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20 à 22 Março 2017: Curso Conexão Latina – O Cinema das Américas

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Curso: Conexão Latina – O Cinema das Américas

Professor: Rodrigo Fonseca. Crítico de cinema titular do blog P de Pop do jornal O Estado de S. Paulo e colunista do site OMELETE

3 Aulas. 20h às 23h. 20/03, 21/03, 22/03.

CONTEÚDO

Isolado pelo Português do resto da Pangeia Latina, o Brasil viaja com dificuldade pelas telas de nossos vizinhos hispânicos de continente, que também chegam aqui com rara frequência. Porém, desde o fim dos anos 1990, quando a revolução digital democratizou sobretudo a linguagem documental, na forma de mini-DVs, uma efervescência estética nas franjas do real conectou o continente na urgência de expor suas contradições. Uns o fizeram pela chave da fábula; outros, pelas veredas do realismo social. E houve ainda quem apostasse nas feridas existenciais de seus povos. A ideia deste curso é promover a cartografia desta nova latinidade, traduzida no idioma do audiovisual.
Aula 1 – Um Raio-X das Autoralidades Latinas: Um continente de exclusões não poderia produzir outro cinema que não o das autorias, expressas a partir de pesquisas individuais que, vez ou outra, encontram eco num coletivo de diretores. Do fenômeno chamado La Nueva Onda, de 2002 a 2004, até o advento de movimentos como o Documentário Álbum de Família ou da Novíssima Ficção, países de colonização hispânica desenham suas identidades nacionais a partir do cinema. Nesse ínterim histórico, o México exportou seus medalhões a Hollywwood e papou prêmios de direção em Cannes e Veneza, sem jamais abrir mão dos melodramas.

Aula 2 – Sabor de Alfajor: o fascínio do cinema Argentino:
Maior Fla x Flu da cultura latino-americana, a rixa sobre quem escreve filmes melhor – os argentinos ou a gente – proliferou-se a reboque de sucessos como Relatos Selvagens (2014) e O Segredo de Seus Olhos (2009). Nessa rivalidade, surgiu até um mito: Ricardo Darín. Com a indicação de O Filho da Noiva (2001) ao Oscar, o cinema argentino ganhou uma vitrine pop no canteiro nº1 da indústria cinematográfica, abrindo para Juan José Campanella um pódio de honra que o conduziria à estatueta por O Segredo de Seus Olhos, em 2010. Mas a ascensão dele em terras hollywoodianas tromba com a consolidação de um universo polifônico de autoralidade em sua pátria natal, onde Lucrecia Martel, Adrian Israel Caetano, Pablo Trapero, Lisandro Alonso, Santiago Mitre, Juan Pablo Zaramella e muitos outros processaram uma revolução na representação simbólica do país nas telas. Em paralelo, “Argentina” e “bom roteiro” viraram sinônimos no imaginário cinéfilo.

Aula 3 – Neruda Blues e o boom da Colômbia: Atuante nos anos 1960, sob os auspícios cinemanovistas de Miguel Littín, o Chile voltou a impressionar o planisfério cinéfilo com a consagração mundial de Pablo Larraín, com Tony Manero (2008), No (2012), O Clube (2015) e Neruda (2016). Ainda do Chile veio Sebastián Lelio, com Glória, e Matias Bize com A Vida dos Peixes. Já a Colômbia mergulhou o mundo na selva com O Abraço da Sepente (2015), de Ciro Guerra. Os prêmios e o prestígio conquistados por estes filmes revelou o quanto uma política pública sólida vem alçando essas duas nações à linha de frente do continente nas telas, fazendo da História e da Antropologia um combustível para sua construção narrativa.

BIBLIOGRAFIA E LEITURAS INDICADAS

AMÉRICA LATINA NAS TELAS
AVELLAR, José Carlos. “A Ponte Clandestina – Teorias de Cinema na América Latina”, São Paulo, Editora 34.
CAETANO, Maria do Rosário. “Cinema Latino-Americano – Entrevistas e Filmes”. São Paulo, Estação Liberdade, 1994
JULIANO, Dilma. “Políticas dos Autores Latino-Americanos. Rio Grande do Sul, Unisul, 2012
TEDESCO, Marina Cavalcanti e BRAGANÇA, Maurício de. “Corpos e Projeção – Gênero e Sexualidade no Cinema Latino-Americano”. Rio de Janeiro, 7 Letras, 2013.
BRIONES, Héctor. Trânsitos na Cena Latino-americana Contemporânea. Bahia, EDUFBA, 2008.
ARGAMASSA DE DRAMATURGIA PARA ROTEIRO E CRIAÇÃO NARRATIVA
ANTONIO, João. “Malaguetas, Perus e Bacanaço”.
BLOOM, Harold. “O Cânone Ocidental – Os Livros e a Escola do Tempo”. Rio de Janeiro, Objetiva, 1995.
MAMET, David. “Os três usos da faca”. Rio de janeiro, Civilização Brasileira, 2001
MENDES, José Maria. “Culturas Narrativas Dominantes – O caso do cinema”. Lisboa, Universidade Autônoma de Lisboa, 2012.
DOSTOIÉVSKI, Fiódor. “Noites brancas”. São Paulo, Ed. 34, 2000.
FONSECA, Rubem. “Excreções, secreções e desatinos”. São Paulo, Cia das Letras, 2001.
RILKE, Rainer Maria. “Auguste Rodin”. São Paulo, Nova Alexandria, 2010.
Poemas de Paulo Mendes Campos, Cacaso, Chacal e Maiakóvski.

CRÍTICA
AZEREDO, Ely. “Olhar crítico – 50 anos do cinema brasileiro”. Rio de Janeiro, IMS, 2010.
AZEREDO, Ely. “Infinito cinema”. Rio de Janeiro, Unilivros, 1988.
BERNARDET, Jean-Claude. “Cineastas e imagens do povo”. São Paulo, Cia das Letras, 2007.
MERTEN, Luiz Carlos. “Cinema – Entre a realidade e o artifício:
Diretores, escolas, tendências”. Rio Grande do Sul, Artes & Ofícios, 2007.
MORAES, Vinícius de. “O cinema de meus olhos”. São de Paulo, Cia das Letras, 2006.

DIREÇÃO
BRESSON, Robert. “Notas sobre o cinematógrafo”. São Paulo, Iluminuras, 2005.
TIRARD, Laurent. “Grandes diretores do cinema”. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 2004.

DOCUMENTÁRIO
LINS, Consuelo & MESQUITA, Cláudia. “Filmar o real”. Rio de Janeiro, Zahar, 2008.
NICHOLS, Bill. “Introdução ao documentário”. Campinas, Papirus, 2005.
FILOSOFIA E PSICANÁLISE
DELEUZE, Gilles. “A imagem tempo”. São Paulo, Brasiliense, 2005.
PEREIRA, Robson de Freitas e SOUZA, Enéas de. “Cinema – O divã e a tela: Psicanálise, olhar, filmes”. Rio Grande do Sul, Artes & Ofícios, 2007.

MEMÓRIA
BUÑUEL, Luis. “Meu último suspiro”. São Paulo, Cosac & Naify, 2009.
CHATZ, Thomas. “O Gênio do Sistema”. São Paulo, Cia das Letras, 1994.

Preço: R$ 270,00 o curso inteiro.

Inscrição: http://www.grupoestacao.com.br/cursos/form_curso201713011_02.php

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