Dia Zero do Festival de Berlim 2016
Por Fabricio Duque

Direto do Festival de Berlim
09 de fevereiro de 2016

As informações sobre o que acontecerá no Berlinale 2016 são fornecidas muito antes do primeiro dia de se pegar a credencial de imprensa. A organização do Festival de Berlim organiza tudo com antecedência, deixando qualquer jornalista “doidinho” e ultra mega ansioso, principalmente pela “enxurrada” de emails que recebe de todos os responsáveis de todos os filmes e pelo aplicativo disponibilizado que permite realizar de forma sistemática os horários e dias dos longas-metragens. Sim, passado o “surto” inicial, quando chegamos recebemos o Berlinale Journal com o que não perder destinado a todo e qualquer gosto. O diretor do Festival, Dieter Kosslick, que o leitor-cinéfilo-espectador do nosso site pode conferir na Sessão Cineminha, o vídeo completo (em inglês, mas ainda sem legendas em português), que resume a diversidade das escolhas, agradando gregos e troianos. Além da competição oficial que inclui estreias dos Irmãos Coen, Lav Diaz (com seu costumeiro filme que desta vez dura um pouco mais de oito horas), Thomas Vinterberg, o português Ivo M. Pereira, Spike Lee, André Téchiné, Danis Tanóvić, entre tantos outros. Em Berlinale Special, homenagem a David Bowie, Terence Davies, John Berger, Michael Moore. Na Sessão Berlinale Special Series, o primeiro episódio da aguardada segunda temporada de “Better Call Saul” e a polêmica-esperada estreia da serie árabe “The Writer” e “The Night Manager”, de Susanne Bier, com Tom Hiddleston e Hugh Laurie. O Brasil também “mostra sua cara” nos longas de ficções de Anna Muylaert, “Mãe Só Há Uma”; “Antes o Tempo Não Acabava”, de Sérgio Andrade e Fábio Aldo; e “Curumim”, de Marcos Prado; e “Zona Norte”, de Monika Treut, na categoria de Documentário. No Forum Expanded, os curtas-metragens “Muito Romântico”, de Melissa Dullius e Gustavo Jahn; e “Ruína”, de Gabraz Sanna, este que precisa ser conferido, porque seu diretor realiza obras hipnóticas, psicodélicas, plasmáticas, com sua estética característica de underground intimista, livre, poética, musical, futurista de ficção científica por protagonizar os ruídos, que se alinham e reverberam odes musicais de contraste construção-abstrata. O Teddy, prêmio ao segmento LGBT, faz uma seleção de trinta filmes imperdíveis, que inclui “Hedwig and The Angry Inch”, de John Cameron Mitchell e dois da cineasta belga Chantal Akerman, falecida recentemente, “Je, tu, il, elle” e “Toute une nuit”. Ainda há a sessão Forum, espaço aos formatos híbridos, que tem como dica o filme sem diálogos “Homo Sapiens”, de Nikolaus Geyrhalter, e o português “Posto Avançado do Progresso”, de Hugo Vieira da Silva, e a seleção japonesa “Hachimiri Madness”. Ainda a mostra geração. Ainda a mostra Perspektive Deutsches Kino, que conta com os imperdíveis “Meteor Street”, de Aline Fischer e “Toro”, de Martin Hawie. E ainda a retrospectiva de filmes clássicos alemães, como “Es” e “Karla”; a homenagem a Michael Ballhaus; a seleção Culinary Cinema. Entendeu como é impossível não surtar e ter o coração batendo mais rápido… Pois é. Aos pouquinhos, corremos atrás dos possíveis Ursos. E esse é só o dia zero, com chuva, frio de quatro graus (indo ao negativo) e com esperado períodos de neve. 

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