Os Vencedores do Festival de Berlim 2020
Por Redação
A noite começa com os diretores do Festival e o protocolo de apresentar famosos e celebridades políticas. E de discursar sobre agradecer a toda a audiência e aos patrocinadores. E os “obrigados” em todas as línguas. Confira todos os vencedores do Festival:
Urso de Ouro de Melhor Filme
“There is No Evil“, de Mohammad Rasoulof
As quatro histórias que compõem o longa-metragem oferecem variações sobre os temas cruciais como pena de morte, perguntando até que ponto a liberdade individual pode ser expressa sob um regime despótico e suas ameaças aparentemente inescapáveis. Mohammad Rasoulof apenas cria um elo narrativo frouxo entre essas histórias e, no entanto, todas elas estão trágica e inexoravelmente conectadas. Em um contexto da opressão, a escolha parece ser entre resistir e sobreviver. Mas a cada história interrompida abruptamente somos levados a nos perguntar como aqueles homens e mulheres podem reafirmar suas liberdades diante daquelas situações.
Urso de Prata Grande Prêmio do Júri
“Never Rarelly Sometimes Always“, de Eliza Hittman
Eliza Hittman consegue transformar o filme em uma obra-prima de precisão emocional, contando com as revelações Sidney Flanigan e Talia Ryder. A cena crucial que dá justifica o título certamente se tornará uma sequência icônica dentro da vertente do cinema feminista. Reconhecer sua própria alienação é parte do processo para implodi-la. Como uma gaiola de vidro quebrando em milhões de pedacinhos, é algo tão doloroso quanto espetacular de se testemunhas.
Urso de Prata de Melhor Diretor
Hong Sang-Soo, de “The Woman Who Ran“
Aparentemente, o 24º filme de Hong Sang-Soo mostra o cineasta de um modo ainda mais minimalista, diminuindo seu estilo – pesado em longas tomadas, diálogos e zooms – em sua essência e apresentando os três encontros com pequenas repetições e variações. No entanto, a estrutura arejada do filme é pontuada por interações indesejáveis com homens irados e interrompidos. Gamhee em particular deixa muito não dito nas conversas com seus amigos, mas isso ainda ressoa. E depois há o título enigmático. Quem é a mulher que correu? Do que ela está fugindo e por que? Com o amadurecimento de Hong como artista, chegou a hora de parar de compará-lo com Eric Rohmer ou Woody Allen e começar a falar sobre Anton Chekhov. O objeto principal de sua filmografia é a condição humana: como é ser e viver, conforme expresso pela maneira como nos comunicamos. “The Woman Who Ran” é uma joia misteriosa e sedutora que implica mais uma vez que um número infinito de mundos é possível.
O troféu foi entregue pelo brasileiro Kleber Mendonça Filho, membro do Júri do Festival de Berlim 2020. Uma boa notícia para quem está ansioso para conferir a nova obra do mestre Hang Sang-Soo: o filme será distribuído pela Pandora Filmes no Brasil, ainda sem data prevista de estreia.
Urso de Prata de Melhor Atriz
Paula Beer (“Undine“, de Christian Petzold)
Urso de Prata de Melhor Ator
Elio Germano (“Hidden Away“, de Georgio Diririti)
Urso de Prata de Melhor Roteiro
“Bad Tales“, de D’Innocenzo Brothers
Urso de Prata de Contribuição Artística Lightning
Jürgen Jürges (“Dau, Natasha”, de Ilya Khrzhanovskiy e Jekaterina Oertel)
Urso de Prata da 70a Berlinale
“Delete History“, de Bernoit Delépine e Gustave Kervern
Berlinale Melhor Documentário
“Irradiated“, de Rithy Pahn
O documentário é construído por pessoas que sobreviveram à radiação física e psicológica como consequência da guerra e é recomendado para aqueles que acreditam que são imunes a ela. Nas palavras do cineasta: “O que significa ser um sobrevivente não pode ser expresso em palavras. Para viver, fazer contato com essa irradiação, para a qual não pode haver causa, nem conhecimento, mas contra a qual não há proteção. O mal irradia. Dói – até gerações posteriores. Mas além dessa dor está a inocência”. “Irradiated” não é uma obra feita para a galeria de arte, mas um filme extremo e necessário que penetra nos olhos e no coração com força inabalável. Rithy Panh mantém o papel de testemunha, assim como Marceline Loridan, outro sobrevivente, que convive com a radiação e ainda mantém uma visão clara da vida.
GWFF Melhor Primeiro Filme
“Los Conductors“, de Camilo Restrepo
Menção Honrosa
“Naked Animals“, de Melanie Waelde
Menção Especial
“Notes From The Underground“, de Tizza Covi e RainerFrimmel
Urso de Ouro de Melhor Curta-Metragem
“T“, de Keisha Rae Whiterspoon
Urso de Prata de Melhor Curta-Metragem
“Filipiñana“, de Rafael Manuel
Prêmio Audi Curta-metragem
“Genius Loci“, de Adrien Mérigeau
Mostra Encontros – Prêmio Black Bear
Melhor Filme
“The Works and Days”, de C.W. Winter e Anders Edström
Prêmio Especial do Júri
“The Trouble With Being Born“, de Sandra Wollner
Melhor Diretor
Cristi Puiu (“Malmkrog”)
Menção Especial
Mathias Piñeiro (“Isabella)
Confira aqui os vencedores da Mostra Geração, Mostra Perspectiva e Mostra Panorama do Festival de Berlim 2020.