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Dois Dias, Uma Noite

A culpa é sempre da atriz

Por Fabricio Duque

Durante o Festival de Toronto 2014

Dois Dias, Uma Noite

Em “Dois Dias, Uma Noite”, exibido no Festival de Toronto 2014, o mais recente filme dos irmãos belgas Jean-Pierre e Luc Dardenne Dardenne. Os cineastas “das antigas” possuem controle total da câmera, que acompanha sem pressa, mas também sem lentidão, querendo apenas retratar a naturalidade das ações dos personagens. Com fotografia iluminada, solar e de depressão esperançosa, o filme objetiva funcionar como uma crítica à “máfia” do sistema de empregos na Bélgica. É incrível como a atenção do espectador é “presa” desde a primeira cena. Não conseguimos piscar os olhos. A narrativa é de verborragia visual e de tensão-sinestesia.

Outra característica de “Dois Dias, Uma Noite” é que os diretores “obrigam” seus atores a uma responsabilidade total. É como se falassem “Se vira aí”. A “cobaia” da vez foi Marion Cotillard, que não convence no choro, na ansiedade do seu objetivo e na agitação “descontrolada”, gerando no espectador a sensação de artificialidade. Talvez por ter começado já no “meio” do drama, explicando com “doses homeopáticas” a trama e tentando a cumplicidade da audiência em relação às consequências. É uma pena. Marion definitivamente não conseguiu “encarnar” o papel. Talvez por ter “seguido” o roteiro sem improvisar (regra clara dos diretores “sorridentes” – em apresentação do filme no Festival de Toronto).

2 Nota do Crítico 5 1

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