Curta Paranagua 2024

Revista da Semana | 31 de dezembro de 2020

Revista da Semana | 31 de dezembro de 2020

Estreias e Dicas desta quinta-feira

Por Redação

2020. Precisamos falar sobre este ano par, duplicado e redondo (representativamente numerológico), que acabou sendo “cancelado” por conta da crise pandêmica do Coronavírus. Este editorial, o último do ano, é também uma retrospectiva do Vertentes do Cinema. O site, desde janeiro, produziu, ativa e prolificamente, conteúdos sobre o audiovisual brasileiro e internacional. Cada crítica, cada matéria especial, cada lista, cada cobertura de festival, cada curadoria de mostras e dicas, tudo sempre foi pensado com a finalidade de estudar e compartilhar informações sobre a sétima arte.

Este editorial, a Revista Vertentes da Semana, publicado, hoje, 31/12, simboliza também a comemoração de uma data importante: o Dia Mundial da Esperança. Palavra que pululou nossas vontades, nossos corações e nossas orações à espera da tão aguardada vacina contra este inimigo que nos aprisiona em “espaços solidários”, impedindo nosso ir e vir. Mas infelizmente o que poderia ser “Um pequeno passo para um homem, um salto gigantesco para a humanidade”, nas palavras do astronauta russo Iuri Gagarin em 1961, se tornou uma continuação mais exposta da relação do homem perante o homem. O que descobrimos foi que vontade subjetiva do sair, impulso passional de se aglomerar e a perpetuação máxima da individualidade contra o bem maior do coletivo. Resultado disso? O Brasil está atrás do Mundo, atrasado com a vacinação. Teve algo bom nessa pandemia? Lógico que não. Nosso povo sofreu o descaso negacionista dos governantes (Cloroquina e afins) e nosso país adentrou na “flexibilização consentida” (e até mesmo estimulada). Praias lotadas, bares cheios, festas “enlouquecidas” de Carlinhos Maia a Neymar.

Pois é, não foi dessa vez que se aprendeu o valor de uma vida. O “humanismo” apregoado virou “pizza, samba, suor e cerveja”. E assim, mais mortes. Leitos no limite de suas possibilidades, documentados pela série “Por um Respiro”, de Susanna Lira, na Globoplay. Nós do site estamos desde março deste ano sem pisar na rua. Sem receber um abraço físico. Sem encontrar familiares. E tem que ser assim. Sacrificar nossas emoções para salvar nossos próximos. Então, o Vertentes do Cinema pensou quando  “trancafiado” após a chegada do Festival de Berlim: Nosso site precisa produzir muito para fornecer cultura, arte e cinema a todos que estão no conforto dos seus lares. Lives diárias, mostras de curtas-metragens, textos e mais textos, dicas e mais dicas, estudos e mais estudos compartilhados. O cansaço bateu, virou estresse, tornou-se esgotamento, pulou de fase ao Burnout e agora de verdade não se sabe mais em que estágio está. Tudo pelo amor ao cinema e à vida.

Parcerias foram intensificadas com o cineasta Cavi Borges e com a cineasta Susanna Lira. Os dois que recebem, em 2020, o Prêmio Humanidade do Vertentes do Cinema. Ele por ajudar famílias durante a quarentena. Ela por nunca desistir das pessoas e suas existências sociais. Cavi, o Rei. Susanna, a Rainha. Mas não para por aí com o evento ímpar, necessário e obrigatório, de duas partes, Na Real_Virtual, curadoria de Bebeto Abrantes e Carlos Alberto Mattos, que corroborou a notoriedade (nunca saindo da moda) do documentário e do Cinema Brasileiro (sempre em maiúsculo). E não podemos esquecer da Live histórica sobre a “Reabertura dos Cinema” com Maria do Rosário Caetano e o “extraterrestre da produção” Filippo Pitanga (que está devendo um autógrafo por ter ficado famoso no programa da Tatá Werneck).

2020 foi um ano estranho, atípico e de aprendizagem. Conversas e bate-papos, em lives, precisaram se adaptar à tecnologia e a compreensão de que os serviços de internet não são bons. Conexões caem e perguntas  como “você está aí?” definiram-se como recorrentes. A sensação da retrospectiva foi de turbilhão frenético (já disse Aline DeLuna e seu “dia do saco cheio” no filme “Me Cuidem-se!”. Tudo era importante. Tudo precisava ser consumido, visto, pensado, analisado, “selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado” para “voar”.

O Vertentes do Cinema fez 23 Lives pelo Instagram, 31 Lives pelo Youtube, 28 programas semanais Cinemas em Conversas (com Frederico Machado e Marco Fialho), 53 Editoriais Revista Vertentes da Semana, 3 Mostras de Curtas-Metragens do Vertentes, 16 Especiais sobre diretores, diretoras e atrizes, uma enxurrada de críticas, mais conversas em lives, Festival Gay de Cinema, colaboração em livro e muito mais. E que venha 2021! Com vacina, com Cannes, Arábia Saudita e todos os festivais, especialmente o Festival do Rio. Até porque depois de um ano (que se completará em março visto os andamentos de nosso Brasil), nós merecemos muito cinema, viagens, abraços e não parar um só dia em casa. Viva a esperança!

CURTA DA SEMANA

SESSÃO CLÁSSICOS DA PARAHYBA

SOB O CÉU NORDESTINO

ASSISTA AQUI (1929, Brasil, 24 minutos dos 120 minutos originais, Silencioso, de Walfredo Rodrigues). O filme, definido pela produtora Nordeste Filme como um “filme natural de costumes do Nordeste brasileiro” é o resultado do trabalho incessante do cineasta, que percorreu a Parahyba do Norte durante quatro anos (1924 a 1928) para registrar os seus vários aspectos geográficos e culturais, com a preocupação em desfazer a imagem negativa que o sul do Brasil tinha da região. À época do seu lançamento, a película contava com aproximadamente duas horas de projeção. Mas a cópia original foi perdida quando um dos colaboradores do cineasta, ao levá-la para a França a fim de inserir melhoramentos técnicos, veio a falecer subitamente. Somente em 1988, parte do filme, com aproximadamente 25 minutos de duração, foi identificada na Cinemateca Brasileira, baseada nos registros documentais feitos, principalmente, a partir do lançamento do filme. Esta amostra é o que sobrou para ser assistida, atualmente.

PRÓXIMO CURTA

SESSÃO LIBERDADE LITERÁRIA

CARTAS DA MÃE

(2003, Brasil, 28 minutos, de Fernando Kinas e Marina Willer). Cartas da mãe é uma crônica sobre o Brasil dos últimos 30 anos contada através das cartas que o cartunista Henfil (1944/1988) escreveu para sua mãe, Dona Maria. Estas cartas, publicadas em livros e jornais, são lidas pelo ator e diretor Antônio Abujamra enquanto desfilam imagens do Brasil contemporâneo. Política, cultura, amigos e amor são alguns dos temas que elas evocam, criando um diálogo entre o passado recente do Brasil e nossa situação atual. Artistas, políticos e amigos de Henfil, entre eles o atual Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva, o escritor Luis Fernando Veríssimo, os cartunistas Angeli e Laerte e o jornalista Zuenir Ventura, falam sobre a trajetória do cartunista dos anos da ditadura militar até sua morte. Animações inéditas de seus cartuns complementam o documentário. ESTREIA 07/01, 00:01.


EM CASA

O SOM DO SILÊNCIO

(Sound of Metal, 2019, Estados Unidos, 121 minutos, de Darius Marder, CRÍTICA AQUI). O baterista e ex-viciado Ruben começa a perder a audição. Quando um médico lhe diz que seu estado vai piorar, ele pensa que sua vida e carreira acabaram. Sua namorada, Lou, o leva para um lar de reabilitação para surdos a fim de evitar uma recaída e ajudá-lo a se adaptar à nova vida. Disponível na plataforma digital Amazon Prime Video. 

A Voz Suprema do Blues

A VOZ SUPREMA DO BLUES

(Ma Rainey’s Black Bottom, 2020, Estados Unidos, 94 minutos, de George C. Wolfe, CRÍTICA AQUI). Chicago, 1927. Em uma sessão de gravação, surgem tensões entre Ma Rainey (Viola Davis), seu trompetista ambicioso (Chadwick Boseman) e os empresários brancos determinados a controlar a lendária Mãe do Blues. Baseado na peça do vencedor do prêmio Pulitzer August Wilson. Disponível na plataforma digital Netflix.

Mank

MANK

(2020, Estados Unidos, 131 minutos, de David Fincher, CRÍTICA AQUI). A história tumultuosa de Herman J. Mankiewicz, roteirista da obra-prima icônica de Orson Welles, “Cidadão Kane” e sua luta contra Welles pelo crédito do texto do grandioso longa. Disponível na plataforma digital Netflix.

Macabro

MACABRO

(2019, Brasil, 97 minutos, de Marcos Prado, CRÍTICA AQUI). Longa-metragem de ficção baseado na história real dos “irmãos necrófilos”. Dois jovens irmãos que nos anos 90 foram acusados de brutais assassinatos na Serra dos Órgãos, região de Nova Friburgo. O thriller de suspense segue o sargento Teo em sua busca pelos suspeitos escondidos na floresta. Enquanto a população, a imprensa e a polícia local condenam os irmãos, Teo percebe que um deles pode ser inocente.​ Disponível na plataforma digital Now.

To the Lake

CIDADE DOS MORTOS 

(Эпидемия – To The Lake, 2019, Rússia, Temporada 1, 8 episódios de 48 minutos, de Pavel Kostomarov, CRÍTICA AQUI). Com a civilização ameaçada por uma terrível doença, um grupo de sobreviventes põe em risco suas vidas e o próprio senso de humanidade na luta pela sobrevivência. Disponível na plataforma digital Netflix.

ENTRE ABELHAS

(2015, Brasil, 100 minutos, de Ian SBF, CRÍTICA AQUI). Coisas estranhas começam a acontecer na vida de Bruno, um jovem de quase 30 anos que acaba de se separar da mulher. Bruno tropeça no ar e esbarra no que não vê, até perceber que as pessoas ao seu redor estão desaparecendo só para ele. Os dias correm e a situação só piora. Com a ajuda da mãe e do melhor amigo, Bruno tentará se adaptar a esse novo mundo com cada vez menos gente. Disponível na plataforma digital Netflix.

SELEÇÃO ESPECIAL CINEMATECA FRANCESA

THE VAMPIRES – EPISÓDIO 2: O ANEL QUE MATA

ASSISTA AQUI (Les Vampires, épisode 2 – La Bague qui tue, 1915, França, 12 minutos, Silencioso, de Louis Feuillade). Episódio 2. A famosa dançarina Marfa Koutiloff promete revelações a Philippe Guérande sobre os Vampiros, mas ela morre durante uma performance, envenenada pelo anel que um admirador acaba de lhe dar.

Esta restauração foi realizada em 2014 pela Gaumont com o apoio do CNC no âmbito do plano de recuperação e digitalização do património, com a colaboração da Cinémathèque francesa. As imagens foram digitalizadas em 4K a partir de uma duplicata de nitrato, uma cópia de nitrato e uma cópia de segurança para as fotos perdidas. Os títulos originais foram recriados a partir de registros do período mantidos na Film Library. O trabalho foi realizado pela Gaumont Pathé Archives no laboratório Éclair. Agradecimentos especiais a Béatrice de Pastre, Manuela Padoan e Agnès Bertola.

Os outros episódios:


TOP-DOWN 20: OS MELHORES E PIORES FILMES DE 2020

(clique AQUI ou na foto e saiba tudo)

Pacarrete


RETROSPECTIVA 2020: ESPECIAIS DO VERTENTES 


PRÊMIO HUMANIDADE DO VERTENTES DO CINEMA 2020

(Pelo incansável trabalho de relevância social)

PRÊMIO HUMANIDADE DO VERTENTES DO CINEMA 2020

(Pelo incansável trabalho de relevância social)


RETROSPECTIVA 2020: EDITORIAIS DO VERTENTES

(clique AQUI ou na foto e saiba tudo)


GUIA DO CINÉFILO PROGRAMA #5 – CONVIDADO FABRICIO DUQUE


ESPECIAL REVEILLON COM O TENENTE DAN 

(Entre na brincadeira e não passe sozinho – O filme “Forrest Gump” está disponível na Netflix)

INSCREVA-SE YOUTUBE VERTENTES DO CINEMA

(clique AQUI ou na foto e fique conectado nas novidades)

Revista da Semana | 31 de dezembro de 2020

Pix Vertentes do Cinema

Deixe uma resposta