudo sobre os Indicados Oficiais ao Oscar 2022
Em sua edição 94, a mais antiga premiação de cinema busca a reinvenção, mas cai na própria armadilha que criou
Por Fabricio Duque
Ah o Oscar! O que faz um filme ser melhor? Como mensurar isso? Como definir a importância de um em detrimento de outro? Caráter subjetivo? Influência externa: boca-a-boca do público e/ou a resenha de um crítico? Lobby das distribuidoras? Que pragmatismo é esse de impor o que se deve ou não assistir? Como listar os nove melhores filmes do ano? Quais são os critérios? Motivações pessoais e/ou repetição da indústria cinematográfica? Quem tem mais dinheiro consegue mais poder nas escolhas? Pois é, essas e mil outras questões acabam inevitavelmente gerando perguntas retóricas. Desde os primórdios do Vertentes do Cinema, nós nunca entendemos a força de todos esses condicionamentos. Será que isso nada mais é que o verdadeiro propósito de se viver: eternizar escolhas e consequentemente apagar as segundas opções? Será óbvio afirmar que geografias mais “conhecidas” ajudam em todo esse processo construtivo? Por mais que se pense, mais dúvidas pulularão em nossas mentes. Nós vivemos em um mundo que o ser humano precisa concordar com a massa social. Não há mais espaço para discordar individualmente e/ou “apenas gostar das coisas”, como já foi mencionado no seriado “Mad Men”.
Hoje, tudo precisa ser racionalizado e minimamente definido, servido como um “combo” que à princípio impede pessoas a se “estressar” tomando decisões. Não é melhor mesmo ter alguém pensando por nós e nos conduzindo a consumir o que nós ainda não sabemos, quase com um que de Steve Jobs que apresentava a novidade porque já tinha a certeza da demanda? É, infelizmente ainda não podemos opinar quanto a isso. E assim, nós aceitamos as escolhas dos votantes do Oscar, predeterminando o que é o melhor a ser consumido. Tudo bem, no fundo, vamos ser sinceros, é uma festa hollywoodiana de e para estadunidenses, com embalagem gourmet e figurino de gala. Mas nós precisamos levar as premiações de cinema, especialmente a da estatueta dourada e pelada à sério?
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O Oscar é uma boa influência?
Sim, devemos sim. O que pode soar inofensivo, na verdade, causa no universo da sétima arte um direcionamento criativo, até porque em tempos de Oscar, a corrida pelos filmes indicados chega a representar quase o público de um ano inteiro, sem contar as grandes estreias, como “Batman”, por exemplo. Então, apenas pela obra estar em voga já desperta o interesse. Outra coisa é em relação aos cineastas que cada vez constroem narrativas com “cara de Oscar” para assim adentrar nessa fatia de mercado. Mais uma vez, o Vertentes do Cinema corrobora sua crítica, em 2022, que começou no primeiro ano do site, em 2009. Ah, alguns dirão, mas o Oscar é para ser mágico e performático. Digamos que seja um VT. Será que precisamos desse circo ao povo, que lembra mais a atmosfera aristocrática dos eventos britânicos da Família Real? Nós também temos a certeza de que todo esse discurso é utópico. O jeito é sentar e concordar esse momentâneo Parque de Diversões, no melhor estilo Síndrome de Cinderella (especialmente pelas “pegada” mais conservadora e mais “old school”), e ainda se tornar comentarista do tapete vermelho e seus “vestidos deslumbrantes” e milionários.Após duas edições no meio da pandemia mundial, a edição 2022 do prêmio Oscar chega ao número 94 (como veterano e idoso), com a flexibilização de permitir filmes vindos de plataformas digitais. Mas também se não fosse assim, talvez a premiação não acontecesse, visto que as limitações durante a crise viral do COVID foram muitas. Podemos até dizer que talvez a própria obra tenha sido construída presa a esses desafios, mitigando a liberdade plena da própria história.
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A cerimônia de premiação acontece neste domingo, dia 27 de março, e será transmitido pelo canal TNT às 21h e também pelo streaming aberto do Globoplay, direto do tradicional Dolby Theatre at Ovation Hollywood, em Los Angeles. As atrizes Regina Hall, Amy Schumer e Wanda Sykes comandarão a apresentação da noite e chamarão os outros que anunciarão os prêmios: Josh Brolin, Jacob Elordi, Jake Gyllenhaal, Jason Momoa, Jill Scott, J.K. Simmons, Serena Williams, Venus Williams, Rachel Zegler, Stephanie Beatriz, DJ Khaled, Jennifer Garner, H.E.R., Tiffany Haddish, Tony Hawk, Bill Murray, Elliot Page, Kelly Slater, Shaun White, Halle Bailey, Sean “Diddy” Combs, Jamie Lee Curtis, Woody Harrelson, Samuel L. Jackson, Shawn Mendes, Tyler Perry, Tracee Ellis Ross, Daniel Kaluuya, Mila Kunis, Lupita Nyong’o, Naomi Scott, Wesley Snipes, John Travolta, Ruth E. Carter, Anthony Hopkins, Lily James, John Leguizamo, Simu Liu, Rami Malek, Uma Thurman, Kevin Costner, Zoë Kravitz, Lady Gaga, Rosie Perez, Chris Rock e Yuh-Jung Youn. Já a atriz Vanessa Hudgens, o ator Terrence J e o estilista Brandon Maxwell serão os host do Tapete Vermelho.
Na lista, o filme “Ataque dos Cães“, o possível favorito, visto que já ganhou em todas as outras premiações, tem 12 indicações. seguido de “Duna” (10), “Belfast” (7), “Amor, Sublime Amor” (7″), “King Richard: Criando Campeãs” (6), “Drive My Car” (4), “Beco do Pesadelo” (4) e “Não Olhe Para Cima” (4). Mas “No Ritmo do Coração” é o mais certo favorito a levar a estatueta de melhor filme no Oscar 2022.
CONFIRA A LISTA COMPLETA DOS INDICADOS AO OSCAR 2022
Melhor Filme
“Belfast” (cinemas)
“Ataque dos Cães” (Netflix)
“King Richard: Criando Campeãs” (HBO Max, Now, Oi Play, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video)
“Licorice Pizza” (cinemas)
“Duna” (HBO Max, Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video e cinemas)
“No Ritmo do Coração” (Prime Video, YouTube, Apple iTunes)
“Não Olhe Para Cima” (Netflix)
“Amor, Sublime Amor” (Disney+)
“Drive My Car” (cinemas)
“O Beco do Pesadelo” (Star+)
Melhor Direção
Jane Campion, por “Ataque dos Cães” (Netflix)
Kenneth Branagh, por “Belfast” (cinemas)
Paul Thomas Anderson, por “Licorice Pizza” (cinemas)
Ryûsuke Hamaguchi, por “Drive My Car” (cinemas)
Steven Spielberg, por “Amor, Sublime Amor” (Disney+)
Melhor Ator
Will Smith, por “King Richard: Criando Campeãs” (HBO Max, Now, Oi Play, Prime Video, YouTube, Microsoft Store, Prime Video)
Benedict Cumberbatch, por “Ataque dos Cães” (Netflix)
Andrew Garfield, por “Tick, Tick… Boom!” (Netflix)
Denzel Washington, por “A Tragédia de Macbeth” (Apple TV Plus)
Javier Bardem, por “Apresentando os Ricardos” (Prime Video)
Melhor Atriz
Nicole Kidman, por “Apresentando os Ricardos” (Prime Video)
Jessica Chastain, por “Os Olhos de Tammy Faye” (sem previsão de estreia)
Olivia Colman, por “A Filha Perdida” (Netflix)
Penélope Cruz, por “Mães Paralelas” (cinemas e Netflix)
Kristen Stewart, por “Spencer”
Melhor Ator Coadjuvante
Kodi Smit-McPhee, por “Ataque dos Cães” (Netflix)
Troy Kotsur, por “No Ritmo do Coração” (Prime Video, YouTube, Apple iTunes)
Ciarán Hinds, por “Belfast” (cinemas)
J.K. Simmons, por “Apresentando os Ricardos” (Prime Video)
Jesse Plemons, por “Ataque dos Cães” (Netflix)
Melhor Atriz Coadjuvante
Ariana DeBose, por “Amor, Sublime Amor” (Disney+)
Kirsten Dunst, por “Ataque dos Cães” (Netflix)
Aunjanue Ellis, por “King Richard: Criando Campeãs” (HBO Max, Now, Oi Play, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video)
Judi Dench, por “Belfast” (cinemas)
Jessie Buckley, por “A Filha Perdida” (Netflix)
Melhor Roteiro Adaptado
Jane Campion, por “Ataque dos Cães” (Netflix)
Sian Heder, por “No Ritmo do Coração” (Prime Video, YouTube, Apple iTunes)
Maggie Gyllenhaal, por “A Filha Perdida” (Netflix)
Ryûsuke Hamaguchi, Takamasa Oe, por “Drive My Car” (cinemas)
Jon Spaihts, Denis Villeneuve, Eric Roth, por “Duna” (HBO Max, Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video e cinemas)
Melhor Roteiro Original
Kenneth Branagh, por “Belfast” (cinemas)
Adam McKay, por “Não Olhe Para Cima” (Netflix)
Paul Thomas Anderson, por “Licorice Pizza” (cinemas)
Zach Baylin, por “King Richard: Criando Campeãs” (HBO Max, Now, Oi Play, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video)
Eskil Vogt e Joachim Trier, por “A Pior Pessoa do Mundo” (cinemas)
Melhor Animação
“Encanto” (Disney+)
“Os Mitchell contra as Máquinas” (Netflix, YouTube, Claro Video, Microsoft Store, Apple iTunes)
“Flee – A Fuga”
“Luca” (Disney+)
“Raya e o Último Dragão” (Disney+)
Melhor Filme Estrangeiro
“Drive My Car” (cinemas)
“Flee – A Fuga” (sem previsão de estreia)
“A Pior Pessoa do Mundo” (estreia nos cinemas em 24/3)
“A Mão de Deus” (Netflix)
“A Felicidade das Pequenas Coisas” (Belas Artes a La Carte)
Melhor Documentário
“Summer of Soul (…ou, Quando a Revolução Não Pôde Ser Televisionada)”
“Flee – A Fuga”
“Ascension” (Paramount+)
“Attica”
“Writing with Fire” (Now, Apple iTunes, YouTube, Prime Video)
Melhor Fotografia
“Duna” (HBO Max, Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video e cinemas) — Greig Fraser
“O Beco do Pesadelo” (Star+) — Dan Laustsen
“Ataque dos Cães” (Netflix) — Ari Wegner
“A Tragédia de Macbeth” (Apple TV Plus) — Bruno Delbonnel
“Amor, Sublime Amor” (Disney+) — Janusz Kaminski
Melhor Design de Produção
“Duna” (HBO Max, Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video e cinemas) — Patrice Vermette (designer de produção), Zsuzsanna Sipos (decoradora de set)
“O Beco do Pesadelo” (Star+) — Tamara Deverell (designer de produção), Shane Vieau (decorador de set)
“A Tragédia de Macbeth” (Apple TV Plus) — Stefan Dechant (designer de produção), Nancy Haigh (decoradora de set)
“Amor, Sublime Amor” (Disney+) — Adam Stockhausen (designer de produção), Rena DeAngelo (decoradora de set)
“O Ataque dos Cães” (Netflix)
Melhor Montagem
“Não Olhe Para Cima” (Netflix) — Hank Corwin
“Duna” (HBO Max, Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video e cinemas) — Joe Walker
“Ataque dos Cães” (Netflix) — Peter Sciberras
“King Richard: Criando Campeãs” (HBO Max, Now, Oi Play, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video) — Pamela Martin
“Tick, Tick… Boom!” (Netflix) — Andrew Weisblum e Myron Kerstein
Melhor Figurino
“Cruella” (Disney+), de Jenny Beavan
“Duna” (HBO Max, Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video e cinemas), de Jacqueline West e Robert Morgan
“O Beco do Pesadelo” (Star+), de Luis Sequeira
“Amor, Sublime Amor” (Disney+), de Paul Tazewell
“Cyrano” (nos cinemas em 31/3), de Massimo Cantini Parrini e Jacqueline Durran
Melhor Maquiagem e Penteado
“Cruella” (Disney+), de Nadia Stacey, Carolyn Cousins
“Duna” (HBO Max, Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video e cinemas), de Donald Mowat, Love Larson, Eva von Bahr
“Os Olhos de Tammy Faye“, de Linda Dowds, Stephanie Ingram, Justin Raleigh
“Casa Gucci” (Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video), de Jana Carboni, Giuliano Mariano, Göran Lundström
“O Príncipe Volta a Nova York” (Prime Video), de Michael Marino, Stacey Morris e Carla Farmer
Melhor Trilha Sonora
“Não Olhe Para Cima” (Netflix), por Nicholas Britell
“Duna” (HBO Max, Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video e cinemas), por Hans Zimmer
“Encanto” (Disney+), por Germaine Franco
“Ataque dos Cães” (Netflix), por Jonny Greenwood
“Mães Paralelas” (cinemas e Netflix), por Alberto Iglesias
Melhor Canção
“Dos Oruguitas” em “Encanto” (Disney+)
“Somehow You Do” em “Quatro Dias a Teu Lado” (Now, YouTube, Claro Video, Apple iTunes)
“Be Alive” em “King Richard: Criando Campeãs” (HBO Max, Now, Oi Play, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video)
“007: Sem Tempo Para Morrer” — “007: Sem Tempo Para Morrer” (Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store)
“Down To Joy” em “Belfast” (cinemas)
Melhor Som
“Duna” (HBO Max, Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video e cinemas)
“007: Sem Tempo Para Morrer” (Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store)
“Ataque dos Cães” (Netflix)
“Amor, Sublime Amor” (Disney+)
“Belfast” (cinemas)
Melhores Efeitos Visuais
“Duna” (HBO Max, Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store, Prime Video e cinemas)
“Free Guy” (Star+)
“Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis” (Disney+)
“Homem-Aranha: Sem Volta para Casa” (cinemas, Now, YouTube, Microsoft Store, Apple iTunes, Prime Video)
“007: Sem Tempo Para Morrer” (Now, Apple iTunes, YouTube, Microsoft Store)
Melhor Animação Curta-Metragem
“Affairs of the Art”
“A Sabiá Sabiazinha” (Netflix)
“The Windshield Wiper”
“Bestia”
“Boxballet”
Melhor Curta-Metragem
“The Long Goodbye”
“Ala Kachuu – Take and Run”
“The Dress”
“On My Mind”
“Please Hold”
Melhor Documentário Curta-Metragem
“The Queen of Basketball” (YouTube)
“Three Songs for Benazir” (Netflix)
“When We Were Bullies”
“Audible” (Netflix)
“Onde eu moro” (Netflix)