Tudo Sobre o Festival É Tudo Verdade 2023
O maior festival de documentários do país acontece de 13 a 23 de abril, totalmente presencial e gratuito com exibições em São Paulo e no Rio de Janeiro e homenagens a Humberto Mauro e Godard
Por Clarissa Kuschnir
A realidade sempre foi propósito, foco e característica intrínseca dos documentários, cujos temas construíam obras informativas com a pretensão de verdades absoltas, por fatos, estatísticas, estudos e depoimentos, estes traduzidos à tela por uma narrativa mais clássica. Se antes o documentário era categorizado como gênero (o crítico de cinema Carlos Alberto Mattos sempre foi contra a essa definição), de um tempo para cá, ao nosso agora, então o documentário permitiu-se explorar novos caminhos, novas estéticas, novas sensações, novos subjetivismos, novas contradições às verdades, novas perguntas que buscam mais questionamentos que respostas, novos diálogos, novas escutas, mitigando-se ao máximo a ideia de totalidade condicionada de um micro ao macro. O documentário comporta-se, nesta contemporaneidade, como um uma obra plural, ora neutra, ora pessoal, ora social, ora de luta política, ora sobre inclusive a metafísica do tempo e sua invisibilidade, e ora como um porquê de não uma se enquadrar em nada do que foi dito anteriormente. Alguém já disse que “algo limitado morre”. E o documentário está a cada dia mais vivo e podemos até afirmar que bem alimentado se analisarmos a nova edição 2023 do Festival É Tudo Verdade, que volta a acontecer plenamente de forma presencial entre 13 e 23 de abril, simultaneamente em seis salas em São Paulo e em três salas no Rio de Janeiro, com entrada franca.
Sim, lembro-me muito bem que em 2020 quando fui a coletiva do Festival É Tudo Verdade um pouco antes da pandemia da Covid, que fez o mundo parar. Dias após essa coletiva, o festival teve que fazer a edição no formato virtual. O Vertentes do Cinema tinha acabado de chegar do Festival de Berlim, pela cobertura de Fabricio Duque. Foram dois anos de incertezas e readaptações entre o online e presencial (com restrições). Se por um lado foi bom assistir a tantos ótimos documentários pela plataforma de um streaming próprio do festival (democratizando inclusive o acesso a quem não podia estar em São Paulo ou no Rio de Janeiro), por outro então perdemos a oportunidade de conferir essas pérolas nas telas grandes. Era um paradoxo (que ainda se estende ao agora): atender nossa cinefilia (cujo desejo não era esperar) ou atrasar o lançamento para respeitar as obras? Não podemos negar que o online “resolve” quase todos as nossas limitações. Temos “liberdade” nas exibição, sem atrasos e impedimentos geográficos e/ou de trânsitos e assim conseguimos assistir ao maior número de obras. Mas confessamos também que a experiência não é a mesma. É totalmente diferente na verdade. Não se encontra por exemplo a tradição de “receber” o filme junto a um público que “respira” o mesmo lugar em uma escura tela grande e sem distrações, visto que nós entendemos que estar ali é sagrado e neste momento o tempo para.
É por isso talvez que a edição de 2023 é tão significativa e tão importante, porque representa o retorno ao “novo normal”, sem perigos de contaminação, sem mortes, com vacinas e com a sensação de que tudo o que aconteceu está distante. Sim, o ser humano tem como característica genuína a crença da proteção. Só dessa forma consegue seguir adiante. Dito tudo isso, o Festival É Tudo Verdade chegou com tudo e retorna presencialmente, em salas de cinemas, com horários determinados para assistir aos filmes. Nossa, isso até parece uma viagem ao tempo. Tão cringe! Mas era exatamente o que precisávamos. Em sua 28° edição, o Festival É Tudo Verdade traz o melhor das “verdades” para os amantes do formato de documentários, como eu, comemorando Bodas de Hematita (principal minério de ferro bem resistente e que para chegar a essa durabilidade passa por várias fases). Pois é, nada mais metafórico e simbólico para representar essa edição.
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“É uma emoção especial estar de volta a essa sala por vários motivos das quais as últimas, vezes que estivemos juntos sem máscara foi na coletiva que fizemos aqui em 2020, há três anos e duas semanas. Então é uma emoção e uma alegria estar de volta aqui ao Itaú Cultural com vocês. Que bom que a tempestade passou, não totalmente , mas o pior dela passou. Vamos continuar nos cuidando, enlutados pelas perdas que tivemos e vamos continuar sobrevivendo e fazendo o melhor de nós para a cultura e o cinema brasileiro como fizemos nesse período difícil continuamos a fazer contra tudo e contra todos”, explanou Amir Labaki diretor e fundador do Festival É Tudo Verdade durante a coletiva de 2023 ocorrida em São Paulo, no Itaú Cultural, na semana em que o Brasil ultrapassa 700 mil mortos, pelo COVID.
Na mesma coletiva, estavam presentes \os parceiros e apoiadores do festival Eduardo Saron, presidente da Fundação Itaú, Márcia Scapaticio coordenadora de fusão da Spcine e o Paulo Casari representando o Sesc 24 de Maio, que tem feito projeções do festival, nos últimos anos.“Felizmente a ciência e a democracia venceram o negacionismo e sobretudo a arte e cultura se mostrou mais do que necessária, não só para as questões poéticas como para as questões de saúde mental. O É Tudo Verdade é um grande festival, cada vez mais importante para o Brasil e para o mundo principalmente, em relação ao recortes que os outros festivais fazem”, disse Eduardo Saron durante a coletiva que ainda complementou “Precisamos de arte e cultura para continuar nos libertando”.
Além da sala do CineSesc parceiro do Festival É Tudo Verdade desde o início, serão exibidos filmes no teatro do Sesc 24 de Maio que desde 2018, faz essa parceria com o festival. E eu digo que as exibições são ótimas e com sala lotada. E o Sesc ainda oferece em sua plataforma, algumas exibições do festival. “É isso, é importante ocupar o centro nesse momento. O É Tudo Verdade é exatamente isso. É ver a arte refletir sobre o estado da humanidade. Então convido as todos para as sessões no Sesc 24 de Maio”, finalizou Paulo Casari. Outra parceria é a Spcine que tem o circuito de salas públicas de São Paulo. A programação do festival estará na sala Lima Barreto que fica no Centro Cultural São Paulo, na Vergueiro. “O público nessa sala Lima Barreto é bem cinéfilo e é bem intenso para assistir aos festivais e eu fico muito feliz de fazer parte disso e estar na Spcine nesse momento e dessa retomada, ainda mais trabalhando com sala pública”, disse Márcia Scapaticio que ainda complementou que a sala também terá uma atividade de formação da Spcine e uma Masterclass (com o cineasta Cristiano Burlan) e que estreia entre as Projeções Especiais do festival seu novo documentário “Antunes Filho, do Coração para o Olho”.
E a abertura do Festival É Tudo Verdade 2023 em São Paulo acontecerá dia 12 de abril na Cinemateca para convidados com a exibição do longa “Subject”, de Jennifer Tiexieira e Camilla Hall. O filme aborda como os documentaristas tratam os seus personagens em seus filmes. No Rio de Janeiro, a abertura, também para convidados, acontece no dia 13 de abril, um dia depois, no Estação Net Botafogo com a exibição de “1968 – Um Ano na Vida”, de Eduardo Escorel, sobre a ótica de uma brasileira do ano 1968. A programação conta com 72 produções entre longas, médias e curtas-metragens de 34 países (escolhidos entre os dois mil títulos que se inscreveram esse ano) além de conferências debates e sessões no streaming. É, o melhor, tudo isso de graça.
No Itaú Cultural Play (que completa em junho dois anos de plataforma) estarão 7 (sete) filmes da competição de curtas nacionais (a maioria inéditos, porém Amir Labaki lembrou que essa é a única categoria que não precisa de ineditismo no festival), além da mostra dos cinco vencedores do É Tudo Verdade de estreantes. Na plataforma do Sesc Digital serão exibidos dois filmes da mostra Foco Latino Americana que são: “Beleza Silenciosa”, de Jasmin Mara López e “Hot Club de Montevideo”, de Maximiliano Contenti. Na Mostra Clássicos do É Tudo Verdade, nosso destaque é para o longa “O Prisioneiro da Grade de Ferro”, de Paulo Sacramento (um filme que tive a oportunidade de assistir em uma projeção dentro da Penitenciária Feminina da Capital – e que há vinte anos ganhou o É Tudo Verdade tanto a competição nacional quanto na internacional).
Os homenageados dessa 28º edição do Festival É Tudo Verdade encontra dois cineastas. Um deles é o pioneiro brasileiro Humberto Mauro com a exibição de dez de seus filmes e dois documentários em parceria com a Cinemateca com a curadoria de Sheila Schvarzman e Eduardo Morettin. O segundo, Jean-Luc Godard (falecido em 2022) com a apresentação dos oito episódios da série História(s) do Cinema (1987-1998), com apoio da embaixada da França no Brasil. “Essa talvez seja a mais poética e mais delicada obra do Godard falando como a história do cinema bateu na sensibilidade dele e como ele viaja, pela história dos filmes que assistiu. Essa me parece inclusive que é uma das obras menos conhecidas no Brasil e no mundo. Eu convido vocês ao máximo que puderem assistir, pois realmente é impressionante. Tenho a impressão que História(s) do Cinema rompe um pouco com aquela imagem áspera do Godard, e amplia a dimensão de quem foi Godard”, finalizou Amir Labaki.
O Festival É Tudo Verdade 2023 ainda contará com uma sessão especial Sabesp exibindo o filme “Lixo Fora de Lugar”, do cineasta austríaco, Nikolaus Geyrhalter. Entre as atividades paralelas, destaca-se o Ciclo de Palestras O Arquivo no Documentário, que será realizado nos dias 17 e 18 de abril no Centro de Pesquisa e Formação do Sesc (CPF Sesc). É preciso lembrar também que os vencedores de todas as categorias do festival estarão automaticamente classificados para apreciação à disputa pelo Oscar do ano que vem. O filme exibido pós coletiva para os jornalistas credenciados ao Festival É Tudo Verdade 2023 foi o longa-metragem “Liberdade em Chamas” (leia a crítica aqui), de Evgeny Afineevsky, em que o cineasta mostra a cruel invasão de Puttin a Ucrânia. A primeira versão do filme foi lançado no Festival de Veneza do ano passado (na mostra fora da competição) e com a extensão da guerra, o cineasta atualizou o filme que foi inclusive exibido em fevereiro passado, na própria Ucrânia. Acompanhe a cobertura diária do Vertentes do Cinema no site e nas redes sociais e confira a seguir a programação completa do Festival É Tudo Verdade 2023.
PROGRAMAÇÃO DO É TUDO VERDADE 2023
SESSÕES DE ABERTURA
Dia 12, São Paulo
Subject
Direção: Jennifer Tiexiera, Camilla Hall
EUA, 93’, 2022
Subject explora a mudança na vida de uma série de participantes de documentários famosos como A Escada, Basquete Blues, Os Irmãos Lobo, Na Captura dos Friedmans e A Praça Tahir, causada após a experiência de terem sido retratados na tela. Essas antigas estrelas dos documentários revelam os altos e baixos da experiência, assim como a realidade de ter sua vida cotidiana colocada sob um microscópio.
Dia 13, Rio de Janeiro
1968 — Um Ano na Vida
Direção: Eduardo Escorel
Brasil, 91’, 2023
Fatos da vida em 1968, alguns lembrados, outros esquecidos. Baseado no diário Lost, de Silvia Escorel, e comentado pela autora em voz off por meio da carta original escrita 54 anos depois, dirigida a seu irmão um ano e meio mais jovem.
FILMES DA COMPETIÇÃO
Nesta edição, serão doze longas e média-metragens internacionais e sete brasileiros que fazem suas estreias nas telas brasileiras com exibições em São Paulo e no Rio de Janeiro, além de nove curtas nacionais e sete internacionais.
Competição Brasileira — Longas e Médias-Metragens
171
Direção: Rodrigo Siqueira
Brasil, 95’, 2023
Seis pessoas cumprem pena por motivos diferentes, mas são identificadas nas cadeias como autênticos “171”, um tipo que pode usar sua habilidade com as palavras para aplicar um golpe ou manipular as pessoas pelo prazer de enganar.
Amanhã
Direção: Marcos Pimentel
Brasil, 106’, 2023
Entre 2002 e 2022, o Brasil foi virado pelo avesso. Assim como as vidas de três crianças de realidades diferentes em Belo Horizonte que haviam se encontrado 20 anos antes.
O Contato
Direção: Vicente Ferraz
Brasil, 84’, 2023
O filme acompanha as travessias feitas por personagens que transitam entre suas aldeias e a cidade indígena de São Gabriel da Cachoeira, captando um universo de trocas multiétnicas nessa região de extrema beleza, mas hoje ameaçada pelo narco-garimpo.
Incompatível com a Vida
Direção: Eliza Capai
Brasil, 92’, 2023
A partir do registro de sua gravidez, a diretora Eliza Capai conversa com outras mulheres que tiveram vivências parecidas à sua, criando um coral de vozes que refletem sobre temas universais: vida, morte, luto e políticas públicas que nos afetam.
Morcego Negro
Direção: Chaim Litewski E Cleisson Vidal
Brasil, 135’, 2023
Documentário histórico-biográfico sobre PC Farias, tesoureiro do ex-Presidente Fernando Collor de Mello que esteve diretamente envolvido no processo que culminou com seu impeachment, abalando profundamente a recém-restaurada democracia brasileira.
Nada Sobre meu Pai
Direção: Susanna Lira
Brasil, 93’, 2023
A busca da diretora Susanna Lira pela história de seu pai, que ela nunca conheceu: um jovem guerrilheiro equatoriano, que veio para o Brasil lutar contra a ditadura militar na década de 1970.
Santino
Direção: Cao Guimarães
Brasil, 88’, 2022
O documentário acompanha o cotidiano de Santino e sua família na bacia do Rio São Francisco, em Minas Gerais. Além de ser um defensor incansável do meio ambiente, Santino une o mundo espiritual e a natureza a seu ativismo político.
Competição Internacional — Longas e Médias-Metragens
Casa Silenciosa (Khaneye Khamoosh)
Direção: Farnaz Jourabchian e Mohammad Reza Jourabchian
Irã, Canadá, França, Filipinas, Catar, 100′, 2022
Casa Silenciosa conta a história de três gerações de uma família iraniana que vive numa casa centenária em Teerã. Narra a evolução da família durante 40 anos, da Revolução Islâmica de 1979 até hoje.
O Caso Padilla (El Caso Padilla)
Direção: Pavel Giroud
Espanha, Cuba, 87’, 2022
Pela primeira vez o processo de autocrítica do poeta Heberto Padilla, preso em 1971 em Cuba, é mostrado ao público neste filme que abre uma janela para o passado e, dessa maneira, ajuda-nos a compreender melhor a crise que Cuba atravessa atualmente.
Confiança Total (Total Trust)
Direção: Jialing Zhang
Alemanha, Países Baixos,, 97′, 2023
A transparência total pode fazer com que as pessoas se tornem cidadãos melhores? Confiança Total explora as mudanças de comportamentos sociais causadas pela vigilância digital na China e a luta das pessoas contra o abuso do poder estatal.
Despertar de Aurora (Aurora’s Sunrise)
Direção: Inna Sahakyan
Armênia, Alemanha, Lituânia, 96’, 2022
Despertar de Aurora revela a história esquecida de uma sobrevivente do genocídio armênio, que consegue fugir para Nova York e participa de um dos primeiros blockbusters de Hollywood, o “Leilão das Almas”, de 1919.
Um Espião Compassivo (A Compassionate Spy)
Direção: Steve James
EUA, Reino Unido, 101’, 2022
A história de Ted Hall, recrutado em 1944 como o mais jovem físico do Projeto Manhattan, que, preocupado que um monopólio norte-americano sobre a bomba nuclear, decide passar informações-chave sobre a construção da bomba para a União Soviética.
Front do Leste (Shidniy Front)
Direção: Vitaly Mansky e Yevhen Titarenko
Letônia, Ucrânia, República Tcheca, EUA, 98′, 2023
O filme conta a história de um grupo de jovens voluntários no batalhão de primeiros socorros no front ucraniano, que durante seis meses experimentam drama, desespero, medo, ódio, amargura, amor, sem perder a fé na vitória.
Godard Cinema (Godard Seul le Cinéma)
Direção: Cyril Leuthy
França, 110’, 2022
Jean-Luc Godard é o cinema, sua quintessência. Ao longo de sua carreira, ele dirigiu mais de 140 filmes. Esse retrato quer nos levar além dos clichês de um mito que às vezes se torna caricatural para encontrar um homem mais sentimental do que parece, um homem que vive sua arte, e às vezes é superado por ela.
Little Richard — Eu Sou Tudo (Little Richard — I Am Everything)
Direção: Lisa Cortez
EUA, 98’, 2023
A história das origens negras e queer do rock, detonando o embranquecimento da música pop americana para revelar o inovador Richard Penniman. Através de arquivos e performances que nos levam ao complicado mundo interior de Richard, o filme conta a história do ícone com suas reviravoltas e contradições.
Não-Alinhados: Cenas dos Rolos de Labudović (Non-Aligned: Scenes from the Labudović Reels)
Direção: Milla Turajlić
Sérvia, França, Croácia, Montenegro, Catar, 100’, 2022
Pelos materiais inéditos filmados em 35mm por Stevan Labudović, cinegrafista do presidente iugoslavo Tito, o filme percorre o nascimento do movimento Non-Aligned, examinando como um projeto global de emancipação política foi constituído pela imagem cinematográfica.
Pianoforte
Direção: Jakub Piątek
Polônia, 91’, 2023
A lendária Competição Internacional Chopin de Piano acontece a cada cinco anos em Varsóvia, na Polônia. Pianoforte segue um grupo de jovens músicos de todas as partes do mundo que se preparam desde crianças para essa oportunidade que ocorre apenas uma vez na vida.
Rezando pelo Armagedom (Praying for Armageddon)
Direção: Tonje Hessen Schei
Noruega, 90’, 2022
A infiltração de evangélicos norte-americanos na máquina política nunca foi tão forte. Não apenas eles ameaçam a democracia dos Estados Unidos, como a influência substancial desse grupo sobre a política externa tem como alvo dar início à Batalha do Juízo Final no Oriente Médio.
Still: A Michael J. Fox Movie
Direção: Davis Guggenheim
EUA, 95′ 2022
O filme conta como um garoto baixinho sai de uma base do exército canadense para alcançar o estrelato na Hollywood dos anos 1980. E mostra pela primeira vez sua jornada privada, incluindo os anos que seguiram seu diagnóstico com mal de Parkinson aos 29 anos.
Competição Brasileira — Curtas-Metragens
Aos Mortos, Um Lugar para Habitar
Direção: Victor Costa Lopes
Brasil, 7’, 2023
Examinar arquivos é remontar o remanescente, em um ritual de ressurreição da vida.
Bambambã
Direção: Andréa França
Brasil, 12’, 2022
Bambambã retoma fragmentos do filme Terra Encantada (1923) que mostram a Exposição internacional do Centenário da Independência, ocorrida na cidade do Rio de Janeiro, em 1922.
Cama Vazia
Direção: Fábio Rogério, Jean-Claude Bernardet
Brasil, 5’, 2023
A máquina de morte precisa manter sua longevidade para expandir e lucrar.
Ferro’s Bar
Direção: Aline A. Assis, Fernanda Elias, Nayla Guerra, Rita Quadros
Brasil, 24’, 2022
A partir de relatos de lésbicas frequentadoras do Ferro’s Bar, aborda-se um episódio central para a formação do movimento lésbico brasileiro no começo dos anos 1980: o “Levante do Ferro’s Bar”.
O Materialismo Histórico da Flecha Contra o Relógio
Direção: Carlos Adriano
Brasil, 26’, 2023
Cinepoema onde realidades distantes se aproximam: imagens de povos indígenas brasileiros em 1917 e 1922 e em manifestações antifascistas de 2022; imagens da causa palestina em 1948 e em 2022; tiros contra o relógio disparados por revolucionários franceses em 1830 e flechas contra o relógio disparadas por indígenas brasileiros em 2000.
Mãri hi – A Árvore do Sonho
Direção: Morzaniel Ɨramari
Brasil, 17’, 2023
Quando as flores da árvore Mãri desabrocham, surgem os sonhos. As palavras de um grande xamã conduzem uma experiência onírica através da sinergia entre cinema e sonho yanomami, apresentando poéticas e ensinamentos dos povos da floresta.
Retratos de Piratininga
Direção: André Manfrim
Brasil, 17’, 2023
A região do centro velho de São Paulo é povoada por estátuas e monumentos empenhados em fazer lembrar a história religiosa da cidade. O que esses corpos nos contam sobre o passado e sobre o presente?
Todavia Sinto
Direção: Evelyn Santos
Brasil, 9’, 2022
Sentir, Descobrir e Decidir: Sensações de uma gravidez.
Um corpo imerso que agora se transforma.
Vãnh Gõ Tõ Laklãnõ
Direção: Barbara Pettres, Flávia Person, Walderes Coctá Priprá
Brasil, 25’, 2022
Uma arqueóloga, um poeta, um pastor e kujá, uma professora e um cantor de rap remontam a história do seu povo, os Laklãnõ/Xokleng, habitantes do sul do Brasil: o tempo do mato, a quase extinção, a retomada da língua e da cultura e o protagonismo político.
Competição Internacional – Curtas-Metragens
Carta a um Porco (Letter to a Pig)
Direção: Tal Kantor
França, Israel, 17’, 2022
Um sobrevivente do holocausto lê uma carta que escreveu ao porco que salvou a sua vida. Uma jovem estudante ouve seu testemunho na aula e cai em um sonho conturbado em que ela confronta questões de identidade, trauma coletivo e os extremos da natureza humana.
Florestas (Forêts)
Direção: Simon Plouffe
Canadá, 16’, 2022
Pinheiros brancos submersos pela reserva de uma hidroelétrica no território Innu se transformam em chamas. Essa exploração entre água e fogo ilustra a emergência climática atual através de múltiplas histórias sobre o relacionamento entre uma comunidade e suas terras.
Folhas de K. (Hojas de K.)
Direção: Gloria Carrion
Nicarágua, Costa Rica Nicarágua, Costa Rica
18’, 2022
Em 2018, a polícia da Nicarágua reprimiu brutalmente protestos organizados pelos estudantes do Ensino Médio. K., uma jovem de 17 anos que foi presa, reconta os horrores de seu tempo na cadeia.
Uma História do Mundo Segundo a Getty Images (A History of the World According to Getty Images)
Direção: Richard Misek
Reino Unido, Noruega, 18’, 2022
Um comentário apaixonado sobre como os arquivos de imagens comerciais influenciam o que vemos. Um filme que faz uma pequena, mas direta resistência à privatização do passado pela Getty Images.
Jogando Óleo na Fervura (Pouring Water on Troubled Oil)
Direção: Nariman Massoumi
Reino Unido, 26’, 2023
Em 1951, a Anglo-Iranian Oil Company decidiu produzir um filme para promover suas atividades no Irã. Eles contrataram o poeta Dylan Thomas. Esse documentário poético segue a viagem de Thomas, captando seu encontro com o país e sua gente enquanto acontece uma convulsão política pela nacionalização do petróleo.
Mal Trabalhando (Hardly Working)
Direção: Total Refusal
Áustria, 21’, 2022
O filme ilumina personagens que normalmente estão no fundo dos videogames: NPCs. São máquinas de Sísifo, cujas rotinas laborais e padrões de atividades, assim como bugs, pintam uma analogia vívida com o trabalho no capitalismo.
Paraíso da Soneca (Powernapper’s Paradise)
Direção: Samir Arabzadeh
Suécia, 15’, 2022
O contador caiu no sono em sua mesa. O garçom dorme atrás da caixa registradora. O guarda está sonhando, dormindo em sua cadeira fora do banco. O Paraíso da Soneca explora a vida e as pessoas nas Filipinas, onde parece ser tranquilo dormir no trabalho.
Ptitsa
Direção: Alina Maksimenko
Polônia, Ucrânia, 30’, 2022
Ambientada durante a pandemia, a história acontece na casa de duas artistas: uma mãe, professora de piano, e sua filha adulta, uma pintora. Um retrato íntimo de uma separação entre mãe e filha, explorado de diferentes perspectivas.
Todas as Coisas que Você Deixa para Trás(All the Things You Leave Behind)
Direção: Chanasorn Chaikitiporn
Tailândia, 18’, 2022
Chanasorn Chaikitiporn é um aspirante a cineasta e artista visual interessado em práticas artísticas e em explorar a história da Tailândia. Ao combinar narrativas de ficção ao gênero do documentário ensaístico, ele investiga imagens encontradas e de arquivo, além de documentos sigilosos tornados públicos.
MOSTRAS NÃO COMPETITIVAS
Programas Especiais
Antunes Filho, do Coração para o Olho
Direção: Cristiano Burlan
Brasil, 74’, 2022
O filme mergulha nas incursões de Antunes Filho pelo audiovisual, passando por seus teleteatros e pelo filme Compasso de Espera. Nesse trânsito de linguagens, compreendemos as motivações e reflexões criativas desse fazedor de teatro e cinéfilo.
Lowndes County e o Caminho para o Poder Negro (Lowndes County And The Road to Black Power)
Direção: Sam Pollard E Geeta Gandbhir
EUA, 90’, 2022
A aprovação da Lei dos Direitos de Voto, em 1965, representou o auge do movimento dos direitos civis nos Estados Unidos. Em nenhum outro lugar essa batalha é mais bem resumida do que em Lowndes County, Alabama, uma cidade com uma história terrível de terrorismo racial.
Sessão Especial Sabesp: Lixo Fora de Lugar (Matter Out of Place)
Direção: Nikolaus Geyrhalter
Áustria, 106′, 2022
Lixo Fora de Lugar é um filme sobre dejetos que se espalham pelo mundo, nos mais remotos cantos do planeta. Nikolaus Geyrhalter segue os rastros de nosso lixo ao redor do mundo e lança luz em relação à luta infinita das pessoas para ter controle sobre uma vasta quantidade de lixo.
Três Minutos — Uma Duração (Three Minutes — A Lengthening)
Direção: Bianca Stigter
Países Baixos, 69’, 2021
Um ensaio sobre história e memória. Os três minutos de uma filmagem feita por David Kurtz em 1938 são as únicas imagens em movimento que restaram dos habitantes judeus de Nasielsk antes do Holocausto. Esses preciosos minutos são examinados momento a momento para desvendar as histórias humanas escondidas no celulóide.
Vire Cada Página: As Aventuras de Robert Caro e Robert Gottlieb (Turn Every Page: The Adventures of Robert Caro and Robert Gottlieb)
Direção: Lizzie Gottlieb
EUA, 112’ 2022
O filme explora o relacionamento de cinquenta anos entre duas lendas literárias, o escritor Robert Caro e seu editor de longa data, Robert Gottlieb. Agora com 86 anos, Caro está trabalhando para completar o volume final de sua obra-prima, Os Anos de Lyndon Johnson; Gottlieb, 91, espera para editá-lo.
O Estado das Coisas
Os Corredores do Poder (The Corridors of Power)
Direção: Dror Moreh
França, Alemanha, EUA, Israel, 135′, 2022
O diretor indicado ao Oscar, Dror Moreh, (The Gatekeepers) retorna com uma análise detalhada da política externa dos Estados Unidos nos últimos 40 anos. Neste documentário, que traz entrevistas com mais de 30 pesos-pesados da política, incluindo Henry Kissinger, Hillary Clinton, Madeleine Albright e Condoleezza Rice.
Favela do Papa
Direção: Marco Antônio Pereira
Brasil, 76’, 2022
O filme mostra o movimento de resistência dos moradores da Favela do Vidigal contra a ordem de remoção na década de 1970. A vitória popular, após três anos de luta, foi coroada com a visita do Papa João Paulo II à favela, em 1980.
A História Natural da Destruição (The Natural History of Destruction)
Direção: Sergei Loznitsa
Alemanha, Países Baixos, Lituânia, 112’, 2022
Inspirado no livro de W.G. Sebald e baseado em imagens de arquivo da Segunda Guerra Mundial, o filme coloca a questão: é aceitável moralmente usar a população civil como meio de guerra? A questão continua tão atual hoje como era há 80 anos, e sua urgência se manifesta tragicamente nos acontecimentos políticos atuais.
Liberdade em Chamas (Freedom on Fire)
Direção: Evgeny Afineevsky
Reino Unido, EUA, Ucrânia, 114′, 2022
Este filme complementa o documentário indicado ao Oscar, Winter on Fire: Ukraine’s Fight for Freedom e explora porque um dia de felicidade na praça Maidan, de Kiev, instigou uma guerra que durou quase uma década.
Merkel
Direção: Eva Weber
Reino Unido, Alemanha, Dinamarca, 95’, 2022
Durante anos, Angela Merkel, primeira Chanceler da Alemanha, foi a mais poderosa líder europeia. Ainda assim ela permanece um enigma. O filme cria um retrato rico, partindo de sua criação na Alemanha Oriental comunista até a sua rápida ascensão na política.
Música para Pombos Negros (Music for Black Pigeons)
Direção: Jorgen Leth, Andreas Koefoed
Dinamarca, 92’, 2022
Atravessando a América do Norte, a Europa e o Japão, Jørgen Leth e Andreas Koefoed acompanharam o compositor dinamarquês Jakob Bro, por 14 anos, testemunhando seus encontros musicais.
Rua Aurora — Refúgio de Todos os Mundos
Direção: Camilo Cavalcante
Brasil, 96’, 2023
Na cidade de São Paulo, o filme acompanha pessoas de mundos diferentes que habitam uma mesma rua, no centro esquecido da metrópole, onde a vida pulsa de forma latente e se reconstrói a cada dia.
Foco Latino-Americano
Amando Martha (Amando a Martha)
Direção: Daniela López Osorio
Colômbia. Argentina, 74’, 2022
Tendo se libertado da violência doméstica, sofrida durante 39 anos de casamento com seu ex-marido Armando, Martha diz à sua neta, Daniela, que está começando sua carreira de cineasta para fazer um filme, a partir das memórias pessoais, em que ela narra seu passado doloroso.
Beleza Silenciosa (Belleza Silenciosa)
Direção: Jasmín Mara López
EUA, México, Malta, 88′, 2022
Um documentário pessoal que segue a diretora Jasmin López no processo de curar o abuso sexual que sofreu quando criança nas mãos de seu avô, Gilberto, há quase trinta anos. Ao compartilhar seu trauma, Jasmin descobre que gerações de crianças em sua família foram vítimas do mesmo abuso.
Hot Club de Montevideo
Direção: Maximiliano Contenti
Uruguai, 90’, 2022
A trajetória do Hot Club de Montevideo, a instituição de jazz mais antiga da América Latina, que sobrevive até hoje. A narrativa é construída a partir dos depoimentos, das anedotas, das histórias de vida e da reunião de muitos de seus membros mais antigos.
Clássicos É Tudo Verdade
O Prisioneiro da Grade de Ferro (auto-retratos)
Direção: Paulo Sacramento
Brasil, 123’, 2003
Um ano antes da desativação da Casa de Detenção do Carandiru, em São Paulo, que foi a maior prisão da América Latina, detentos aprenderam a usar câmeras de vídeo. Durante sete meses, documentaram seu cotidiano atrás das grades, marcado por superlotação das celas, tráfico de drogas, rezas, brigas e solidão.
Cine-Guerrilhas: Cenas dos Rolos de Labudović (Ciné-Guerrillas: Scenes from the Labudović Reels)
Direção: Mila Turajlić
Sérvia, França, 94’, 2022
Uma viagem ao início do projeto Terceiro Mundo, baseado em rolos inéditos de Stevan Labudović, cinegrafista do presidente iugoslavo Tito. Cine-Guerrilhas mergulha na batalha midiática que ocorreu durante a guerra pela independência na Argélia, em que o cinema foi usado como arma política contra o colonialismo.
Confissões de um Cinema em Formação
Direção: Eugenio Puppo
Brasil, 76’, 2022
O surgimento de alguns dos primeiros cursos de cinema no Brasil e o papel deles no desenvolvimento do cinema nacional. Com materiais de arquivo e histórias de professores e alunos, o documentário apresenta iniciativas que buscam formar novas gerações de realizadores.
Americano: Uma Odisseia a 1947 (American: An Odyssey to 1947)
Direção: Danny Wu
Canadá, 102’, 2022
No começo dos anos 1940, o diretor Orson Welles está vivendo uma ascensão meteórica em Hollywood. Quando a Segunda Guerra Mundial eclode, um garoto estadunidense faz uma visita ao exterior e um soldado estadunidense se alista no exército.
Homenagem a Humberto Mauro
Um Apólogo
Direção: Humberto Mauro
Brasil, 10’, 1939
Uma costureira conversa com a patroa sobre os detalhes do modelo do vestido a ser confeccionado. Enquanto isso, dentro da caixa de costura, a agulha e a linha iniciam uma discussão sobre a importância de cada uma. Realizado por ocasião do centenário de nascimento de Machado de Assis, o filme é uma adaptação de seu célebre conto.
Cantos de Trabalho
Direção Humberto Mauro
Brasil, 9’, 1955
Parte da série Brasilianas, apresenta três cantos de trabalho oriundos de diferentes regiões do país: o canto de pilão, praticado nas regiões Central e Nordeste; o canto do barqueiro, do Rio Jequitinhonha; e o canto de pedra, realizado em vários estados.
Carro de Bois
Direção Humberto Mauro
Brasil, 10’, 1974
Praticamente superado pelas modernas técnicas, o carro-de-bois ainda fazia parte das paisagens do sertão nos anos 1970, alcançando onde o caminhão não vai, numa mistura de utilidade e poesia, transportando o mais variado tipo de carga. O filme mostra como ele é feito, e o artesão que o fabrica.
O Cysne
Direção Humberto Mauro
Brasil, 3’, 1936
A bailarina Vera Grabinska executa coreografia de Pierre Michailowsky para a peça Le Cygne, de Camille Saint-Saëns, junto à fonte artificial no recinto da Feira Internacional de Amostras do Rio de Janeiro. Os movimentos da dança se alternam com imagens de cisnes na água.
Engenhos e Usinas
Direção Humberto Mauro
Brasil, 8’, 1955
Parte da série Brasilianas, mostra aspectos dos antigos engenhos de açúcar ao som de Engenho Novo e Coco Peneruê.
Henrique Oswald
Direção Humberto Mauro
Brasil, 7’, 1942
Vistas do Rio de Janeiro, São Paulo e Florença ilustram dados biográficos do pianista, compositor e diplomata brasileiro Henrique Oswald. Suas obras são enumeradas, enquanto partituras são folheadas. Tendo ao fundo o retrato de Oswald, um solista executa sua música.
O João de Barro
Direção Humberto Mauro
Brasil, 20’, 1956
Em um ambiente rural, mulheres com crianças observam os ninhos de diversas aves, entre elas o joão-de-barro. Mostra as etapas da construção de um ninho e informações sobre o próprio joão-de-barro: a sua origem, o seu habitat, a descrição física e os seus hábitos.
Lagoa Santa
Direção Humberto Mauro
Brasil, 12’, 1940
O filme documenta as descobertas do paleontólogo dinamarquês Peter Lund. Mostra a paisagem da região de Lagoa Santa (MG), os homens, as casas e os animais. E também algumas das cavernas de onde Lund coletou os restos de animais e seres humanos pré-históricos.
Manhã na Roça: O Carro de Bois
Direção Humberto Mauro
Brasil, 8’, 1956
Parte da série Brasilianas, mostra aspectos do trabalho na roça: meninos conduzem o gado para pastagem, trabalhador opera arado de tração animal, homem retira leite de vaca e mulher alimenta as galinhas. Na fazenda, diferentes espécies de animais convivem, e o carro de boi é conduzido por um carreiro.
Victoria Regia
Direção Humberto Mauro
Brasil 8’, 1937
Detalhes da planta vitória-régia: sua estrutura, seu habitat natural, seu nome e sua história.
Mauro, Humberto
Direção: David Neves
Brasil, 21’, 1975
O cotidiano do cineasta em sua casa em Volta Grande, Minas Gerais, e em seu escritório no antigo Instituto Nacional de Cinema, que depois se tornou a Embrafilme. Além de um depoimento do diretor, são também entrevistados os cineastas Alex Viany e Glauber Rocha, que falam da importância de Humberto Mauro no cinema brasileiro.
Humberto Mauro, Cinema É Cachoeira
Direção: André Di Mauro
Brasil, 90’, 2018
O tributo a Humberto Mauro mostra sua vida através dos filmes. Apresenta uma narrativa cujo fio condutor é uma entrevista gravada nos anos 1960, onde Mauro manda mensagens para o futuro. O documentário expõe as incomuns soluções técnicas para fazer seus filmes e a luta diante das adversidades inerentes a seu pioneirismo.
Homenagem a Jean-Luc Godard
História(s) do Cinema (Histoire(s) du Cinéma)
Direção: Jean-Luc Godard
França, Suíça
Episódio 1
Todas as Histórias (Toutes les Histoires)
51′, 1987
“Para Mary Meerson e para Monica Tegelaar.”
Godard traça a história do cinema americano quase cronologicamente, desde os primórdios de Hollywood, passando pela era de ouro dos produtores, até seu declínio.
Episódio 2
Uma Só História (Une Histoire Seule)
42′, 1989
“Para John Cassavetes e para Glauber Rocha.”
Godard aborda o cinema como herdeiro da fotografia e do impressionismo, e está particularmente interessado pela luz.
Episódio 3
Apenas Cinema (Seul le Cinéma)
26′, 1997
“Para Armand J. Cauliez e para Santiago Alvarez.”
Godard compara as diferentes histórias da literatura, da pintura e do cinema. Tenta mostrar a particularidade da sétima arte e explicar seu poder.
Episódio 4
Beleza Fatal (Fatale Beauté)
28′, 1997
“Para Michèle Firk e para Nicole Ladmiral.”
Godard se interessa pelas relações que existem no cinema entre a morte e a beleza, Eros e Thanatos. Para ele, isso se explica principalmente pelo fato de que o cinema sempre envolveu homens filmando mulheres.
Episódio 5
A Moeda do Absoluto (La Monnaie de L’Absolu)
27′, 1998
“Para Gianni Amico e para James Agee.”
Dando continuidade ao primeiro episódio, Godard continua a sua reflexão entre o cinema e a história. Ele descreve aqui como o cinema pode ser o lugar de uma posição política com o exemplo do neorrealismo italiano e também do documentário.
Episódio 6
Uma Nova Onda (Une Vague Nouvelle)
27′, 1998
“Para Frederic C. Froeschel e para Nahum Kleiman.”
Godard relembra o movimento Nouvelle Vague, do qual era um dos expoentes, e como esse movimento inscreveu o cinema na história das artes. Ele evoca o Langlois Cinema Museum e sua própria relação com a Cinemateca Francesa.
Episódio 7
O Controle do Universo (Le Contrôle de L`Univers)
27′, 1998
“Para Michel Delahaye e para Jean Domarchi.”
Esta parte questiona o poder. Segundo Godard, o homem é o criador tanto da beleza quanto do terror. Para sustentar seu argumento, ele homenageia Alfred Hitchcock e o poder de seu cinema no imaginário coletivo.
Episódio 8
Os Signos entre Nós (Les Signes parmi Nous)
38′, 1998
“Para Anne-Marie Miéville e para mim mesmo.”
Para fechar as suas histórias do cinema, Godard foca no próprio sentido do cinema. Em seguida, retoma todos os temas dos episódios anteriores e faz um balanço do cinema da época, considerado pelo diretor como “em declínio”.
SERVIÇO
28º É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários
Diretor-fundador: Amir Labaki
Salas:
São Paulo:
Cine Marquise (Av. Paulista, 2073)
Cinemateca Brasileira (Largo Sen. Raul Cardoso, 207)
IMS Paulista (Avenida Paulista, 2.424)
Sesc 24 de Maio (Rua 24 de Maio, 109)
SPCine – Centro Cultural São Paulo (Rua Vergueiro, 1.000)
Rio de Janeiro:
Estação NET Botafogo (R. Voluntários da Pátria, 88)
Estação NET Rio (R. Voluntários da Pátria, 35)
Todas as sessões são gratuitas.