Tudo sobre a 14a Mostra de Cinema de Belo Horizonte 2020
14a CineBH começa nesta quinta com performance audiovisual, debate e transmissão ao vivo da encenação “12 pessoas com raiva”, de Juracy de Oliveira
Por Redação
Nesta quinta-feira, dia 29/10, começa a 14a edição da CineBH – Mostra de Cinema de Belo Horizonte e o 11o Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, com programação gratuita e realizada em ambiente virtual. Até o dia 2/11, segunda, serão cinco dias de intensas atividades: 54 filmes nacionais e internacionais em pré-estreias e mostras temáticas, (14 longas, 4 médias e 35 curtas), 20 debates, painéis e rodas de conversa, 3 masterclasses internacionais, 3 laboratórios de roteiro, 1 oficina, 1 estudo de caso e mais de 200 encontros de coprodução. Informações, inscrições, links e acessos já podem ser feitos no site www.cinebh.com.br, local de realização do evento.
A noite de abertura dará o tom da 14a CineBH, com a apresentação do eixo temático em 2020, “Arte Viva: Redes em Expansão”. Com direção, roteiro, montagem, edição e finalização de Chico de Paula e criação conjunta com Raquel Hallak, coordenadora geral da mostra, uma performance audiovisual transmitida ao vivo mostrará as questões levantadas pela curadoria para serem debatidas durante o evento. A própria forma de pensar a performance encontrou eco na temática, num período em que a pandemia fez fecharem espaços de convívio.
“O momento é o de materializar as aberturas num contexto completamente digital. Se antes elas eram fortemente marcadas pela presença e proximidade entre os artistas e público, compartilhando um mesmo espaço, agora elas pretendem manter presentes a inquietação e a perturbação, aspectos tão naturais das artes vivas”, aponta Chico de Paula. “O espaço se amplia, se torna mais diverso, complexo, e também difuso. Precisamos abandonar o conforto e adensar essa linguagem, tão essencial em nosso tempo”.
A performance terá participações especiais de Josy Anne (atriz, cantora, compositora e tamborzeira), Nath Rodrigues (cantora, compositora e instrumentista), Ricardo Aleixo (poeta) e Marcelo Dai (cantor e multi-instrumentista). A trilha sonora é do Barulhista.
Além de falar da temática, a abertura conta com a participação do destaque desse ano: o Pandêmica Coletivo Temporário de Criação. Iniciativa de uma rede de artistas espalhada por todas as regiões brasileiras, o Pandêmica se tornou exemplo de como as artes presenciais se adaptaram com potência ao fechamento dos espaços de convivência e como adotaram a linguagem do audiovisual em seus trabalhos. O público poderá conhecer mais sobre o Pandêmica nas duas atividades da noite logo após a performance de abertura. O Vertentes do Cinema realizará a cobertura completa por Vitor Velloso.
A primeira será o debate inaugural da Mostra, às 20 horas, intitulado justamente “Arte viva: Redes em expansão”, que vai reunir Juracy de Oliveira, diretor e criador do Pandêmica; Grace Passô, dramaturga e diretora; Germano Melo, ator e diretor; e Luciana Romagnolli, crítica e pesquisadora. A conversa vai tratar de obras criadas durante a pandemia e as implicações deste momento histórico sobre a cultura do teatro e do audiovisual.
Em seguida, será transmitida, ao vivo, às 21h30, a encenação de “12 Pessoas com Raiva”, dirigida por Juracy de Oliveira e que adapta o clássico texto “12 Angry Men”, de Reginald Rose. A peça original já foi adaptada para cinema e televisão e ganha aqui uma versão genuinamente brasileira, que imagina um júri formado durante a pandemia e deliberando, pela plataforma Zoom, o destino de um suposto criminoso. As contradições, opressões e injustiças do país afloram durante esse verdadeiro thriller, que reconfigura as possibilidades de uma apresentação ao vivo valendo-se de tecnologias contemporâneas e linguagem audiovisual.
Ainda na primeira noite da CineBH, o público poderá assistir, em pré-estreia mundial, o filme “Coisas Úteis e Agradáveis”, dirigido por Germano Melo e Ricardo Alves Jr, em inspiração e adaptação livres a partir do conto “As Cartas de Amabed”, de Voltaire. Inicialmente pensada como teatro, a encenação é vertida para o cinema com todos os elementos que caracterizam especialmente a obra de Ricardo, tendo o corpo e a voz de Germano com catalisadores dos efeitos dramáticos.
Brasil CineMundi em sua 11a edição apresenta 23 projetos de longas brasileiros para 27 convidados internacionais da indústria audiovisual, promove encontros de coprodução e discute as perspectivas e desafios do audiovisual
Com a pandemia ainda em andamento no mundo todo, a 14a CineBH – Mostra de Cinema de Belo Horizonte e o 11o Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting acontecem em ambiente virtual entre os dias 29 de outubro e 2 de novembro, nas redes sociais da Universo Produção e no site www.cinebh.com.br gratuitamente. Os interessados já podem se inscrever para não perderem nenhuma atração.
Serão cinco dias de intensas atividades, com 54 filmes nacionais e internacionais em pré-estreias e mostras temáticas, (14 longas, 4 médias e 35 curtas), de 12 estados brasileiros (AL, BA, CE, ES, GO, MA, MG, PE, PR, RJ, RS e SP) e 12 países (Alemanha, Argentina, Bolívia, Burkina Faso, Brasil, França, Guiné-Bissau, Haiti, México, Portugal, Reino Unido, Rússia) 15 debates, painéis e rodas de conversa, 4 masterclasses internacionais, 3 laboratórios de roteiro, 1 oficina, 1 estudo de caso, encontros de coprodução e diversas outras atividades que convidam o público a pensar o mercado audiovisual a partir do que está sendo feito e do que ainda será visto nas telas. Mesmo com as dificuldades impostas pelo distanciamento social, a CineBH se reafirma como um espaço de perspectivas e possibilidades do cinema do presente e do futuro.
“Vivemos numa sociedade cheia de estímulos visuais e o audiovisual assumiu papel central no cotidiano das pessoas. Realizar este empreendimento internacional ousado e inovador neste cenário de transições e transformações representa compromisso, responsabilidades e ações compartilhadas em que a vontade, a persistência e a determinação são ingredientes que ampliam as possibilidades de seguir acreditando na potência da nossa cultura”, destaca a Diretora da Universo Produção e coordenadora geral da Mostra CineBH e do Brasil CineMundi, Raquel Hallak.
TEMÁTICA E DESTAQUE
Para este ano, a CineBH adotou a temática “Arte viva: Redes em expansão”, que dialoga diretamente com o impacto da pandemia na produção artística brasileira. Proposta pela equipe curatorial do evento, formada pelos críticos e pesquisadores Pedro Butcher, Francis Vogner dos Reis e Marcelo Miranda, a temática busca pensar a rede de relações construída entre as artes presenciais (teatro, performance, shows) e a linguagem audiovisual, adotada por criadores e espectadores num período em que os espaços de convivência, como cinemas, casas de espetáculos e teatros, foram fechados.
Como fazer a nomenclatura de formas criativas que nunca tinham sido desenvolvidas e apresentadas dessa forma antes? Qual o limite entre “filme”, “vídeo”, “teatro”, “performance”, “show”, se a recepção a tudo isso tem sido similar, via computadores, smartphones e TVs inteligentes? O que significa o fenômeno das “lives” na expressão de quem sempre fez arte a partir da presença, e não da transmissão eletrônica? Para colaborar na construção dessas relações, a CineBH incorporou a pesquisadora de artes cênicas Daniele Ávila Small ao time de curadores da Mostra Temática.
Escolhido como destaque de 2020, o Pandêmica Coletivo Temporário de Criação, agremiação de artistas de várias regiões do Brasil formada em março com objetivo de promover exibições teatrais on-line durante a pandemia, reúne em seus trabalhos a essência do que será discutido ao longo da CineBH em filmes, performances audiovisuais e debates. “É inegável que um campo de investigação de linguagem se abriu no encontro entre o teatro, o audiovisual e o meio virtual, e o Pandêmica é um dos pioneiros na abertura dessa trilha”, exalta Daniele Ávila. De integrantes do Pandêmica, serão apresentados ao vivo “12 Pessoas com Raiva”, de Juracy de Oliveira, na abertura do evento (29/10); e “Museu dos Meninos – Arqueologias do Futuro”, de Maurício Lima, no dia 31.
Ainda na Mostra Temática, relacionada ao conceito de “Arte viva: Redes em expansão”, os outros trabalhos serão a performance “Canção das Filhas das Águas”, de Laís Machado; o vídeo “Navalha na Carne Negra”, de José Fernando Peixoto de Azevedo; e os curtas-metragens “Coisas Úteis e Agradáveis”, de Ricardo Alves Jr e Germano Melo, e “República”, de Grace Passô. Todos são projetos desenvolvidos ou apresentados desde o começo da pandemia, respondendo, pelo audiovisual, como se dão outras possibilidades de representar a presença.
Vários dos artistas presentes na Mostra Temática vão participar de debates e encontros durante a CineBH, em transmissões ao vivo com mediação dos curadores da Mostra. Mais detalhes sobre o Pandêmica Coletivo podem ser lidos aqui. Sobre a Mostra Temática, leia mais aqui.
FILMES E MOSTRAS
Na Mostra Contemporânea, a CineBH conta com 10 longas e 5 curtas-metragens brasileiros e estrangeiros. Do Brasil, vários dos títulos lidam com a história de violências que fundaram o país, seja através da reflexão proposta por um épico intimista como “Luz nos Trópicos”, de Paula Gaitán, ou por um épico de fantasia e horror como “O Cemitério das Almas Perdidas”, de Rodrigo Aragão. “Rodson, ou Onde o Sol não tem Dó”, de Cleyton Xavier, Clara Chroma e Orlok Sombra, alegoriza a situação política e social dos últimos anos com irreverência e desrecalque, enquanto “Rua Guaicurus”, de João Borges, registra o teatro de aparências e negociações das noites no baixo centro de Belo Horizonte. “Entre Nós, um Segredo”, de Beatriz Seigner e Toumani Kouyaté, acompanha a retomada das raízes africanas de um de seus realizadores, e “Terminal Praia Grande”, de Mavi Simão, olha para as angústias assombradas de uma mulher e suas perdas.
Os curtas-metragens brasileiros completam a programação nacional com trabalhos provocativos de várias situações vivenciadas ou sentidas ao longo de 2020: “Do Pó ao Pó”, de Beatriz Saldanha; “Eu Sou a Destruição”, de Eduardo Camargo; “5 Estrelas”, de Fernando Sanches; “Extratos”, de Sinai Sganzerla; e “Corpo Monumento”, de Alexandre Salomão.
Nos títulos estrangeiros da Mostra Contemporânea, o passado de uma família da antiga União Soviética é investigado por dois irmãos no francês “Meus Queridos Espiões”, de Vladimir Léon, enquanto o passado da América é reconfigurado por seus povos de origem no boliviano “Nós, os Bárbaros”, de Juan Álvarez. A coprodução França e Haiti “Ouvertures”, do coletivo The Living and The Dead, também olha para as raízes de um povo e de suas revoluções através da performatividade dos corpos e das vozes. Outro a usar o teatro e a reencenação da história como elemento catalisador da linguagem é o argentino “Isabella”, de Matias Piñeyro, que resgata Shakespeare para tensionar dramas urbanos.
A mostra Diálogos Históricos, que tem objetivo de apresentar obras importantes na história do cinema de forma contextualizada e aprofundada e segue a estrutura de introdução de um crítico e/ou pesquisador, exibição do filme e comentário posterior, esse ano conta com parceria do Instituto Goethe. Os títulos a serem exibidos em 2020 apresentam três momentos distintos e significativos da produção alemã, de longa e rica tradição de obras e artistas dispostos à experimentação. Os filmes estarão disponíveis no site da mostra já com a introdução e debate dos convidados. Serão “Kuhle Wampe ou Quem é o Dono do Mundo?”(1932), de Slatan Dudow e roteiro do dramaturgo Bertold Brecht, com comentários de Eugênio Lima; “Não Reconciliados, ou Só a Violência Ajuda onde a Violência Reina” (1965), de Jean-Marie Straub e Danièle Huillet, com a convidada Dalila Camargo Martins; e “Viver na RFA” (1990), de Harun Farocki, que será comentado por Hermano Callou.
A Sessão Welket Bungué vai apresentar ao público brasileiro os curtas-metragens desse artista singular, dos mais diferentes estilos e formatos e exemplos de uma obra audiovisual em que realização e performance se tornam aspectos indissociáveis. Bungué atuou recentemente na nova adaptação cinematográfica do romance “Berlin Alexanderplatz”, exibida no Festival de Berlim em fevereiro de 2020. Bungué nasceu em Guiné-Bissau e já morou em Portugal, no Brasil (onde fez uma pós-graduação em performance na Uni-Rio, entre 2012 e 2013) e na Alemanha, com passagens por Cabo Verde e outros países. A seleção na CineBH tenta dar conta de sua capacidade múltipla e dialoga com a proposta deste ano de lançar alguma luz para trabalhos que buscam nas ferramentas da linguagem audiovisual uma potencialização da performance e do “ao vivo”.
Na mostra A Cidade em Movimento, composta por trabalhos realizados em bairros e comunidades de Belo Horizonte e região metropolitana, a proposta da curadora Paula Kimo foi de pensar a relação entre a cidade e o sonho a partir dos seguintes questionamentos: qual cinema é produzido quando se parte do sonho, tanto aquele que conduz de forma onírica e inconsciente quanto aquele que é possível produzir e fabricar na tentativa de imaginar o amanhã? O que o cinema é capaz de produzir quando se é provocado a pensar os desafios da cidade na perspectiva do sonho? Ao longo de 16 trabalhos espalhados por quatro sessões, essas questões serão discutidas tanto nas exibições quanto na presença de convidados para as Rodas de Conversa. Para saber mais detalhes dos filmes e convidados da mostra A Cidade em Movimento, clique aqui.
Por fim, na programação de filmes da CineBH, estudantes e educadores têm programação garantida com a realização das sessões Cine-Escola e Cine-Debates planejados para atender a alunos a partir de 5 anos de idades. Os filmes ficam disponíveis de 29 de outubro a 6 de novembro no site www.cinebh.com.br. possibilitando que os professores tenham mais tempo para trabalhar os títulos com os alunos. Os curtas foram especialmente selecionados com acompanhamento de sugestões de reflexões e atividades, podendo ser solicitados pelo e-mail [email protected]. Para o longa “Meu Nome é Daniel” (faixa etária a partir de 14 anos), foi gravado um bate-papo com o diretor Daniel Gonçalves.
BRASIL CINEMUNDI E COPRODUÇÃO
Em sua 11a edição, o Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting segue como o grande encontro brasileiro de coprodução, reunindo dezenas de participantes para discutirem projetos futuros de cinema no país. Por razão da pandemia, algumas alterações foram feitas pelo programa para que os encontros virtuais fossem aproveitados ao máximo pelos 23 projetos participantes. Uma das novidades desta edição é que os projetos de filmes brasileiros de longa-metragem serão avaliados em três categorias: desenvolvimento, produção e finalização.
A nova categorização foi necessária diante da atual circunstância mundial, unindo gêneros, formatos e estilos divididos em estágios distintos. A categoria de finalização, em especial, foi criada pensando justamente nas dificuldades dos filmes em conseguirem espaços de exibição desde quando festivais e salas fecharam mundo afora, ainda em março. O Brasil CineMundi terá este ano a participação de 30 convidados de 14 países: Alemanha, Argentina, Áustria, Brasil, Canadá, Chile, Cuba, Espanha, França, Itália, México, Portugal, Suíça e Uruguai. São produtores, distribuidores, curadores, agentes de venda, representantes de fundos de investimento audiovisual e representantes de festivais que estarão em contato direto com realizadores brasileiros e seus projetos de futuros filmes.
Com a parceria de diversas iniciativas de fundos de produção, o CineMundi conta com prêmio aos projetos mais bem cotados pelos júris de avaliação. Há bolsas de desenvolvimento, participação em eventos internacionais de coprodução e incentivos à criação.
Para conhecer os projetos selecionados, premiações e outros detalhes do 11o Brasil CineMundi, clique aqui.
PROGRAMA DE FORMAÇÃO E DEBATES
Com o propósito de fornecer ferramentas conceituais e práticas para capacitação de profissionais, troca de experiências entre diferentes agentes do setor audiovisual, ao mesmo tempo, que propõe gerar intercâmbio, promover encontros, diálogos, discussões e estabelecer redes de contato e conexões globais com foco no mercado audiovisual, o Programa de Formação Audiovisual integra a programação da 14ª Mostra CineBH e do 11º Brasil CineMundi – Encontro Internacional de Coprodução. Nesta edição, o programa reúne 40 profissionais brasileiros e estrangeiros de destaque na cena audiovisual no centro de oito debates, quatro masterclasses internacionais, um painel, um estudo de caso, três laboratórios de roteiro e uma oficina. Além disso, serão promovidas seis rodas de conversa com realizadores da Mostra A Cidade em Movimento e Mostra Contemporânea.
CINEMA PARA A FAMÍLIA
Para formar novas audiências e inserir famílias e crianças na programação, a CineBH conta com a Mostrinha, apostando em futuros espectadores de cinema brasileiro. Serão exibidos 2 filmes de longa-metragem: “Para’í”, de Vinicius Toro e “Dentro da Caixinha”, de Guilherme Reis.
A 14ª CineBH – Mostra Internacional de Cinema de Belo Horizonte, o evento de cinema da capital mineira, integra o Cinema sem Fronteiras 2020 – programa internacional de audiovisual idealizado e realizado pela Universo Produção. Promove a conexão entre o cinema brasileiro e o mercado internacional. Apresenta-se como instrumento de formação, reflexão, exibição e difusão do audiovisual em diálogo com outros países, fomento o empreendedorismo, dissemina a informação, produz e difunde conhecimento, cria oportunidades de rede de contatos e negócios, reúne a cadeia produtiva do audiovisual em uma programação abrangente e gratuita.
DEBATES E PAINÉIS
Na vasta programação da 14a CineBH – Mostra de Cinema de Belo Horizonte e do 11o Brasil CineMundi – International Coproduction Meeting, que acontecem entre os dias 29 de outubro e 2 de novembro, os debates, conferências e rodas de conversa são atividades fundamentais e gratuitas no evento. Seja como complemento a filmes exibidos, como discussão de questões da temática ou conversas sobre o mercado audiovisual local e mundial, estarão reunidos, em diversas mesas, críticos, pesquisadores, produtores, realizadores, distribuidores e vários outros profissionais do setor. As atividades serão realizadas em ambiente virtual, bastando acessar e acompanhar pelo site www.cinebh.com.br.
Dentro da temática central em 2020, “Arte Viva: Redes em expansão”, serão realizadas três mesas reflexivas. A primeira acontece já na noite de abertura do evento, logo antes da exibição ao vivo da performance “12 Pessoas com Raiva”, adaptação livre de “12 Angry Men”, de Reginald Rose. A mesa vai reunir o diretor Juracy de Oliveira (representando o Pandêmica Coletivo Temporário de Criação, destaque de 2020 na CineBH), o diretor e roteirista Germano Melo, a atriz, dramaturga e diretora Grace Passô e a crítica e curadora de teatro Luciana Eastwood Romagnolli, com mediação do curador Pedro Butcher. A conversa vai tratar de obras criadas e apresentadas durante o período de isolamento social e as implicações desse momento histórico sobre a cultura do teatro e do audiovisual.
Os outros dois encontros reflexivos vão reunir artistas com trabalhos em exibição na CineBH sob o título “As telas em transe na pandemia”, sobre o intercâmbio entre linguagens que produz obras de grande relevância formal e de excelente repercussão. No dia 31, vão participar José Fernando Azevedo (diretor de “Navalha na Carne Negra”), Pablo Lobato (diretor de “Éramos em Bando”), Ricardo Alves Jr (diretor de “Coisas Úteis e Agradáveis”) e a crítica de artes cênicas e cinema Lorenna Rocha, com mediação do curador Marcelo Miranda. Já no dia 2 de novembro, encontram-se Guilherme Diniz (ator, pesquisador e crítico teatral), Laís Machado (criadora da videoperformance “Canção das Filhas das Águas”) e Mauricio Lima (diretor e dramaturgo de “Museu dos Meninos – Arqueologias do Futuro”), com mediação da curadora Daniele Ávila Small.
Pela Mostra Contemporânea, cineastas brasileiros estarão em duas mesas debatendo seus filmes e o cenário de produção recente no país com o curador Marcelo Miranda. No dia 31, na mesa “O Brasil de dentro e de fora”, os participantes Alexandre Salomão (“Corpo Monumento”), Beatriz Saldanha (“Do Pó ao Pó”) e Eduardo Camargo (“Eu Sou a Destruição”) discutem como a perturbação dos tempos e dos espaços estimulou a cada um deles olhar para além de suas janelas (interiores ou exteriores) e arriscarem colocar suas expressões imediatas num mundo cada vez mais fora das convenções. E no dia 2, o trio Beatriz Seigner (“Entre Nós, um Segredo”), Cleyton Xavier (“Rodson, ou Onde o Sol não tem Dó”) e Rodrigo Aragão (“O Cemitério das Almas Perdidas”) conversa sobre narrativas delirantes do passado brasileiro, rememoração oral das tradições de matriz africana e provocações de um estado calamitoso que vivemos no presente, a partir dos filmes que exibem na mostra.
Na mostra A Cidade em Movimento, a temática “Sonhar a Cidade” permeia as quatro sessões de filmes produzidos de forma independente em Belo Horizonte e região metropolitana. Em cada sessão, uma Roda de Conversa conta com a presença de convidados para debaterem as questões apontados nos títulos exibidos e suas relações com a urbanidade. As presenças confirmadas, além dos realizadores e realizadoras, são João Paulo Campos (crítico e pesquisador), Juhlia Santos (jornalista, performer e produtora), Marina Viana (atriz e dramaturga) e Maya Quilolo (antropóloga, mestre em comunicação e realizadora audiovisual).
No Brasil CineMundi, as mesas de debate se concentram em discussões sobre o contexto do mercado e das coproduções audiovisuais no Brasil. Este ano, exibidores e produtores vão discutir as preocupações e impasses do momento de isolamento e também as perspectivas para o fim do ano e 2021 adiante. Justamente no encontro “Desafios na produção audiovisual no Brasil dos tempos atuais”, no dia 30, a conversa será sobre como a paralisação da Ancine e do Fundo Setorial do Audiovisual e a necessidade de distanciamento social prolongada trouxeram inúmeros desafios ao setor da produção. No dia 31, estão reunidos representantes de distribuidoras e de empresas de exibição: Adhemar Oliveira (Espaço de Cinema), Sílvia Cruz (Vitrine Filmes) e Lídia Damato (FiGa Filmes) tratam da “Distribuição e Exibição: Desafios e Perspectivas” junto à pesquisadora e professora Lia Bahia.
Nos painéis e masterclasses internacionais do Brasil CineMundi, profissionais de várias áreas fazem apresentações sobre temas específicos. No dia 30, Isona Admetlla, coordenadora de fundos do World Cinema Fund (Alemanha), fala sobre como lidar, como produtor ou diretor, com o desafio da visibilidade de um filme. Já no dia 31, Johann Feindt e Tamara Trampe, ambos diretores e roteiristas alemães, conversam sobre seu cinema documentário poético, caracterizado por uma forte concepção visual, diálogos profundos com os protagonistas, vivências emocionais da infância, memórias e guerra.
No dia 1o tem a masterclass internacional com Welket Bungué, ator e realizador da Guiné-Bissau atualmente radicado na Alemanha. Bungué tem carreira teatral e recentemente se dedica à realização de curtas-metragens, que serão exibidos na programação da CineBH, e foi ator na mais recente adaptação de “Berlin Alexanderplatz”, exibida na competição do Festival de Berlim.
O estudo de caso deste ano será no dia 02 de novembro, sobre o longa-metragem brasileiro “Meu Nome é Bagdá”, de Caru Alves Souza. Projeto do CineMundi em 2017, o filme estreou na mostra Generation 14 Plus, do Festival de Berlim, e venceu o Grande Prêmio da categoria. Por conta da pandemia, do fechamento dos cinemas e do cancelamento de vários festivais, o longa de Caru teve a carreira interrompida. Um novo desafio se impôs à realizadora e aos produtores: repensar os caminhos do filme, diante da necessidade prolongada do isolamento social – e é o que será discutido neste encontro, com as presenças da diretora de “Meu Nome é Bagdá” e da produtora Rafaella Costa.
A CIDADE EM MOVIMENTO
A 14ª CineBH anuncia a seleção filmes que integram a mostra temática “A Cidade em Movimento”. São 16 filmes – médias e curtas independentes realizados na Região Metropolitana de Belo Horizonte e que dialogam com a vivência urbana diante de contextos sociais propostos pela curadoria. A seleção desse ano levou em conta o cenário imposto pela pandemia do novo Coronavírus para pensar sua temática, definida como “Sonhar a cidade”. Os filmes podem ser assistidos 30 de outubro a 2 de novembro no site cinebh.com.br.
A proposta da curadora Paula Kimo foi de pensar a relação entre a cidade e o sonho a partir dos seguintes questionamentos: qual cinema é produzido quando se parte do sonho, tanto aquele que conduz de forma onírica e inconsciente quanto aquele que é possível produzir e fabricar na tentativa de imaginar o amanhã? O que o cinema é capaz de produzir quando se é provocado a pensar os desafios da cidade na perspectiva do sonho? Se é impedido de vivenciar a rua, a cidade – como vem acontecendo por conta da pandemia –, como é possível experimentá-la através do sonho? Que cidade se pode sonhar, experimentar e debater por meio das imagens?
Diante da seleção dos 16 títulos que vão compor A Cidade em Movimento de 2020, a curadora detectou que a cidade se tornou espaço provisoriamente restrito, o que concentrou a conexão com ambientes domésticos e as redes, sejam virtuais ou psicológicas. “Talvez para a grande maioria de trabalhadores, a vida segue uma falsa normalidade, na qual as máscaras fazem parte do cotidiano e o risco de contrair a doença ameaça, mais uma vez, a população menos favorecida. Ainda nesses tempos, os sonhos passaram a inundar noites e dias, ocupando espaço na arte e na poesia, provocando o trânsito e o encontro mesmo num contexto de confinamento social”, comenta Paula Kimo. “São filmes produzidos na cidade e a partir dela: pessoas, memórias, sonhos, movimentos e forças políticas que fundam a vida cotidiana e projetam pensamentos para algum futuro”.
A curadora definiu quatro sessões, de forma a tematizar diversos aspectos e colocar em debate, nas Rodas de Conversa transmitidas pelo site do evento (cinebh.com.br), as relações e conexões entre os filmes e a temática. A primeira sessão, Pandemia criativa, reúne um conjunto de filmes produzidos nesse cenário de exceção sanitária, na cidade de Belo Horizonte, em sua maioria gravados de forma independente e isolada, mas também em atrito com a cidade e suas subjetividades. Organizados juntos, tais filmes convidam a pensar os limites e as possibilidades de criação audiovisual no contexto da pandemia. O bate-papo sobre a sessão será no dia 30 de outubro, às 19h, com o crítico e pesquisador João Paulo Campos.
A segunda sessão é intitulada Corpos dissidentes, com filmes que transitam pelo universo LGBTQIA+. Corpos que renunciam aos padrões hetero e cisnormativos buscam falar da diversidade sexual, liberdade, amor e invenção; encontros, olhares e ritos de passagem traduzem gestos políticos de uma comunidade que se coloca e se impõe na dinâmica social e também nas telas do cinema. A Roda de Conversa acontece com a jornalista, performer e produtora Juhlia Santos, no dia 31 de outubro, às 19 horas.
Em O teatro em cena, produções que discutem o teatro belorizontino e seus desafios diante de uma situação emergencial que fechou as salas de espetáculo e os espaços coletivos onde os artistas se apresentavam, criando um vácuo de incertezas sobre o futuro. Na Roda de Conversa, no dia 1º de novembro, às 19 horas estará a atriz e dramaturga Marina Viana.
Por fim, a quarta sessão se chama A paz é branca ou a resistência tem cor e reúne três curtas-metragens sobre histórias, personagens e obras do cinema negro belorizontino, com filmes que tematizam o debate sobre o racismo e seu enfrentamento, por meio da expressão artística e política, e terá Roda de Conversa com a pesquisadora Maya Quilolo, no dia 2 de novembro, às 19 horas.
Nos últimos anos, a Mostra A Cidade em Movimento ocupou o Sesc Palladium, com exibições no Cine Sesc Palladium – Sala Prof. José Tavares Barros, e rodas de conversa no Hall de Entrada. Nesta edição, a parceria continua: “O Sesc em Minas se alegra de mais uma vez participar como parceiro cultural de uma das mais relevantes mostras de cinema do país, agora em um formato 100% digital e bastante desafiador. Entendemos que este ano é ainda mais importante e estratégico e reafirmarmos o valor da cultura num contexto de tantas mudanças, abordando um aspecto tão real como a expansão das redes. O cinema não tem barreiras, ainda que as salas de exibição não estejam abertas, de casa ou em qualquer outro lugar, o público poderá desfrutar de uma vasta programação com obras nacionais e internacionais, além de laboratórios e oficinas, em que o Sesc oferece aos participantes oportunidades de vivenciarem práticas e novos aprendizados sobre a sétima arte de forma crítica e inovadora ”, comenta Janaína Cunha, gerente de Cultura do Sesc em Minas.
PROGRAMAÇÃO A CIDADE EM MOVIMENTO
Filmes estarão disponíveis de 30 de outubro a 2 de novembro no site cinebh.com.br
SESSÃO 1 – PANDEMIA CRIATIVA
- Destino | 3′ | Matheus Gepeto | 2020
- Presa | 3′ | Joana Bentes | 2020
- Vem vindo alguém, será? | 1′ | Luis Evo | 2020 [FILME CONVIDADO]
- Aqui, nem eu | 6’| Gustavo Aguiar, Gustavo Koncht, Raiana Viana, Maria Flor de Maio | 2020
- Cidade sem mar | 5’| Felipe Nepomuceno | 2020
- O menino e o gato | 10′ | Célio Dutra | 2020
- Submundo | 1’| Adriano Gomez | 2020
- Vigília | 8′ | Rafael dos Santos Rocha | 2020
RODA DE CONVERSA: 30 de outubro, quinta-feira, às 19h
Convidado especial: João Paulo Campos | crítico e pesquisador de cinema
SESSÃO 2: CORPOS DISSIDENTES
- Looping | 12’| Maick Hannder | 2019 [FILME CONVIDADO]
- Babi & Elvis | 17′ | Mariana Borges | 2019
- Exu matou um pássaro | 24′ | Vinicius Sassine | 2020
RODA DE CONVERSA: 31 de outubro, às 19h
Convidada especial: Juhlia Santos | jornalista, performer e produtora
SESSÃO 3: O TEATRO EM CENA
- Ao Teatro | 15′ | Rita Clemente | 2020
- Cenas Curtas 20 Anos: A Festa dos Encontros | 46′ | Marcos Coletta e Paula Dante | 2019
RODA DE CONVERSA: 01 de novembro, às 19h
Convidada especial: Marina Viana | atriz e dramaturga
SESSÃO 4: A PAZ É BRANCA OU A RESISTÊNCIA TEM COR
- Kilombo Souza – Memória, história e resistência | 6′ | Realização Coletiva | 2019
- Coragem | 26′ | Mel Jhorge | 2019
- Calmaria | 24′ | Catapreta | 2019
RODA DE CONVERSA: 02 de novembro, às 19h
Convidada especial : Maya Quilolo | Antropóloga, mestre em Comunicação e realizadora audiovisual
CINE-ESCOLA
Sessões Cine-Escola e debates serão promovidas para atender estudantes a partir de 5 anos. Os filmes ficam disponíveis de 29 de outubro a 06 de novembro, no site www.cinebh.com.br
Estudantes e educadores tem programação garantida na programação da 14a CineBH – Mostra de Cinema Internacional de Belo Horizonte com a realização de sessões cine-escola e cine-debates planejados para atender os alunos a partir de 5 anos de idades. Os filmes estarão disponíveis de 29 de outubro a 6 de novembro no site www.cinebh.com.br. possibilitando que os professores tenham mais tempo para trabalhar os títulos com os alunos.
Para os curtas, foi preparado um material exclusivo de cada filme do Cine-Escola com sugestões de reflexões e atividades para serem trabalhadas com os alunos. Este material pode ser solicitado através do email [email protected] informando o nome da escola e a cidade. Para o longa “Meu nome é Daniel” (faixa etária a partir de 14 anos), foi gravado um bate-papo com o diretor do filme que estará disponível na sequência da exibição do longa-metragem.
Nas edições anuais da Mostra CineBH, a Universo Produção promove o Cine-Expressão – A Escola Vai ao Cinema, que possibilita conscientizar, sensibilizar e envolver o universo educacional no contexto do audiovisual. O programa sociocultural-educacional une as linguagens educação e cultura, com foco na formação do cidadão a partir do uso do audiovisual no processo pedagógico interdisciplinar, com a realização de sessões cine-escola, atendendo educadores e estudantes a partir de cinco anos de idade, seguidos de bate-papo com os diretores e/ou representantes dos filmes.
Todas as atividades serão desenvolvidas em plataforma virtual no site oficial do evento – www.cinebh.com.br, mantendo o mesmo propósito e conceito das edições realizadas presencialmente.
CINE-EXPRESSÃO – SELEÇÃO DE FILMES
RENASCIDA DAS ÁGUAS
Direção: Julio Quinan
Para a construção de uma das maiores hidrelétricas, uma bela paisagem deve ser destruída. No meio do caminho, uma pequena cidade resiste à mudança.
TEM UM MONSTRO NA LOJA
Direção: Jaqueline Dulce Moreira
Filme que conta a história da Ana Galocha, uma personagem infantil criada para contar às crianças sobre a cultura, hábitos e tradições da vida rural, principalmente do estado de Minas Gerais. Neste filme ela descobre sobre a carranca e, em meio às confusões e aos mistérios, ensina sobre o valor cultural das carrancas e da importância das crianças saberem sobre as peças históricas da sua terra.
* Faixa etária sugerida: 5 a 7 anos
ANTES QUE VIRE PÓ
Direção: Danilo Custódio
Luan é um garoto sensível que acolhe um passarinho. A partir daí, começa a refletir sobre a fragilidade da vida e se depara com o fato de que nada dura para sempre, ao mesmo tempo em que descobre que o máximo que podemos
fazer a respeito é cuidar de tudo com muito amor, antes que vire pó.
DILÚVIO
Direção: Gustavo Spolidoro
Preservação, viver em comunidade e a poluição de cada um de nós são temas que surgem nas margens do arroio que cruza a cidade de Porto Alegre: o Dilúvio. Um grupo de estudantes e sua professora fazem um passeio da nascente à sua foz e juntos fazem uma divertida investigação.
* Faixa etária sugerida: 8 a 10 anos
TRINCHEIRA
Direção: Paulo Silver
Num aterro de lixo, um garoto observa o imponente muro de um condomínio de luxo. Gabriel usa sua imaginação para construir seu mundo fantástico.
TORCIDA ÚNICA
Direção: Catarina Forbes
Na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro de 2008, o São Paulo jogaria com o Fluminense no Morumbi por uma vitória para ser campeão. No meio disso, acompanhamos a família de Laura e a expectativa dela, do pai e dos irmãos para ir ao estádio assistir ao jogo, ao qual, supostamente, todos compareceriam.
* Faixa etária sugerida: 11 a 13 anos