Samba Infinito
Fantasias coloridas
Por Clarissa Kuschnir
Festival de Cannes, Festival de Gramado e Festival do Rio 2025
Desde seu primeiro curta “Vidas Cinzas” (2017) o cineasta carioca Leonardo Martinelli vem mostrando ao mundo que tem talento. E o mundo que me refiro é porque seus filmes com temáticas sobre as problemáticas das grandes cidades (como no Rio de Janeiro) e trabalhadores marginalizados ou precarizados têm percorrido pelos mais diversos festivais nacionais e internacionais (já somam 300) incluindo Cannes, Locarno, Clermont Ferrand, Biarritz, Cine PE, Gramado, Tiradentes, entre outros. Em “Samba Infinito” (que estreou na competição de curtas da Semaine de la Critique) ele retorna ao musical (como pano de fundo (como fez no premiado e adorado Fantasma Neon) retratando uma gari protagonizado por Alexandre Amador, que tem que trabalhar duro durante o Carnaval Carioca, depois de enfrentar uma tragédia família, com a perda da irmã. Em meios a folia do Carnaval enquanto todo mundo se diverte pelas ruas cariocas, ele enfrenta o luto que acaba sendo amenizado, depois que ajuda um garoto perdido, a encontrar sua mãe. Apesar do tema, o filme se colore por si só com as fantasias e números musicais, afinal de contas, cantar é dançar são sempre servem como excelentes ferramentas terapêuticas. E esse é o contraponto da obra. Apesar de ser um filme bem realizado” eu ainda prefiro “Fantasma Neon” (que em breve virará um longa) pela carga mais dramática e ou talvez, eu tenha que rever “Samba Infinito” para mudar de ideia. Porém, o filme tem seus méritos como a ótima montagem e direção de arte (não é à toa que levou os Kikitos nessas duas categorias, além de melhor filme pelo júri popular, em Gramado). Sem contar que o elenco se complementa com as participações de Camila Pitanga e Gilberto Gil que por si só, já traz um grande peso ao título.