O Sol do Meio Dia

A opinião

A narrativa apresenta-se direta e sem rodeios. Economia nos excessos das ações respeita a inteligência do espectador. A fotografia com a sua luz acentuada e com a imagem suja de forma proposital é muito interessante. Aborda a trajetória interna dos personagens. Uns tentando buscar o eu, outros buscando sair dele. O enquadramento não deixa a desejar, ajudado pela bela paisagem. Mas a camera lenta incomoda deixando o filme inexperiente. No longa, personagens são apresentados como comuns. Não há ninguém bonitinho e de alma perfeita. Todos são a margem de algo. Os diálogos, na maioria das vezes, são apelativos e pedindo por favor ‘acredite em mim’. As interpretações estão meio a meio. Ora exageradas e patéticas, ora sensacionais, como as cenas do personagem do Chico que pede pra não apanhar mais e a cena da surpresa na rede. Enfim, empatadas. Ambienta os vários tipos do interior, que dizem coisas sem pensar, sem papas na língua. Todos participam da jornada de mútuo conhecimento e de vivência das durezas de cada um. “Silêncio medonho”, exemplifica o humor daquelas terras. Achei chato e repetitivo.

Notas da Diretora

“O filme se faz a revelia. Toda a luta no set para o filme chegar ao final, pra que todo esse sofrimento para contar uma história? Independente de ser ruim ou bom, fraco ou forte, para muitas pessoas, esse filme é de lideração. Agradeço a produtora por tentar projetos não preocupada com o mercado”.

Notas da Produtora

“Espero que curtam o sonho da Lili (Eliane)”.

Notas do Ator (Chico Diaz)

“Brilhantismo no roteiro. A ínfima parte que o ator tem neste filme, dedicar às mulheres”.

Ficha Técnica

Direção:Eliane Caffé
Roteiro:Luis Alberto de Abreu e Eliane Caffé
Elenco:Luiz Carlos Vasconcelos; Chico Diaz; Cláudia Assunção; Ary Fontoura
Fotografia:Pedro Farkas
Montagem:André Finotti
País:Brasil
Ano:2007

A Sinopse

Após o trágico desenlace de um crime passional, Artur parte das profundezas do Brasil para uma viagem em busca de sua redenção. No início da jornada ele conhece e une-se a Matuim, dono de uma velha embarcação, cuja alma burlesca e anárquica contrasta com a sua criando uma amizade de situações tensas e cômicas. A viagem rio abaixo termina de forma abrupta e ambos seguem juntos por terra. É quando surge Ciara, uma mulher que parte também do seu destino de origem indo em direção a cidade de Belém. Agora os três se unem num triangulo amoroso que trás a tona o “fantasma” do crime passional e os segredos e conflitos de cada um deles.

A Diretora

Nascida em 1961, é Graduada em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e fez Mestrado no Instituto de Estética y Teoria de las Artes da Universidade Autônoma de Madri. Dirigiu os curtas O Nariz (1987), Arabesco (1990) e Caligrama (1995) e os longas Kenoma (1998) e Narradores de Javé (2002). Este é seu terceiro longa-metragem.

Banner Vertentes Anuncio

Deixe uma resposta