Tudo Sobre o Festival Lanterna Mágica 2025
Festival Internacional de Animação, que acontece em Goiânia, chega em sua 7ª edição com mais de 70 animações em sua programação
Por Clarissa Kuschnir
Com o crescimento do número de animações, em diversas partes do mundo, a exemplo da Letônia que recebeu seu primeiro Oscar da História pela bela animação “Flow“, é muito bom ver que o Brasil também entra com força nesse segmento, com muitas produções sendo realizadas por aqui e aumentando mais os números de produções inscritas em mostras e festivais. E o melhor ainda são que esses eventos abrem portas para que essas realizações possam chegar a seus públicos, fora do circuito comercial. Consolidado no calendário anual, o Lanterna Mágica – Festival Internacional de Animação chega em sua 7ª edição que acontece de 18 a 23 de março no CineX, localizado no Centro Cultural Oscar Niemeyer, em Goiânia. E este ano a programação traz mais de 70 filmes (entre nacionais e internacionais) em mostras competitivas e não competitivas. Além das exibições, o festival ainda promove atividades de formação, integração de mercado para profissionais da área. E tudo isso, de forma gratuita.
Atualmente realizado por Camila Nunes, fundadora da CSNR Produções e head do Lanterna Mágica, em parceria com Wadih Elkadi, fundador da produtora goiana Baloo Filmes, o evento é dividido em três eixos principais: Exibição: que inclui as mostras competitivas e não competitivas; Mercado: contemplado pelo Lanterna Film Market, que promove diversas atividades, como estudos de caso, palestras, debates, e encontros entre produtoras, distribuidoras e animadores; Formação: centrado no Lanterna Educa, que compreende atividades de formação, como oficinas e debates, para o público em geral, além das exibições de filmes em escolas públicas.
Com mais de 70 filmes na programação, o Lanterna Mágica traz mostras competitivas e não competitivas, das quais fazem parte animações de vários cantos do mundo, elevando o catálogo do festival como um dos mais diversos do segmento. As mostras são divididas em: Mostra Competitiva Nacional, com animações produzidas no Brasil; Mostra Competitiva Internacional, incluindo trabalhos de fora do país; Mostra Gondwana, que reúne filmes dos países de África e Américas realizados por pessoas radicalizadas; Mostra Nyama, movimento que surge da necessidade de mapear e reunir a cena de animação afro diaspórica e do continente africano; Mostra Escola/Infantil, com animações voltadas para as crianças e famílias; e Mostra de Longas, com curadoria especial do Lanterna Mágica.
Confira aqui a programação completa
O Lanterna Mágica – Festival Internacional de Animação 2025 começa neste terça-feira, dia 18 de março. A noite de abertura oficial exibirá o filme “Rock Bottom”, de María Trénor, que teve sessão no Marché Du Film do Festival de Cannes 2024. Já o filme de Encerramento, no dia 23/03, junto a Premiação Oficia, é “Abá e Sua Banda”, de Silvia Fraiha e Humberto Avelar. A programação inclui também os longas: “Arca de Noé“, de Dir. Sérgio Machado e Alois Di Leo, filme que participa do “Estudo de Caso: Coprodução, Distribuição e o Processo de Adaptação na Animação”.
Enriquecendo ainda mais a programação, este ano o festival trará algumas novidades. Entre elas está um novo formato para o Laboratório de Projetos (LAMP), que selecionou 13 trabalhos nacionais e internacionais, exclusivos de animação, para participarem de uma experiência imersiva, com foco em desenvolvimento de narrativas em construção de networking. Além disso, o Mercado no Lanterna – Seminário de Desenvolvimento da Animação Brasileira aconteceu pela primeira vez como parte do Lanterna Film Market e com transmissão online livre.
Mercado no Lanterna
O Mercado no Lanterna – Seminário de Desenvolvimento da Animação Brasileira é uma das principais novidades deste ano. Realizado em parceria com a Associação Brasileira de Empresas Produtoras de Animação (Abranima), o seminário ocorreu de 10 a 14 de março, com transmissão online pelo canal do Lanterna Mágica no YouTube, em uma espécie de “esquenta” antes do festival. O evento buscou oferecer um panorama detalhado sobre o desenvolvimento da animação no Brasil, discutindo temas como o mercado de animação feminino e fora do eixo, políticas públicas de animação e primeiros passos fundamentais para quem está começando. A partir do seminário, será feita uma cartilha sobre o setor de animação brasileiro, que ficará disponível para produtores e gestores públicos. A atividade integra o Lanterna Film Market, um dos eixos da programação geral, lançado no ano passado com o intuito de impulsionar a cena de animação brasileira e trazer um olhar mercadológico, estabelecendo conexões e catalisando oportunidades de negócios. É a primeira vez que uma atividade desse porte é transmitida online, ampliando ainda mais o alcance de público pelo Lanterna Mágica.
LAMP
O Laboratório de Projetos (LAMP) também faz parte do eixo de mercado. Este ano, a atividade passou ainda mais por um processo de internacionalização, selecionando 13 projetos nacionais e estrangeiros, entre curtas, longas, séries e projetos universitários. Os participantes irão mergulhar em uma experiência intensiva focada em desenvolvimento de narrativas e networking para facilitar a execução de seus trabalhos. Essa internacionalização também se reflete na diversidade de tutores do LAMP. São quatro profissionais, cada um de um país diferente: Laryssa Moreira Prado (Brasil), cofundadora do projeto Brazilian Animation e integrante do Movimento Mulher Anima; João Apolinário Mendes (Portugal), diretor do OLHO Festival de Cinema de Animação e do Fórum de Animação; Paola Becco (Argentina), diretora e programadora do Festival Internacional de Animação em Stop Motion da Argentina; e Reinel Garcia (Cuba), diretor, distribuidor e consultor de projetos. Confira os projetos selecionados para o LAMP no sitelanternamagicafestival.com.br.
Oficinas
No eixo de formação, as oficinas se apresentam como um dos principais pilares da programação do Lanterna. Nesta edição, foram quatro oficinas ministradas por Túlio Queiroz (mestre em História do Cinema e especialista em Marketing Digital, com ênfase em Copywriting, Conteúdo e Audiovisual, acumulando mais de 5 anos de experiência no mercado).
Anime em 2D com o APP Callipeg
18/03 – 21/03
Carga horária: 8h
Ministrante: Lise Menzin (co-criadora do Callipeg, o aplicativo de
animação quadro a quadro 2D. Fluente em japonês e coordenação de produção, ela trabalhou em várias co-produções entre França e Japão).
Oficina Mercado de Animação e a Visão do Produtor Executivo
Criativo
18/03 – 21/03
Carga horária: 16h
Ministrante: Reynaldo Marchesini (produtor executivo criativo,
supervisor artístico e roteirista com mais de 28 anos de experiência em
várias áreas do entretenimento de TV. Foi coproprietário de empresas
responsáveis pela distribuição e licenciamento de estúdios internacionais
no Brasil, como Disney, Sony Pictures e Nintendo).
Inscrições para as oficinas abertas no site: lanternamagicafestival.com.br
SERVIÇO
7º Lanterna Mágica – Festival Internacional de Animação
Data: 18 a 23 de março de 2025
Local: Cinemas CineX, Centro Cultural Oscar Niemeyer
Informações: @lanternamagicafestival e
www.lanternamagicafestival.com.br
Sobre Camila Nunes
Camila Nunes é uma mulher negra que se destaca como figura influente na produção audiovisual e na educação cinematográfica. Nascida na Bahia e formada em Cinema pela Universidade Estadual de Goiás (UEG), ela encontrou sua paixão pela área audiovisual desde jovem, desenvolvendo um amor especial pela animação. Sua jornada entre o eixo Bahia-Goiás a levou a se tornar uma produtora jovem e renomada, comprometida em trazer mudanças positivas para o mundo através da arte e da educação. Ela acredita que a animação é uma ferramenta única, capaz de transmitir mensagens complexas de maneira acessível, ideal para alcançar as mentes jovens em formação. Reafirmando esse propósito, Camila inovou ao expandir a marca do Lanterna Mágica para fora do país. O festival terá um stand este ano no maior evento de animação do mundo, o Annecy International Animated Film Festival (MIFA), em Annecy, na França. Em uma iniciativa pioneira, a diretora foi responsável por abrir uma chamada para levar também universitárias negras de Goiás ao festival, ampliando o acesso e a representatividade de novas vozes no mercado internacional de animação.