Direção: John Lee Hancock
Roteiro: John Lee Hancock, baseado em livro de Michael Lewis
Elenco: Sandra Bullock, Tim McGraw, Kathy Bates, Quinton Aaron, Lily Collins, Jae Head, Rhoda Griffis, Ray McKinnon.
Fotografia: Alar Kivilo
Música:Carter Burwell
Direção de arte:Thomas Minton
Figurino:Daniel Orlandi
Edição:Mark Livolsi
Efeitos especiais:Custom Films Effects / Digiscope
Produção: Broderick Johnson, Andrew A. Kosove, Gil Netter
Distribuidora: Warner Bros.
Estúdio: Alcon Entertainment, Warner Bros., Zucker, Netter Productions
Duração: 128 minutos
País: Estados Unidos
Ano: 2009
COTAÇÃO: FRACO
A opinião
Baseado em uma história real, do livro “The blind side: a evolução do jogo”, de Michael Lewis, conta a história de Michael Oher (Quinton Aaron), um jovem negro vindo de um lar destruído e que é ajudado por uma família branca, liderada por Leigh Anne (Sandra Bullock) que acredita em seu potencial. Com a ajuda do treinador de futebol, de sua escola e de sua nova família, Oher terá de superar diversos desafios a sua frente, o que também mudará a vida de todos a sua volta.
Michael, chamado ‘Grande Mike’, personifica-se na exclusão da sociedade. Ele é ‘jogado’ de um lugar a outro, de um lado a outro, como uma bola, tendo que lidar com a força para impedir a pressão externa. É uma metáfora do futebol americano. Violento, bruto e sem amenizações. Ele espera que alguém o aceite para que a sua vida possa acontecer. Uma escola cristã assume a responsabilidade junto com uma família branca, rica e com status. Inicialmente, as ressalvas existem. “Com Deus todas as coisas são possíveis”, lê-se nos dizeres da escola religiosa. Porém, o preconceito e a indiferença dos alunos e ou professores torna-se intenso, sendo necessário uma batalha diária para que um ‘ser diferente de cor’ fosse aceito como parte integrante daquela vida.
“Para ser amigo das pessoas é só rir para elas”, foi dito e como consequência ele não parar mais de sorrir. A família que o ‘adota’ encontra a futilidade de opiniões dos outros, sem embasamentos, apenas massificações repetidas de ideias ultrapassadas que nem se pensam mais. O resgate da família, das leituras de livros infantis pelos pais e da união em uma mesa no dia de Ação de Graças objetivam o renascimento das lições e regras religiosas, já esquecidas e perdidas, diante de uma refeição a frente de uma tela de televisão.
“É algum sentimento de culpa de branco por querer adotá-lo?”, diz uma de suas ‘amigas’, mostrando a realidade e desmascarando a hipocrisia intrinseca do ser-humano. “Você espera que ele faça terapia e fale do passado como Woody Allen”, diz-se.
A interpretação apresenta-se forçada, artificial. Quanto mais carga emocional coloca-se no filme, mais fica ingênuo e clichê, com frases e ações prontas e óbvias. Não é ruim, mas também não é bom o jeito como a atriz Sandra Bullock conduz o seu papel, chegando às vezes a ser caricato. “Ela está para dar um rumo a ele”, a música aumenta, a camera faz com que o rosto vire e a cena transforma-se em um livro religioso cristão de auto-ajuda, no sentido não interessante da percepção. O longa fica no meio termo. Os conflitos são resolvidos rápidos demais, induzindo o espectador a aceitar o que está sendo transmitido. Impede que a inteligência de quem está do outro lado da tela seja despertada, mitigando assim os questionamentos reflexivos existenciais de cada história apresentada. Extremamente melodramático.
Há um sentimentalismo exacerbado e sentimentalóide. O filme se explica por proteger o olhar cego e é explicado pelo próprio jogo de futebol americano. “Não se pode gritar com ele, tem que ensiná-lo com a própria vivência”, diz-se.
As frases de efeito, bobas e ‘infantis’ continuam. “O que vem debaixo não nos atinge”. Uma redação sobre coragem e honra descamba o que poderia ser um filme interessante. “Ela é uma cebola. Você tem que descascá-la de cada vez”, finaliza. É um longa chato, clichê, óbvio, bobo e longo.
John Lee Hancock é um diretor americano. Dirigiu Romance e foi roteirista de ‘Meia-noite no jardim do bem e do mal’ e ‘Um mundo perfeito. Formado na Baylor University e Baylor Law School.
Filmografia
2009 – Um Sonho Possível
2004 – O Alamo
2002 – Desafio do Destino
Sandra Annette Bullock (Arlington, 26 de julho de 1964) é uma atriz americana, indicada ao Oscar, famosa por protagonizar filmes como Velocidade Máxima, Velocidade Máxima 2, Miss Simpatia, Miss Simpatia 2 , A Proposta e Um Sonho Possível.
Filmografia
1987 – Carrascos
1989 – Dinheiro Não é o Meu Negócio
1989 – Agitando em 57
1992 – Quando a Festa Acabar
1992 – Poção do Amor nº9
1993 – Recordações
1993 – Inferno Selvagem (V)
1993 – O Demolidor
1993 – Um Sonho, Dois Amores
1993 – O Silêncio do Lago
1994 – Eu e a Máfia
1994 – Velocidade Máxima
1995 – A Rede
1995 – Enquanto Você Dormia
1996 – No Amor e na Guerra
1996 – Tempo de Matar
1996 – Corações Roubados
1997 – Velocidade Máxima 2
1998 – Making Sandwiches
1998 – Quando o Amor Acontece
1998 – Da Magia à Sedução
1998 – O Principe do Egito (Voz)
1999 – Forças do Destino
2000 – Um Tira à Beira da Neurose
2000 – 28 Dias
2000 – Miss Simpatia
2002 – Cálculo Mortal
2002 – Divinos Segredos Siddalee
2002 – Amor à Segunda Vista
2004 – Crash – No Limite
2005 – Obsessão
2005 – Miss Simpatia 2: Armada e Poderosa
2006 – Confidencial
2006 – A Casa do Lago
2007 – Premonições
2009 – Maluca Paixão
2009 – A Proposta
1 Comentário para "Um Sonho Possível"
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