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O Turista

Ficha Técnica

Direção: Florian Henckel von Donnersmarck
Roteiro: Julian Fellowes, Christopher McQuarrie, Jeffrey Nachmanoff
Elenco: Johnny Depp, Angelina Jolie, Rufus Sewell, Bruno Wolkowitch, Julien Baumgartner, Clément Sibony
Fotografia: John Seale
Música: Gabriel Yared
Produção: Lloyd Phillips, Graham King, Jonathan Glickman
Distribuidora: Sony Pictures
Duração: 103 minutos
País: EUA / França
Ano: 2011
COTAÇÃO: ENTRE O RUIM E O REGULAR

A opinião

O diretor Florian Henckel von Donnersmarck estreou em 2007 com o filme “A vida dos outros”, sucesso de crítica e público, tanto que foi Indicado ao Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro (2007) e ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro (2007). O espectador percebia a atmosfera independente – e despretensiosa – da realização, talvez por essa razão tenha conseguido um resultado positivo e satisfatório. Porém em seu novo projeto “O Turista”, Florian escala dois dos astros mais cobiçados da nova safra do cinema americano: Johnny Depp e Angelina Jolie. Já é conhecido que os atores, nesta fase de suas vidas, estão escolhendo (assim mesmo no gerúndio) papéis menos comerciais e mais alternativos. Angelina trabalhou com Clint Eastwood e Michael Winterbotton. Johnny é o alter ego dos filmes do Tim Burton. Então, com todas as informações prévias, espera-se um bom filme, mas não só a decepção acontece, como há um retrocesso profissional na carreira do diretor. O longa já nasce com empecilhos. Tom Cruise e Sam Worthington abandonaram a produção logo no inicio e o papel de Angelina Jolie era para ser de Charlize Theron.

O roteiro deseja agradar a gregos e troianos, quando passeia pelo universo comercial e pelo cult. O equilíbrio necessário não acontece e há perda de narrativa – não sabendo se é drama e ou comédia. Há conflito. A pretensão é por tentar ser uma versão melhorada de “Identidade Bourne”, com Matt Damon e ou “Salt” – e ou até “Sr. e Sra. Smith”, estrelados por Angelina. Frank (Johnny Depp) vai à Itália para férias depois de uma desilusão amorosa. Tudo o que ele queria era ficar sozinho, mas na viagem de trem ele conhece Elise (Angelina Jolie), uma estrangeira misteriosa, e acaba se envolvendo com ela. Veneza e Paris dão os ares elegantes para intensificar o romance de Frank e Elise, no entanto, a relação deles vai um pouco além e eles se envolvem num jogo perigoso e mortal. A sinopse acima direciona quem escolher assistir a esse filme a esperar algo que não acontece. O gênero espionagem possui como característica a manipulação do espectador. É esperado e imprescindível. Esse jogo prende a atenção com reviravoltas e percepções inesperadas. O começo é típico: pessoas seguindo pessoas, pistas sendo investigadas, operações infiltradas e cigarros eletrônicos. Um, supostamente, fez plástica, mudando o rosto para que pudesse fugir.

Daí para frente, a narrativa segue pelo caminho do clichê bobo. O roteiro busca a estranheza, porém o que consegue atingir é o patético. O ponto alto é sem dúvidas a cidade de Veneza, transpassando elegância e magia. “Quem é Alexandre Pearce”, pergunta-se. Contudo, o óbvio estraga o desencadeamento dos acontecimentos. O desastre acontece focando o vazio e a futilidade. “Diferente é bom”, diz-se entre interpretações – e diálogos – teatrais de efeito e ações sincronizadas. O mistério é previsível. Transforma-se em uma novela mexicana (por utilizar recurso ultrapassado de um sonho para desvirtuar o espectador). A música de efeito ajuda a intensificar a ingenuidade negativa. Americanos criticados por italianos. A pretensão crônica é a de que o filme possa referenciar Alfred Hitchcock. Assim, não há respeito à inteligência de quem está sentado em um cinema, perdendo 103 minutos. A conclusão é a não recomendação. Como a opinião é algo subjetivo, há quem o ache digno de ser indicado ao Globo de Ouro de Melhor Musical ou Comédia, Ator (Depp) e Atriz (Jolie).

O Diretor

Florian Henckel von Donnersmarck nasceu em 02 de maio de 1973, na Alemanha. Passou sua infância em Nova York, Berlim, Frankfurt e em Bruxelas. Depois de Estudos Russos no Instituto Nacional em Leningrado (agora São Petersburgo) 1991-1993, estudou Filosofia, Política e Economia na Universidade de Oxford. Em 1996 graduou-se após um período de estudo prático de direção no filme de Richard Attenborough “In Love and War”. Sua estréia no longa-metragem “A vida dos outros” (“The Lives of Others”, 2006), estrelado por Ulrich Mühe , Sebastian Koch e Martina Gedeck recebeu quatro prêmios no Filmpreis Bayrischer 2006.

Pix Vertentes do Cinema

  • hahahaha — mas uma vez indicado ao Globo de Ouro virou um alvo ainda maior ao invés de só "deixar ser"! (e, convenhamos, a imprensa estrangeira que vota deve ter "AMADO" demais Veneza retratada c/ 2 símbolos sexuais p/ se importar c/o desenvolvimento). Concordo c/as piadas do Ricky Gervais contra as indicações do filme na premiação (e olha q c/ toda a pecha dele, ainda foi criticado!)

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