Mostra Um Curta Por Dia Marco mes 9

Aspirantes

Crônica de luta por um sonho

Por Fabricio Duque

Durante o Festival do Rio 2015

Aspirantes

“Aspirantes”, do diretor estreante em um longa-metragem Ives Rosenfeld (que durante dez anos dedicou-se ao trabalho de som de inúmeros filmes, como um “Um Filme de Cinema”, de Walter Carvalho, que também será apresentado no Festival do Rio 2015), apresenta-se como uma crônica de uma vida privada contemporânea, um período existencial de um jovem (o ator Ariclenes Barroso) que “luta” contra as adversidades e acasos “sádicos” de seu caminho para conquistar seus sonhos e conseguir a satisfação plena de sua maestria profissional.

A narrativa contemplativa traduz-se naturalista-realista (por seus diálogos) pelo sensorial, de personificar em sons (desenhadas por Bernardo Uzeda), medos e desesperos da alma. A câmera capta a “guerra” de um jogo de futebol, criando metáforas com soldados “aspiras”.

É um filme que busca a estética do cinema intimista-sinestésico, e se comporta como uma pequena obra-de-arte, principalmente pelas interpretações (preparadas “cirurgicamente” por Pedro Freire) entregues de suas personagens, com destaque logicamente a seu protagonista e a “sua sogra”, vivenciada de forma arrebatadora pela atriz Karine Teles (de novo, como sempre). A jornada é permeada de percalços, dificuldades e por “cagadas” feitas, sendo inevitável ansiedades e pressões de todos os lados. É “briga de cachorro grande”, que na maioria das das vezes o psicológico não está preparado para receber tamanha carga dramática-emocional.

O longa-metragem de setenta e cinco minutos faz com que o espectador infira “Ausência”, de Chico Teixeira (pelo contexto temático) e “Campo de Jogo”, de Eryk Rocha (pela parte técnica da câmera – até porque “Aspirantes” foi filmado em 2012, um ano antes). Mas não é plágio, e sim apenas uma referência a fim de construir subterfúgios à trama, com personalidade própria e única.

“Aspirantes” é uma “radiografia” de um ser humano, com suas emoções, motivações, invejas e arrogância auto-suficiente (característica intrínseca aos jovens de não precisar de ninguém), que mostra um específico período de sua vida e que perpetua a máxima que “o show deve continuar” não importando o que aconteça. O filme concorre ao Troféu Redentor de Melhor Filme de Longa-Metragem de Ficção no Festival do Rio 2015 e Vencedor da seção Carte Blanche do Festival de Locarno 2014, dedicada a auxiliar projetos de determinada região que estão em fase de pós-produção.

 

4 Nota do Crítico 5 1

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