10 filmes para celebrar o Dia das Mães

Convite Vermelho

10 filmes para celebrar o Dia das Mães

Uma seleção de amor materno pelas dicas da Vitrine Filmes e do Vertentes do Cinema

Por Fabricio Duque

Há um deboche sobre o Dia das Mães, data que também é comemorado o Dia da Cozinheira. A alusão intencionalmente machista não acontece em minha família, por exemplo. Minha mãe não gosta de cozinhar. E sim de ler, de viajar e/ou ficar pensando na vida em uma rede improvisada no quintal de casa. Quem faz tudo é meu pai, inclusive limpar a casa. Então, no meu caso e de tantos outros parecidos, o melhor a fazer é celebrar com filmes minha e a todas dos vertenteiros e vertenteiras. 

A Vitrine Filmes traz quatro longas e um curta-metragem onde a maternidade ganha foco e preparou uma lista para “mãe de todo tipo, a mãe coruja, a superprotetora, mãe de primeira viagem e aquela já experiente. Há a mãe que queria muito ter filhos, a que caiu de paraquedas, a mãe super antenada e aquela das antigas.

Benzinho”, de Gustavo Pizzi; “Divino Amor”, de Gabriel Mascaro; “Los Silencios”, de Beatriz Seigner; e “A Vida Invisível‘” de Karim Aïnouz, podem ser vistos e revistos nas plataformas digitais. Além disso, o curta “Convite Vermelho”, de João Victor Almeida, ficará disponível gratuitamente no canal da Vitrine no YouTube por uma semana!

E nosso Vertentes do Cinema complementa com outros títulos brasileiros diversos para agradar a todo e qualquer jeitão de mãe com duplo programa de Anna Muylaert, “Que Horas Ela Volta?” e “Mãe Só Há Uma”, com Petrus Cariry e “Mãe e Filha”, com o luto esperança de “Luto Como Mãe” e uma das grandes homenagens de Susanna Lira, “Porque Temos Esperança”, este ganhará crítica no Especial Susanna Lira que entrará dia 14/05). 

ESPECIAL DIA DAS MÃES

BENZINHO (2018, Brasil, 98 minutos, de Gustavo Pizzi, Crítica AQUI)

Irene (Karine Teles), mora com o marido e seus quatro filhos. Ela está terminando os estudos enquanto se desdobra para complementar a renda da casa e ajudar a irmã. Mas quando seu primogênito é convidado para jogar handebol na Alemanha, ela terá poucos dias para superar a ansiedade e ganhar forças antes de mandar seu filho para o mundo. Um drama cheio de ternura, ‘Benzinho’ foi escrito numa parceria entre o diretor Gustavo Pizzi e a atriz Karine Teles. O filme conta ainda com Adriana Esteves, Otávio Müller e Mateus Solano no elenco. O longa foi selecionado para o Festival Sundance e ganhou quatro Kikitos no Festival de Gramado de 2018.

10 filmes para celebrar o Dia das Mães

Divino Amor

DIVINO AMOR (2019, Brasil, 101 minutos, de Gabriel Mascaro, Crítica AQUI)

Em 2027, o Brasil é predominantemente evangélico e o Estado, apesar de ser dito laico, é regido pelo amor e pela fé. Joana, uma escrivã de cartório, faz de tudo para salvar os casamentos daqueles que a procuram para registrar seu divórcio. Diante de uma crise em seu próprio relacionamento, ela espera por um milagre divino, mas quando ele acontecer, ela será capaz de lidar com suas consequências? Nesta provocadora ficção futurista, Gabriel Mascaro nos apresenta um retrato inovador do evangelicalismo brasileiro e sugere possíveis consequências de uma política cada vez mais religiosa. O filme estreou em Sundance e tem Dira Paes como protagonista. Confira também AQUI o Especial Tudo Sobre o realizador Gabriel Mascaro!

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Los Silencios

LOS SILENCIOS (2018, Brasil, 89 minutos, de Beatriz Seigner, Crítica AQUI)

Fugindo da violência dos conflitos armados na Colômbia, Núria, Fábio e sua mãe, Amparo, chegam a uma ilha desconhecida, na fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru. Ali, a família descobre que o pai, supostamente morto num deslizamento de terra de uma mineradora, se esconde em uma das casas da ilha. Com medo de trair esse segredo, Núria cai em um silêncio profundo. Numa denúncia das guerras civis que acontecem na fronteira de alguns países latino-americanos, a diretora Beatriz Seigner conta a sensível história de uma família vitimada por esses conflitos. O filme foi selecionado para a Semana dos Realizadores em Cannes e premiado no Festival de Brasília.

10 filmes para celebrar o Dia das Mães

A Vida Invisível

A VIDA INVISÍVEL (A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, 2019, Brasil, 139 minutos, de Karim Aïnouz, Crítica AQUI)

No Rio dos anos 50, Eurídice (Carol Duarte), e Guida (Julia Stockler) são duas irmãs inseparáveis que moram com os pais em um lar conservador. Ambas têm um sonho: Eurídice o de se tornar uma pianista profissional e Guida de viver uma grande história de amor. Mas elas acabam sendo separadas pelo pai e forçadas a viver distantes uma da outra. Sozinhas, elas irão lutar para tomar as rédeas dos seus destinos, enquanto nunca desistem de se reencontrar. Karim Aïnouz faz uma bela curadoria das referências da época e imprime uma exuberante estética tropical na tela, nos transportando para o universo da história e nos emocionando com uma história que, apesar de muito particular, é tão parecida com a de milhões de mulheres. O longa foi o escolhido para representar o Brasil no Oscar e ganhou o prêmio de Melhor Filme da mostra “Un Certain Regard” no Festival de Cannes.

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QUE HORAS ELA VOLTA? (2015, Brasil, 112 minutos, de Anna Muylaert, Crítica AQUI)

A pernambucana Val (Regina Casé) se mudou para São Paulo a fim de dar melhores condições de vida para sua filha Jéssica. Com muito receio, ela deixou a menina no interior de Pernambuco para ser babá de Fabinho, morando integralmente na casa de seus patrões. Treze anos depois, quando o menino (Michel Joelsas) vai prestar vestibular, Jéssica (Camila Márdila) lhe telefona, pedindo ajuda para ir à São Paulo, no intuito de prestar a mesma prova. Os chefes de Val recebem a menina de braços abertos, só que quando ela deixa de seguir certo protocolo, circulando livremente, como não deveria, a situação se complica.

10 filmes para celebrar o Dia das Mães

Mae e Filha

MÃE E FILHA (2011, Brasil, 80 minutos, de Petrus Cariry, Crítica AQUI)

Após muitos anos sem se ver, Fátima (Juliana Carvalho) resolve visitar a mãe (Zezita Matos), que vive no interior do sertão nordestino. Junto ela leva seu filho natimorto, em uma tentativa de seguir um ritual fúnebre. Só que sua mãe tem dificuldades em enfrentar o fim das coisas, seja a morte do neto ou o marido que jamais voltou. “Mãe e Filha” é sóbrio, encantador, pueril, cruel, direto, suavizado, angustiante e obrigatório. Não perca! Até porque obras de arte precisam ser concisas em suas análises para não estragar a percepção de felicidade continuada.

10 filmes para celebrar o Dia das Mães

Luto como mae

LUTO COMO MÃE (2008, Brasil, 70 minutos, de Luis Carlos Nascimento, Crítica AQUI)

Um olhar aprofundado sobre as consequências impostas pela violência policial sobre as vidas de mães e outros parentes daqueles que morreram por conta de operações armadas no Estado do Rio de Janeiro, em uma busca constante por justiça e paz de espírito enquanto lidam com o luto, com o choque de suas perdas e com batalhas judiciais. A narrativa de “Luto Como Mãe”, sóbria e direta, alfineta o desinteresse do resultado por parte contrária a da vítima. “Eu emocionalmente não sou ninguém”, desespera-se. Com imagens de uma Escola de Samba de Acari, o filme segue para o segundo caso: Via Show, 2003.

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Mae So Ha Uma

MÃE SÓ HÁ UMA (2016, Brasil, 82 minutos, de Anna Muylaert, Crítica AQUI)

Pierre descobre que sua família não é biológica quando a polícia prende sua mãe. Confuso, ele vai atrás de seus parentes verdadeiros, que o conhecem como Felipe, e a nova realidade faz com que o rapaz encontre finalmente sua real identidade. O novo “bebê” da diretora brasileira Anna Muylaert (de “Que Horas Ela Volta?”, “É Proibido Fumar”, “Durval Discos”), “Mãe Só Há Uma”, da mostra Panorama do Festival de Berlim 2016, “nasceu” com sua exibição no Cinema Zoo Palast em sessão lotada. Aqui, manteve-se sua característica técnica-narrativa típica, que é imergir o espectador no limite tênue entre o amadorismo proposital da espontaneidade (quase documental das micro-ações) e o cotidiano-acaso de uma encenação mais teatralizada.

10 filmes para celebrar o Dia das Mães

Porque Temos Esperanca

PORQUE TEMOS ESPERANÇA (2014, Brasil, 71 minutos, de Susanna Lira, Aguarde a Crítica do filme no Especial Susanna Lira que entrará dia 14/05)

O documentário conta a jornada de Marli, uma mulher pernambucana que, inconformada em ignorar situações que parecem irremediáveis, percorre presídios de Recife tentando que pais detentos reconheçam seus filhos. Uma grande a todas as mães do mundo, especialmente do planeta chamado Brasil.

10 filmes para celebrar o Dia das Mães

https://www.youtube.com/watch?v=j3vm7DEBj3I

CONVITE VERMELHO (2017, Brasil, 16 minutos, de  João Victor Almeida, Crítica AQUI)

A rotina com os afazeres domésticos ocupa boa parte do dia da Cristina. Os ruídos desses movimentos ecoam por todos os cômodos vazios da casa. A chegada de um convite inesperado interrompe os seus costumes e a levará para um tocante reencontro, repleto de orgulho e saudade. “Convite Vermelho” é um retrato singelo de uma manifestação tortuosa da sociedade. É construído de maneira lenta, para que ao seu final haja uma catarse que exploda em apoio à causa que o filme busca apontar.  João Victor Almeida não se coloca no centro do debate, nem ousa iniciar o mesmo, tendo como foco principal sua cena final, constrói o curta inteiro em torno deste momento, trazendo esse anseio ao espectador, do que os aguarda. Exibido no Festival de Gramado e no Festival de Melbourne, na Austrália, dentre tantos outros, o filme levou o prêmio do público no Festival Internacional de Curtas Metragens de São Paulo.

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Pix Vertentes do Cinema

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