Revista da Semana | 19 de agosto de 2021
Estreias e Dicas desta quinta-feira
Por Redação
O editorial da Revista do Vertentes do Cinema desta semana é mais uma pergunta: “Que mundo nós esperamos encontrar no futuro próximo?”, que se funde em atravessamentos sobre “qual o tempo que queremos ter”. Toda essa filosofia residual e coloquial, vem muito pelas análises (e “incômodos circunstanciais”) alimentadas pelo novo livro, “O Deus das Avencas”, do escritor paulista-gaúcho Daniel Galera. A cada parada durante a leitura, entre um capitulo e outro, este site percebeu uma mudança comportamental. Uma alteração de um ambiente já definido e agora invadido por uma urgência de busca que não se permite pensar sobre e que impede que nossas sensações sejam invadidas por um vazio. Um ócio pensante que nos desconecta de nós mesmos (micros, intimistas e subjetivos) para encontrar o contexto e o plano geral do macro. Que incômodo era esse? Uma culpa latente de se estar perdendo tempo. Uma aceleração que mais representa um estupro consentido. E que entra em conflito com o verdadeiro querer de deixar a mente ir e divagar. E/ou assistir ao vídeo acima, uma entrevista-live produzida pela Companhia das Letras. E/ou buscar referências em outras obras, que “furam” a fila da lista interminável que tempos de consumos literários.
Sim. Que mundo nós realmente queremos? Nessa semana, inúmeros festivais aconteceram ao mesmo tempo. Alguns muito importantes como o de Gramado. Este site sempre conversa com seus botões. Troca uma ideia. E em uma dessas viagens conversadas, um botão alertou que talvez toda a humanidade esteja vivendo um loop temporal. O dia da marmota. Quem sabe? Ué, mas alguns questionarão que nós somos um site de cinema. Sim, exatamente e para que as críticas melhoram é preciso, obrigatório diríamos, estudar tudo. Por exemplo, intercalando o livro, o Vertentes do Cinema está em processo de maratona: revendo todas as temporadas do seriado de animação “South Park”, sobre meninos de oito anos, desbocados e verdadeiros, que critica a idiotização das ações do povos do mundo, especialmente aos norteamericanos. Ninguém se salva de ser “sacaneado”. Ao assistir um episódio, nós entendemos mais do mundo em que vivemos. Pela comédia rasgada. Essa informação ajuda por exemplo para abordar linhas analíticas sobre o novo filme de Marcelo Galvão, “Fourth Grade”, filme de encerramento do Festival de Cinema de Gramado 2021.
Sim, tudo está conectado. Assim, a Revista da Semana do Vertentes do Cinema segue, em agosto de 2021, na resistência saudosista do tempo, servindo como uma guia-base ao que está acontecendo na sétima arte, mas com a curadoria (segundo o crítico Carlos Alberto Mattos) da realidade possível. Até porque nós ainda não importamos a ficção de “Matrix”, tampouco a novela parte dois do livro do Galera. Venha e se junte à invertida luta-batalha de perder o tempo e não se sentir culpado por isso.
Revista da Semana | 19 de agosto de 2021
CURTA DA SEMANA
SESSÃO CINEMA BRASILEIRO
CASAL
(2014, Brasil, 9 minutos, de Thales Banzai) ASSISTA AQUI
Com Julia Ianina e Geraldo Rodrigues. Um casal acorda em casa em um dia chuvoso. Durante toda a manhã eles evitam um ao outro em suas ações cotidianas, até o momento em que se sentam à mesa do café da manhã e refletem sobre a situação real em que se encontram.
PRÓXIMO CURTA
CAETANA
(2014, Brasil, 15 minutos, de Felipe Nepomuceno)
Abril de 2014. Ariano Suassuna conversa com Caetana, como a morte é chamada no sertão nordestino. Com fotografia de Lula Carvalho. ESTREIA 26/08, 00:01.
EM CASA
O ATALHO
(Meek”s Cutoff, 2010, Estados Unidos, 102 minutos, de Kelly Reichardt) CRÍTICA AQUI
Em 1845, uma caravana de três famílias contrata o caçador de peles Stephen Meek para guiá-las através do Oregon em busca de terras para se estabelecerem. Alegando conhecer um atalho, Meek leva o grupo por uma trilha desconhecida através do deserto das altas planícies. Reichardt dedica-se a mostrar, ao contrário desse código entronizado por Hollywood, longos intervalos da rotina diária de viagens de seus personagens, sem que uma única linha de diálogo seja falada. Nada acontece e tudo acontece. Disponível na plataforma digital MUBI.
A VIDA SEM VOCÊ
(Are We Lost Forever, 2020, Suécia, 106 minutos, de David Färdmar) CRÍTICA AQUI
O relacionamento entre Adrian e Hampu vinha tomando caminhos cada vez mais destrutivos, até que em uma conversa fatídica tudo termina. Acostumados a viver como um casal, eles precisam de alguma forma seguir em frente. Mas o processo de cura é muito diferente para cada um, enquanto Hampus está aliviado pelo término, Adrian fica arrasado e ainda sonha em reatar o relacionamento. Perdidos entre tentativas desesperadas de reencontro, tristeza profunda e relações frias e rápidas, eles vão ficando cada vez mais longe um do outro. Disponível na plataforma digital CINEMA VIRTUAL.
A TORRE
(2019, Brasil, 72 minutos, de Sérgio Borges) CRÍTICA AQUI
André se isola numa floresta. Ele sente sua vida ruindo, tem medo e procura lidar com as perdas, a culpa e a nova configuração da sua vida. Um raio cai do céu, as forças da natureza atuam sobre seu corpo. Entre a insônia e os sonhos que o levam ao passado, é visitado por sua juventude, por sua ex-mulher e sua filha. Ele terá que enfrentar seus fantasmas para seguir adiante. Disponível na plataforma digital MUBI.
JEFFREY EPSTEIN: PODER E PERVERSÃO
(Jeffrey Epstein: Filthy Rich, 2020, Estados Unidos, 227 minutos em 4 episódios, de Lisa Bryant) CRÍTICA AQUI
Sobreviventes revelam a manipulação e as cicatrizes emocionais sofridas nas mãos do milionário pedófilo Jeffrey Epstein. Por meio de entrevistas e minucioso levantamento dos fatos, é exposta uma colossal prática de abuso sexual, que levaram à prisão de Epstein em 2019. “Jeffrey Epstein: Poder e Perversão” estreou menos de um ano depois da morte de Epstein, com 66 anos, oficialmente por suicídio, em uma prisão de Nova York. “Não há justiça nisso”, disse Shawna Rivera, uma das sobreviventes, que acusa Epstein de abuso quando ela tinha 14 anos: “havia muito mais a ser dito que nunca será dito. Disponível na plataforma digital NETFLIX.
PARTIDA
(2019, Brasil, 94 minutos, de Caco Ciocler) CRÍTICA AQUI
Diante do resultado da última eleição no Brasil, a atriz Georgette Fadel decide se candidatar à presidência em 2022. E, para se reencontrar com anseios políticos que no momento pareciam impossíveis, ela embarca em uma viagem de ônibus ao Uruguai, na utópica tentativa de passar a virada do ano com o ex-presidente uruguaio Pepe Mujica. Mas ela não parte sozinha. Ainda nos primeiros minutos, esbarra em Léo, um empresário rico, com posições políticas polêmicas, mas que se tornará, quem diria, o maior parceiro de jornada de Georgette. Disponível na plataforma digital AMAZON PRIME VIDEO.
BERGMAN 100 ANOS
(Bergman – ett år, ett liv, 2018, Suécia, 118 minutos, de Jane Magnusson) CRÍTICA AQUI
Uma homenagem ao diretor sueco Ingmar Bergman no ano de seu centésimo aniversário. O cineasta é reconhecido como um dos precursores do cinema moderno, tendo dirigido e roteirizado obras clássicas como “Persona” e “Gritos e Sussurros”. “Bergman – 100 Anos” é também um auto-retrato de fascinação. Sobre a magia dos movimentos e danos duradouros. Um ser humano que usava a verborragia para esconder a verdade silenciosa. Nos filmes, uma fuga ao mundo ilusório. Que quando escolheu se politizar, defendeu Adolf Hitler (“pelo poder emanado”). Mas a fase foi rápida. Disponível na plataforma digital RESERVA IMOVISION.
ENTRE NÓS, UM SEGREDO
(2019, Brasil, 78 minutos, de Beatriz Seigner e Toumani Kouyaté) CRÍTICA AQUI
ntre nós, um segredo conta a história de Toumani Kouyaté, que, em 2014, estabelecido com sua família no Brasil, foi surpreendido pela convocação de seu avô a retornar com urgência ao Mali, seu país natal, junto com outros mais de 40 cidadãos malineses que moravam fora, para ouvi-lo contar uma última história. Seu avô sentia a morte se aproximar e precisava passar segredos da nação para a linhagem de Djélis mais jovens. A cultura oral, vista como um dos maiores tesouros do Estado, capaz de protegê-los de guerras e crises, é também um componente importante social e político que precisava de continuidade. E é nessa aventura real que descobrimos um universo nunca antes visto pelo mundo. Disponível na plataforma digital MUBI.
100 DIAS DE RESISTÊNCIA
(Ji bo Azadiyê, 2019, Síria, 114 minutos, de Ersin Çelik) CRÍTICA AQUI
Zilan, uma jovem, retorna à sua cidade natal em busca dos vestígios de seu irmão morto, assassinado pelo Estado Islâmico. Mas sua cidade não é o que costumava ser: as tensões sociais e políticas se agravaram em um estado de guerra. O povo se levantou para exigir sua autonomia política e a polícia e o exército os reprimiram com força brutal. Mas a resistência da cidade continuará por mais de 100 dias e Zilan não permanecerá uma testemunha passiva. A partir dos diários de quem morreu lutando e de depoimentos de sobreviventes, que interpretam os protagonistas do filme, o primeiro longa de Çelik explora conceitos como esperança, amizade, sacrifício e perda na luta pela liberdade de um grupo de jovens. Disponível na plataforma digital CINEMA VIRTUAL.
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NOS CINEMAS
(Nosso site precisa informar que este editorial apenas segue o protocolo de listar as críticas dos filmes que estrearam, mas nós seguimos nossa campanha de não estímulo às salas escuras #fiqueemcasa e #cinemasaindanão)
LIMIAR
(2020, Brasil, 73 minutos, de Coraci Ruiz) CRÍTICA AQUI
“Limiar” é um documentário autobiográfico realizado por uma mãe que acompanha a transição de gênero de seu filho adolescente: entre 2016 e 2019 ela o entrevista abordando os conflitos, certezas e incertezas que o perpassam numa busca profunda por sua identidade. Ao mesmo tempo a mãe, revelada por meio de uma narração em primeira pessoa e por sua voz que conversa com o filho por detrás da câmera, passa ela também por um processo de transformação que a obriga a romper velhos paradigmas, enfrentar medos e desmantelar preconceitos.
VALENTINA
(2020, Brasil, 95 min, de Cássio Pereira dos Santos) CRÍTICA AQUI
Com Thiessa Woinbackk, Guta Stresser, Rômulo Braga, Ronaldo Bonafro, Letícia Franco, João Gott, Pedro Diniz. Valentina, uma menina trans de 17 anos de idade, muda-se para uma pequena cidade mineira com sua mãe, Márcia, para um recomeço. Com receio de ser intimidada na nova escola, a garota busca mais privacidade e tenta se matricular com seu novo nome. No entanto, a menina e a mãe começam a enfrentar dilemas quando a escola pública local começa a exigir, de forma injusta, a assinatura do pai ausente para realizar a matrícula.
NUNCA MAIS NEVARÁ
(Sniegu juz nigdy nie bedzie, 2020, Polônia, Alemanha, 113 minutos, de Malgorzata Szumowska) CRÍTICA AQUI
Um imigrante ucraniano que trabalha como massagista na Polônia se torna uma figura semelhante a um guru, em um condomínio fechado onde seus clientes moram. Tristes, os moradores encontram no massagista a cura para a dor em suas almas.
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TUDO SOBRE OS PREMIADOS DO FESTIVAL DE CINEMA DE LOCARNO 2021
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BALANÇO GERAL DO FESTIVAL DE CINEMA DE LOCARNO 2021
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ACOMPANHE NOSSA COBERTURA DIÁRIA DO FESTIVAL DE CINEMA DE GRAMADO 2021
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SESSÃO BAÚ DO VERTENTES
ENTREVISTA “B.O. O FILME”, DE DANIEL BELMONTE
https://www.youtube.com/watch?v=V6hbsTJUke8&t=1s
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