Revista da Semana | 23 de setembro de 2021
Estreias e Dicas desta quinta-feira no Vertentes do Cinema
Por Redação
2021. Mais uma semana. Mais uma edição da Revista do Vertentes do Cinema. Sim, nós poderíamos estar dormindo, nós poderíamos, mas não. Seguimos resistentes e produzindo. Será que o ditado o sucesso vem “para quem cedo madruga” funciona? Apesar de nós trabalhamos madrugada à dentro e acordamos tarde. Pois é, parece que não há como parar mais. Precisamos continuar citando a atriz Aline Deluna quando diz que tudo isso “está frenético demais”. Concordamos em gênero, número, grau e álcool gel. Mal saímos de um festival de cinema, por exemplo, já atravessamos outros.
Além desta Revista da Semana, nós estamos em produção máxima com a edição de 2021 da Recine. Talvez, todo esse nosso ímpeto e determinação, de crônica imersão, seja mesmo para nos proteger do que está acontecendo lá fora. Sartre já dizia que o “inferno são os outros”. Mas voltando ao frio (em setembro, no Rio de Janeiro – há algo de estranho neste reino carioca), e ao propósito desta revista, que é guiar o leitor-cinéfilo (a, o, e) no que acontece no universo da sétima arte. Vamos embarcar! Por favor, antes coloque para tocar as músicas “Piledriver Waltz“, “Love is a Laserquest“, “Suck It and See” e “That’s Where You’re Wrong“, do álbum “Suck It and See”, do grupo Arctic Monkeys. Boa viagem em 5, 4, 3, 2, 1… Plut Plat Zum!
Revista da Semana | 23 de setembro de 2021
CURTA DA SEMANA
SESSÃO CINEMA BRASILEIRO
A MISS E O DINOSSAURO
(2005, Brasil, 17 minutos, de Helena Ignez) ASSISTA AQUI
No início da década de 70, os jovens diretores Rogério Sganzerla, Júlio Bressane e a atriz Helena Ignez formaram a BELAIR, produtora de filmes independentes responsável por alguns dos mais importantes filmes do cinema experimental brasileiro, como “Copacabana Mon Amour”, “Sem essa, Aranha”, e “Cuidado Madame”, entre outros. “A Miss e o Dinossauro” documenta a realização desses filmes, feitos clandestinamente pelos seus diretores e produtores e por um grupo de artistas e amigos (Ivan Cardoso, Hélio Oiticica, Edson Santos, Elizeu Visconti, Kléber Santos, Renato Laclette, Maria Gladys). A câmera super-8 de “A Miss e o Dinossauro” registra a ruptura desses jovens artistas com a ordem estabelecida, porém essencialmente repressora da luz.
PRÓXIMO CURTA
MOSTRA ESPECIAL RECINE 2021: VERTENTES DA MEMÓRIA
ESTREIA 30/09, 00:01.
A GUERRA DO AFEGANISTÃO NO CINEMA PÓS-SOVIÉTICO
(clique AQUI ou na foto e leia o novo artigo de João Lanari Bo)
Revista da Semana | 23 de setembro de 2021
EM CASA
SONHO DE RUI
(2019, Brasil, 70 minutos, de Cavi Borges e Ulisses Mattos) CRÍTICA AQUI
O fracassado ator Rui (Pedro Monteiro) herda um apartamento milionário de seu pai e decide colocar a venda para realizar o seu sonho. Rui quer estrelar um remake de um filme famoso de Chuck Norris lutando no Vietnã. Ao mesmo tempo ele precisa tentar vender o apartamento, negociar os direitos para produzir o filme e ainda lidar com sua vida amorosa. Toda a força do filme está em seu roteiro, que caminha pelo humor absurdo e existencialista, que importa cúmplices e defensivos sarros-picardia da “raça ruiva” (“arrotos de Fanta” com apenas “dois porcento no mundo”). Disponível na plataforma digital AMAZON PRIME VIDEO.
DIGA QUEM SOU
(Tell Me Who I Am, 2019, Reino Unido, 86 minutos, de Ed Perkins) CRÍTICA AQUI
Alex confia em seu irmão gêmeo, Marcus, para contar sobre seu passado depois que ele perde a memória. Mas Marcus está escondendo um segredo familiar sombrio. Perkins merece crédito por reabrir essa profunda ferida emocional, com o respeito e cuidado que ela merece. Mandou construir um estúdio minimalista para captar – e confrontar – depoimentos dos irmãos, modulando a distância entre o conhecimento de Marcus das situações de abuso sexual – ele é o polo consciente – com a inocência de Alex que, saindo do hospital e chegando em casa era, nas palavras do irmão, “um espaço negro e vazio… você perdeu tudo em sua vida e começa a partir de uma tela em branco; imagine como isso seria assustador”. Disponível na plataforma digital NETFLIX.
VALAN – VALE DOS ANJOS
(Valan – Az angyalok völgye, 2019, Hungria, 98 minutos, de Béla Bagota) CRÍTICA AQUI
O policial Peter investiga diversos desaparecimentos de jovens mulheres em um caso de rede de tráfico sexual. A cada menina que encontra, lembranças de sua irmã Juli, desaparecida há mais de vinte anos, vêm à tona. Após uma ligação, Peter é convocado a voltar a sua cidade natal na Transilvânia para investigar o caso do aparecimento de um corpo que, supostamente, pode ser de sua irmã. Agora, além de enfrentar os criminosos locais, Peter também terá que lutar contra seus próprios demônios do passado. Disponível na plataforma digital NOW.
UM CASAL INSEPARÁVEL
(2021, Brasil, 96 minutos, de Sérgio Goldenberg) CRÍTICA AQUI
Manuela (Nathalia Dill) é professora de vôlei de praia, determinada e autoconfiante. Ela nunca pautou sua felicidade a um relacionamento e não planeja se casar. Léo (Marcos Veras) é um pediatra bem-sucedido, carismático e extremamente sedutor. Os dois se apaixonam e passam a levar uma vida juntos, mas um desencontro acaba provocando a separação. Em meio a brigas e momentos de nostalgia, e com a ajuda da manipuladora Esther (Totia Meirelles), mãe de Manuela, os dois vão descobrir se são mesmo inseparáveis. Disponível na plataforma digital TELECINE.
DENTRO DE CASA
(Dans la maison, 2012, França, 105 minutos, de François Ozon) CRÍTICA AQUI
Germaine é um professor de literatura frustrado pela mediocridade de seus alunos, até que descobre Claude e fica obcecado em ajudá-lo. Mas Claude não está fazendo algo correto para se inspirar. Entra na casa de um colega, espia e escreve. Em “Dentro de Casa”, há também busca à interação por sinestesia pela técnica cinematográfica. A batida da música constrói os cortes das imagens e o zoom (aproximação) trabalha cirurgicamente a transposição personificada dos elementos ao roteiro. A linguagem verborragia imerge o espectador, prendendo sua atenção, fornecendo surpresas, consequências inesperadas e curiosidade aos próximos acontecimentos. Disponível nas plataformas digitais FILME FILME e AMAZON PRIME VIDEO.
PIRIPKURA
(2017, Brasil, 82 minutos, de Mariana Oliva, Renata Terra e Bruno Jorge) CRÍTICA AQUI
Os únicos sobreviventes do povo indígena Piripkura estão vivendo em uma área protegida no Mato Grosso. Cercados por fazendas, eles vivem com um machado velho e uma pequena tocha acesa pela última vez em 1998. Para que a área continue sob proteção, a cada dois anos uma expedição da FUNAI vai ao local assegurar que os dois ainda estão vivos. O filme nos ensina como contar uma história de sofrimento e opressão, mas também de afeto e esperança de uma maneira muito comovente. A questão indígena (assim como a quilombola, a LGBTs, entre muitas outras) deveria ser debatida todos os dias, assim como debatemos a corrupção e a violência, até porque os índios estão do lado mais vulnerável de uma colonização opressora e assassina praticada ainda hoje. Disponível na plataforma digital MUBI.
ANOS 90
(Mid90s, 2018, Estados Unidos, 84 minutos, de Jonah Hill) CRÍTICA AQUI
A história segue Stevie, de treze anos de idade, na década de 1990, em Los Angeles, que passa o verão navegando entre sua conturbada vida doméstica e um grupo de novos amigos que encontra em uma loja de skate da Motor Avenue. “Anos 90” é sobre a necropsia de um mundo cão, traduzido por um intimista estudo de caso extremamente inocente observado por hipotéticos diálogos sem sentido, quase “idiotas”. Tudo é captado pelo olhar ingênuo demais de uma câmera que pulula gatilhos comuns e obviedades para criar um tempo amador, para assim expor dramas disfuncionais e retro-alimentados pela repetição dos erros. Disponível nas plataformas digitais HBO MAX e AMAZON PRIME VIDEO.
NOMADLAND – SOBREVIVER NA AMÉRICA
(Nomadland, 2020, Estados Unidos, 107 minutos, de Chloé Zhao) CRÍTICA AQUI
Após o colapso econômico de uma colônia industrial na zona rural de Nevada (EUA), Fern (Frances McDormand) reúne suas coisas em uma van e parte rumo a uma viagem exploratória, fora da sociedade dominante, como uma nômade dos tempos modernos. Para cada minuto de tela, um novo ufanismo. É uma barbaridade de como a moral cristã dos norte-americanos acaba salvando os que “possuem a sorte de nascer nos EUA” e que por estarem na “terra da liberdade” podem lutar contra o sistema opressor. Disponível na plataforma digital TELECINE.
MEU AMIGO FELA
(2019, Brasil, 94 minutos, de Joel Zito Araújo) CRÍTICA AQUI
A história do músico nigeriano Fela Kuti, em contrapartida à perspectiva comum de sua imagem como um excêntrico pop star. Através de conversas com seu amigo pessoal e biógrafo oficial, Carlos Moore, o documentário constrói um complexo olhar sobre suas influências, seus relacionamentos, sua espiritualidade e o contexto cultural e histórico em que o músico viveu sua vida. Em “Meu amigo Fela”, é interessante ver como o diretor traça seu processo de construção fílmica com um olhar crítico que se dá através de sua montagem, onde joga alguns argumentos contrários na tela buscando dar ao espectador a livre opinião. Disponível na plataforma digital GLOBOPLAY.
O AMANTE DUPLO
( L’Amant Double, 2017, França, 107 minutos, de François Ozon) CRÍTICA AQUI
Chloé (a atriz Marina Vacht) é uma mulher reprimida sexualmente que, constantemente, sente dores na altura do estômago. Acreditando que seu problema seja psicológico, ela busca a ajuda de Paul (o ator Jérémie Renier), um psicólogo. Só que, com o andar as sessões de terapia, eles acabam se apaixonando. Diante da situação, Paul encerra a terapia e indica uma colega para tratar a esposa. Entretanto, ela resolve se consultar com outro psicólogo, o irmão gêmeo de Paul, que ela nunca tinha ouvido falar até então. Disponível na plataforma digital AMAZON PRIME VIDEO.
VER MAIS
BALANÇO GERAL E VENCEDORES DO FESTIVAL DE CINEMA DE TORONTO 2021
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LIVE TUDO SOBRE O QUE ACONTECEU NO FESTIVAL DE TORONTO 2021
https://www.youtube.com/watch?v=ir6XPVTSSUs
CONHEÇA OS VENCEDORES DO FESTIVAL CINEFANTASY 2021
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TUDO SOBRE O ASSIM VIVEMOS – FESTIVAL INTERNACIONAL DE FILMES SOBRE DEFICIÊNCIA 2021
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TUDO SOBRE O FAM – FESTIVAL FLORIANÓPOLIS AUDIOVISUAL MERCOSUL 2021
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Revista da Semana | 23 de setembro de 2021
EM CASA + NOS CINEMAS
DORA E GABRIEL
(2020, Brasil, 83 minutos, de Ugo Giorgetti) CRÍTICA AQUI
No centro de São Paulo, um imigrante libanês há muitos anos no Brasil é assaltado e jogado no porta malas de seu próprio carro. Uma mulher, testemunha do acaso que passava pelo local, também é lançada no mesmo espaço. Sem nunca terem se visto na vida, os dois são obrigados a dividir o minúsculo ambiente sem saber por onde o automóvel circula. “Dora e Gabriel” encontra uma solução curiosa na iniciativa da resolução sem escapes, mas esquece que a própria situação se constrói a partir de necessidades que o longa jamais explora. Em nenhum momento sentimentos o temor pela vida de nossos personagens, pelo contrário, existem dois universos paralelos na película: seu confinamento que se torna, em parte, a própria proteção das repetidas violências do exterior, e o espaço não filmado que mantém a imaginação do público trabalhando nesse meio tempo. Disponível na plataforma digital NOW.
NOS CINEMAS
(Nosso site precisa informar que este editorial apenas segue o protocolo de listar as críticas dos filmes que estrearam, mas nós seguimos nossa campanha de não estímulo às salas escuras #fiqueemcasa e #cinemasaindanão)
A CHORONA
(La Llorona, 2019, Guatemala, 97 minutos, de Jayro Bustamante) CRÍTICA AQUI
Alma e seus filhos são assassinados em um conflito armado na Guatemala. Trinta anos depois, é instaurado um processo criminal contra Enrique, o general aposentado responsável pelo genocídio. Mas ele é absolvido no julgamento, para a revolta da população, que cerca sua casa em protesto. Preso em sua mansão com sua esposa, filha e empregados insatisfeitos, Enrique fica paranoico e começa a ouvir lamentos misteriosos durante a noite. O que ele não sabe é que sua nova governanta, Alma, está lá para cumprir a vingança que o julgamento não foi capaz de fazer.
ARANHA
(Araña, 2020, Chile, Brasil, Argentina, 105 minutos, de Andrés Wood) CRÍTICA AQUI
Na década de 1970, Inés, Justo e Gerardo pertenciam a um violento grupo nacionalista que pretendia derrubar o governo de Salvador Allende. Em meio ao fervor desse conflito, eles se envolvem em um apaixonado triângulo amoroso e cometem um crime político que os separa para sempre. Quarenta anos depois, Gerardo surge inspirado não apenas pela vingança, mas também pela obsessão de reviver a causa nacionalista. Quando ele é preso por assassinato e a polícia descobre um arsenal em sua casa, o caso inevitavelmente passa a envolver seus antigos aliados. Mas Inés, hoje uma influente empresária, fará de tudo para impedir que Gerardo revele o passado dela e de Justo, seu marido.
NO RITMO DO CORAÇÃO
(CODA, 2021, França, Estados Unidos, 110 minutos, de Siân Heder) CRÍTICA AQUI
Ruby é a única pessoa que não é surda em sua família. Ao mesmo tempo em que enfrenta os dilemas da idade e a responsabilidade de ser a intérprete da família, Ruby descobre seu talento musical. Em meio a dificuldades nos negócios da família, se vê dividida entre seguir sua paixão pela música em outra cidade e o medo de deixar os pais. Classificação indicativa 14 anos, contém drogas, conteúdo sexual e linguagem imprópria. “No Ritmo do Coração” sugere, sempre que pode, que cantar é um ato de se libertar, é a ausência de palavras para explicar o sentimento e recorre ao lado lúdico do talento.
A GAROTA DA MOTO
(2021, Brasil, 85 minutos, de Luis Pinheiro) CRÍTICA AQUI
Joana, uma jovem mãe que trabalha como motogirl, descobre acidentalmente uma fábrica em que mulheres refugiadas são exploradas como escravas. Ela enfrenta os bandidos e liberta as mulheres, mas atrai para si um novo problema. O chefe do esquema de segurança que controlava o esquema de exploração precisa provar sua eficiência depois desse fracasso. Para isso, ele decide que irá matar Joana e quem mais estiver com ela, para que sirva de exemplo. Uma emboscada é armada para quando Joana e seu filho, Nico, estarão participando de um mutirão na escola do menino. Joana, que é uma exímia lutadora, terá que defender não só o filho e a si mesma, mas todos na escola de um bando de criminosos fortemente armados e com ordem de exterminar quem estiver pela frente.
A DONA DO BARATO
(La Daronne, 2020, França, 106 minutos, de Jean-Paul Salomé) CRÍTICA EM BREVE
O filme conta a história de Patience Portefeux (Isabelle Huppert), uma tradutora policial francês-árabe que é especializada em escutas telefônicas para a unidade antinarcóticos. Um dia, enquanto escuta os traficantes procurados, ela descobre que um deles é filho da fantástica mulher que cuida da sua mãe. Ela decide protegê-lo e é trazida para o meio de uma rede de traficantes. Quando ela coloca as mãos em uma enorme carga de haxixe, com a ajuda de seu novo parceiro, o ex-cão policial DNA, ela aproveita a oportunidade e se torna Mama Weed, uma poderosa traficante de drogas.
PREMIAÇÕES
MELHOR FILME NO INFFINITO FILM FESTIVAL 2021
MADALENA
(2021, Brasil, 85 minutos, de Madiano Marcheti) CRÍTICA AQUI
Luziane, Cristiano e Bianca não têm quase nada em comum, além do fato de morarem na mesma cidade rural cercada por plantações de soja no oeste do Brasil. Embora não se conheçam, cada um deles é afetado pelo desaparecimento de Madalena. Em diferentes partes da cidade, cada um à sua maneira, eles reagem à ausência dela.
VEM AÍ…
SESSÃO BAÚ DO VERTENTES
GLAUBER ROCHA, CINEMA NOVO E UMA PROPOSTA DE BRASIL
(clique AQUI ou na foto e saiba tudo)
PRECISAMOS FALAR SOBRE CLINT EASTWOOD
(clique AQUI ou na foto e saiba tudo)
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