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Crítica: Ai Weiwei – Sem Perdão
Por Fabricio Duque

O documentário “Ai Weiwei – Sem
Perdão”, da diretora Alison Klayman, acompanha um período da trajetória da vida
do artista plástico mais ativista político da China, Ai Weiwei, cuja arte está
entremeada na contemporaneidade, abordando política, nostalgia, simplicidade
sinestésica e novas tecnologias. A narrativa busca os bastidores (intercalando
inúmeras fotos e vídeos de arquivo), tentando decifrar obsessões (os mais de
quarenta gatos que abrem portas, mas não fecham – “a principal diferença entre
as pessoas e os bichanos”), o engajamento social, as marcas “experiências que
não pode apagar” das consequências da criação (o pai foi um “idealista”,
“punido” e tentou “se matar várias vezes”), os projetos “ambiciosos” – “para se
comunicar e transformar”, por depoimentos em estrutura clássica de outros
artistas, curadores, jornalistas correspondentes (do jornal New York Times) e
escultores (que colocam em prática suas ideias). “Ele é só ele mesmo”, diz-se. Percebemos
um artista que quer “chocar”, que “quebra” a estrutura convencional, que “diz
que quer algo novo”, que “transmite exatamente o quer passar” e que se descreve
como “um jogador de xadrez e eterno otimista”. Ele é considerado um símbolo
“subversivo” da liberdade de expressão na República Socialista da China, e foi
um dos primeiros a poder sair para estudar fora, em New York. Antenado com as
novidades, em seu Blog, Twitter e embasando a verdade por sua câmera
constantemente ligada, Ai Weiwei realizou o trabalho social de catalogar os
nomes de mais de cinco mil vítimas da tragédia do terremoto, ação questionada
por todos como uma “obrigação do Governo”, publicando a lista em seu Blog (diz que esta mídia é “uma das grandes invenções do nosso tempo”). Tenta-se humanizar o
“revolucionário” (“chave para a democracia”) ao incluir sua família (a mãe
“orgulhosa”, o filho “amoroso”) e a produção de seu trabalho (como o
documentário “Lao Ma Ti Hua”, de graça na internet e as mostras de “influência”
ao redor do mundo – que “traz o público para a cultura chinesa”). Suas ações
“irritaram” (“rebeldia”, a “briga” das câmeras, o protesto em New York) o
Governo (“que não tem medo de ninguém”) e assim ele foi preso pelas autoridades
chinesas em 03 de abril de 2011, e liberado dia 22 de junho. Os oitenta e um
dias criaram um “hiato”, e o “medo” estava “estampado” em seu semblante (ainda
está proibido de deixar o território nacional da China). Concluindo, um
documentário necessário, extremamente pertinente, que mostra sua “coragem,
positividade e criatividade” em obras hiperdimensionadas, “pacientes” e
gigantescas de alto cunho crítico. Foi também assessor artístico na construção
do Ninho de Pássaro (Estádio Nacional de Pequim), lugar de celebração dos Jogos
Olímpicos de Pequim de 2008. Em 21 de novembro de 2011 foi divulgada uma foto em
que Ai Weiwei e mais quatro mulheres aparecem nus, protestando contra o governo
chinês com o argumento de que nudez não é pornografia. Pois é, pelo que parece,
ele não desiste e está de volta. Recomendado. Veja AQUI o documentário “Lao Ma Ti Hua”. 

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