Direção: Pete Docter
Roteiro: Bob Peterson
Elenco: Vozes na versão original de: Edward Asner, Christopher Plummer, John Ratzenberger, Jordan Nagai. Voz na versão original de Chico Anysio.
Trilha Sonora: Michael Giacchino
Direção de arte:Ralph Eggleston
Produção: Jonas Rivera
Estúdio: Pixar Animation Studios, Walt Disney Pictures
Duração: 96 minutos
País: Estados Unidos
Ano: 2008
COTAÇÃO: ENTRE O BOM E O MUITO BOM
A opinião
Os filmes da Disney, em especial ao da Pixar, são infantis de um gênero inteligente, eles respeitam o entendimento das crianças, introduzindo elementos adultos no mundo dos pequenos. O objetivo é estimular sonhos e desejos de um público alvo que busca ainda a inocência. Porém, como alguns ‘grandinhos’ não querem crescer e vivem sempre com a síndrome de Peter Pan, o resultado é alçancado de forma diferente, fazendo com que os pais e ou tios aproveitem muito mais a trama do que os seus pimpolhos.
Aborda a vida de Carl Fredricksen (Chico Anysio, na versão brasileira), que passou toda a sua vida sonhando em explorar o planeta e viver plenamente a vida. Mas ,aos 78 anos, a oportunidade parece ter passado por ele até que uma reviravolta do destino e um persistente explorador da natureza de oito anos, chamado Russell, dão-lhe uma segunda chance na vida.
O desenho animado inicia em um cinema, criando a metalinguagem da estética. Os sentimentos infantis, de admiração por exploradores corajosos, referencia a família e tenta não enxergar a falta de pais presentes. As paixões, quando se é pequeno, são intensas, viscerais, sem medo nenhum, pelo não conhecimento disso, e são visualizadas de forma rápida. O entendimento é instantâneo com as experimentações da fantasia do não saber da dicotomia entre o certo e errado.
“A aventura está lá fora”, diz-se. Um senhor solitário vive também a sua paixão de não deixar morrer o seu amor. Diz-se que quanto mais velho se fica, mais criança se torna. Podemos inferir que as paixões de novos e velhos são proporcionais na quantidade de energia demandada. Os solitários sempre encontram outros solitários, mas a defesa de ser assim, de cada um, também é posto em percepção.
O senhor impede que a casa dele seja destruída para a construção de algo novo. Mas não é só uma casa, é uma vida inteia vivida com a sua esposa. Com a iminência de sair dali, ele pergunta a esposa olhando para sua foto “O que eu faço agora, Ellie?”. E resolve colocar muitos balões, já que trabalhava com isso, e levar a casa ao mundo perfeito (o paraíso das cachoeiras). Torna-se uma casa voadora. A paixão nos persegue por toda a vida, até o final.
Ele se prende ao passado e às lembrancas. Mas um aventureiro mirim desperta a sua vontade de um novo conhecimento e uma vida nova. A ‘nova’ família precisa dele e ele precisa dela, já que a aventura do casamento, de se ter passado tanto tempo amando alguém já foi conquistada por ele.
Foi o primeiro filme da Pixar produzido para o formato Disney Digital 3-D. Participou como longa de abertura do Festival de Cannes 2009. Recebeu cinco indicações Oscar 2010 de Melhor Filme, Melhor Roteiro Original, Melhor Animação, Melhor Som, Melhor Trilha Sonora.
A verdadeira aventura é a que vivemos diariamente. Para novas aventuras acontecerem, as passadas precisam ser despreendidas. Como toda história infantil, o final sempre possui uma conclusão pessoal. Esta não poderia ser diferente. O filme faz questionar, mas não é um dos grandes filmes deste gênero. O longa vem, conta a história, passa a mensagem, faz questionar e torna-se uma fábula. Recomendo.