Por Fabricio Duque
“A Vida Privada dos Hipopótamos”
é um tipo de gênero propositalmente “inclassificável”, pois “passeia” entre a
verdade “contada” da ficção e a credibilidade oficial dos fatos, transformando
toda a “confusão” narrativa no grande elemento do documentário-filme. Em um
primeiro momento, o espectador é conduzido à estrutura tradicional – sobre
“presos estrangeiros” (passando pelo Brasil, São Paulo; Estados Unidos, Olimpia
e Washington; Colômbia, Bogotá), mas quando somos “conquistados” pela história,
então o interesse é estimulado, logicamente, a “qual lugar o explorador vai
quando está tudo explorado?”. A direção e também o roteiro é da dupla Maíra
Bühler (de “Elevado 3.5” – vencedor do É Tudo Verdade de 2007) e Matias Mariani
(de “Ela Sonhou Que Eu Morri”). Dela, vem a Antropologia Social e dele as
técnicas do Cinema, uma combinação afiada ao “retratar” a “verdadeira história”
do “último cara inocente” e sua contradição “Pinóquio” de Christopher Kirk, um
técnico de informática americano que se muda para a Colômbia para conhecer os
hipopótamos que Pablo Escobar deixou de legado (do “homem mais rico do mundo,
segundo a revista Forbes”), e que foi preso em 2009 no Brasil por tráfico
internacional de drogas. O “personagem” em questão possui uma “qualidade”
natural em contar histórias, criando metáforas apoteóticas e de Hipopótamos, e
fornecendo dicas, teorias e dúvidas (mistérios e ingenuidade à procura de V.),
desnorteando e manipulando quem ouve (quase um episódio estendido de “Catfish
da MTV”), tendo a estrutura do roteiro em capítulos. “Óculos escuros sempre que
podia”, “dois celulares e uma bateria”, “Disneylândia, “Ela foi dando dicas”
“vaidade”, “todos os homens são estúpidos” (autorreflexão de um “corno”
assumido), “uma história para contar seus amigos”, “Ela era bonita e exótica,
meio prostituta, muitos namorados”. O documentarista Eduardo Coutinho dizia que
no “cinema de verdade” é preciso “confiar e aceitar a história como
verdadeira”. “Se quiser pegar um mentiroso, estude-o”, diz-se pela perspectiva
do “enganado?”, uma lógica confusa do que aconteceu. Inseri-se percepções de
amigos e parentes, e recuperação dos dados do computador do entrevistado “preso”,
que “entram” na trama para “ajudar” a confundir qualidades passionais com
enganações esquizofrênicas. O filme procura psicopatias, “sonhos mais
estranhos”, “cavalo negro” “loucuras e agitação” de uma imaginação fértil,
“distanciando de si mesmo” e “mentindo por causa da fascinação por
trapaceiros”. A maestria de “A Vida Privada dos Hipopótamos” é exatamente pela
pretensão despretensiosa de “brincar” com nossas reações. O menos importante
aqui é a verdade. Queremos ser “abduzidos” pelo o que é contado e
“aprofundamos” nossa confiança, referenciando “Vips”, com Wagner Moura, baseado
em “Histórias reais de um Mentiroso”. Concluindo, mentira? Verdade?
Manipulação? Não importa. Tanto faz. Só sabemos que o “jantar oferecido” é
impecável. Vencedor do festival do Rio 2014 na categoria de Melhor Montagem.
é um tipo de gênero propositalmente “inclassificável”, pois “passeia” entre a
verdade “contada” da ficção e a credibilidade oficial dos fatos, transformando
toda a “confusão” narrativa no grande elemento do documentário-filme. Em um
primeiro momento, o espectador é conduzido à estrutura tradicional – sobre
“presos estrangeiros” (passando pelo Brasil, São Paulo; Estados Unidos, Olimpia
e Washington; Colômbia, Bogotá), mas quando somos “conquistados” pela história,
então o interesse é estimulado, logicamente, a “qual lugar o explorador vai
quando está tudo explorado?”. A direção e também o roteiro é da dupla Maíra
Bühler (de “Elevado 3.5” – vencedor do É Tudo Verdade de 2007) e Matias Mariani
(de “Ela Sonhou Que Eu Morri”). Dela, vem a Antropologia Social e dele as
técnicas do Cinema, uma combinação afiada ao “retratar” a “verdadeira história”
do “último cara inocente” e sua contradição “Pinóquio” de Christopher Kirk, um
técnico de informática americano que se muda para a Colômbia para conhecer os
hipopótamos que Pablo Escobar deixou de legado (do “homem mais rico do mundo,
segundo a revista Forbes”), e que foi preso em 2009 no Brasil por tráfico
internacional de drogas. O “personagem” em questão possui uma “qualidade”
natural em contar histórias, criando metáforas apoteóticas e de Hipopótamos, e
fornecendo dicas, teorias e dúvidas (mistérios e ingenuidade à procura de V.),
desnorteando e manipulando quem ouve (quase um episódio estendido de “Catfish
da MTV”), tendo a estrutura do roteiro em capítulos. “Óculos escuros sempre que
podia”, “dois celulares e uma bateria”, “Disneylândia, “Ela foi dando dicas”
“vaidade”, “todos os homens são estúpidos” (autorreflexão de um “corno”
assumido), “uma história para contar seus amigos”, “Ela era bonita e exótica,
meio prostituta, muitos namorados”. O documentarista Eduardo Coutinho dizia que
no “cinema de verdade” é preciso “confiar e aceitar a história como
verdadeira”. “Se quiser pegar um mentiroso, estude-o”, diz-se pela perspectiva
do “enganado?”, uma lógica confusa do que aconteceu. Inseri-se percepções de
amigos e parentes, e recuperação dos dados do computador do entrevistado “preso”,
que “entram” na trama para “ajudar” a confundir qualidades passionais com
enganações esquizofrênicas. O filme procura psicopatias, “sonhos mais
estranhos”, “cavalo negro” “loucuras e agitação” de uma imaginação fértil,
“distanciando de si mesmo” e “mentindo por causa da fascinação por
trapaceiros”. A maestria de “A Vida Privada dos Hipopótamos” é exatamente pela
pretensão despretensiosa de “brincar” com nossas reações. O menos importante
aqui é a verdade. Queremos ser “abduzidos” pelo o que é contado e
“aprofundamos” nossa confiança, referenciando “Vips”, com Wagner Moura, baseado
em “Histórias reais de um Mentiroso”. Concluindo, mentira? Verdade?
Manipulação? Não importa. Tanto faz. Só sabemos que o “jantar oferecido” é
impecável. Vencedor do festival do Rio 2014 na categoria de Melhor Montagem.