Mostra Um Curta Por Dia 2025

Tudo Sobre o Especial João Lanari da Mostra Um Curta Por Dia (com entrevista)

Joao Lanari Bo

Tudo Sobre o Especial João Lanari Bo da Mostra Um Curta Por Dia

Conversamos com o cineasta, professor, produtor e crítico paulistano-brasiliense-carioca, o grande homenageado com o Especial que exibiu seus filmes

Por Clarissa Kuschnir

Em março deste ano, no nono mês da Mostra Um Curta Por Dia teve o Especial Katia Mesel (leia a matéria aqui). E agora, no décimo terceiro mês, último mês desse projeto, eu e Fabricio Duque trouxemos uma semana inteira dedicada ao nosso crítico João Lanari Bo, que aprendeu muito sobre cinema frequentando cineclubes, desde muito novo. Que tem como melhor filme da vida: F For Fake: Verdades e Mentiras e melhor trilha sonora, “O Anjo Nasceu”. Hoje, o professor da UnB (Universidade de Brasília), que também leva o título de diplomata, faz parte da nossa equipe de críticos do Vertentes do Cinema. E possui no currículo vários curtas que dirigiu ao longo de sua carreira. Nós fizemos o convite e ele aceitou exibir 6 obras.

A Mostra foi intitulada de Especial João Lanari e os filmes escolhidos pelo próprio João foram: “O Céu é o Limite”, de 1979 (a década que eu nasci, e eu nem sabia o que era cinema, e ele já fazia filme), “Mínima Cidade” e “Obscena”, ambos de 1985; “Deni’s Movie”, de 1996; “Deus e o Diabo no Conic”, de 1988 e “Denis e Syd”, de 1999. Ou seja, são algumas décadas também, como cineasta.

E lógico que eu conversei com ele, que me contou um pouco sobre suas realizações. Confira abaixo a entrevista:

CLARISSA KUSCHNIR: Fale um pouco de sua formação como professor, na área de audiovisual, e eu vi, que consta até título de diplomata em seu currículo?

JOÃO LANARI BO: Minha formação é sobretudo de realização, de filmes e crítica de cinema, desde o tempo que era estudante, quando integrei o cineclube da PUC-RJ. E assistindo filmes, começando pela Cinemateca do MAM-RJ. Fui também diplomata, o que me deu oportunidade de acompanhar programação de cinema em outras cidades, como Nova York e Paris. Em Brasília tornei-me professor de cinema na Unb.

CK : Como é para você que escreve como crítico no Vertentes poder ter essa janela para rever seus curtas (que são de diversos anos diferentes)?

JOÃO LANARI BO: É muito bom rever esses filmes, feitos em outra época, a maior parte em 16mm e 35mm.

CK: Fale um pouco sobre seus curtas?

JOÃO LANARI BO – A principal pegada é experimental, exploração da linguagem. Quando mudei para Brasília, entraram temas afins com a cidade, de procurar imagens em locais diferenciados da paisagem habitual da capital.

CK: O que acha da nossa Mostra de Curtas, no Vertentes?

JOÃO LANARI BO: Acho ótimo, exibição continuada da produção é sempre bem-vinda,

CK: Você como um faz tudo do cinema também, como vê nossa produção hoje no Brasil? Inclusive, pelo lado das políticas públicas?

JOÃO LANARI BO: Creio que em termos quantitativos aumentou muito, graças às novas tecnologias. A questão agora é como distribuir essa produção, torná-la acessível. Os editais, da ANCINE e os regionais, são peças fundamentais desse processo

CK:  Como você enxerga a crítica de cinema no Brasil, atualmente com essa geração mais nova? Acha que falta conteúdo por parte deste pessoal que é mais voltado para as redes sociais (Youtubers, Tiktokers)?

JOÃO LANARI BO – Acho que é sempre bom ter mais gente escrevendo sobre cinema, em todos os meios possíveis. Claro, tem que haver também a crítica mais ponderada, como a do Vertentes e outros, que reflita a diversidade da produção e também o patrimônio da história do cinema.

CLARISSA KUSCHNIR: Obrigada!

Na BIO do Vertentes, João resume-se: “Frequentador da cinemateca do MAM quando era no terceiro andar do Museu, absorveu o que pôde das cópias que de alguma maneira resistiam, sob o olhar do Cosme Alves Neto. Super 8 e 16 mm eram as bitolas de produção, e cineclubismo, a primeira opção. Veio o videocassete, o DVD e o digital, abrindo a possibilidade de uma cinemateca imaginária, uma totalidade que nunca acaba. Godard e Glauber, ao lado de Orson, balizaram a caminhada, entre tantos outros. Nesse meio tempo surgiu a prática pedagógica na UNB.”

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