A Volta para Casa
Lima Duarte, um exemplo
Por Vitor Velloso
Durante o Cine Ceará 2020
Lima Duarte é um monumento da cultura brasileira. Toda sua carreira esteve no coração de nossa brasilidade e suas atuações são verves que não há reacionarismo vigente que nos fará olvidar. “A Volta para casa” de Diego Freitas (do terrível “O Segredo de Davi” e o reacionário “Flush”) é uma obra que funciona em torno de Lima Duarte. Ele carrega o filme e dele é possível sentir as questões emocionais que o curta tenta levantar.
A forma cinematográfica, assim como nas outras obras de Diego Freitas, é uma reprodução das fórmulas internacionais, creditando em si um depósito da qualidade na produção, a partir de uma alienação completa da linguagem. Desta forma, os sentimentos causados pela obra, podem ser vistos a partir dos olhares de Lima Duarte, da atuação brilhante, da voz falha etc, além de uma possibilidade de catarse. Quem conviveu ou convive com vítimas da Alzheimer pode sentir um embaraço, pois os graus de emotividade possuem laços exteriores à obra.
“A Volta para casa” busca arrancar algumas lágrimas durante sua projeção, mas deve qualquer êxito à Lima Duarte, pois sua construção é parte de um processo de homologação formal, promovido pelos festivais internacionais, liderados por uma classe que já conhecemos e reproduzido aqui.