Os Vencedores e a História do Festival de Cannes 2011

Os Vencedores e a História do Festival de Cannes 2011

Por Redação

“As pernas das mulheres são compassos que circulam um globo, dando equilíbrio e harmonia”, disse Jerry Schatzberg (cineasta americano que ganhou a Palma de Ouro em 1973 por “Scarecrow”) quando ouviu de Francois Truffaut elogios as da Faye Dunaway, que neste ano posa para o catálogo oficial do número 64 do Festival de Cannes. Em 2011, O Festival foi palco de polêmicas, gerando comoção mundial. O diretor dinamarquês Lars von Trier, nascido em Copenhague no30 de abril de 1956, ao apresentar seu novo filme “Melancholia” (vencendo na categoria Melhor Atriz – Kirsten Dunst), disse “Por um tempo, eu sempre gostei de pensar que fosse judeu, mas depois descobri que minha família era alemã e que na verdade eu era nazista, o que também me deu um certo prazer. O que posso dizer é: eu entendo Hitler. Claro que ele fez algumas coisas erradas, mas eu entendo o homem, simpatizo um pouco com ele. Não pela Segunda Guerra. Não sou contra judeus. Mas os israelenses são um pé no saco…”, provocou.

“Como posso sair dessa agora? OK, eu sou nazista”. O cineasta é famoso por não possuir limites verborrágicos e por tentar de todo custo conseguir a atuação perfeita de seus atores. Quem já trabalhou com ele não quer mais repetir a dose. Foi assim com Bjork (“Dançando no escuro”), Nicole Kidman (“Dogville” – há um boato de que Lars a havia trancado em um quarto escuro para que pudesse despertar o real momento do filme). Charlotte Gainsbourg (de “Anticristo”), por exceção, volta a trabalhar com o diretor “provocador”. Quanto ao filme, que aborda o fim do mundo, ele diz “Foi um prazer muito grande fazer o filme, mas o resultado se tornou romântico demais. Quando assisti a ele, comecei a rejeitá-lo um pouco. Então, não estou certo do que eu acho… Talvez seja uma porcaria. Espero que não. Mas existe uma possibilidade relativamente grande de que ele não mereça ser visto”. O filme é chamado em Cannes de ““mais belo filme sobre o fim do mundo”.

O JÚRI

O JURI tem como presidente o ator americano Robert De Niro. Para a escolha da Palma de Ouro ainda tem:

Martina GUSMAN, Atriz e produtora da Argentina
Nansun SHI, Produtor de Hong Kong – China
Uma THURMAN, Atriz, roteirista e produtora americana
Linn ULLMANN, Escritora, jornalista e Crítica literária da Noruega
Olivier ASSAYAS, Diretor Francês
Jude LAW, Ator e produtor inglês
Mahamat Saleh HAROUN, Diretor da República do Chade
Johnnie TO, Diretor de Hong Kong – China

CURTA-METRAGEM / CINEFONDATION

Michel GONDRY, Diretor francês e Presidente do segmento
Julie GAYET, Atriz e produtora francesa
Jessica HAUSNER, Diretor e Produtor da Áustria
Corneliu PORUMBOIU, Cineasta da Romênia
João Pedro RODRIGUES, Diretor português

UM CERTO OLHAR

Emir KUSTURICA, Diretor da Sérvia e Presidente do segmento

CAMERA D’OR

BONG Joon-Ho, Diretor coreano e Presidente do segmento

 

VENCEDORES DO FESTIVAL DE CANNES 2011

Palma de Ouro: “A Árvore da vida“, de Terrence Malick (EUA)
Atriz: Kirsten Dunst, por “Melancolia” (Dinamarca/Suécia/França/Alemanha)
Ator: Jean Dujardin, por “The Artist” (França)
Diretor: Nicolas Winding Refn, por “Drive” (EUA)
Roteiro: “Footnote”, de Joseph Cedar (Israel)
Grande prêmio: empate entre “O garoto de bicicleta” (Bélgica/França), de Jean-Pierre Dardenne e Luc Dardenne, e “Once upon a time in Anatolia” (Turquia), de Nuri Bilge Ceylan
Curta-metragem: “Cross country” (Inglaterra), de Marina Vroda
Prêmio Câmera de Ouro (para diretor estreante): “Las acacias”(Argentina/Espanha), de Pablo Giorgelli
Prêmio de Júri: “Polisse“, de Maiwenn Le Besc (França)

Os Vencedores e a História do Festival de Cannes 2011

HISTÓRIA DO FESTIVAL DE CANNES

Festival de Cannes é um festival de cinema criado em 1946, conforme concepção de Jean Zay, e até 2002 chamado Festival international du film, é um dos mais prestigiados e famosos festivais de cinema do mundo. Acontece todos os anos, no mês de maio, na cidade francesa de Cannes. O “mercado do filme” (marché du film) acontece paralelamente ao festival.

No final dos anos 1930, chocado pela ingerência dos governos fascistas alemão e italiano na seleção dos filmes da Mostra de Veneza, Jean Zay, ministro da Instrução pública e de Belas Artes, propõe a criação, em Cannes, de um festival cinematográfico de nível internacional. Em junho de1939, Louis Lumière aceita ser o presidente da primeira edição do festival, que deveria acontecer do 1 ao 30 de setembro. A declaração de guerra daFrança e do Reino Unido à Alemanha em 3 de setembro põe fim prematuramente a essa decisão, apesar de o prêmio ter sido atribuído a Union Pacific, de Cecil B. DeMille.

A primeira edição do festival aconteceu realmente em 1946. O festival não aconteceu em 1948 e 1950 por problemas financeiros. Em 1955, foi introduzida pelo comitê organizador a Palma de Ourocomo prêmio principal do evento – antes desta data, ele era conhecido como Grand Prix du Festival international du Film.

O festival de 1968 foi interrompido em 19 de maio. Na véspera, Louis Malle, demissionário do júri, François Truffaut, Claude Berri, Jean-Gabriel Albicocco, Claude Lelouch, Roman Polanski e Jean-Luc Godard, ao penetrarem na grande sala do Palácio, haviam exigido a interrupção da projeção em solidariedade aos operários e estudantes em greve.

A edição de 2006 teve júri presidido pelo cineasta chinês Wong Kar Wai (de Amor à Flor da Pele e 2046). O prêmio principal, esperado para o mexicano Alejandro González Iñárritu (que ganhou o troféu como melhor diretor por Babel), acabou saindo para o realizador britânico Ken Loach, com The Wind That Shakes the Barley.

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O BRASIL EM CANNES

1953 – Melhor Filme de Aventura – O Cangaceiro, de Lima Barreto
1959 – Competição oficial- Rapsódia Porguesa, de João Mendes, com argumento de Fernanda de Castro
1962 – Palma de Ouro – O Pagador de Promessas, dirigido pelo brasileiro Anselmo Duarte, primeiro filme em língua portuguesa a receber o principal prêmio de Cannes
1967 – Prêmio da Crítica Internacional – Terra em Transe, de Glauber Rocha
1969 – Melhor Direção – Glauber Rocha, por O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro
1977 – Prêmio Especial do Júri – curta-metragem – Di Cavalcanti, de Glauber Rocha.
1982 – Melhor Curta-Metragem de Animação – Meow, de Marcos Magalhães
1986 – Melhor Interpretação Feminina – Fernanda Torres, por Eu Sei que Vou Te Amar, de Arnaldo Jabor
1997 – Prêmio da Crítica Internacional – Viagem ao Princípio do Mundo, de Manoel de Oliveira (co-produção)
1999 – Prêmio Especial do Júri – A Carta, de Manoel de Oliveira (co-produção)
2002 – Primeiro Prêmio Cinéfondation (para filmes universitários de até 60 minutos) – Um Sol Alaranjado, de Eduardo Valente
2008 – Prêmio Un Regard Neuf na seção paralela Quinzena dos Realizadores – Muro, de Tião
2008 – Melhor Interpretação Feminina – Sandra Corveloni, por Linha de Passe

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TODOS OS VENCEDORES

2011: “A Árvore da Vida”, de Terrence Malick, Estados Unidos
2010: “Tio Boonmee que pode recordar suas vidas passadas”, de Apichatpong Weerasethakul, Tailândia
2009: “A Fita Branca”, de Michael Haneke, Áustria
2008: “Entre os Muros da Escola”, de Lauren Cantet, França
2007: “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias” (4 luni, 3 saptamini si 2 zile) de Cristian Mungiu, Romênia
2006: “Ventos da Liberdade” (The Wind That Shakes the Barley) Ken Loach, Irlanda
2005: “A Criança” (L’Enfant), de Luc e Jean-Pierre Dardenne, Bélgica
2004: “Fahrenheit 11 de Setembro” (Fahrenheit 9/11) Michael Moore, Estados Unidos
2003: “Elefante” (Elephant) Gus Van Sant, Estados Unidos
2002: “O Pianista” (The Pianist) Roman Polanski, Polônia
2001: “O Quarto do Filho” (La stanza del figlio) Nanni Moretti, Itália
2000: “Dançando no Escuro” (Dancer in the Dark) Lars von Trier, Dinamarca
1999: “Rosetta”, de Luc e Jean-Pierre Dardenne, Bélgica
1998: “A Eternidade e um Dia”, Theo Angelopoulos, Grécia
1997: “Gosto de Cereja”, de Abbas Kiarostami, Irã e A Enguia, de Shohei Imamura Japão
1996: “Segredos e Mentiras” (Secrets & Lies) Mike Leigh, Reino Unido
1995: “Underground – Mentiras de Guerra”, Emir Kusturica, Iugoslávia
1994: “Pulp Fiction, Quentin Tarantino”, Estados Unidos
1993: “The piano”, de Jane Campion (Austrália), e “Adeus Minha Concubina”, de Chen Kaige (China)
1992: “As Melhores Intenções” (Den goda viljan), de Bille August, Dinamarca
1991: “Barton Fink”, de Joel e Ethan Coen, Estados Unidos
1990: “Coração Selvagem” (Wild at Heart), de David Lynch, Estados Unidos
1989: “Sexo, Mentiras e Videotape” (Sex, Lies, and Videotape), de Steven Soderbergh, Estados Unidos
1988: “Pelle, o Conquistador” (Pelle erobreren), de Bille August, Dinamarca
1987: “Sob o Sol de Satã” (Sous le soleil de Satan), Maurice Pialat, França
1986: “A Missão” (The Mission), Roland Joffé, Reino Unido
1985: “Quando Papai Saiu em Viagem de Negócios”, Emir Kusturica, Iugoslávia
1984: “Paris, Texas”, Wim Wenders, Alemanha Ocidental
1983: “A Balada de Narayama”, Shohei Imamura, Japão
1982: “Missing, Desaparecido” (Missing), Costa-Gavras, Estados Unidos; e Yol, de Yilmaz Güney, Turquia
1981: “O Homem de Ferro”, Andrzej Wajda, Polônia
1980: “All That Jazz – O Show Deve Continuar” (All That Jazz) Bob Fosse, Estados Unidos; e “Kagemusha”, A Sombra do Samurai, Akira Kurosawa, Japão
1979: “Apocalypse Now”, Francis Ford Coppola, Estados Unidos e “O Tambor” (Die Blechtrommel), de Volker Schlöndorff, Alemanha Ocidental
1978: “A Árvore dos Tamancos” (L’arbero degli zoccoli), Ermanno Olmi, Itália
1977: “Pai Patrão” (Padre padrone), Paolo Taviani e Vittorio Taviani, Itália
1976: “Taxi Driver”, Martin Scorsese, Estados Unidos
1975: “Crônica dos Anos de Fogo” (Chronique des années de braise), Mohammed Lakhdar-Hamina, Argélia

Não houve entrega da Palma de Ouro no período de 1964 a 1974

1963: “O Leopardo” (Il Gattopardo), Luchino Visconti, Itália
1962: “O Pagador de Promessas”, Anselmo Duarte, Brasil
1961: “Uma Tão Longa Ausência” (Une aussi longue absence), Henri Colpi, França, e Viridiana, de Luis Buñuel, Espanha
1960: “A Doce Vida” (La dolce vita), Federico Fellini, Itália
1959: “Orfeu Negro” (L’Orphée Noir), Marcel Camus, França
1958: “Quando Voam as Cegonhas”, Mikheil Kalatozishvili, União Soviética
1957: “Sublime Tentação” (Friendly Persuasion) William Wyler, Estados Unidos
1956: “O Mundo do Silêncio” (Le monde du silence), Jacques-Yves Cousteau e Louis Malle, França
1955: “Marty”, de Delbert Mann, Estados Unidos

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