Revista da Semana | 29 de julho de 2021
Estreias e Dicas desta quinta-feira
Por Redação
A Revista desta Semana do Vertentes do Cinema está com uma tarja preta. Um silêncio a toda a memória audiovisual de nosso Cinema Brasileiro. O incêndio acontecido hoje na Cinemateca Brasileira, em São Paulo, já era uma tragédia anunciada. Um descaso com o passado, período que representa “atraso”. Nós também, brasileiros, somos cúmplices desse “cancelamento” (Quantos de vocês visitaram o “templo cinéfilo” antes de ficar “famoso” na mídia?) . Desse apagamento, consentido e articulado. Desse “tiro de misericórdia”. Para onde foi parar nosso “patriotismo” cinematográfico? A Cinemateca Brasileira já nasceu como metáfora. De uma bomba transgressora. Inflamada pelos rolos e pela “arma” de provas históricas. O que será agora? As cinematecas de outras cidades? E logo hoje que foi noticiado que a taxa de mortes por COVID-19 está caindo drasticamente no Rio de Janeiro. Que a edição especial do Festival do Rio acontece no Telecine e que outra acontecerá em agosto. Que o Vertentes do Cinema foi devidamente credenciado pelo Festival de Locarno. Que o Festival Cavideo 24 Anos segue elevando os números de acessos a obras brasileiras. Mensagem da Cinemateca Brasileira: “A cinemateca pegou fogo! Faça um video poste na sua rede do Instagram falando: seu nome, sua função, e fala por que a cinemateca pegou fogo. Marque as páginas: @cinematecaacesa @soscinemateca E coloque as #: #quemposfogonacinemateca #governoqueimafilme Campanha puxada pelo Jornalistas Livres e Cinemateca Acesa. E no dia 7/8 teremos um ato em frente à Cinemateca”. A Revista do Vertentes do Cinema, ainda que em susto pelo que ocorreu, segue resistente com o guia semanal do que movimenta o universo da sétima arte. Venha e seja bem-vindo(a)!
Revista da Semana | 29 de julho de 2021
CURTA DA SEMANA
SESSÃO CINEMA EXPERIMENTAL
METUBE 2 _ AUGUST SINGS CARMINA BURANA
(2016, Áustria, 5 minutos, de Daniel Moshel) ASSISTA AQUI
Com Raul Bartosch, Felipe Jimenez, August Schram, Elfriede Wunsch. Depois que Elfie e seu filho nerd August fizeram sucesso em sua webcam doméstica no “MeTube 1”, a dupla se aventurou na rua para apresentar o maior, mais ousado e mais sexy flash mob lírico que a internet já viu!
PRÓXIMO CURTA
LÚCIDA
(2015, Brasil, 16 minutos, de Fabio Rodrigo e Caroline Neves). Com Caroline Neves, Fabio Rodrigo, Vinicius Neves dos Santos, Jéssica Felipe, Willian Leodoro. Mas eu nem sei se ela tem alguma coisa pra cozinhar porque ela não me fala. ESTREIA 05/08, 00:01.
EM CASA E NOS CINEMAS
RODANTES
(2019, Brasil, 100 minutos, de Leandro Lara) CRÍTICA AQUI
Rodantes narra a vida de três personagens: Tatiane, uma jovem garota que foge para tentar se reinventar após um passado traumático; Odair, fruto da explosão migratória rondoniense do início dos anos 90, é um rapaz que em meio a descobertas sexuais corre riscos ao se desprender da casa dos pais; e Henry, um imigrante haitiano que, após a morte de sua mulher, luta com seus dois filhos pequenos para sobreviver em meio ao progresso e à miséria brasileira. Vidas em ebulição no caos, se esbarram por aí em momentos ocasionais sem envolvimento maior do que sua própria condição de ambulantes. Disponível nas plataformas digitais CLARO NOW, VIVO PLAY e OI PLAY).
EM CASA
VERÃO DE 85
(Ete 85, 2020, França, 100 minutos, de François Ozon) CRÍTICA AQUI
No aniversário de 16 anos, Alexis (Félix Lefebvre), enquanto está no mar da costa da Normandia, é heroicamente salvo da morte por David (Benjamin Voisin), de 18 anos. Alexis acaba de conhecer o amigo dos seus sonhos, mas será que esse sonho vai durar mais que um verão? Disponível nas plataformas digitais ITUNES APPLE TV, CLARO NOW, VIVO PLAY, GOOGLE PLAY e SKY PLAY). Em exibição no dia 30 de julho no TELECINE dentro da edição especial do Festival do Rio.
TUDO SOBRE YVES
(Yves, 2019, França, 107 minutos, de Benoît Forgeard) CRÍTICA AQUI
erem decide se estabelecer na casa da avó para compor seu primeiro álbum. Ele conhece So, uma misteriosa investigadora que trabalha em nome da startup Digital Cool. Ela convence Jerem a experimentar Yves, um novo tipo de geladeira, dotada de inteligência artificial. Aos poucos, Yves cria uma amizade com Jerem e, ao se tornar ghost-writer de suas composições, o transforma em um artista de sucesso. Disponível na plataforma digital RESERVA IMOVISION.
O PODER DA VOZ
(Baumbacher Syndrome, 2019, Alemanha, 85 minutos, de Gregory Kirchhoff) CRÍTICA AQUI
Filme baseado na história real de um apresentador de tv alemão que um dia acordou pela manhã, e sua voz havia se transformado completamente. Essa estrutura de flashbacks constantes e de uma câmera que apenas objetifica os espaços para centralizar seus personagens diante da representação, é uma esquemática mecânica que se assemelha às cosméticas mais recorrentes do grande mercado. Disponível na plataforma digital CINEMA VIRTUAL.
4X100 – CORRENDO POR UM SONHO
(2020, Brasil, 109 minutos, de Tomas Portella) CRÍTICA AQUI
Uma derrota na final Olímpica do revezamento 4×100 marca para sempre as vidas das atletas. Três anos depois, Maria Lúcia, a responsável pela eliminação, segue brilhando no atletismo e na mídia, enquanto Adriana que trabalhou duro na competição, vive frustrada de pequenas lutas de MMA. Em 2020 elas tem uma nova chance de reescrever essa história nas Olimpíadas de Tóquio. Será que essa dupla conseguirá deixar suas desavenças de lado pelo grupo, e provar que o atletismo feminino segue mais forte do que nunca? Disponível na plataforma digital TELECINE.
QUEM VAI FICAR COM MÁRIO?
(2021, Brasil, 105 minutos, de Hsu Chien) CRÍTICA AQUI
Mário Brüderlich, um rapaz de 30 anos resolve finalmente visitar sua família e contar para seu pai, um gaúcho de família tradicional, que é escritor de teatro e que mora junto com seu namorado, Fernando. Mas, uma surpresa adia os planos de Mário, que se envolve com Ana, a coach que seu irmão Vicente contratou para ajudar a modernizar a cervejaria da família. Disponível na plataforma digital AMAZON PRIME VIDEO.
POLISSIA
(Polisse, 2011, França, 127 minutos, de Maïwenn) CRÍTICA AQUI
Diariamente, um grupo especializado da polícia francesa precisa lidar com duros crimes envolvendo crianças. A rotina envolve prisão de pedófilos, interrogação de pais abusivos e o confronto com menores infratores. Dentro deste universo, a vida privada de cada policial encontra pouco espaço, apesar de ser difícil manter o equilíbrio entre as duas partes. Essa dinâmica sofre sérias mudanças quando Melissa (Maïwenn, a diretora do filme em questão aqui), uma fotógrafa enviada pelo Ministério do Interior, passa a acompanhar as missões. Mesma diretora de “DNA”, filme exibido na edição especial do Festival do Rio no Telecine. Disponível na plataforma digital LOOKE.
SWEAT
(2020, Polônia, Suécia, 106 minutos, de Magnus von Horn) CRÍTICA AQUI
Três dias na vida da influencer de fitness Sylwia, cuja presença nas redes sociais a tornou uma celebridade. Embora tenha centenas de milhares de seguidores e admirada por conhecidos, ela sofre para encontrar a si mesma. Não é preciso ser um exegeta tarimbado para dar-se conta que a famigerada mídia digital, as redes sociais de que tanto se fala, funcionam como espaço de difusão de estratégias mercadológicas que investem na mercantilização do corpo. Selecionado oficialmente para a edição não acontecida do Festival de Cannes 2020. Disponível na plataforma digital MUBI.
TERRAS PERIGOSAS
(High Ground, 2020, Austrália, 104 minutos, de Stephen Johnson) CRÍTICA AQUI
Nas paisagens deslumbrantes da Austrália dos anos 1930, o jovem aborígine Gutjuk, em uma tentativa de salvar o último membro de sua família, se une ao ex-soldado Travis. Eles partem em uma jornada para rastrear Baywara, o tio do jovem, o guerreiro mais perigoso da região. Conforme Travis e Gutjuk viajam pelo interior, uma relação de confiança começa a ser criada. Mas, quando a verdade sobre as ações passadas de Travis são reveladas, é ele quem se torna a caça. Disponível na plataforma digital CINEMA VIRTUAL.
BEATRIZ
(2014, Brasil, 100 minutos, de Alberto Graça) CRÍTICA AQUI
Brasileiros, Beatriz e Marcelo são um casal jovem e apaixonado que acaba de se mudar para Lisboa, onde ele começa a escrever seu segundo romance. O tema, ciúme. Para isso, ele utiliza sua vida e a de sua própria mulher como inspiração fundamental. Fascinada pela história, Beatriz começa a alimentá-lo na construção da personagem feminina. À medida que a escritura avança, os jogos de sedução tornam-se mais fascinantes e perigosos, confrontando o casal no relacionamento e na vida, pois Marcelo e Beatriz tornaram-se personagens e prisioneiros do próprio livro. Disponível na plataforma digital GLOBOPLAY.
MONOS: ENTRE O CÉU E O INFERNO
(Monos, 2019, Colômbia, 103 minutos, de Alejandro Landes) CRÍTICA AQUI
No topo de uma montanha, numa selva sul-americana, oito adolescentes têm a grande missão de cuidar de uma refém norte-americana, sequestrada por uma misteriosa organização. Na sua rotina, os jovens guerrilheiros passam por treinos rigorosos, mas também se divertem e vivem descobertas sexuais. Após uma noite de farra acabar em tragédia, eles sofrem uma emboscada e são obrigados a deixar o local. A refém acredita que esta é a sua grande chance de fugir. Mas a selva sempre surpreende. Disponível na plataforma digital TELECINE.
COLECTIV
(2019, Romênia, 109 minutos, de Alexander Nanau) CRÍTICA AQUI
O diretor Alexander Nanau segue uma equipe de investigadores do jornal romeno Gazeta Sporturilor enquanto eles tentam descobrir uma rede de fraude no sistema de saúde que enriqueceu magnatas e políticos e levou à morte cidadãos inocentes. Aborda-se a “podridão” do sistema público de saúde do país (“nepotismo, politização, conflitos de interesse, corrupção perversa” dos diretores “intocáveis”, que “fazem sucesso com o dinheiro da população”), focando nas vítimas que foram queimadas no incêndio em uma boate na Romênia (e em especial na problematização das mortes por bactérias hospitalares, mais resistentes da Europa), corrobora a característica marcante do cinema romeno, que é a forma direta em apresentar a história. Disponível na plataforma digital HBO MAX.
CINEMA NOVO
(2016, Brasil, 90 minutos, de Eryk Rocha) CRÍTICA AQUI
O filme mostra a revolução estética, de linguagem e conceitual promovida pelos diretores que fizeram parte do Cinema Novo, movimento que mudou a forma de se fazer cinema no Brasil. O documentário é apresentado por imagens de arquivo, basicamente dos anos sessenta, em uma montagem selecionada, nostálgica, saudosista e principalmente cinéfila, de entrevistas de personalidades daquela época, tudo para ambientar o universo deste movimento cinematográfico brasileiro (“revolucionário, mais resistente”) que foi influenciado pelo neorrealismo italiano e pela Nouvelle Vague francesa. Exibido no Festival de Cannes 2016. Disponível na plataforma digital NETFLIX.
O PROCESSO
(2018, Brasil, 140 minutos, de Maria Augusta Ramos) CRÍTICA AQUI
O documentário mostra a crise política que afeta o Brasil desde 2013 sem nenhum tipo de abordagem direta, como entrevistas ou intervenções. Acompanhe imagens das votações e discussões que determinaram a destituição da presidente Dilma Rousseff. “O Processo” é uma experiência visual que nos encanta, agita e desnorteia com a técnica precisa e irretocável da montagem de Karen Akerman. É a alma da condução. Somos bombardeados e confrontados com nossos mais primitivos achismos. Disponível na plataforma digital NETFLIX.
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Revista da Semana | 29 de julho de 2021
NOS CINEMAS
(Nosso site precisa informar que este editorial apenas segue o protocolo de listar as críticas dos filmes que estrearam, mas nós seguimos nossa campanha de não estímulo às salas escuras #fiqueemcasa e #cinemasaindanão)
CAROS CAMARADAS – TRABALHADORES EM LUTA
(Dorogie tovarishchi, 2020, Rússia, 121 minutos, de Andrei Konchalovsky) CRÍTICA AQUI
Em 1962, Lyudmila (Julia Vysotskaya), uma devota executiva do partido Comunista, está convicta de que seu trabalho criará uma nova sociedade. Mas após testemunhar um massacre de trabalhadores em greve e descobrir que sua filha desapareceu após o ataque, sua visão de mundo começa a ruir e ela começa a questionar suas crenças.
ANA. SEM TÍTULO
(2020, Brasil, 110 minutos, de Lucia Murat) CRÍTICA AQUI
Misto de documentário e ficção, o filme acompanha Stela, uma jovem atriz brasileira, que decide fazer um trabalho sobre as cartas trocadas entre artistas plásticas latino-americanas nos anos 1970 e 1980. Stela viaja para Cuba, México, Argentina e Chile à procura de trabalhos e depoimentos sobre a realidade que essas mulheres viveram durante as ditaduras que a maior parte desses países enfrentaram na época. Em meio à investigação, ela descobre a existência de uma jovem brasileira que fez parte desse mundo, mas desapareceu.
O BUSCADOR
(2020, Brasil, 87 minutos, de Bernardo Barreto) CRÍTICA AQUI
Isabela (Mariana Molina) é filha de um poderoso político e cresceu cercada de todo tipo de luxo. Porém, ao se apaixonar pelo líder de uma comunidade sustentável e que prega amor livre, ela deixa sua vida de confortos para trás. Quando, quatro anos mais tarde, ao tentar se reaproximar da família, ela descobre que seu pai está envolvido em um dos maiores escândalos de corrupção do Brasil, Isabela precisa enfrentar os fantasmas de seu passado.
ACOMPANHE NOSSA COBERTURA DA EDIÇÃO ESPECIAL DO FESTIVAL DO RIO NO TELECINE
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CONFIRA NOSSO BALANÇO E COBERTURA DO FESTIVAL ECRÃ 2021
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TUDO SOBRE O FESTIVAL CAVIDEO 24 ANOS
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A SEGUNDA EDIÇÃO DA MOSTRA DE CINEMA DE GOSTOSO 2021 ABRE INSCRIÇÕES EM 30 DE JULHO
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SESSÃO BAÚ DO VERTENTES
RELEMBRE A COBERTURA DO FESTIVAL DE BRASÍLIA DO CINEMA BRASILEIRO 2019
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SESSÃO BAÚ DA CAVIDEO NO VERTENTES
PROGRAMA VERTENTES DO CINEMA NA RÁDIO UERJ: #55: CAVI BORGES
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