Curta Paranagua 2024

Mais Forte Que Bombas

Barulho demais

Por Fabricio Duque

Festival de Cannes 2015

Mais Forte Que Bombas

“Mais Forte Que Bombas”, novo filme de Joachim Trier (de “Oslo, 31de Agosto“), comporta-se como uma “colagem” referencial da técnica, narrativa, temática e atmosfera de outros filmes, como por exemplo “Elefante”, de Gus van Sant; “Homens, Mulheres e Filhos”, de Jason Reitman; “Mil Vezes Boa Noite”, com Juliette Binoche, sendo mais um exercício estilístico, quase um trabalho de conclusão de curso de cinema (de recorrentes tentativas e erros como auto-afirmação) que procura “abraçar” a essência caraterística do Festival de Sundance como uma máxima de condução indicativa. Não é ruim por completo, mas também está longe de ser ótimo. Fica no limbo, em um equilíbrio perdido, tentando agregar “esquetes” que buscam uma conectividade com a história. Infelizmente, até mesmo a “musa” Isabelle Huppert (sempre excelente), aqui está “deslocada”, corroborando uma preguiça pretensiosa de sua direção e atestando por “a mais b” que o diretor deve ter esquecido da expressão “menos é mais”.

A narrativa teatral (apresentada por elipses – narrada por memórias subjetivas), estrelada pelo ator-protagonista de “A Rede Social”, Jesse Eisenberg (ator queridinho do momento, que também pode ser visto em “Batman versus Superman” e no novo filme de Woody Allen, “Café Society”), conta a história de uma fotógrafa de guerra, a atriz Isabelle Huppert, que dá preferência a seu trabalho e deixa sua família de lado. “O público não gosta de assistir filmes longos na exibição”, diz-se. O filme busca captar um cotidiano espontâneo, fornecendo elementos de “conservação” do passado, quase como uma nostálgica “fuga” e medo de se seguir em frente. Mas o alto grau sentimental impede que a história transpasse naturalidade, entre sonhos dentro de sonhos, bruscas reviravoltas, gatilhos comuns de idas e vindas, flashbacks, possibilidades projetadas, epifania ilusória, conversas  “definidoras” de terapia familiar até mesmo por um “violento” jogo, outras versões das mesmas ações-tragédias. Não falta nada. Deseja-se instigar o não óbvio, contudo, o que se consegue é potencializar o clichê de não querer ser clichê (intercalando fotos; e ou capítulos com fades; e ou o outro ler o artigo de uma personagem no jornal).

“Mais Forte Que Bombas” é comum, ainda que pelo meio de “descobrir verdades” (crítica à criação dos pais – que deixam seus filhos “soltos”); de picardias à moda “Billy Elliot”, de Stephen Daldry; música anos oitenta; vídeos de internet; passado e presente. Tudo é artificial e forçado (“Estranho, mas são maduros”), e tenta realmente acreditar que o drama precisa ser mais suavizado pelo tom da interpretação. Como já foi dito, não é ruim, mas é demais.

2 Nota do Crítico 5 1

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