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Tudo Sobre o Festival Indie 2020

Tudo Sobre o Festival Indie 2020

Totalmente online e sessões gratuitas, o festival acontece de 04 a 11 de novembro com 35 filmes

Por Redação

Uma das coisas que os seres humanos descobriram nesta pandemia do Coronavírus (gerando a quarentena, necessária como uma forma de proteção) é a de que nós somos dotados de adaptações instantâneas. Aprendemos a recomeçar no caos. O exemplo mais presente, a sucessão de festivais de cinema, seguidos e/ou colados uns aos outros, que proporcionaram o afastamento do tédio, a diversão, mas também a ansiedade, este último sentimento destinados aos cinéfilos de plantão, indivíduos que nunca conseguem dizer não a uma obra. E é especialmente a esses amantes da sétima arte que começa amanhã o INDIE FEST 2020.

O INDIE, festival criado em 2001, realiza pela primeira vez uma edição online. O INDIE 2020 online trará, de 4 a 11 de novembro, no site do festival – www.indiefestival.com.br – para todo o Brasil, 35 filmes, de 16 países, entre longas e curtas, em 43 sessões. Durante os oito dias do festival as sessões começarão a partir das 15 horas, todas gratuitas, e o site terá cerca de 8 horas diárias de cinema. Os filmes terão sessões e limites de views/espectadores que variam de 200 a 800 por sessão, portanto, fora do horário das sessões ou se alcançar o limite de views, os filmes ficaram indisponíveis.

A realidade imposta pela Covid-19, com os cinemas fechados ou ainda com muitas restrições, levou os eventos audiovisuais para a internet, decisão emergencial para salvar as iniciativas de festivais e mostras tradicionais do circuito audiovisual brasileiro. A decisão impôs aos festivais novas questões técnicas, de linguagem e de negociação com os distribuidores internacionais. Cada festival se adaptou à sua maneira, para o INDIE era importante enfatizar que não se tratava de mais um dos diversos serviços de streaming disponíveis, o formato escolhido reproduz um pouco dos festivais presenciais com sessões e programação. A palavra definidora para o INDIE é curadoria que estabelece para o espectador sugestões do que ver e como ver de maneira já pré-definida, e propor uma imersão no cinema por oito dias, com filmes escolhidos especialmente para o festival. A ideia das sessões traz o conceito de comunidade, todos assistindo ao mesmo tempo a um filme, como no cinema.

A programação foi dividida em mostra competitiva e sessões informativas. Pela primeira vez em 19 edições, o INDIE realiza uma Mostra Competitiva. Foram selecionados 8 filmes, em que latinos e asiáticos dominam o programa, há realizações de diretores veteranos e estreantes, documentário e ficções. O cinema contemporâneo atual em transição.  O cinema latino em Sanctorum, do mexicano Joshua Gil; Agosto do cubano de Armando Capó e o filme argentino dirigido por quatro diretores de diferentes gerações Edição Ilimitada de Edgardo Cozarinsky, Santiago Loza, Virginia Cosin, Romina Paula.

O diretor americano James Benning em On Paradise Road. O primeiro filme da jovem diretora chinesa Zheng Lu Xinyuan, que ganhou o Tiger Awards em Rotterdam, Uma nuvem no quarto dela, se reúne com outros diretores da nova geração do cinema asiático como Liu Shu, com o seu segundo filme Lost Lotus; o japonês Kazuhiro Soda, que tem seu próprio método observacional de produção de documentários, em Zeroalém de Love Poem, de Wang Xiaozhen, que é ator e diretor do filme e brinca com as noções de real e interpretação.

O INDIE 2020 apresenta na seção Retrospectiva, nesta edição online, o cinema do diretor americano Dan Sallitt. Um dos principais autores do cinema independente americano contemporâneo, Sallitt traz filmes com uma aparente simplicidade que se revelam de alta complexidade seja em diálogos cotidianos, em pequenos acontecimentos que se mostram de grande relevância. Uma câmera que acompanha encontros, conversas frugais que nascem das caminhadas com os amigos, as relações amorosas, um certo humor e charme. Sallitt, que nasceu na Pensilvânia, Estados Unidos, em 1955, além de cineasta, é roteirista, foi crítico de cinema, além de escrever para várias publicações como The Chicago Reader, Slate e Mubi. A retrospectiva exibe todos os filmes de Sallitt, inclusive seu último trabalho, o curta Caterina (2019) e os longas Fourteen (2019), The Unspeakable Act (2012), All the Ships at Sea (2004), Honeymoon (1998) e Polly Perverse Strikes Again! (1986).

Nove filmes em pré-estreia estão na seção Première. Baseado na experiência da produtora do INDIE, a Zeta Filmes, na realização, durante os seis meses da quarentena, da ação nas redes sociais do #zetanaquarentena, o programa propõe sessões únicas de filmes inéditos do circuito que tiveram seus lançamentos interrompidos pela pandemia. A Première nos lembra que o cinema de arte é hoje um mercado economicamente ameaçado e vive assombrado por dúvidas se os cinemas voltarão a ser uma opção viável para a maioria dos espectadores. Os cinemas de arte irão sobreviver? Acreditando que um dia as pessoas irão voltar ao espaço físico do cinema com confiança, a programação traz os últimos filmes de diretores como Wayne Wang (De volta para casa), Koji Fukada (Perfil de uma mulher), Angela Schanelec (Eu estava em casa, mas…), Pedro Costa (Vitalina Varela), Jennifer Reeder (Knives and Skin), Albert Serra (Liberté), Seamus Murphy (PJ Harvey: Um cão chamado dinheiro), além dos filmes do brasileiro Leandro Lara (Rodantes) e a coprodução Argentina/Brasil em A Barqueira, a estreia da argentina Sabrina Blanco.

Para a Sessão Especial, o INDIE convidou o diretor tailandês Apichatpong Weerasethakul para escolher uma das suas obras para o festival online. O diretor escolheu o curta Vapor, de 2015, que mostra a cidade onde Apichatpong mora sendo envolvida por nuvens brancas de inseticida. Para ele, o filme é especial porque trata da casa e de como o meio-ambiente cria essa condição especial para cada um de nós, principalmente depois da experiência com a quarentena.

Outro filme convidado foi o longa Memórias do meu corpo, do diretor indonésio Garin Nugroho, que trata a questão da sexualidade como uma questão política, para Nugroho o filme “é uma afirmação e uma crítica. Afirma que a mistura de masculinidade e feminilidade sempre foi uma parte normal da natureza e tradição. Também critica a violência contra o corpo em contextos sociais e políticos”.

Para complementar o programa, convidamos a diretora americana Jennifer Reeder a escolher alguns curtas realizados por ela. Sua obra traz a marca do universo feminino, jovem e adolescente, para o cinema que realiza. Em Jennifer Reeder: FFDF (FEMINIST FUTURE DREAM FEVER) quatro curtas da diretora em que o uso da música, através de versões à capela, de coros e bandas, de músicas pop e metal; a estética high school do interior americano; e o marcante trabalho com o imaginário adolescente, principalmente feminino, criam uma identidade única para seus filmes sobre relacionamentos, traumas, as angústias e como amadurecer com essas experiências.

Seis curtas nacionais e internacionais foram escolhidos exclusivamente para a versão online do INDIE e estão no programa Sessão Fluxus. O nome do programa, Fluxus, é uma referência ao festival pioneiro de exibição de filmes na internet que teve sua primeira edição há 20 anos atrás, realizado pela Zeta, mesma produtora do INDIE, o festival até 2011 exibia apenas curtas no ambiente virtual, depois realizou exposições audiovisuais nas cidades de São Paulo, Belo Horizonte e Rio. O programa exibe produções do Irã, Brasil, Suíça, Índia, Estados Unidos e Alemanha, destaque para a videoarte Motriz, do mineiro Rodolfo Magalhães; o documentário indiano Ritu vende online de Vrinda Samartha; e o filme de ficção suíço, Leo, de Fabienne Mahé.


PROGRAMAÇÃO COMPLETA

DIA 04/11

15:00 – Lua de mel (Honeymoon), de Dan Sallitt, 90 min, 1998, EUA. CI: 12 anos

16:40 – Sessão Fluxus

Leo, de Fabienne Mahé, 30 min., Suíça, 2020. CI: 12 anos

Noites mais longas (Longer Nights), de J Frisch-Wang, 4 min., Alemanha, 2019. CI: 12 anos

O apicultor (The Beekeeper), de Mohammad Talebi, 10 min., Irã, 2017. CI: 12 anos

O diário das árvores (Tree Time), de Alexandra Lerman, 7:34, EUA, 2020. CI: 12 anos

Ritu vende online (Ritu Goes Online), de Vrinda Samartha, 15:50 min., Índia, 2020. CI: 12 anos

Motriz, de Rodolfo Magalhães, 18:33 min., Brasil, 2020. CI: 12 anos

18:10 – Lost Lotus, de Liu Shu, 82 min., Hong Kong/Países Baixos, 2019. CI: 12 anos

19:40 – Agosto, de Armando Capó, 85 min., Cuba, 2019. CI: 14 anos

21:10 – Perfil de uma mulher (A Girl Missing), de Koji Fukada, 111 min., Japão/França, 2019. CI: 12 anos

DIA 05/11

15:00 – Todos os barcos no mar (All the Ships at Sea), de Dan Sallitt, 64 min, EUA, 2004. CI: 12 anos

16:10 – On Paradise Road, de James Benning, 75 min., EUA, 2020. CI: 12 anos

17:30 – Edição Ilimitada, de Edgardo Cozarinsky, Santiago Loza, Virginia Cosin, Romina Paula, 74 min., Argentina, 2020. CI: 12 anos

18:50 – Eu estava em Casa, mas… (Ich war zuhause, aber…), de Angela Schanelec, 105 min., Alemanha/Sérvia, 2019. CI: 12 anos

20:40 – Jennifer Reeder: FFDF (FEMINIST FUTURE DREAM FEVER):

A milhões de milhas distantes (A Million Miles Away), de Jennifer Reeder, 27:58, EUA, 2014. CI: 12 anos

Marietta Brimble, de Jennifer Reeder, 8 min, EUA, 2016. CI: 12 anos

Sonhei que você sonhava comigo (I Dream You Dream of Me), de Jennifer Reeder, 10 min., EUA, 2018. CI: 12 anos

As dunas (The Dunes), de Jennifer Reeder, 6:21, EUA, 2019. CI: 12 anos

DIA 06/11

15:00 – O ato indizível (The Unspeakable Act), de Dan Sallitt, 90 min, EUA, 2012. CI: 12 anos

16:40 – Sanctorum, de Joshua Gil, 83 min., México/República Dominicana/ Qatar, 2019. CI: 12 anos

18:10 – Zero, de Kazuhiro Soda, 128 min., Japão/EUA, 2020. CI: 12 anos

20:20 – Vitalina Varela, de Pedro Costa, 124 min., Portugal, 2019. CI: 12 anos

22:30 – Uma nuvem no quarto dela (The Cloud in Her Room), de Zheng Lu Xinyuan, 101 min., Hong Kong/China, 2020. CI: 12 anos

DIA 07/11

15:00 – Fourteen, de Dan Sallitt, 94 min, EUA, 2019. CI: 12 anos

16:40 – Love Poem, de Wang Xiaozhen, 114 min., Hong Kong/China, 2019. CI: 12 anos

18:40 – A Barqueira (La Bottera), de Sabrina Blanco, 75 min., Argentina/Brasil, 2019.  CI: 12 anos

20:00 – PJ Harvey: Um cão chamado dinheiro (A Dog Called Money), de Seamus Murphy, 92 min., Irlanda/Reino Unido, 2019. CI: 12 anos

21:40 – Sanctorum, de Joshua Gil, 83 min., México/República Dominicana/ Qatar, 2019.  CI: 12 anos

DIA 08/11

15:00 – Uma nuvem no quarto dela (The Cloud in Her Room), de Zheng Lu Xinyuan, 101 min., Hong Kong/China, 2020.  CI: 12 anos

16:50 – Knives and Skin, de Jennifer Reeder, 112 min., EUA, 2019. CI: 12 anos

18:50 – Vapor (Vapour), de Apichatpong Weerasethakul, 21 min., Tailândia/ Coreia/ China, 2015, Sem som. CI: 12 anos

19:20 – Caterina, de Dan Sallitt, 17 min., EUA, 2019. CI: 12 anos

19:40 – Rodantes, de Leandro Lara, 108 min., Brasil, 2019. CI: 12 anos

21:30 – Memórias do meu corpo (Memories of My Body), de Garin Nugroho, 105 min, Indonésia, 2018. CI: 18 anos

DIA 09/11

15:00 – Polly Perversa volta a atacar! (Polly Perverse Strikes Again!), de Dan Sallitt, 98 min., EUA, 1986. CI: 12 anos

16:40 – Lost Lotus, de Liu Shu, 82 min., Hong Kong/Países Baixos, 2019. CI: 12 anos

18:10 – Fourteen, de Dan Sallitt, 94 min, EUA, 2019. CI: 12 anos

19:50 – Sessão Fluxus

Leo, de Fabienne Mahé, 30 min., Suíça, 2020. CI: 12 anos

Noites mais longas (Longer Nights), de J Frisch-Wang, 4 min., Alemanha, 2019. CI: 12 anos

O apicultor (The Beekeeper), de Mohammad Talebi, 10 min., Irã, 2017. CI: 12 anos

O diário das árvores (Tree Time), de Alexandra Lerman, 7:34, EUA, 2020. CI: 12 anos

Ritu vende online (Ritu Goes Online), de Vrinda Samartha, 15:50 min., Índia, 2020. CI: 12 anos

Motriz, de Rodolfo Magalhães, 18:33 min., Brasil, 2020. CI: 12 anos

21:20 – Liberté, de Albert Serra, 132 min., França/Portugal/Espanha/Alemanha, 2019. CI: 18 anos

DIA 10/11

15:00 – Lua de mel (Honeymoon), de Dan Sallitt, 90 min, EUA, 1998. CI: 12 anos

16:40 – Zero, de Kazuhiro Soda, 128 min., Japão/EUA, 2020. CI: 12 anos

18:50 – O ato indizível (The Unspeakable Act), de Dan Sallitt, 90 min, EUA, 2012. CI: 12 anos

20:30 – De volta para casa (Coming Home Again), de Wayne Wang, 86 min, EUA/Coreia do Sul, 2019. CI: 12 anos

22:00 – Edição Ilimitada, de Edgardo Cozarinsky, Santiago Loza, Virginia Cosin, Romina Paula, 74 min., Argentina, 2020. CI: 12 anos

DIA 11/11

15:00 – Agosto, de Armando Capó, 85 min., Cuba, 2019. CI: 14 anos

16:30 – Todos os barcos no mar (All the Ships at Sea), de Dan Sallitt, 64 min, EUA, 2004. CI: 12 anos

17:40 – On Paradise Road, de James Benning, 75 min., EUA, 2020. CI: 12 anos

19:00 – Vapor (Vapour), de Apichatpong Weerasethakul, 21 min., Tailândia/ Coreia/ China, 2015, Sem som. CI: 12 anos

19:30 – Caterina, de Dan Sallitt, 17 min, EUA, 2019. CI: 12 anos

19:50 – Memórias do meu corpo (Memories of My Body), de Garin Nugroho, 105 min, Indonésia, 2018. CI: 18 anos

21:40 – Love Poem, de Wang Xiaozhen, 114 min., Hong Kong/China, 2019. CI: 12 anos

Agosto

MOSTRA COMPETITIVA – JÚRI OFICIAL

O júri da Mostra Competitiva traz três nomes importantes do pensamento crítico do país.

Ivana Bentes é pesquisadora na área de Comunicação e Cultura com ênfase nas questões relativas ao papel da comunicação, da produção audiovisual e das novas tecnologias na cultura contemporânea, tem mestrado e doutorado em Comunicação pela Escola de Comunicação da UFRJ, onde é professora da graduação e da pós-graduação em Comunicação e Cultura.

Pablo Villaça é escritor e crítico de Cinema desde 1994 e criador do site de cinema mais antigo da internet brasileira, o Cinema em Cena, que completa 23 anos em 2020. É autor de dois livros e tem capítulos publicados em outros três, ministra cursos de linguagem cinematográfica em todo o país, somando mais de 6 mil alunos desde 2009, e cobre os principais festivais internacionais, como os de Cannes, Berlim e Tribeca.

Cássio Starling Carlos é crítico de cinema, pesquisador de história do audiovisual e editor do blog Histórias de Cinema na Folha, Facebook e Instagram. Organiza e edita as coleções de cinema da Folha.

MOSTRA COMPETITIVA – OS FILMES

Agosto
de Armando Capó, 85 min., 2019, Cuba.

Cuba, verão de 1994. Em meio ao período especial, uma das maiores crises da história do país, milhares de balsas cubanas tentam entrar ilegalmente aos Estados Unidos, sem saber ao certo se chegarão com vida. Com o início das férias, Carlos mergulha num agosto despreocupado, passeando com os amigos e se apaixonando pela primeira vez. O futuro incerto do país leva, um por um, dos vizinhos e amigos a partirem em busca de uma vida melhor, amizades se perdem e famílias se separam.

Armando Capó nasceu em 1979 em Gibara. Ele se formou na Escola Nacional de Artes Visuais de Cuba. Posteriormente, formou-se em direção no Instituto Superior de ARTE (ISA) e como diretor de documentários na EICTV, em San Antonio de los Baños. Seus filmes foram selecionados para participar de importantes festivais. “La Marea” foi considerado pela crítica como um dos melhores filmes cubanos de 2009. Em 2013, Armando foi convidado pelo Doc Fortnight (MOMA´s International Festival of Nonfiction Film and Media) e pelo Festival de Cinema de Wintherthur para fazer uma retrospectiva de seus trabalhos.

Filmografia: 2019 August | 2010 Nos quedamos (curta) | 2008 La inercia (curta) / Te quiero mucho (curta)

Festivais: Toronto 2019 | San Sebastian IFF 2019 | Chicago FF 2019 | Cairo IFF 2019 | Tallinn Black Nights FF 2019 | Festival Internacional del Nuevo Cine Latinoamericano (Havana IFF) 2019 | Kerala IFF 2019 | Göteborg FF 2020 | FICCI Cartagena 2020 | Guadalajara IFF 2020.


Edição Ilimitada (Edición Ilimitada)
de Edgardo Cozarinsky, Santiago Loza, Virginia Cosin, Romina Paula, 74 min., 2020, Argentina.

O encontro cinematográfico de quatro escritores que também são atores, diretores, professores e dramaturgos. Essa multiplicidade de trabalhos em relação à palavra é o ponto comum dos quatro capítulos que compõem o filme. Quatro histórias, quatro personagens principais: dois homens, duas mulheres que mostram de maneiras diferentes a escrita, a leitura e a diversidade geracional. O núcleo essencial desses ensaios ficcionais é o poder da palavra, mas também a leitura como desculpa para o encontro. O olhar e a escuta do outro parecem ser a única presença vital em qualquer processo criativo.

Edgardo Cozarinsky nasceu e vive em Buenos Aires depois de morar trinta anos em Paris. Ele é roteirista e cineasta. // Santiago Loza é escritor, dramaturgo e cineasta. Seu primeiro longa-metragem Strange ganhou o Tiger Award de Melhor Filme no Festival de Rotterdam (2003). Seu trabalho mais recente, Breve história do Planeta Verde, ganhou o Teddy Award de melhor longa LGBT da Berlinale 2019. // Virginia Cosin é escritora e diretora do Sportivo Literario, espaço por ela criado onde coordena encontros para oficinas de leitura e escrita. Desde 2018 é editora geral da Atletas Revista. Como romancista, publicou Partida de Nacimiento e Pasaje al Acto. // Romina Paula é escritora e diretora de cinema e teatro. Seu primeiro longa-metragem Mais uma vez teve sua estreia mundial no Festival de Rotterdam e ganhou o Prêmio Horizontes na 67ª edição do Festival de San Sebastian.

Festival: San Sebastián International Film Festival 2020.

Lost Lotus
de Liu Shu, 82 min., 2019, Hong Kong/Países Baixos.

A jovem professora chinesa Wu Yu procura o motorista responsável pelo atropelamento e morte de sua mãe. Ela tenta entender a fé e dedicação da mãe aos princípios budistas, mas quer encontrar o motorista. A investigação e sua busca por justiça logo a isola: seu marido quer negociar uma compensação em dinheiro, e as crenças budistas exigem que ela desista de sua demanda, já que o destino deve trazer justiça na próxima vida.

Liu Shu nasceu em Jining, na província de Shandong. Ela se formou na Shandong Normal University com especialização em Artes. Primeiramente trabalhou como jornalista para CCTV e na China Beijing TV Station. Ela começou a trabalhar com cinema independente em 2005. Como funcionária de uma ONG, deu início a vários eventos exibindo filmes independentes e underground em diferentes universidades, bem como no Ullens Center for Contemporary Art em Pequim. Ela escreveu, dirigiu e produziu seu primeiro longa-metragem, Lotus (Xiaohe, 2012), que estreou na Semana da Crítica em Veneza em 2012.

Filmografia: 2019 Lost Lotus | 2012 Lotus

Festivals: Göteborg Film Festival 2020 | Tallinn Black Nights 2019 (Competição)

Love Poem
de Wang Xiaozhen, 114 min., 2019, Hong Kong/China.

Na China, um jovem casal e seu filho deixam a cidade para visitar o avô doente no interior. O marido, que também é o diretor do filme, transforma a relação marido-mulher em um filme ambientado no espaço sufocante de um carro. O relacionamento se quebra em mil pedaços, dando início a uma discussão acalorada que expõe ressentimentos, mentiras do passado, uma antiga amante, um aniversário perdido, um possível divórcio e uma morte. Mas eles contaram tudo um ao outro?

Wang Xiaozhen nasceu em 1989 em Linqu, Shandong, é diretor de cinema, ator e roteirista. Fundador da Beijing Non Media Culture Communication. Seu trabalho Around That Winter (2013) foi o filme de abertura do Festival de Cinema Independente de Pequim e ganhou o prêmio de Melhor Estreia no CIFF.

Filmografia: 2019 Love Poem | 2013 Around That Winter

Festivais: Visions du Réel 2020 (Burning Lights Competition) | First IFF Xining 2020  – Melhor Filme de Ficção e Melhor Performace.

Uma Nuvem no Quarto Dela (The Cloud in Her Room)
de Zheng Lu Xinyuan, 101 min., 2020, Hong Kong/China.

É um inverno chuvoso em Hangzhou. Muzi volta para casa para o Ano Novo Chinês, onde ela desempenha seus papéis como filha, meia-irmã e namorada. Um dia, Muzi acompanha sua irmã mais nova à escola e conhece o dono de um bar local, pai de um outro aluno. O estranho lembra um velho amigo de Muzi, despertando nela memórias de seu relacionamento com alguém que de repente desapareceu no ar. Ao mesmo tempo, seu namorado chega para uma visita. Vagando por essa cidade que lhe parece tão familiar, mas distante, ela busca um lugar ao qual pertença.

Zheng Lu Xinyuan é cineasta e vive em Hangzhou, China. Ela se formou, em 2017, na School of Cinematic Arts, USC e tem mestrado em Produção de Cinema. Seus curtas-metragens foram selecionados para exibição em festivais como Tribeca Film Festival, FIRST Film Festival, Bi-City Biennale of Urbanism / Architecture e China Independent Film Festival.

Filmografia: 2020 The Cloud in Her Room | 2018 Feverish (curta) / A White Butterfly on a Bus (curta) | 2017 Niu in the Last Day of Fall (curta) / Smokers Die Slowly Together (curta) | 2016 Running in a Sleeping River (curta) / 5′ Funeral in the Rain (curta) | 2014 Women on Islands (curta) | 2012 Dinner (curta).

Festivais: Rotterdam 2020 – Tiger Award | New Directors, New Films 2020 | Festival du nouveau cinéma 2020

On Paradise Road
de James Benning, 75 min., 2020, EUA.

Filmado na casa de Benning em Val Verde durante o primeiro mês da pandemia, On Paradise Road é um retrato dessa época.

James Benning fez seus primeiros trabalhos de vanguarda em 1972, logo depois começou a produzir filmes experimentais mais longos. Entre 1978 e 1985 realizou várias projeções e instalações informáticas. De 1977 a 1980, ele lecionou nas Universidades da Califórnia e Oklahoma. Desde o final da década de 1980 mora em Val Verde, próximo a Los Angeles. Ele leciona no California Institute of the Arts, onde, por meio de suas obras, continua a influenciar fortemente as gerações mais jovens de artistas. Um aspecto particularmente importante de sua obra é seu envolvimento com a paisagem americana. Usando tomadas duracionais de quadro fixo, os filmes de Benning costumam estudar a natureza e a invasão do homem no mundo.

Filmografia: 2020 Maggie’s Farm | 2018 Telemundo / two moons / glory | 2017 L. Cohen | 2016 Spring Equinox / Measuring Change | 2014 Natural History /  Farocki | 2013 BNSF | 2012 Easy Rider / Nightfall / Stemple Pass /  One Way Boogie Woogie | 2011 Two Cabins / small roads /After Warhol /  Faces / YouTube Trilogy: 4 Songs, History, Asian Girls / Twenty Cigarettes | 2010 Pig Iron | 2009  Ruhr / Fire & Rain.

Sanctorum
de Joshua Gil, 83 min., 2019, México/República Dominicana/ Qatar.

Em uma pequena e isolada cidade, cercada por montanhas cobertas de árvores, vive um menino e sua mãe. A vida tradicional foi extirpada desde que a cidade foi pega no fogo cruzado da guerra entre militares e os cartéis. Com poucas oportunidades de trabalho e sem dinheiro suficiente para se mudar para outro lugar, a mãe arruma um emprego cultivando maconha para os cartéis. Um dia, ela não volta do trabalho. Tomada pela tristeza, a avó diz ao menino que vá para a floresta e reze ao sol, ao vento e à água para que eles façam sua mãe retornar ilesa.

Joshua Gil tem Mestrado em Cinematografia pela Escola de Cinema e Audiovisual da Catalunha (ESCAC) em Barcelona, Espanha. Iniciou sua carreira profissional no departamento de fotografia do filme Japão de Carlos Reygadas. Posteriormente trabalhou como diretor de fotografia em curtas, longas e documentários. Em 2007, iniciou a carreira como diretor de documentários, publicidade e séries de TV. Em 2015, dirigiu seu primeiro longa La Maldad que foi selecionado para a Berlinale.

Filmografía: 2015 Maldade | 2008 Secreto mortal (TV) / Un balazo para Quintana (TV) | 2007 El último silencio (TV) / Violentos recuerdos (TV)

Festivais: Venice International Film Festival: Critic´s Week 2019 | Morelia FF 2019 | Stockholm IFF 2019| Tromso IFF 2020| FICCI – The Cartagena de Indias IFF 2020 | Cinelatino, France – FIPRESCI Award, Prêmio da Crítica de Toulouse 2020 | Sanfic Festival Internacional de Cine – Melhor Filme | Istanbul IFF – Competição Internacional.

Zero
de Kazuhiro Soda, 128 min., 2020, Japão/EUA.

O veterano psiquiatra Dr. Masatomo Yamamoto é um pioneiro no movimento, iniciado na década de 1960, para a abertura dos hospitais psiquiátricos no Japão como espaços abertos e de socialização. Sua longa carreira de mais de cinco décadas foi inteiramente dedicada à saúde mental da comunidade, colocando as necessidades dos pacientes acima de tudo.  Agora, aos 82 anos, o Dr. Yamamoto decidiu se aposentar, causando muita ansiedade para seus pacientes, que contam com ele há muitos anos como seu salva-vidas. Ele quer agora tentar ocupar seu tempo cuidando de sua adorável esposa Yoshiko. Em 2008, Soda realizou o filme Mental com o Dr. Yamamoto.

Kazuhiro Soda pratica um método observacional de produção de documentários baseado em seus próprios “Dez Mandamentos”, que o proíbe de fazer pesquisas na pré-produção ou escrever uma sinopse antes das filmagens. Ele impõe essas regras a si mesmo para minimizar preconceitos e poder fazer descobertas inesperadas durante as filmagens e edições. Ele também é autor de oito livros publicados no Japão.

Filmografia: Zero (2020, Observational Film #9) | 2018 Inland Sea (Observational Film #7), The Big House (Observational Film #8) | 2015 Oyster Factory (Observational Film #6) | 2013 Campaign 2 (Observational Film #5) | 2012 Theatre 1 and Theatre 2 (Observational Film #3 and #4) | 2010 Peace (Observational Film Extra) | 2008 Mental (Observational Film #2) | 2007 Campaign (Observational Film #1).

Festivais: MoMA Doc Fortnight 2020 | Berlinale Forum 2020.

Liberté

PREMIÈRE

A Barqueira (La Botera)
de Sabrina Blanco, 75 min., 2019, Argentina/Brasil.

Tati tem 14 anos e vive com seu pai em uma casa humilde nas favelas do bairro ribeirinho de Isla Maciel, em Avellaneda, província de Buenos Aires. Ela é uma adolescente temperamental, rejeitada pelos colegas, que não se encaixa naquele ambiente. Tati sonha em se tornar uma barqueira – um trabalho quase extinto e sempre realizado por homens. Todos os dias ela tenta usar um barco, mas sem sucesso, até que descobre que um jovem barqueiro começou a trabalhar no cais. Ele se oferece para treiná-la. A jovem Tati, forçada a crescer sozinha em um ambiente hostil, conturbado e violento, aprende então a navegar pelo rio.

Sabrina Blanco é diretora e roteirista, nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 1986. Estudou direção cinematográfica na escola Cievyc, em Buenos Aires. A Barqueira é seu primeiro longa. O projeto do filme ganhou o Concurso de Desenvolvimentos de projetos Raymundo Gleyzer 2015, além de ter participado dos eventos como Nuevas Miradas EICTV 2015, Fundación Carolina, Lobo Lab 2016, Forum de Coprodução Festival de Guadalajara 2017, WIP (Work in Progress) Festival Internacional de Cine de Mar del Plata, Ganhador do WIP Festival de Nuevo Cine Latinoamericano La Habana (2018), e do Festival de Málaga (2019).

Filmografia: Como roteirista: 2017 Siesta Z (TV Series)| 2017 Tiempo de Sequía (curta) |  2012 Alejo Stivel: Hoy puede ser un gran día (curta).

Festivais: Festival Internacional de Cine Mar del Plata (2019) | Málaga Spanish Film Festival 2020 (Melhor Filme Ibero-americano e Melhor atriz).

De Volta para Casa (Coming Home Again)
de Wayne Wang, 86 min, 2019, EUA/Coreia do Sul.

O jovem escritor Chang-rae começa seu dia cuidando sozinho de sua mãe com câncer, enquanto, ao longo de um dia, prepara para a família um jantar tradicional do Ano Novo coreano que aprendeu com ela. Logo as emoções e memórias começam a vir à tona, levando-o de volta a momentos decisivos, de quando enfrentou as expectativas e planos de seus pais para ele e se impôs. Antes de seu pai e sua irmã voltarem para casa, uma visita inesperada e encontros em seu bairro em São Francisco desafiam seus sentimentos de ser o filho de seus pais. Suas habilidades culinárias serão suficientes para demonstrá-lo?

Nascido e criado em Hong Kong, Wayne Wang mudou-se para Los Altos, Califórnia, em 1967. Se formou inicialmente em Ciências Biológicas, depois estudou pintura no California College of Arts and Crafts, em Oakland. Fez pós-graduação, em Cinema. Em 1982, com uma bolsa da National Endowment for the Arts e do American Film Institute, Wang fez o filme de baixo orçamento e completamente independente Chan Is Missing e depois Dim Sum: A Little Bit Of Heart (1985), nomeados no British Academy Awards para Melhor Filme Estrangeiro, o que estabeleceu a reputação de Wang como um contador de histórias sino-americano. Devido à sua educação em Hong Kong por pais chineses tradicionais e educado por professores jesuítas irlandeses, Wang é frequentemente identificado com filmes sobre a diáspora chinesa, incluindo a adaptação cinematográfica de Eat A Bowl Of Tea (1989) e The Joy Luck Club (1993). Wang também fez filmes para os estúdios independentes como Smoke (1995) e Blue In The Face (1995), Maid In Manhattan (2002), Chinese Box (1997), Anywhere But Here (1999). No Festival de Toronto de 2007, Wang voltou às suas raízes chinesas e estreou um longa-metragem duplo sobre duas mulheres da Nova China: Mil Anos de Orações e A Princesa de Nebraska. Wang ganhou a Concha de Ouro de Melhor Filme no Festival de San Sebastian de 2007 por Mil Anos De Orações.

Filmografia: Coming Home Again (2019) | While the Women Are Sleeping (2016-2017) | Soul of a Banquet (2014) | Snow Flower and the Secret Fan (2011) | A Thousand Years of Good Prayers (2007) | Princess of Nebraska (2007) | Last Holiday (2006) | Because of Winn-Dixie (2005) | Maid in Manhattan (2002) | The Center of the World (2001) | Anywhere But Here (1999) | Chinese Box (1997) | Blue in the Face (1995) | Smoke (1995) | The Joy Luck Club (1993) | Life Is Cheap…  But Toilet Paper Is Expensive (1989) | Eat a Bowl of Tea (1989) | Dim Sum Take Out (1988) | Slam Dance (1987) | Dim Sum: A Little Bit of Heart (1985) | Chan Is Missing (1982) | A Man, a Woman, and a Killer (1975)

Festivais: Toronto Film Festival 2019 | Busan IFF 2019 | Tallinn Black Nights 2019

Eu Estava em Casa, mas… (Ich war zuhause, aber…)
de Angela Schanelec, 105 min., 2019, Alemanha/Sérvia.

Um garoto de 13 anos desaparece, sem deixar vestígios. Após uma semana, ele reaparece no pátio da escola, sujo e diferente. Sua mãe e seus professores podem apenas tentar adivinhar o que ele procurava: uma extrema proximidade com a natureza ou a morte, por causa da recente perda de seu pai. O comportamento do garoto invalida tudo aquilo que, até então, eles tomavam como certo.

Angela Schanelec nasceu em Aalen, Baden-Württemberg, em 1962 e estudou dramaturgia em Frankfurt am Main. Entre 1984 e 1991, trabalhou em vários teatros alemães antes de estudar direção na Academia de Cinema e Televisão em Berlim. É escritora e diretora independente desde 1995. Em 2005, fundou a Nachmittagfilm. É também professora conferencista de cinema na Academia de Belas Artes de Hamburgo. Por este filme, Eu Estava em Casa, mas… Angela recebeu o Urso de Prata de Melhor Direção no Festival de Berlim em 2019.

Filmografia: 2019 Ich war zuhause, aber (I Was at Home, But) | 2016 Der traumhafte Weg (The Dreamed Path) | 2014 The Bridges of Sarajevo/Princip Text (curta) | 2010 Orly | 2009 Deutschland 09/Erster Tag (curta) | 2007 Nachmittag (Afternoon) | 2004 Marseille | 2001 Mein langsames Leben (Passing Summer) | 1998 Plätze in Städten (Places in Cities) | 1995 Das Glück meiner kleinen Schwester (My Sister’s Good Fortune) | 1993 Ich bin den Sommer über in Berlin geblieben (I Stayed in Berlin All Summer)

Festivais: Berlin International Film Festival 2019 (Urso de Prata – Melhor Diretora) | FEST International Film Festival 2019 (Prêmio do Júri – Competição Nacional) | IndieLisboa 2019 | Belgrade Film Festival | Hong Kong International Film Festival.

Knives and Skin
de Jennifer Reeder, 112 min., 2019, EUA.

Uma pequena cidade, em algum lugar, no meio-oeste dos Estados Unidos. Para os adolescentes locais, a vida escolar não estaria completa sem o time de futebol, a banda marcial, as líderes de torcida e seu mascote. Os adultos estão preocupados com o desejo, as crises de meia-idade e os problemas conjugais. O desaparecimento da estudante Carolyn Harper rompe a pretensa normalidade dos habitantes da cidade. Jennifer Reeder cria um mundo misterioso, acentuado por coros de música pop, reinterpretando elementos de gênero retirados do realismo mágico, musical, comédia absurda e filme noir.

Jennifer Reeder nasceu em Ohio, Estados Unidos, em 1973, e formou-se na School of the Art Institute of Chicago (SAIC). Seus filmes premiados, que foram exibidos em vários festivais internacionais, enfocam histórias sobre relacionamentos, traumas e como lidar com essas experiências.

Filmografia: 2019 Knives and Skin | 2018 All Small Bodies (curta) | 2017 Shuvit (curta) | 2017 LOLA, 15 (curta)| 2017 Signature Move | 2016 Crystal Lake (curta) | 2016 Marietta Brimble (curta) | 2015 Blood Below the Skin (curta) | 2014 A Million Miles Away (curta) | 2012 Girls Love Horses (curta)| 2012 And I Will Rise If Only to Hold You Down (curta) | 2011 Tears Cannot Restore Her: Therefore, I Weep (curta) | 2010 Seven Songs About Thunder (curta) | 2008 Accidents at Home and How They Happen | 2007 Claim (curta) | 2006 The Heart and Other Small Shapes (curta) | 1995 White Trash Girl (curta).

Festivais: Berlin International Film Festival 2019 |Tribeca Film Festival 2019 | Toronto Inside Out LGBT Film Festival 2019 | Fantasia International Film Festival 2019 | Neuchâtel International Fantastic Film Festival 2019.

Liberté
de Albert Serra, 132 min., 2019, França/Portugal/Espanha/Alemanha.

Em algum lugar entre Potsdam e Berlim, em 1774, pouco antes da Revolução Francesa, Madame de Dumeval, Duque de Tesis e Duque de Wand, libertinos expulsos da puritana corte de Luís XVI, pedem apoio ao lendário e sedutor Duque de Walchen, livre-pensador alemão, que vive solitário num país onde reinam a falsa virtude e a hipocrisia. A missão deles é exportar a libertinagem, filosofia do século das Luzes baseada na rejeição aos limites morais e às autoridades, mas, além disso, precisam encontrar um lugar seguro para realizarem seus jogos libertinos, nos quais a busca por prazer obedece apenas às leis ditadas pelos desejos não realizados.

Albert Serra, cineasta e artista catalão, nasceu em Banyoles, em 1975. Estudou filosofia e literatura, escreveu peças de teatro e produziu diversos trabalhos em vídeo. Tornou-se internacionalmente reconhecido com seu primeiro longa-metragem, Honor of Knights, exibido na Quinzena dos Realizadores, em Cannes, em 2006. Em 2013, Serra recebeu o Leopardo de Ouro em Locarno por seu filme, História da minha morte, inspirado nas memórias de Casanova. Em 2016 lançou A Morte de Luis XIV, com o lendário Jean-Pierre Léaud protagonista. O Rei Luis XIV é novamente retratado por ele em 2018, com Roi Soleil.

Filmografia: 2018 Roi Soleil | 2016 A Morte de Luis XIV | 2013 Història de la meva mort | 2013 Els tres porquets | 2011 El senyor ha fet en mi meravelles | 2008 El cant dels ocells | 2006 Honor de Cavalleria | 2003 Crespià, the film not the village.

Festivais: Festival de Cannes 2019 – Un Certain Regard (Prêmio Especial do Júri) | Film Fest München 2019 | T-Mobile New Horizons International Film Festival-Wroclaw 2019.

Rodantes
de Leandro Lara, 108 min., 2019, Brasil.

A vida de três personagens: Tatiane, uma jovem garota que foge para tentar se reinventar após um passado traumático; Odair, fruto da explosão migratória rondoniense do início dos anos 90, é um rapaz que em meio a descobertas sexuais corre riscos ao se desprender da casa dos pais; e Henry, um imigrante haitiano que, após a morte de sua mulher, luta com seus dois filhos pequenos para sobreviver em meio ao progresso e à miséria brasileira. Vidas em ebulição no caos, se esbarram por aí em momentos ocasionais sem envolvimento maior do que sua própria condição de ambulantes.

Nascido em Belo Horizonte, Brasil, Leandro Lara (a.k.a Leandro HBL) é diretor de cinema e produtor formado em Artes e Comunicação na PUC – MG e especialista em direção de fotografia pelo Instituto Cubano – Escuela Internacional de Cine y Televisión – com sede em San Antonio de Los Baños. Durante três anos foi consultor para o pioneiro laboratório de criação da Benetton, a FABRICA. Estabeleceu-se em São Paulo, com suas próprias produtoras, a Mosquito Project e a Bando Studio. Dirigiu e produziu o documentário sobre Baile Funk com o Dj Diplo, Favela on Blast e a série documental de TV Reis da Rua. Recentemente terminou seu diário audiovisual sobre limites e fronteiras chamado Prelúdios do Sol composto de doze filmes experimentais curtos. Atualmente, está desenvolvendo os longas TAZ, em parceria com o roteirista Lucas C. Barros e o drama psicológico Cleveland. Este é seu primeiro longa de ficção.

Filmografia: 2019 Rodantes | 2011 Reis da rua (TV) | 2008 Favela on Blast (documentário) |2007 Descaminhos (curta)

Festivais: Brazilian Film Festival de Miami e New York (2020) | Cinélatino, 32èmes Rencontres De Toulouse |Festival de Brasília do Cinema Brasileiro 2019 (Mostra Novos Realizadores)

Perfil de uma Mulher (A Girl Missing)
de Koji Fukada, 111 min., 2019, Japão/França

Ichiko é enfermeira particular e há anos cuida da matriarca da família Oisho e os considera como sua própria família. É também confidente da jovem Motoko, a filha mais velha da família. A vida tranquila e rotineira de Ichiko começa a mudar quando a irmã mais nova de Motoko desaparece. Logo a mídia e as investigações da polícia revelam que o sequestrador é o sobrinho de Ichiko.

Koji Fukada nasceu em 1980, em Tóquio. Frequentou a Faculdade de Letras da Universidade Taisho e começou, ao mesmo tempo, a fazer aulas de cinema na Film School de Tóquio, em 1999. Depois de fazer seu primeiro longa-metragem The Chair, ingressou na companhia teatral de Seinendan, liderada por Oriza Hirata, em 2005. Realizou também os filmes Hospitalite (Kantai) em 2010, e Au revoir l’été (Hotori no Sakuko) em 2013. Seu filme Harmonium recebeu o Prêmio do Júri na Un Certain Regard, em Cannes, em 2016. Em 2018, Koji Fukada foi premiado com Chevalier of Ordre des Arts et des Lettres, na França.

Filmografia: 2018 The Man From The Sea | 2016   Harmonium | 2015 Sayonara | 2013  Au Revoir L’été | 2010  Hospitalité | 2008 Human Comedy In Tokyo | 2006 La Grenadière

Festivais: Festival de Locarno 2019 (competição) | Chicago International Film Festival 2019 | Viennale 2019 | Faro Island Film Festival 2020 | Tokyo International Film Festival 2020

PJ Harvey: Um Cão Chamado Dinheiro (A Dog Called Money)
de Seamus Murphy, 92 min., 2019, Irlanda/Reino Unido.

A compositora e cantora PJ Harvey e o premiado fotógrafo Seamus Murphy fizeram uma parceria. Em busca de experiências mais pessoais nos países sobre os quais ela desejava escrever, PJ acompanhou Murphy em algumas de suas viagens de trabalho pelo mundo. Foram juntos ao Afeganistão, ao Kosovo e a Washington. PJ coletou palavras e Murphy coletou imagens.

De volta à Londres, as palavras se transformaram em poemas, canções e, posteriormente, no álbum The Hope Six Demolition Project gravado, em 2016, por meio de uma arrojada experiência artística, na Somerset House. O público foi convidado a assistir, ao vivo, numa sala construída especialmente atrás de uma parede de vidro, a um processo de criação de cinco semanas, que se desenrolou tal qual uma escultura sonora. Murphy documentou a experiência com a mesma visão e mesmo acesso privativo de suas viagens. O resultado é uma jornada íntima pela inspiração, composição e gravação de um disco de PJ Harvey.

Seamus Murphy é fotógrafo, cineasta e escritor premiado, cresceu na Irlanda e vive em Londres. Seu trabalho integra as coleções do Museu Getty de Los Angeles, Museu Imperial da Guerra em Londres, Universidade de Stanford e FRAC Auvergne. Recebeu sete prêmios World Press Photo por seu trabalho fotográfico no Afeganistão, Gaza, Líbano, Serra Leoa, Peru e Irlanda. Recebeu o World Understanding Award da POYi (Pictures of the Year), em 2005, por seu trabalho First Place sobre o Afeganistão e o filme Darkness Visible que ele fez baseado nesse trabalho foi indicado ao Emmy em 2011 e ganhou o Prêmio Liberty in Media. Murphy já fez filmes para o Channel 4 no Reino Unido e para a The New Yorker. Ele colaborou com PJ Harvey em projetos para o álbum Let England Shake (2011) e The Hope Six Demolition Project, pelo qual ganhou um Q Award de melhor vídeo musical em 2016 e deu origem ao filme Um Cão Chamado Dinheiro. Murphy e Harvey trabalharam juntos também no livro The Hollow of the Hand, em 2015, com fotografia dele e poesia dela. Seu último livro The Republic, de 2016, é um retrato pessoal sobre a Irlanda.

Filmografia: 2019 A Dog Called Money | 2016 The Hope Six Demolition Project (curta) | 2014 Sons of Stonecutter Street (curta) | 2014 Bagram (curta) | 2013 Home is Another Place (curta) | 2012 Snake (curta) | 2012 Went the Games Well? (curta) | 2011 A Darkness Visible: Afghanistan (curta) | 2011 12 Short Films for PJ Harvey’s Let England Shake (curta).

Festivais: Berlin International Film Festival 2019 (Panorama) | Seattle International Film Festival 2019 | Visions du Réel 2019 | Sydney Film Festival 2019 | Karlovy Vary International Film Festival 2019.

Vitalina Varela
de Pedro Costa, 124 min., 2019, Portugal

Vitalina Varela, 55 anos, cabo-verdiana, chega a Portugal três dias depois do funeral do marido. Há mais de 25 anos que Vitalina esperava o seu bilhete de avião.

Nascido em Lisboa, Pedro Costa abandona os estudos de História para frequentar as aulas de António Reis na Escola Superior de Cinema. Seu primeiro longa-metragem, O Sangue, teve sua estreia no Festival de Veneza em 1989. Casa de Lava, seu segundo trabalho, rodado em Cabo Verde, foi selecionado para o Festival de Cannes em 1994. Entre seus outros filmes estão No quarto da Vanda, Onde jaz o teu sorriso?, sobre o trabalho de Danièle Huillet e Jean-Marie Straub, e Ne change rien. Cavalo Dinheiro recebeu o Leopardo de Prata para Melhor Direção no Festival de Locarno em 2014.

Filmografia: 2019 Vitalina Varela | 2014 Cavalo Dinheiro | 2012 Sweet Exorcist (curta na coletânea Centro Historico | 2010 O Nosso Homem (curta) | 2009 Ne Change Rien | 2007 The Rabbit Hunters (curta na coletânea Memories) | 2007 Tarrafal (curta na coletânea O Estado Do Mundo) | 2006 Juventude Em Marcha | 2003 6 Bagatelas (curta) | 2002 Onde Jaz O Teu Sorriso? | 2001 Danièle Huillet, Jean-marie Straub, Cinéastes (na coletânea Cinéastes, De Notre Temps) | 2000 No Quarto Da Vanda | 1997 Ossos | 1994 Casa De Lava | 1990 O Sangue | 1987 Cartas A Julia (curta).

Festivais: Leopardo de Ouro para Melhor Filme e Prêmio de Melhor Atriz – Locarno Film Festival (2019) | Silver Hugo – prêmio do júri no Festival de Chicago (2019) | Grande prêmio do Festival de Cinema de La Roche-su-Yon (2019) | Grand Prix Asturias – Melhor Filme e Melhor Fotografia no Gijón International Film Festival (2019).

SESSÃO ESPECIAL

Memórias do Meu Corpo (Memories Of My Body)
de Garin Nugroho, 105 min, 2018, Indonésia.

Juno é apenas uma criança quando seu pai o abandona em sua aldeia de Java Central. Sozinho agora, ele se junta a um centro de dança Lengger, onde os homens adaptam seus movimentos e sua aparência femininos. Mas a sensualidade e sexualidade que vêm da dança e dos corpos, misturadas com o violento ambiente social e político da Indonésia, forçam Juno a se mudar de aldeia em aldeia. Mesmo que em sua jornada Juno receba atenção e amor de seus professores de dança, sua tia esquisita, seu velho tio, um boxeador bonito e um Warok, ele ainda tem que enfrentar sozinho o campo de batalha em que seu corpo está se tornando.

Garin Nugroho nasceu em Jogjakarta, Indonésia, em 1961, e completou seus estudos em 1985 na Academia de Cinema de Jacarta. Com seu filme de estreia, Love is a slice of bread (1991), ele foi eleito o Melhor Jovem Diretor no Asia Pacific International Film Festival. Seu segundo longa, Letter for an angel (1994), ganhou o prêmio de Melhor Filme em Taormina e Tóquio. O filme seguinte, Leaf on a pillow (1998) estreou em Un Certain Regard, em Cannes, e ganhou o Prêmio Especial do Júri em Tóquio. Com Bird man tale Nugroho ganhou o prêmio NETPAC na Belinale em 2002. Sua Opera Java, produzida como parte da celebração do 250º aniversário de Mozart, estreou em Veneza em 2006 e ganhou prêmios em Tóquio, Cinemanila e Cingapura. Memories Of My Body é seu 19º longa-metragem.

Memórias do meu corpo por Nugroho

Um filme é uma declaração pessoal ou uma expressão de ansiedade sobre as questões pessoais e sócio-políticas que o cercam. A alegria de fazer um filme surge quando ele consegue transmitir essas mensagens. Já fiz 18 filmes com temas diversos; do início do século 19 como pano de fundo até a Indonésia atual; do radicalismo islâmico, liberalismo econômico, ao pogrom comunista do país; tudo condensado em pequenas histórias de várias ilhas da Indonésia. Desta vez, fiquei muito interessado na questão da masculinidade e feminilidade fundidas no corpo de uma pessoa. Ter um corpo masculino e feminino tem sido uma questão muito sensível na Indonésia, o país com a maior população muçulmana do mundo.

Memories of My Body é uma afirmação e uma crítica. Afirma que a mistura de masculinidade e feminilidade sempre foi uma parte normal da natureza e tradição. Também critica a violência contra o corpo em contextos sociais e políticos. _ Garin Nugroho

Vapor (Vapour)
de Apichatpong Weerasethakul, 21 min., 2015, Tailândia/ Coreia/ China. Sem som.

As nuvens descem sobre uma aldeia e a submerge por um dia. Tocam as telhas, as camas, as cadeiras, os tapetes, a grama e os corpos, infectando tudo com a febre do estupor branco. Vapor se passa na vila de Toongha no distrito de Mae Ram, que foi o lar de Apichatpong nos últimos oito anos. A aldeia é uma das várias áreas do país que são atormentadas por problemas de gestão de terras. Nos últimos sessenta anos, tem sido um campo de batalha entre o povo e o estado.

Apichatpong Weerasethakul nasceu em 1970 na cidade de Bangkok, Tailândia. Se formou arquiteto na Universidade de Khon Kaen, e artista visual no Art Institute of Chicago. Temas recorrentes dos seus filmes incluem religião e misticismo, a natureza e a sexualidade humana, além da realidade de diferentes povos no Sudeste Asiático. Um dos mais originais e premiados diretores contemporâneos, Apichatpong venceu a Palma de Ouro no Festival de Cannes de 2010 pelo filme Tio Boonmee que pode recordar suas vidas passadas. Seu próximo filme, Memoria, deve ser lançado em 2021.

Vapor por Apichatpong

As montanhas possuem um fascínio inegável. Embora a cerca da minha casa seja próxima ao quartel e constantemente ouçamos a prática de tiro para uma guerra invisível, a beleza ao redor das montanhas; os lótus, as galinhas, as vacas e os bambuzais tornam impossível deixar este lugar.

O vilarejo de Toongha no distrito de Mae Ram tem sido minha casa nos últimos oito anos. Aprendi que em sua tranquilidade existe uma raiva oculta. A aldeia é uma das várias áreas do país que são atormentadas por problemas de gestão de terras. É um campo de batalha entre o povo e o estado. Nos últimos sessenta anos, os aldeões solicitaram a propriedade da terra em que suas famílias se estabeleceram por gerações. Anos atrás, cercas de arame farpado foram erguidas para resistir às ameaças de despejo do exército. Durante os confrontos acalorados, dezenas de casas de soldados na área foram incendiadas. A chama continua forte na memória. Agora continua sendo um inferno silencioso.

Vapor é uma colaboração entre as pessoas que vivem aqui, as arquiteturas, os animais, os jovens cineastas de Chiang Mai e eu. Juntos fizemos um filme que é um cruzamento, entre um suspense criminal e um romance, ou poderia ser um poema peculiar da estação das chuvas.

Junho é a época em que a aldeia é atacada por um enxame de mosquitos que se erguem dos pântanos. A autoridade local tem um serviço de pulverização de mosquitos durante todo o ano. A equipe carrega uma máquina portátil e perambula pela aldeia envolvendo tudo com nuvens brancas de inseticida. Isto não apenas mata os mosquitos, formigas e outros insetos, a névoa cria uma vista do céu realocada para a terra. As nuvens tocam as telhas, as camas, as cadeiras, os tapetes, a grama e nossos corpos, como se tudo estivesse submerso em um mundo de sonhos. Ou é um mundo de filmes trash de terror? _ Apichatpong Weerasethakul (2015).

Jennifer Reeder: FFDF (FEMINIST FUTURE DREAM FEVER)

A Milhões de Milhas Distantes (A Million Miles Away)

de Jennifer Reeder, 27:58, 2014, EUA.

Uma dramática relação contemporânea atinge sua apoteose ao som de um hino do heavy metal de 1982, You’ve Got Another Thing Comin, de Judas Priest. Uma mulher (a regente) está à beira de um colapso nervoso e, assim como as adolescentes (o coro), passa por uma transformação. Os papéis de professor e aluno são invertidos quando a mulher não consegue decifrar uma mensagem de texto de seu amante.

Marietta Brimble
de Jennifer Reeder, 8 min, 2016, EUA.
Um filme de gato.

Sonhei que Você Sonhava Comigo (I Dream You Dream of Me)
de Jennifer Reeder, 10 min., 2018, EUA.
Uma mulher solitária (Angelica Ross) segue por uma trilha e joga fora o excesso de bagagem pelo caminho. O terror onírico febril feminista de Reeder apresenta uma nova visão do faroeste moderno.

As Dunas (The Dunes)
de Jennifer Reeder, 6:21, 2019, EUA.
Um encontro romântico de um jovem casal na praia fica perigoso quando eles encontram uma misteriosa e estranha mulher à beira-mar. Será que o último dia do verão será o último dia de suas vidas?

RETROSPECTIVA DAN SALLITT

Polly Perversa Volta a Atacar! (Polly Perverse Strikes Again!)
de Dan Sallitt, 98 min, 1986, EUA.

Theresa, a ex-amante de Nick, retorna após uma década de ausência, comprometendo o relacionamento entre ele e sua amável namorada, Arliss. Theresa, a Polly Perversa do título, se torna um símbolo da própria fúria e desordem sexual que Nick tenta deixar de lado em prol de uma vida mais serena.

Roteiro: Dan Sallitt| Fotografia: Jon Hofferman | Montagem: Dan Sallitt | Som: Craig Kitson, Tina Luther, Michael J. Masucci | Produção: Linda Glasser | Elenco: Dawn Wildsmith, S.A. Griffin

Lua de mel (Honeymoon)
de Dan Sallitt, 90 min, 1998, EUA.

Em Nova York, Mimi e Michael, ambos na casa dos trinta, são amigos íntimos após um breve e malsucedido namoro anos antes. Michael permaneceu apaixonado por Mimi ao longo dos anos, mas Mimi, que acabou de terminar com seu namorado de longa data, Tommy, parece não estar disposta a tentar um romance com ele uma segunda vez. A faísca entre eles é acesa novamente, durante um piquenique no fim de semana, e Mimi, repentinamente entusiasmada, pede abruptamente Michael em casamento. Os dois se casam imediatamente e partem em lua de mel para a Pensilvânia, sem nunca terem dormido um com o outro.

Roteiro: Dan Sallitt| Fotografia: David S. Park| Montagem: Robin Burchill| Som: Andy Edelman| Produção: Alex Morrison, Bill Gerstel| Elenco: Edith Meeks, Dylan McCormick

Todos os Barcos no Mar (All the Ships at Sea)
de Dan Sallitt, 64 min, 2004, EUA.

A professora de teologia, Evelyn Bell, visita seu amigo e padre Joseph Ryan na sacristia da igreja após a missa. Claramente angustiada pelos recentes acontecimentos envolvendo sua irmã, Evelyn conta a Joseph toda a história. Virginia, sua irmã mais nova, aderiu a um culto religioso e mais tarde foi encontrada, gravemente deprimida, por assistentes sociais em um banco de parque em Ohio. Expressando-se com sua crueldade usual, a mãe de Evelyn pede que ela leve Virginia para a cabana da família para se recuperar. Virginia parece gostar da companhia de Evelyn, e as irmãs falam sobre sua infância difícil, suas crenças e sua aliança contra seus pais opressores.

Roteiro: Dan Sallitt| Fotografia: Duraid Munajim | Montagem: Dan Sallitt | Som: Jim Emswiller | Produção: Julie Spiegel | Elenco: Strawn Bovee, Dylan McCormick, Lois Raebeck, Edith Meeks

O Ato Indizível (The Unspeakable Act)
de Dan Sallitt, 90 min, 2012, EUA.

Jackie, de 17 anos, fica angustiada quando Matthew, seu irmão mais velho, arruma sua primeira namorada e se prepara para ir para a faculdade. Morando em uma velha casa no Brooklyn com a mãe e outra irmã, os dois têm uma relação simbiótica, embora Matthew não compartilhe do desejo incestuoso de Jackie. Após a separação de Matthew, eles passam um último verão idílico juntos. Mas a partida de Matthew para a faculdade leva uma Jackie deprimida para a terapia, mas gradualmente ela vai assimilando e até fica com outros meninos. Quando Matthew volta de férias, uma Jackie mais confiante faz uma oferta final para manter vivo seu sonho de infância…

Roteiro: Dan Sallitt| Fotografia: Duraid Munajim | Montagem: Dan Sallitt | Som: David Groman| Produção: Shari Berman, Jaime Christley, Ania Trzebiatowska| Elenco: Tallie Medel, Sky Hirschkron, Aundrea Fares, Kati Schwartz, Caroline Luft.

Fourteen
de Dan Sallitt, 94 min, 2019, EUA.

Mara e Jo são as melhores amigas desde o ensino médio, quando tinham 14 anos. Jo é a mais extrovertida, é assistente social, vive uma série de relacionamentos breves, sempre intensos. Mara tem uma personalidade mais reservada, é professora assistente, tenta uma vaga no ensino fundamental, e escreve ficção em seu tempo livre. Sua vida romântica é dos pequenos casos, até conhecer Adam. Jo apresenta uma certa instabilidade emocional cada vez mais preocupante que afeta seu trabalho e sua vida pessoal. Ao longo de mais de uma década, Mara às vezes tenta ajudar, às vezes recua para se preservar, mas nunca deixa para trás sua poderosa conexão afetiva com Jo.

Fourteen traz com grande sinceridade e sensibilidade a dinâmica de uma longa amizade e seus altos e baixos, quando às vezes os interesses divergem, as brigas e os problemas pessoais deixam de lado a cumplicidade, os encontros e desencontros amorosos levam a vida para momentos diferentes. A complexidade do sentimento da amizade que se transforma e permanece.

Roteiro: Dan Sallitt| Fotografia: Chris Messina| Montagem: Dan Sallitt | Som: Sean Dunn, Lian Luan| Produção: Caitlin Mae Burke| Elenco: Tallie Medel, Norma Kuhling, Evan Davis, Willy McGee

Caterina
de Dan Sallitt, 17 min, 2019, EUA.

Caterina nasceu na América do Sul, mas mora em Nova York. Sua disposição em estabelecer conexões emocionais íntimas com outras pessoas é tanto um fardo quanto um presente.

Roteiro: Dan Sallitt| Fotografia: Chris Messina| Montagem: Dan Sallitt | Som: Sean Dunn| Produção: Graham Swon| Elenco: Agustina Muñoz, Caroline Luft, C. Mason Wells, Kolyn Brown, Kyle Molzan

SESSÃO FLUXUS

Leo
de Fabienne Mahé, 30 min., 2020, Suíça.

Como faz todos os domingos à noite, Leo vai receber suas duas irmãs para jantar. Como é o esperado dela, ela não preparou nada. Exceto um grande segredo que Leo está lutando para revelar.

Depois de experiências como atriz, Fabienne Mahé trabalha em teatro, televisão e cinema. O desejo de dirigir atores e contar histórias a leva a começar a escrever e dirigir. Em 2013, após a produção de uma série de uma campanha publicitária nacional contra a violência feminina exibida pelo Canal +, ela fez seu primeiro documentário Les Sentinelles Oubliées para o France Television Group em 2016. Leo é seu primeiro filme de ficção.

Noites mais Longas (Longer Nights)
de J Frisch-Wang, 4 min., 2019, Alemanha.

À medida que as noites ficam mais longas no inverno gelado, uma garota passa a refletir sobre sua relação com o céu.

J Frisch-Wang é uma diretora americana de 19 anos que mora em Berlim, Alemanha. Com foco no surrealismo e na comédia, J trabalhou na indústria do cinema nos últimos 3 anos filmando documentários e curtas narrativos.

O Apicultor (The Beekeeper)
de Mohammad Talebi, 10 min., 2017, Irã.

A história de um apicultor e seu filho, e suas memórias nas montanhas iranianas…. Enquanto isso, a guerra na vizinha Síria se aproxima.

Mohammad Talebi é produtor e diretor de televisão. Nasceu em Sarband, Shazand, Irã. Talebi é bacharel em Literatura Dramática e mestre em Produção para TV.

O Diário das Árvores (Tree Time)
de Alexandra Lerman, 7:34, 2020, EUA,.

Tree Time imagina uma relação entre natureza e tecnologia não mediada pela presença humana. O vídeo foi filmado na floresta amazônica com um drone representando um ponto de vista incorpóreo que flutua através da copa da floresta densamente comprimida, decolando, pairando acima do solo e, ocasionalmente, retornando a ele.

O título do trabalho é formado por uma série de entrevistas com um dendrocronologista que estuda métodos de rastreamento das mudanças climáticas através da “leitura” anual dos anéis das árvores na floresta amazônica – registros ecológicos revelam uma dimensão oculta do tempo narrativo dentro da própria natureza.

Alexandra “Sasha” Lerman é uma artista russa que mora em Nova York. Sua obra abrange fotografia, escultura, vídeo e performance. O trabalho de Lerman foi exibido no Sculpture Center, Tina Kim Gallery, Storefront for Art and Architecture, Anthology Film Archives, Artists Space, Whitney Museum, New Museum em Nova York, Signal Center, Malmö na Suécia, MUSAC na Espanha, Museum of Hygiene em São Petersburgo e Ground Solyanka em Moscou, Rússia, entre outros. Alexandra participou do LMCC Workspace Program, Open Sessions Residency no Drawing Center, fez uma residência no LabVERDE em Manaus, Brasil, e no Banff’s A Position of DOCUMENTA (13), em Alberta no Canadá. Ela possui um MFA da Columbia University e um BFA da Cooper Union School of Art.

Ritu Vende Online (Ritu Goes Online)
de Vrinda Samartha, 15:50 min., 2020, Índia.

Em 2016, Ritu Kaushik, uma dona de casa da periferia de Nova Delhi, começou a vender bolsas na Flipkart com sua marca Ritupal Collection. Nascida e criada em uma pequena aldeia em Sonipat (Haryana), Ritu teve que interromper seus estudos aos 16 anos. Um ano depois, ela se casou sob pressão familiar. A recém-casada Ritu começou a plantar e criar gado, e investiu todo o seu tempo na família. À medida que seus filhos cresciam, ela sentiu a necessidade de criar uma identidade para si mesma. Ela esperou 15 anos para terminar seus estudos. Ritu lutou obstinadamente contra a mentalidade patriarcal ao seu redor para abrir seu próprio negócio.

Vrinda é sócia e diretora da Believe Films. Ela começou como assistente de direção da Trends Ad Films, onde trabalhou com o premiado diretor V. K. Prakash. Desde então, ela fez parte em diversas campanhas e longas-metragens nacionais e internacionais. Limitless (2017) foi seu primeiro documentário de longa-metragem como diretora. Após uma carreira de sucesso em festivais, o filme agora está sendo exibido pela Netflix.

Motriz
de Rodolfo Magalhães, 18:33 min., 2020, Brasil.

Um relógio submerso perdido por anos nas águas de um moinho de água parou de funcionar, para descobrir que traz de volta suas forças motrizes.

Rodolfo Magalhães é formado em Comunicação Social pela UFMG (1990). É fundador e ex-sócio diretor da produtora Ciclope Multimídia e atualmente dirige a Aroda Comunicação. É diretor, roteirista de projetos audiovisuais educativos, séries para TV, institucionais, videoclipes, videoarte e documentários, além de produção e direção de mídias digitais. Seus principais trabalhos foram exibidos em mostras e festivais de diversos países, além do Brasil; Alemanha, Áustria, Holanda, França, Inglaterra, Japão, China, Colômbia, Argentina, Cuba e Estados Unidos.

SERVIÇO

O INDIE tem patrocínio do Mater Dei e da Codemge, correalização da Appa e Fundação Clóvis Salgado, uma realização da Zeta Filmes. O INDIE é realizado com recursos da Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte.

INDIE 2020 – Online 04 a 11 de novembro
Sessões gratuitas e online
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