Direção: François Desagnat e Thomas Sorriaux
Roteiro: Vincent Ravalec (romance), François Desagnat (adaptação), Thomas Sorriaux (adaptação)
Elenco: Daniel Auteuil (Philippe Le Tallec), Juliette Lamboley (Églantine), François Damiens (Jean), Lionel Abelanski (Guy), Julie Ferrier (Fiona), François Berléand (Albert Einstein), Elise Larnicol (Sylvie), Sara Mortensen (Barbara)
Estudio: Pandora Filmes
Duração: 97 minutos
País: França
Ano: 2008
COTAÇÃO: BOM
A opinião
O longa, dirigido pela dupla François Desagnat e Thomas Sorriaux, aborda o relacionamento distanciado entre pai e filha. Ele buscou viver em outro lugar, seguindo o seu estilo de vida e sua profissão. Ela, uma adolescente normal, está mais interessada em vivenciar a sua idade a ter que entender os seus pais.
O mundo dos adolescentes de hoje está mais distante do convívio real. Há bate-papos virtuais, mensagens por celular, blogs que incentivam esse distanciamento. Nesta idade, o medo de tudo e de todos é grande, e a tecnologia é um aliado a isso. Ele precisa aprender a conviver e a acostumar com as manias e características típicas da idade. Ela, por sua vez, necessita realizar o mesmo processo. O pai acorda cedo, prepara o café da manhã americano (ovos e bacon). A filha come cereal. Há o cotidiano de uma reaproximação machucada pelo tempo, com suas omissões e visitas esporádicas.
Églantine ajuda ao ‘objeto de desejo’ a recuperar o celular confiscado pelo diretor. Por uma estratégia ingênua, deixa-se rastro. Mostra-se o exagero das situações. O pai percebe a tendência dos jovens: piercing, calcinha diferente e fones de ouvido em meio a uma conversa importante. A festa acontece. A camera, quase amadora, adentra o submundo dos jovens, como a mistura de omelete com nutella, quase que invisível, transpassando a quem está assistindo um exercício cinematográfico interessante.
Com trilha de Justice, Dragonette, Dead 60’s, entre outros, o longa merece ser visto. É uma versão francesa, menos trabalhada, de “As melhores coisas do mundo”, filme brasileiro que arrebata prêmios por onde passa. Aguarde até o final dos créditos, há uma parte de conclusão do curso de como ser um bom pai. O filme é meio bobo, meio ingênuo e até meio patético, porém o espectador pode absorver muitos elementos interessantes: a festa, como eu disse é um deles. Recomendo.
Francis Desagnat (foto 1), filho do diretor Jean-Pierre Desagnat, começou como estagiário de uma série de televisão. Realizou inúmeros clipes musicais com Manau, Jane Birkin e Faudel. Junto com Thomas Sorriaux (foto 2), que conheceu no final dos anos 90, ele co-escreveu o curta-metragem “A Maldição da avó”.Em 2003, Francis Desagnat e Thomas Sorriaux foram os responsáveis pela comédia “The Beuze” , dirigido por seu amigo Michael Youn . Voltaram em 2004 com uma nova comédia “Os 11 Mandamentos”.