A Dragon Arrives
Por Fabricio Duque
Direto do Festival de Berlim
19 de fevereiro de 2016

 

“Ejhdeha Vared Mishavad – A Dragon Arrives”, que integra a seleção competitiva oficial do Festival de Berlim 2016, é dirigido por Mani Haghighi (de “Men At Work”, “Abadan”), e se apresenta no mínimo curioso por se desvencilhar da estrutura clássica iraniana, galgando o gênero sobrenatural-terror-noir. O longa-metragem cria um grotesco-absurdo-experimental na narrativa que mescla documentário (entrevistas “reais”) com ficção representada. É uma mistura de “Arquivo X” com “Sobrenatural”. E passado no Irã. Baseado em uma história real, que aconteceu em 1965, a trama tenta desvendar estranhos e enigmáticos símbolos cinquenta anos depois, envolvendo um episódio da vida real. Inicia-se com a investigação do estranho caso, e a história é contada, com música eletrônica à moda de “Matrix”. Os cenários são encenados (a poeira na mesa e o enforcado em um cemitério – “Tem medo da noite? Não”). Entre possessões de espíritos, águas batizadas, sensações de cigarros causando psicodelia (“Você não vai entender até fumar” – sim, é verdade, este deveria ser um item obrigatório ao público) e delírios, teorias da conspiração, estranhezas, evidências, terremotos, alegorias, artifícios-liberdade-poética, sinais, festa cultural-local de anciões, especialistas “Caça-Fantasmas” é difícil entender o caminho proposto, transes, invenções maquinários, soando como uma “viagem” surreal-hippie-misteriosa-vanguardista de suspense curioso com partos de crianças “escolhidas” e fotografias antigas de todo o processo. Eis que acontece uma das melhores de todos os tempos da história do cinema: a criança sendo alimentada por um “peito” bola de borracha. Como foi dita, é uma experiência delirante, sensorial, e que quando acaba o filme, nos perguntamos: “O que acabamos de assistir mesmo?”.
3 Nota do Crítico 5 1

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