Direção: Paul Haggis Roteiro: Paul Haggis, Fred Cavayé e Guillaume Lemans Elenco: Russell Crowe, Elizabeth Banks, Olivia Wilde, Liam Neeson. Fotografia: Stéphane Fontaine Música: Danny Elfman e Alberto Iglesias Direção De Arte: Gregory S. Hooper Figurino: Abigail Murray Edição: Jo Francis Produção: Paul Haggis, Marc Missonnier, Michael Nozik e Olivier Delbosc Distribuidora: Lionsgate (EUA) | Imagem Filmes (Brasil) Duração: 122 Minutos País: Estados Unidos Ano: 2010 COTAÇÃO: ENTRE REGULAR E BOM
A opinião
“72 horas” aborda a sinopse de John Brennan (Russell Crowe), um professor universitário, que leva uma vida perfeita, até sua esposa Lara (Elizabeth Banks) ser acusada de ter cometido um crime brutal. Ela jura que não é a autora do crime. Após três anos de recursos judiciais sem sucesso, John percebe que o único meio de ter sua esposa de volta será tirando-a da prisão. Ele tem apenas 72 horas para elaborar o plano e executa-lo. O longa, do diretor Paul Haggis, de “Crash” (ganhador do Oscar de Melhor Filme), é uma adaptação americana para o filme francês “Tudo por ela” (Pour Elle, 2008), estrelado por Diane Kruger e Vincent Lindon, , apresenta-se duas partes de narrativa cinematográfica. O início mostra uma prévia do que irá acontecer, estimulando a atenção pelos próximos acontecimentos e o porquê. Uma vida comum seguida por conversas entre homens e mulheres e suas picardias sarcásticas. Isso cria uma atmosfera de naturalidade, leveza, sinceridade sem clichês e sem dramas.
A camera participa do movimento, retratando a história, por sutilezas, utilizando-se dos recursos foco e desfoco. Acrescentam-se flashbacks explicativos (em preto-e-branco). Os detalhes conduzem a trama. A constatação de algo percebido pelo olhar da esposa ao entender, sem palavras, o que o marido deseja dizer. “Caro é pagar e não receber”, diz-se. A próxima etapa é o conhecimento. O marido começa a transitar pelo submundo do crime para que possa ajudar a sua esposa. “Você quer isso demais, vai fazer besteira”, retruca-se. Neste processo, descobre que é possível aprender, pela internet, como abrir uma porta, por exemplo. O roteiro deseja que o espectador siga os detalhes das próximas ações, ora podendo ser manipulado a acreditar em algo que não é o certo. Em determinado momento, a segunda parte acontece. Nela, o suspense é crescente, as imagens mais ágeis e as caricaturas mascaram o argumento pretendido. Torna-se um filme de ação, por utilizar carros em perseguições, que rodopiam de forma tão surreal, que se encanta com a imagem e esquece-se do realismo.
As interpretações modificam-se. As reações tornam-se exageradas e exasperadas, de gestos óbvios, contrastando com as ações ingênuas que o personagem pede. A música de efeito, extremamente melodramática, em muitos momentos, enaltece a perda do tom, mesmo escolhendo Moby a fim de fornecer dinamismo. “O Pensamento racional destrói a alma”, diz-se. Tudo tenta ser explicado, perdendo-se ao transmitir pressa, utilizando, excessivamente, a camera nervosa. Mas dentro de todo o contexto, há cenas que convencem, pelo realismo violento. A da surra é uma delas. “Estão ficando sentimental na velhice”, diz-se. É incrível como a versão americana precisa imprimir velocidade às cenas. Concluindo, é um longa com muitos altos e baixos, que não mantem o equilíbrio, atrapalhando, assim, o contexto. Foi rodado em Pittsburgh, Pensilvânia, nos Estados Unidos, com orçamento estimado de US$ 30 milhões.
O Diretor
Paul Edward Haggis nasceu em London, Ontário, 10 de março de 1953. É roteirista, produtor e cineasta canadense.
Fimografia
2010 – 72 Horas 2007 – No Vale das Sombras 2004 – Crash – No Limite
Roteirista
2010- 72 Horas 2008 – 007 – Quantum of Solace 2007 – No Vale das Sombras 2006 – 007 – Cassino Royale 2006 – Um Beijo a Mais 2006 – A Conquista da Honra 2006 – Cartas de Iwo Jima 2005 – Crash – No Limite 2004 – Menina de Ouro