Tudo Sobre o Festival Olhar de Cinema 2023
Festival Internacional de Curitiba homenageia Cronenberg e exibe mais de 80 filmes em seu 12º ano
Por Pedro Sales
Chegando à sua 12ª edição, o Festival Internacional de Curitiba, também conhecido como Olhar de Cinema, será, pela primeira vez em três anos, totalmente presencial. Na edição passada, a retomada aos cinemas já tinha sido feita, mas alguns dos longas também foram inseridos em sessão online. O evento que acontece nos dias 14 a 22 de junho exibe mais de 80 filmes. As sessões ocorrem no Cine Batel, Cine Passeio, Cine Teatro da Vila e na famosa Ópera de Arame, exclusivamente para a sessão de abertura. As obras estarão divididas nas seguintes mostras: Competitiva Internacional, Competitiva Brasileira, Novos Olhares, Pequenos Olhares, Foco, Mirada Paranaense, Exibições Especiais, Olhares Clássicos e Olhar Retrospectivo – O Cinema de Cronenberg. O festival é aberto ao público, e os ingressos, que custam R$ 14 a inteira e R$ 7 a meia, podem ser adquiridos por meio do site. O Vertentes do Cinema realizará presencialmente a cobertura das principais competições.
Além das sessões e das mostras competitivas, o Olhar de Cinema ainda oferece seminários e oficinas. Segundo a página do festival, as oficinas têm o intuito de “expandir e aguçar os sentidos de seus participantes para as mais variadas facetas do cinema”. Ao todo, serão três eventos: “Engenharia do roteiro: bases estruturais narrativas”, “A preparação para A-TUA-AÇÃO” e “Terror Feminista”. Diferentemente das oficinas, que exigem inscrição prévia, os seminários possuem entrada gratuita e serão transmitidos ao vivo no canal do YouTube do Olhar de Cinema. Dentre as sete palestras, o diretor Déo Cardoso, de “Cabeça de Nêgo” (2020), discute sobre o processo criativo, da ideia ao roteiro e do roteiro à direção.
A sessão de abertura ocorre às 20h, do dia 14, na Ópera de Arame. O filme escolhido foi “Casa Izabel“, dirigido por Gil Baroni, que antes realizou a premiada comédia LGBTQIA+ “Alice Júnior” (2019). No longa, homens da alta sociedade, em pleno anos 70, se encontram secretamente para se vestirem de mulheres. A trama mistura um tom subversivo queer com um crescente suspense. Já o filme escolhido para encerrar o Festival Internacional de Curitiba é o terror estadunidense “Agressor“, dirigido por Jennifer Reeder e que será exibido às 18h30 do dia 21, no Cine Passeio. A obra é estrelada por Alicia Silverstone e esteve entre os selecionados da Mostra Panorama do Festival de Berlim 2023.
Entretanto, não é apenas o longa de encerramento que teve rodagem pela capital alemã. Na Competitiva Internacional, a obra estrelada por Franz Rogowski, “Disco Boy“, esteve na Competição Oficial da Berlinale. Dirigido por Giacomo Abruzzese, o filme acompanha um soldado imigrante que se alista na Legião Estrangeira no Níger para conseguir a cidadania francesa. Ecos de “Beau Travail” (1999), de Claire Denis? Só vendo para saber. Seguindo a mesma temática de imigrantes, o dinamarquês “A Migração Silenciosa”, de Malene Choi, aborda as diferenças culturais da origem sul coreana e o país nórdico. Já na Colômbia, o cineasta Theo Montoya estreia com o intenso “Anhell69“. O giro mundial vai até o Japão com “Lembranças de Todas as Noites“, da diretora Yui Kiyohara, avança com o croata “Lugar Seguro“, de Juraj Lerotić, e se encerra com o documentário metalinguístico “No Cemitério do Cinema“, realizado pelo guineano Thierno Souleymane.
Os seis longas metragens da Competitiva Internacional dividem espaço com outros nove curtas metragens de todo o mundo, entre documentários, ficção e animação. Portanto, longas e curtas competem separadamente, apesar de estarem na mesma categoria. Sobre essa Mostra, a curadoria do Olhar de Cinema aponta em seu site “a busca do equilíbrio entre inventividade, abordagem de temas contemporâneos e potencial de comunicação com o público”. A diversidade cultural é notável pelos selecionados, assim como é perceptível esse caráter de apostas e descobertas, dando destaque a longas de estreia, como o o do diretor colombiano.
A Competitiva Brasileira conta com “O Estranho“, longa dirigido por Flora Dias e Juruna Mallon que retrata histórias por trás do aeroporto de Guarulhos. Em uma perspectiva histórica mais pessoal, Fernanda Faya realiza o documentário Neirud, acerca de sua tia que trabalhava no circo. Outro documentário é “O Policial e a Pastora“, de Alice Riff, que analisa as divergências entre o pensamento conservador, uma líder religiosa que defende a igualdade de gênero e um policial antifascista. Ainda na temática religiosa, “Toda Noite Estarei Lá“, dirigido pela dupla Suellen Vasconcelos e Tati Franklin, conta a história de uma mulher impedida de professar sua fé. Também realizado por duas mulheres, Amanda Pontes e Michelline Helena, o drama familiar “Quando Eu Me Encontrar” e o filme “Zé“, de Rafael Conde, formam os longas da mostra nacional.
Se as duas principais competitivas pretendem encontrar equilíbrio entre inventividade e abordagem de temas contemporâneos, a mostra Novos Olhares dedica-se a longas com “maior radicalidade em suas propostas estéticas e, por isso, flertam com a ventura e o risco de caminhos desconhecidos”. Os seis filmes selecionados também apresentam diversidade cultural e geográfica, com longas do Brasil, Colômbia, Canadá, República Tcheca e Bélgica . Entre essas obras, a que mais chama atenção é “O Mel é Mais Doce que o Sangue“, realizado por André Guerreiro Lopes e protagonizado pela musa do Cinema Marginal Helena Ignez. Algumas referências que rodeiam o longa são Salvador Dalí, cuja obra dá título ao filme, e o poeta Federico García Lorca.
Já fora da Competição Oficial do Olhar de Cinema, existem mais mostras. A mostra Pequenos Olhares proporciona a experiência de festival para as crianças com obras destinadas ao público infantil, como o longa “Fabulosos João e Maria“. A Foco que geralmente dá destaque a novos diretores e a filmografias de regiões pouco acessíveis, neste ano é tematicamente voltada a produções canadenses, mais especificamente do Québec. Em um contexto mais regional, o Festival Internacional de Curitiba evidencia também a produção do Paraná na mostra Mirada Paranaense. Entre curtas e longas, as produções locais podem ser o trabalho de estreia de jovens cineastas ou a continuidade da filmografia de realizadores experientes.
Junto dessas mostras, existem as Exibições Especiais focadas em filmes nacionais e internacionais considerados incontornáveis nos últimos tempos. Dentre as obras selecionadas está o vencedor do Festival de Brasília 2022, “A Invenção do Outro“, e o mais recente projeto de Eugène Green, “O Muro dos Mortos“. Ainda na proposta de estabelecer resgates, a mostra Olhares Clássicos contempla filmes dos mais diferentes períodos e países que exercem influência na história do cinema mundial. Nesta edição, será exibida a obra prima de Chantal Akerman, “Jeanne Dielman” (1975), que inclusive foi considerada o melhor filme de todos os tempos segundo a lista da revista Sight and Sound. Fazem parte também da mostra o longa nacional recentemente restaurado “A Rainha Diaba” (1974), realizado por Antônio Carlos Fontoura e protagonizado por Milton Gonçalves, e o drama sobre a infância “Cría Cuervos” (1976), de Carlos Saura.
Por fim, a última mostra é o Olhar Retrospectivo, que nesta edição tem como tema “Máquina de Cicatrizes: o cinema de David Cronenberg”. O mote “Vida longa à nova carne”, presente em “Videodrome – A Síndrome do Vídeo” (1983), continua encantador e referenciado – até mesmo autoreferenciado em “Crimes do Futuro“. O cineasta canadense destacou-se, sobretudo nos anos 80, pelo seu trato em relação ao corpo. Na obra de Cronenberg, os corpos são mutilados, transformados e renovados. Dessa forma, o diretor tornou-se o principal expoente do terror corporal (body horror). O adjetivo “cronenberguiano”, adotado por alguns críticos e teóricos, diz respeito aos corpos transformados e também excitados, seja com o homem metamorfoseado em mosca ou com o casal que suas pulsões de sexo e morte se tornam uma coisa só.
A curadoria focou nos 25 primeiros anos de trabalho do realizados, selecionado sete filmes de 1967 a 1999. Além do já citado “Videodrome”, compõem a mostra o curta “Ralo Acima” (1967) e os longas “Calafrios” (1975), “A Mosca” (1986), “Gêmeos: Mórbida Semelhança” (1988), “Crash: Estranhos Prazeres” (1996) e “eXistenZ” (1999). Uma oportunidade única de mergulhar em todas as particularidades e estranhezas do cinema de David Cronenberg.
O júri do Olhar de Cinema para as premiações é bem diverso. Com atores, cineastas, críticos e curadores, o festival contempla além dessas diferentes funções, diferentes nacionalidades, com representantes do Canadá e do Japão, por exemplo. Entre os nomes mais conhecidos do grande público, Fabrício Boliveira – que atuou em longas como “Mugunzá” e “Simonal” – e Guilherme Weber – que esteve em “Olga”, “Meu Amigo Hindu” e em telenovelas como “Da Cor do Pecado” – serão membros do júri dos longas-metragens das Competitivas Internacional e Brasileira. Além dos júris, a Associação Brasileira de Críticos de Cinema (ABRACCINE), representada pelos jornalistas Paulo Camargo, Pâmela Eurídice e Rodrigo Stancki, também premia um dos filmes na competição.
LISTA DE TODOS OS FILMES DO 12º OLHAR DE CINEMA
FILME DE ABERTURA
“CASA IZABEL” – Gil Baroni | Brasil, 2023, 84 min
FILME DE ENCERRAMENTO
“AGRESSOR” – Jennifer Reeder | Estados Unidos, 2023, 100 min
COMPETITIVA INTERNACIONAL | LONGA
“A MIGRAÇÃO SILENCIOSA” – Malene Choi | Dinamarca, 2023, 103 min
“ANHELL69” – Theo Montoya | Colômbia, Romênia, França, Alemanha, 2022, 74 min
“DISCO BOY” – Giacomo Abbruzzese | França, Itália, Bélgica, Polônia, 2023, 93 min
“LEMBRANÇAS DE UMA TARDE” – Yui Kiyohara | Japão, 2022, 115 min
“LUGAR SEGURO” – Juraj Lerotić | Croácia, 2022, 102 min
“NO CEMITÉRIO DO CINEMA” – Thierno Souleymane | França, Senegal, Guiné, Arábia Saudita, 2023, 93 min
COMPETITIVA INTERNACIONAL | CURTA
“A DAMA” – Fardin Ansari | Irã, 2023, 14 min
“A MECÂNICA DOS FLUIDOS” – Gala Hernández López | França, Espanha, 2022, 38 min
“FUGA DE VISÃO” – Peng Zuqiang | China, 2022, 12 min
“HUMANO NÃO-HUMANO” – Natan Castay | Bélgica, 2023, 39 min
“MARIA SCHNEIDER, 1983” – Elisabeth Subrin | França, Estados Unidos, 2022, 25 min
“PARALELO 45º” – Lawrence Abu Hamdan | Reino Unido, 2022, 15 min
“PELE DE MÃE” – Leah Johnston | Canadá, 2022, 20 min
“UM CAROÇO DE ABACATE” – Ary Zara | Portugal, 2022, 19 min
“UMA ESPÉCIE DE TESTAMENTO” – Vuilleman Stephen | França, 2023,16 min
COMPETITIVA BRASILEIRA | LONGA
“NEIRUD” – Fernanda Faya | Brasil, 2023, 71 min
“O ESTRANHO” – Flora Dias e Juruna Mallon | Brasil, França 2023, 105 min
“O POLICIAL E A PASTORA” – Alice Riff | Brasil, 2023, 65 min
“QUANDO EU ME ENCONTRAR” – Amanda Pontes e Michelline Helena | Brasil, 2023, 78 min
“TODA NOITE ESTAREI LÁ” – Suellen Vasconcelos e Tati Franklin | Brasil, 2023, 72 min
“ZÉ” – Rafael Conde | Brasil, 2023, 123 min
COMPETITIVA BRASILEIRA | CURTA
“APOCALYPSES REPENTINOS” – Pedro Henrique | Brasil, 2023, 17 min
“AS INESQUECÍVEIS” – Rafaelly (La Conga Rosa) | Brasil, 2023, 7 min
“CEMITÉRIO VERDE” – Maurício Chades | Brasil, 2023, 25 min
“KANAU‘KYBA” – Gustavo Caboco | Brasil, 2023, 11 min
“O MAR TAMBÉM É SEU” – Michelle Coelho | Brasil, Cuba, Suíça, 2023, 20 min
“RAMAL” – Higor Gomes | Brasil, 2023, 16 min
“THUË PIHI KUUWI – UMA MULHER PENSANDO” – Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana | Brasil, 2023, 9 min
“VIRTUAL GENESIS” – Arthur B. Senra | Brasil, 2023, 8 min
NOVOS OLHARES
“A PORTAS FECHADAS” – João Pedro Bim | Brasil, 2023, 63 min
“A VIDA E AS ESTRANHAS E SURPREENDENTES AVENTURAS DE ROBINSON CRUSOÉ, QUE VIVEU VINTE E OITO ANOS SOZINHO EM UMA ILHA E DISSE QUE ERA DELE” – Benjamin Deboosere | Bélgica 2023, 75 min
“DESVÍO DE NOCHE” – Paul Chotel e Ariane Falardeau St-Amour | Canadá, 2022, 96 min
“MUDOS TESTEMUNHOS” – Jerónimo Atehortúa e Luis Ospina | Colômbia, França 2022, 78 min
“NOTAS DO EREMOCENO” – Viera Čákanyová | Eslováquia, República Tcheca 2023, 78 min
“O MEL É MAIS DOCE QUE O SANGUE” – André Guerreiro Lopes | Brasil, 2023, 70 min
EXIBIÇÕES ESPECIAIS
“A INVENÇÃO DO OUTRO” – Bruno Jorge | Brasil, 2022, 144 min
“ANOTAÇÕES PARA UM FILME” – Ignacio Agüero | Chile, 2022, 102 min
“CAIXA PRETA” – Bernardo Oliveira, Saskia | Brasil, 2022, 51 min
“DIÁLOGOS COM RUTH DE SOUZA” – Juliana Vicente | Brasil, 2022, 107 min
“LÁ NAS MATAS TEM” – Pedro Aspahan e César Guimarães | Brasil, 2022, 55 min
“O ACIDENTE” – Bruno Carboni | Brasil, 2022, 95 min
“O MURO DOS MORTOS” – Eugène Green | França, 2022, 51 min
PEQUENOS OLHARES
“FABULOSOS JOÃO E MARIA” – Arnaldo Galvão | Brasil, 101 min
“A MENINA E O MAR” – Gabriel Mellin | Brasil, 19 min
“DIAFRAGMA” – Robson Cavalcante | Brasil, 10 min
“JUSSARA” – Camila Ribeiro | Brasil, 9 min
FOCO
“BESTIÁRIO” – Denis Côté | Canadá, 2012, 72 min
“KASSINU” – Uapukun Mestokosho McKenzie | Canadá, 2019, 4 min
“KATATJATUUK KANGIRSUMI (CANTOS GUTURAIS EM KANGIRSUK)” – Eva Kaukai e Manon Chamberland | Canadá, 2019, 3 min
“L.A. TEA TIME” – Sophie Bédard Marcotte | Canadá, 2019, 82 min
“MANITUSHISS (VÍRUS)” – Réal Junior Leblanc | Canadá, 2022, 4 min
“MILIKᵘ TSHISHUTSHELIMUNUAU (CONCEDA-ME SUA CONFIANÇA)” – Isabelle Kanapé | Canadá, 2022, 13 min
“NOVEMBRO” – Iphigénie Marcoux-Fortier e Karine van Ameringen | Canadá, 2023, 94 min
“O INNU DO FUTURO” –Stéphane Nepton | Canadá, 2021, 5 min
“PERDI MINHA MÃE” – Denys Desjardins | Canadá, 2022, 75 min
“XALKO” – Sami Mermer e Hind Benchekroun | Canadá, 2018, 90 min
MIRADA PARANAENSE
“FALE COMIGO VERÃO: O DIÁRIO DE UM CINEASTA AMADOR” – Evandro Scorsin | Brasil, 2023 , 80 min
“SOLANGE” – Nathália Tereza e Tomás Osten | Brasil, 2023, 63 min
“A TRILHA SONORA DE UM BAIRRO” – Betinho Celanex e Danilo Custódio | Brasil, 2023, 13 min
“BLACKOUT” – Rodrigo Grota | Brasil, 2022, 15 min
“MENININHA” – Débora Zanatta | Brasil, 2023, 11 min
“MIDRÍASE” – Eduardo Monteiro | Brasil, 2022, 7 min
“PÉS QUE SANGRAM” – Roberta Takamatsu | Brasil, 2022, 14 min
“PIXO NA CIDADE MODELO” – Willian Germano | BrasiL, 2023, 18 min
“SEREIA” – Estevan de la Fuente | Brasil, 2023, 15 min
“SÓ POR HOJE” – Stilo Eustachio, Dionwiul e Jessica Candal | Brasil, 2023, 24 min
OLHARES CLÁSSICOS
“A PAIXÃO DA LEMBRANÇA” – Maureen Blackwood e Isaac Julien | Reino Unido, 1986, 95 min
“A RAINHA DIABA” – Antônio Carlos Da Fontoura | Brasil, 1974, 110 min
“CRÍA CUERVOS” – Carlos Saura | Espanha, 1976, 110 min
“EN RACHÂCHANT” – Jean-Marie Straub e Danièle Huillet | França, 1982, 7 min
“JEANNE DIELMAN” – Chantal Akerman | Bélgica, 1975, 201 min
“NO CALOR DA NOITE” – Norman Jewison | Estados Unidos, 1967, 110 min
OLHAR RETROSPECTIVO – MÁQUINA DE CICATRIZES: O CINEMA DE DAVID CRONENBERG
“RALO ACIMA” – David Cronenberg | Canadá, 1967, 14 min
“CALAFRIOS” – David Cronenberg | Canadá, 1975, 87 min
“VIDEODROME – A SÍNDROME DO VÍDEO” – David Cronenberg | Canadá, 1983, 89 min
“A MOSCA” – David Cronenberg | Canadá, Reino Unido, 1986, 96 min
“GÊMEOS: MÓRBIDA SEMELHANÇA” – David Cronenberg | Estados Unidos, Canadá, 1988, 115 min
“CRASH: ESTRANHOS PRAZERES” – David Cronenberg | Canadá, Reino Unido, 1996, 100 min
“eXistenZ” – David Cronenberg | Canadá, Reino Unido, França, 1999, 97 min