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Crítica: O Espião Que Sabia Demais
Ficha Técnica
Direção: Tomas Alfredson
Roteiro: Bridget O’Connor, Peter Straughan, baseados na obra de John le Carré
Elenco: Tom Hardy, Colin Firth, Gary Oldman, Mark Strong, Stephen Graham, Amanda Fairbank-Hynes, Ciarán Hinds, John Hurt, Zoltán Mucsi, Péter Kálloy Molnár, Ilona Kassai
Fotografia: Hoyte Van Hoytema
Música: Alberto Iglesias
Direção de arte: Tom Brown e Zuzsa Kismarty-Lechner
Figurino: Jacqueline Durran
Edição: Dino Jonsäter
Distribuidora: PlayArte
Duração: 127 minutos
País: Reino Unido/ França/ Alemanha
Ano: 2011
COTAÇÃO: BOM

A opinião
“O Espião Que Sabia Demais” é um típico filme que o conhecimento prévio ajuda na digestão do que se está vendo na tela. E digo mais, é necessário assisti-lo novamente, para que assim possa ser absorvido detalhes que unem o quebra-cabeça. São inúmeras curiosidades adquiridas, que fornecem a este longa-metragem de difícil entendimento, por causa da excessiva fragmentação de pequenos instantes não lineares, uma melhor imersão. Baseado no livro homônimo de John le Carré (que também escreveu “O Jardineiro Fiel”, rodado pelo cineasta Fernando Meirelles), já havia sido adaptado, em 1979, para a Televisão, no formato de minissérie de mesmo nome. Os produtores ficaram 18 meses sem encontrar o intérprete ideal para George Smiley. Eles já estavam a ponto de desistir do filme quando o produtor Tim Bevan sugeriu Gary Oldman para o papel. Para se preparar para o filme Gary Oldman analisou a interpretação de Alec Guinness na minissérie televisiva, além de encontrar pessoalmente com le Carré, que aparece em uma pequena ponta no filme, como um convidado bêbado em uma festa de Natal. O gênero de espionagem estratégica, com referência explicita ao jogo de xadrez, conta que durante o período da Guerra Fria, os britânicos começaram a desconfiar de estarem sendo espionados por alguém do alto escalão do exército soviético.
Para investigar o caso com toda a cautela que a situação exige, George Smiley (Gary Oldman) abandona a aposentadoria para encobrir agente soviético do MI6. O diretor Tomas Alfredson (do extraordinário “Deixa Ela Entrar”, versão original sueca sobre o existencialismo de uma vampira aos quatorze anos) buscou imprimir uma atmosfera similar a que percebeu quando visitou Londres pela primeira vez, na década de 70, com ruas sujas e mal iluminadas, repletas de sombras. A fragmentação recorrente da narrativa pode gerar opiniões diversas. Alguns acreditam que esta técnica desperta inteligência e alto grau de competência cinematográfica. O outro lado, por sua vez, considera uma ode à prepotência. Busco, então, o meio termo, ficando estonteado com a quantidade de elipses não explicativas, instantes verborrágicos e ângulos de câmera que saem do comum e atravessam a tela do cinema. Não é em terceira dimensão, nem precisamos usar óculos, apenas o ator do personagem principal Smiley, que testou centenas de óculos antes de encontrar o modelo ideal.
O produtor Tim Bevan (de “Fargo”, “Notting Hill” e “Meu irmão, cadê você?”) citou A Conversação (1974), de Francis Ford Coppola e O Conformista (1970), de Bernardo Bertolucci, como filmes que influenciaram visualmente “O Espião que Sabia Demais”. Concluindo, um filme imponente, elegante, respeitando a inteligência do espectador ao apresentar os elementos – e reviravoltas – e esperar que o contexto seja entendido. Como já disse no início, é um longa-metragem que pede assisti-lo mais de uma vez. Recomendo. É o primeiro filme em língua inglesa dirigido por Tomas Alfredson. Nas filmagens foram usadas barracas do exército localizadas no norte de Londres. Como se tratava de uma área vasta e barata, os produtores chegaram a alugar prédios inteiros para servirem de locação. Teve orçamento estimado de US$ 30 milhões.O filme é dedicado à roteirista Bridget O’Connor, que faleceu de câncer pouco após o término de seu trabalho no filme. Foi selecionado para a mostra competitiva do Festival de Veneza 2011. Ganhou o BRITISH INDEPENDENT FILM AWARDS 2011 na categoria de Melhor Cenografia.


O Diretor
Hans Christian Tomas Alfredson nasceu em Lidingö, Uppland, Suécia, em 1° de abril de 1965. Sendo filho do comediante, roteirista e diretor Hasse Alfredson, ele sempre esteve acostumado a ser tratado de forma diferente desde cedo. “Um pequeno número de pessoas faz parte de propriedade pública, e ele era uma delas”, disse Alfredson sobre seu pai. Hasse raramente estava em casa, e Tomas foi principalmente criado por sua mãe.
3 Nota do Crítico 5 1

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