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Zumbilândia

Ficha Técnica

Diretor: Ruben Fleischer
Elenco: Amber Heard, Emma Stone, Bill Murray, Abigail Breslin, Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Mike White.
Produção: Gavin Polone
Roteiro: Rhett Reese, Paul Wernick
Fotografia: Michael Bonvillain
Trilha Sonora: David Sardy
Distribuidora: Sony Pictures
Duração: 81 minutos
Ano: 2009
País: Estados Unidos
COTAÇÃO: MUITO BOM

A opinião

Uma cidade destruída. Os zumbis dominando e alimentando-se de seres humanos. “Esse não é os Estados Unidos, mas Zumbilândia”. Columbus (Jesse Eisenberg), narrador da história, criou o hábito de fugir daquilo que o assusta. Já Tallahassee (Woody Harrelson) não tem medo de nada. Em um mundo cheio de zumbis, os dois trabalham juntos para sobreviver.

A metáfora dos problemas de convivência com os outros, os transformando em seres nojentos e que precisam dos outros para continuarem realizando o mesmo estilo de vida, define as regras que podem ou não ser quebradas para continuar vivendo entre eles. “Zumbis ou não descobri o meu caminho”, diz-se sobre a solidão das multidões e complementa-se “Se tem medo do que tem lá fora, você para de ir lá fora”.

O sarcasmo afiado, debochado, incrivelmente inteligente de referências modernas e deliberadamente de escracho do politicamente correto, como durante a morte de um Zumbi “Não seja sovina com as balas” e sobre os moradores de rua “Um sem teto tentou me morder”, é sinônimo de diversão terror-comédia para quem assiste, e digo no melhor aspecto da palavra. Há consistência do roteiro em um misto de Peter Jackson e Roberto Rodriguez, com sua camera lenta da destruição com música libertadora de paradigmas. É uma grande brincadeira com efeitos primários, porém competentes e não amadores. Esse desprendimento experimentalista adiciona Bill Murray com suas referências cinematográficas. “O caça-fantasma tem uma ligação direta com o meu senso de humor”, diz-se.

“Tenho saudade de quando as coisas eram simples e menos psicóticas”, questiona o estrategista matador de zumbis. Os questionamentos sobre bolinhos, as mortes sádicas, as metáforas sobre o ‘cachorro’ mais importante da nossa vida criam uma atmosfera despretensiosa que é feito tanto para os pais intelectuais quanto para os filhos rebeldes com seus “jogos violentos de video-game”, diz a pequena miss sunshine.

Regras são acrescentadas “Aproveitar as pequenas coisas” e outras são quebradas “Seja um herói para impressionar”. Outras frases remetem à reflexão “Somos todos orfãos em Zumbilândia”, “É difícil crescer em Zumbilândia”.

O ser humano é descrito com precisão e sobriedade. “Sou um cara com ansiedade crônica”, diz-se fazendo uma necropsia dos sentimentos mais íntimos e resignados de cada um. “A melhor coisa em Zumbilândia é que não há atualização do facebook”, constata-se.

Em um parque de diversões o lado utópico e fantasioso permanece. Porém quando a luz é ligado a diversão dos zumbis começa. Um pequeno grande filme. Orçamento baixo, com aura de filme independente, extremamente inventivo, atende as expectativas de gregos e troianos, se não esquecer que é um filme de terror juvenil com elementos dessa categoria. Vale muito a pena ser visto. Recomendo.

O Diretor

Ruben Fleischer está rodando a segunda parte de Zombilândia, com Woody Harrelson (o mesmo sádico e adorador de bolinhos do primeiro) e Jesse Eisenberg. Realizou inúmeros trabalhos para televisão. Em cinema dirigiu “The Girls Guitar Club” (2001) e participou da equipe de “Borat”. O próximo filme é Between Two Ferns with Zach Galifianakis (2009).

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