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Legado Explosivo

Maxima culpa

Por Vitor Velloso

Legado Explosivo

“Legado Explosivo” de Mark Williams, produtor de calibre no cenário das atrocidades norte-americanas, é mais uma obra de ação nos dólares elevados do rosto de Liam Neeson. Louvemos o velho brucutu, não mais o Lobo Guará. Possui todo o arquétipo de limitações orçamentárias que estamos acostumados em filmes com Liam, o idoso matador. Tal como a política reacionária de seu país, louvando os frutos de um empreendedorismo particular, o longa se detém às necessidades imperialistas da representação na ação, toda uma construção que mira uma complexidade nas tramas arquitetadas por seu protagonista e atinge no máximo um “Caçadores de Mitos”.

Curiosamente, os simbolismos se cruzam na falácia industrial, o ator que jurou um dia ter creditado seu ódio à um homem negro, vêm acumulando forças conservadores em sua filmografia. Qualquer comentário que se distancie do “mais um filme de ação do Liam Neeson” estará floreando a obviedade do produto, que segue a cartilha máxima do “Busca Implacável”, com todo o discurso familiar, dogmático e cristão. A indústria se utiliza da mesma fórmula para sacramentar o subgênero pavimentado em torno dos mesmos rostos. Um trabalho de procura tacanho nos mostra que do roteiro à produção, estamos presos à indústria formulaica e pragmática das cifras e seus selos de virilidade e sanguinolência desenfreada. “Legado Explosivo” é a hipocrisia anti-estatal encarnada em policiais procurando a aposentadoria que não encontram na instituição, um “ladrão honesto” que quer viver o sonho norte-americano e sociedade que se fantasia de um famoso ladrão de bancos, ligando 191 para entregar-se em louvor de Justiça.

A marca não é nova, de Jesse James ao Bandido da Luz Vermelha, Pedrinho Hood no alto de suas instituições financeiras decide se render para proclamar-se “homem de bem”, mas na Bidenland, policiais são vítimas do sistema que não remunera de forma adequada e o país da liberdade vira um circuito de fraudes e roubos. Então, há a crítica do sistema norte-americano? Os reacionários se travestem do que bem entendem dentro de suas possibilidades negacionistas da realidade. O caminho mais fácil é atacar as instituições, consumar o espírito de nossas individualidades, provocar a dúvida generalizada e a saída violenta na base da bala. É curioso ver como uma sociedade “perfeita” e defensora das liberdades individuais, fomentaram os grilhões imperialistas e industrias para consolidar a própria idealização na sociedade e nos comportamentos e absolveram qualquer tipo de moral em prol de sua “prosperidade”. “Um homem deve fazer o que um homem deve fazer”, a máxima de pólvora e sangue segue dominando as telas ao redor do mundo.

Confiteor, do inglês Consifission, é a mea maxima culpa da história do cinema norte-americano. Cá, no milho, lá nas cápsulas dos idosos e o sangue de quem cruzar seu caminho eles seguem se ajoelhando para pedir perdão pelo fetichismo da violência que apenas se materializa na própria História e de como sua marcha em libertação, sempre ao Oeste, formaliza como um homem deve fazer para manter sua honra intacta. Afinal, a maior instituição dos EUA, não é a família, nem o capital, mas a prosperidade. “Legado Explosivo” destrona as últimas produções para competir aos piores do ano, com vigor e um punhado de cadáveres para libertar seu protagonista da opressão absoluta do Estado. Ó, remorso, como pôde atingir a ideia pecaminosa em uma sociedade tão bem resolvida com suas concepções seletivas do Evangelho.

Dinheiro.

Afinal, onde a obra acredita gerar a adrenalina nos cortes rápidos, provoca um sono profundo, transa com Morfeu e abraça Cassandra para nos confessar o monumento de devoção às bases históricas de seu reverências europeias Não há parâmetros para a indústria norte-americana, contudo garantimos que nossos letreiros à garoa seguem guardando Paulo Villaça e seu banditismo vulgar, falta do que fazer e avacalhação generalizada. Bandido honesto é a patavina do retumbância excremental. Neologismo de quinta para finalizar um protuberância advinda do teclado que marca o retorno às atividades pós-apocalipse pandêmico. Pêsames aos que se debruçaram em procura de discussão acentuada em torno da forma cinematográfica. Quem sabe na próxima. Feliz Ano Novo.

1 Nota do Crítico 5 1

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