Revista da Semana | 25 de março de 2021
Estreias e Dicas desta quinta-feira
Por Redação
Após a perda de mais de 300 mil pessoas no período de um ano e de mais de 3000 em um único dia, nós precisamos realmente acreditar que a arte pode salvar. Que pode com seu poder manter todos em lockdown, a palavra do momento para confinamento. Alguns brigam e dizem que é prisão. Outros conscientes, radicalizam permanecendo em casa. O agora está estranho. Muito estranho. Neste instante, mais de doze festivais de cinema acontecem ao mesmo tempo. Pois é, achamos que nem uma máquina conseguiria aguentar muito tempo sem se recarregar. O tom frenético do início transformou-se em urgência. Em obrigação de se produzir. Mas será que tudo isso é saudável? Será que realmente precisamos “atender” as “ordens” da atualidade? Não podemos simplesmente sentir melancolia e ficar em silêncio por aqueles que foram para mundos melhores?
Essas dúvidas estimulam uma questão de um milhão de dólares: o que podemos fazer com nosso tempo sem a influência externa. Há agora uma ansiedade que corrói minutos, nos deixando “culpados” pelo desejo de “tédio”. Sabe aquele tempo vazio para pensar? Não existe mais. E assim, outra questão é alimentada: como produzir qualidade se não podemos parar. Nosso site há anos tem a filosofia minimalista do PPP (Pausa Para Produzir). É preciso, necessário e decisivo para restaurar sinapses e energias.
Sim, mas o que estimula essa tal felicidade? Nossas afinidades. Assistir filmes, ler, ouvir músicas pular corda… No caso do Vertentes do Cinema é imergir na sétima arte, na curadoria do Curta Cinema 30 anos e logo depois no Festival Estação Virtual 30 Anos. A Revista Semanal do Vertentes do Cinema pode também ajudar. Um guia editorial que condensa o que acontece no universo cinematográfico. Dicas/ lançamentos nos streaming, curtas-metragens, festivais de cinema, cineclubes e muito mais. Confira tudo e nos acompanhe diariamente! Bem-vindos(as)(es) a Revista da Semana!
CURTA DA SEMANA
O PORTEIRO DO DIA
ASSISTA AQUI (2016, Brasil, 25 minutos, de Fábio Leal, CRÍTICA AQUI). Após trocar olhares entre “bom dia” e “boa tarde” diários, Marcelo se dá conta que é hora de tentar algo mais com Márcio, o porteiro de seu prédio. Classificação indicativa: 18 anos.
PRÓXIMO CURTA
AMIGO SECRETO
(2004, Brasil, 28 minutos, de Marcio Salem). Todas as casas do bairro recebem uma carta ás vésperas do natal, menos a de dona Olga. Inconformado, o carteiro tenta fazer de tudo para que ela receba uma correspondência também. Com Tuca Andrada, Bárbara Paz, Laura Cardoso. ESTREIA 01/04, 00:01.
Revista da Semana | 25 de março de 2021
EM CASA
DRUK – MAIS UMA RODADA
(Druk, 2020, Dinamarca, 117 minutos, de Thomas Vinterberg, CRÍTICA AQUI). Quatro amigos, todos professores do ensino médio, testam a teoria de que melhorarão suas vidas mantendo um nível constante de álcool no sangue. Se o manifesto Dogma foi ou não malcriação de jovens rebeldes, não importa: já “Druk – Mais Uma Rodada” é um despertar do sono dogmático de quatro professores de meia idade, entre eles Martin (Mads Mikkelsen, em notável atuação), especialista em história particularmente entediado e beirando a invisibilidade. Disponível nas plataformas digitais NOW, iTunes/Apple TV, Google Play e YouTube.
CABRAS DA PESTE
(2021, Brasil, 97 minutos, de Vitor Brandt, CRÍTICA AQUI). Uma dupla de policiais improváveis, muita investigação, cenas de luta com artes marciais e… uma cabra! O combo perfeito para uma comédia genuinamente brasileira. “Cabras da Peste” mira cifras e consegue uma boa repercussão, apostando alto no carisma de seus protagonistas, que conseguem atrair um público que acompanha a carreira dos dois atores. Disponível na plataforma digital Netflix.
SIRON. TEMPO SOBRE TELA
(2019, Brasil, 91 minutos, de Rodrigo Campos e André Guerreiro Lopes, CRÍTICA AQUI). “Eu lembro mais das coisas que pintei do que das coisas que vivi”, diz, em certo ponto da abertura do filme, Siron Franco, 71, tido por pensadores como Ferreira Gullar como um dos maiores pintores brasileiros de todos os tempos. Encadeando pensamentos e memórias em associações inusitadas e reveladoras, a dar foco ao tempo que brota da interação de um arquivo pessoal inédito com novas filmagens, o documentário ilumina a personalidade inquieta e a mente criadora do artista, onde fronteiras entre realidade, memória e sonho se dissolvem. Disponível nas plataformas de streaming, Belas Artes A La Carte, Now, Vivo TV, Sky Play e Looke.
FALE COM A ABELHAS
(Tell it to the bees, Inglaterra, Suécia, 2018, de Annabel Jankel, CRÍTICA AQUI). Depois da morte do pai, a médica Jean Markham (Anna Paquin) volta à sua cidade natal para assumir as funções dele. E é aí que ela conhece Charlie (Gregor Selkirk) e sua mãe Lydia (Holliday Grainger), e sua vida começa a tomar um rumo inesperado. Disponível nas plataformas digitais NOW, SKY Play, Vivo Play e Looke.
VIAJO PORQUE PRECISO, VOLTO PORQUE TE AMO
(2009, Brasil, 75 minutos, de Karim Aïnouz e Marcelo Gomes, CRÍTICA AQUI). José Renato (Irandhir Santos) tem 35 anos, é geólogo e foi enviado para realizar uma pesquisa, onde terá que atravessar todo o sertão nordestino. Sua missão é avaliar o possível percurso de um canal que será feito, desviando as águas do único rio caudaloso da região. À medida que a viagem ocorre ele percebe que possui muitas coisas em comum com os lugares por onde passa. Desde o vazio à sensação de abandono, até o isolamento, o que torna a viagem cada vez mais difícil. Disponível na plataforma digital Netflix.
MÃE + MÃE
(Mamma + Mamma, 2018, Itália, 84 minutos, de Karole di Tommaso, CRÍTICA AQUI). O filme é baseado na vida da diretora, e conta a história de duas mulheres que se amam e que desejam ter um filho juntas. Karole e Ali ainda não sabem que o entusiasmo dessa primeira tentativa será seguido por muitas mudanças, mas quando o desejo se torna mais forte que a dor e o cansaço, milagres podem acontecer. Disponível na plataforma digital Supo Mungam Plus.
INFLATABLE SEX DOLL OF THE WASTELANDS
(Kôya no Dacchi waifu, 1967, Japão, 85 minutos, de Atsushi Yamatoya, CRÍTICA AQUI). Um pistoleiro é contratado para rastrear uma mulher sequestrada. A busca no submundo onírico de Tóquio do final dos anos 60 converge para um encontro fatídico no bar às três da tarde com seu arqui-inimigo. Uma das regras básicas do “pinku” são cenas de sexo a cada dez minutos (no máximo), sejam associadas à violência, à política, à história, ou a qualquer recurso dramático julgado oportuno. Disponível na plataforma digital Mubi.
Revista da Semana | 25 de março de 2021
OS VENCEDORES DO FESTIVAL CURTA CINEMA 30 ANOS
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COBERTURA COMPLETA DA MOSTRA DE CINEMA DE TIRADENTES | SP 2021
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CINECLUBE RECINE #31
Revista da Semana | 25 de março de 2021
SELEÇÃO ESPECIAL CINEMATECA FRANCESA
ESPECIAL CLÁSSICOS FILMES TAILANDESES
O CARNIÇAL
ASSISTA AQUI (พรายตะเคียน, 1940, Tailândia, 11:57, realizador Anônimo, Silencioso). O espírito vingativo de Takian aterroriza os aldeões e o feiticeiro que tenta fazê-la desaparecer. Filme digitalizado em 4K do negativo de nitrato em 2018 pelo Thai Film Archive. Agradecimentos a Chalida Uabumrungjit e Kong Rithdee (Arquivo de Filmes Tailandeses), Diane Courtois (Embaixada da França na Tailândia) e Aliosha Herrera.
Prai Takian é um exemplo típico dos curtas que foram pré-exibidos nos cinemas – uma prática comum na época – e também é o filme de terror mais antigo da coleção do Thai Film Archive. Excelente qualidade de produção, o filme se apresenta como uma peculiaridade peculiar e kitsch, e reúne as marcas dos filmes de terror tailandeses que ainda podem ser encontrados hoje: aldeões fugindo da aparência de um ghoul ou um mago convocando o espírito do fantasma para o seu Cova. Os filmes de terror tailandeses são historicamente impregnados de animismo rural, mas costumam misturar terror e comédia. O fantasma feminino do filme, Takian, também aparece como o ancestral cinematográfico de muitos fantasmas tailandeses que se materializariam na tela nas décadas seguintes. O fantasma tailandês mais famoso, Nang Nak, também é um espírito feminino que retorna após a morte para encontrar seu marido e filho. Sua história foi contada em mais de 40 filmes desde meados da década de 1950, sendo a mais conhecida a versão de 1999 dirigida por Nonzee Nimibutr.
Revista da Semana | 25 de março de 2021