Revista da Semana | 14 de outubro de 2021
Estreias e Dicas desta quinta-feira no Vertentes do Cinema
Por Redação
É incrível como não há estagnação alguma na vida, especialmente na nossa. Cada acordada é uma possibilidade de redescobrir e repensar argumentos tão definitivos do dia anterior. O editorial da semana passada foi um desabafo, porque, sim, estamos cansados e “caindo pelas tabelas”, como disse Maria do Rosário Caetano. Mas neste a proposta é quase trocada. Um que de Advogado do Diabo invertido. Agora, observamos a oportunidade de ouro que temos nas mãos: poder assistir uma obra cinematográfica em “paz” (sem ninguém no cinema comendo pipoca, sem ninguém chutando a cadeira, sem ninguém falando e/ou pegando o celular para “apenas” olhar a tela). Sim, o ser humano é um animal esquecido demais. Quantos vezes não ouvimos reclamações do preço dos cinemas, da qualidade das salas, da lotação, do cheiro, das esperas, da necessidade de socialização… E talvez o pior dos casos: os altos que sempre resolvem sentar na frente dos baixos. Será que íamos ao cinema por condicionamento cinéfilo? Por amizade? Será que essa tradição não ser redefinida, visto que cinefilia é um ato solitário? Até porque o verdadeiro radical cinéfilo não suporta compartilhar seu olhar.
Quem lembra de “Os Sonhadores”, de Bernardo Bertolucci, e os “jovens turcos franceses” sentados na primeira fileira e/ou no chão para receber a imagem antes de todos (a cena acima). Que tal então comprar um bom sofá e uma televisão muito boa (que pode ser dividida em doze vezes sem juros) para vivenciar a plenitude desse amor incondicional pela sétima arte? Nós do Vertentes temos uma saudosista tradição interna: a cada ano de aniversário, o site compra um brinquedo cinematográfico dos anos oitenta, algum projetor, por exemplo. E todo ano, o primeiro dia é de emoção com lágrimas para depois ser novamente embalado e guardado. Será esse o sentimento que teremos ao retornar ao cinema no segundo dia? A de que as idiossincrasias chatíssimas dos outros incomodam tanto que a experiência da sala escura se torna um tormento?
No momento, o Vertentes do Cinema está bem protegido: sofá confortável, televisão gigante com um potente e imersivo fone de ouvido sem fio. Algumas cenas fazem tremer. Assim, choramos mais e ficamos com mais medo. Amamos mais e detestamos os filmes com muito mais amor. Ah, a verdadeira cinefilia talvez esteja em casa mesmo. Jogamos os argumentos. Vamos questionar enquanto acompanhamos as novidades da Revista da Semana do Vertentes do Cinema! E outro ponto magnífico no ser humano é seu poder de adaptação. Até a exaustão do já cansaço mental se torna parte integrante do processo!
CURTA DA SEMANA
MOSTRA VERTENTES DA MEMÓRIA
Com Curadoria de Fabricio Duque, nosso editor geral, a mostra foi pensada com foco e visão nos clássicos do Cinema Brasileiro, a partir de doze curtas-metragens. A Mostra Vertentes da Memória também homenageou o cineasta Vladimir Carvalho com o Troféu Caneca do Vertentes, por “toda memória do Cinema Brasileiro”. Assista aos filmes (clicando no link):
OS ÓCULOS DO VOVÔ: https://vimeo.com/611849051
ARUANDA: https://vimeo.com/611903630
A ENTREVISTA: https://vimeo.com/611913055
O POETA DO CASTELO: https://vimeo.com/596249803
PÁTIO: https://vimeo.com/613373443
A VELHA A FIAR: https://vimeo.com/611951816
VIRAMUNDO: https://vimeo.com/611954502
SUBTERRÂNEOS DO FUTEBOL: https://vimeo.com/612068741
DOCUMENTÁRIO: https://vimeo.com/611987128
ALMA NO OLHO: https://vimeo.com/612064733
ZÉZERO: https://vimeo.com/612058787
ROCINHA 77: https://vimeo.com/611990484
PRÓXIMO CURTA
SAL
(2016, Brasil, 15 minutos, de Diego Freitas) ESTREIA DIA 21/10, 00:01.
REPESCAGEM DA RECINE 2021: GUIA DE FILMES
(clique AQUI ou na foto e leia tudo)
OS VENCEDORES DO OLHAR DE CINEMA 2021
(clique AQUI ou na foto e leia tudo)
ACOMPANHE NOSSA COBERTURA DIÁRIA DO OLHAR DE CINEMA 2021 QUE ACONTECE ATÉ ESTE DOMINGO
(clique AQUI ou na foto e leia tudo)
EM CASA
DAU. DEGENERAÇÃO
(DAU. Degeneratsiya, 2020, Rússia, Ucrânia, Alemanha, 369 minutos, deIlya Khrzhanovskiy e Ilya Permyakov)
CRÍTICA AQUI
Um instituto soviético secreto conduz experimentos científicos e ocultos em animais e seres humanos para criar o “novo homem soviético”. Convocados pelo diretor, um grupo radical de extrema direita chega ao laboratório sob o disfarce de cobaias. Eles recebem uma tarefa – erradicar os elementos decadentes da comunidade do Instituto e, se necessário, destruir o frágil mundo da ciência secreta soviética. Disponível na plataforma digital RESERVA IMOVISION.
PONTO DE VIRADA: 9/11 E A GUERRA AO TERROR
(Turning Point: 9/11 and the War on Terror, 2021, Estados Unidos, 5h12 em cinco episódios, de Brian Knappenberger)
CRÍTICA AQUI
A história contemporânea pode ser dividida em dois períodos: antes e depois de 11 de setembro de 2001. Esta série documental do diretor Brian Knappenberger faz uma crônica em cinco partes dos atentados, oferecendo perspectivas esclarecedoras e histórias pessoais sobre os eventos catastróficos que mudaram o rumo dos Estados Unidos e do mundo. “Ponto de virada: 9/11 e a Guerra ao Terror” segue uma linha cronológica, que pode ser percebida pelos subtítulos dos episódios: “Alerta vermelho”, “Um lugar perigoso”, “O lado sombrio”, “A boa guerra” e “Saída do Afeganistão”. Disponível na plataforma digital NETFLIX.
MALIGNO
(Malignant, 2021, Estados Unidos, 111 minutos, de James Wan)
CRÍTICA AQUI
Madison passa a ter sonhos aterrorizantes de pessoas sendo brutalmente assassinadas. Ela acaba descobrindo que, na verdade, são visões dos crimes enquanto acontecem. Aos poucos, ela percebe que esses assassinatos estão conectados a uma entidade do seu passado chamada Gabriel. Para impedir a criatura, Madison precisará investigar de onde ela surgiu e enfrentar seus traumas de infância. James Wan vai do céu ao inferno em poucos segundos, é realmente impressionante. Disponível na plataforma digital HBO MAX.
MAIS QUE ESPECIAIS
(Hors normes, 2019, França, 114 minutos, de Eric Toledano e Olivier Nakache)
CRÍTICA AQUI
Há 20 anos Bruno e Malik vivem num mundo à parte, aquele habitado pelas crianças e adolescentes autistas. Trabalhando cada um em uma instituição diferente, eles se dedicam à formação de jovens vindos de bairros problemáticos para tentar lidar com esses casos considerados “super-complexos”. Uma aliança pouco usual para personalidades fora do comum. “Mais que Especiais”, ainda que “divertido” e “engraçado” ao lidar com situações cotidianas, sempre no limite e altamente idiossincráticas, pode soar exploratório. Disponível na plataforma digital TELECINE.
SKIN – À FLOR DA PELE
(Skin, 2018, Estados Unidos, 118 minutos, de Guy Nattiv)
CRÍTICA AQUI
Skin é um filme biografico de drama escrito e dirigido por Guy Nattiv, baseado no curta-metragem de mesmo nome. O filme expõe a vida de um skinhead, Bryon Widner é um jovem homem que foi criado por skinheads notórios na comunidade de supremacia branca. Decidido em mudar sua vida, ele vira as costas para todo o ódio e a violência que foi ensinado, com a ajuda de um ativista de direitos negros. Disponível na plataforma digital TELECINE.
RODANTES
(2019, Brasil, 100 minutos, de Leandro Lara)
CRÍTICA AQUI
O filme narra a vida de três personagens: Tatiane, uma jovem garota que foge para tentar se reinventar após um passado traumático; Odair, fruto da explosão migratória rondoniense do início dos anos 90, é um rapaz que em meio a descobertas sexuais corre riscos ao se desprender da casa dos pais; e Henry, um imigrante haitiano que, após a morte de sua mulher, luta com seus dois filhos pequenos para sobreviver em meio ao progresso e à miséria brasileira. Vidas em ebulição no caos, se esbarram por aí em momentos ocasionais sem envolvimento maior do que sua própria condição de ambulantes. Disponível na plataforma digital MUBI.
HOMEM ONÇA
(2021, Brasil, 93 minutos, de Vinícius Reis)
CRÍTICA AQUI
Dois momentos da vida de Pedro. No primeiro, em 1997, ele vive com a família no Rio de Janeiro e trabalha na Gás do Brasil, uma empresa que está passando por um duro processo de reestruturação, com demissões e aposentadorias antecipadas. Em breve, virá a privatização. No segundo momento, em 1999, Pedro vive aposentado em Barbosa, sua cidade natal, na companhia da namorada e das memórias de infância. Ao entrelaçar esses dois blocos de tempo, atravessamos a pele de Pedro e vemos com clareza seus medos e seus encantos. Disponível na plataforma digital NOW.
MUSSUM – UM FILME DO CACILDIS
(2019, Brasil, 75 minutos, de Susanna Lira)
CRÍTICA AQUI
A trajetória do humorista e sambista Antônio Carlos Bernado Gomes, o “Mussum”, é contada de diferentes ângulos. São reveladas facetas mais sérias da figura que foi eternizada no imaginário popular brasileiro por sua participação no programa “Os Trapalhões”. Por trás de sua persona humorística e debochada, Antônio Carlos mantinha uma rotina de responsabilidades com sua família, projetos e compromissos. Disponível na plataforma digital GLOBOPLAY.
JOGO DO DINHEIRO
(Money Monster, 2016, Estados Unidos, 99 minutos, de Jodie Foster)
CRÍTICA AQUI
O apresentador de um programa de televisão sobre finanças, Lee Gates, e sua produtora Patty vivem uma situação extrema ao vivo. Um desconhecido armado invade o show e os obriga a continuar a transmissão, caso contrário todos no estúdio morrerão. “Jogo do Dinheiro” é uma crítica à manipulação da mídia, e acima de tudo, ao capitalismo oportunista, que tem como consequência recorrentes e especulativos por blefes financeiros no “dinheiro” de seu público-indivíduo social pertencente a uma comunidade globalizada. Disponível na plataforma digital STAR+.
BUSCANDO…
(Searching, 2018, Estados Unidos, 102 minutos, de Aneesh Chaganty)
CRÍTICA AQUI
David Kim se desespera quando sua filha de 16 anos desaparece e as investigações policiais não levam a lugar nenhum. Decidido a descobrir o paradeiro da filha, ele usa o computador da menina para vasculhar suas fotos e vídeos em busca de pistas. O roteiro de “Buscando…” escrito pelo próprio diretor, em parceria com Sev Ohanian, é bem amarrado, mas levemente engessado. Ainda que a progressão narrativa seja satisfatória, sentimos determinadas jogadas formais serem utilizadas como recurso estilístico, o que estende o texto à determinados lugares pouco frutíferos. Disponível na plataforma digital NETFLIX.
O MATEMÁTICO
(Adventures of a Mathematician, 2020, Polônia, Alemanha, Reino Unido, 102 minutos, de Philippe Tłokiński)
CRÍTICA AQUI
Cambridge, EUA, 1942. Stan Ulam é um talentoso matemático judeu polonês de 30 anos, um bon vivant bonito que é rápido com uma piada. A vida de Stan se complica quando ele perde sua bolsa em Harvard, mas seu melhor amigo, o gênio húngaro Johnny von Neumann, rapidamente lhe oferece um emprego misterioso que o leva ao Novo México. Stan se muda para Los Alamos com Françoise, uma mulher francesa que ele conhece e se casa após um romance turbulento. Cercado por jovens cientistas imigrantes excêntricos e carismáticos, Stan começa um trabalho ultrassecreto em uma bomba nuclear que pode explodir o mundo inteiro. Disponível na plataforma digital NOW.
VER MAIS
EM CARTAZ NOS CINEMAS
O HOMEM QUE VENDEU SUA PELE
(The Man Who Sold His Skin, 2020, Tunísia, França, Alemanha, Bélgica, 104 minutos, de Kaouther Ben Hania)
CRÍTICA AQUI
Sam Ali, um jovem sírio sensível e impulsivo, trocou seu país pelo Líbano para escapar da guerra. Para poder viajar para a Europa e viver com o amor de sua vida, ele aceita ter suas costas tatuadas por um dos artistas contemporâneos mais cultuados do mundo, transformando seu próprio corpo em uma obra de arte de prestígio. “O Homem que vendeu sua pele”, primeiro filme tunisiano nomeado para Oscar de filmes estrangeiros – e sua diretora, Kaouther Ben Hania, a primeira mulher muçulmana a ser convidada para competir nessa categoria – gira em torno de um torso vivo, um torso de um cidadão sírio que vende a superfície da sua pele para escapar das agruras do Oriente Médio e desembarcar na afluente Europa.
SESSÃO BAÚ DO VERTENTES
OS 10 MELHORES FILMES DA MOSTRA DE SP 2020
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PROJETO DAU. REALITY SHOW STANILISTA
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VEM AÍ…
Revista da Semana | 14 de outubro de 2021