Direção: Charles Ferguson
Roteiro: Chad Beck, Adam Bolt
Narração: Matt Damon
Elenco: Documentário
Fotografia: Svetlana Cvetko, Kalyanee Mam
Música: Alex Heffes
Edição: Chad Beck e Adam Bolt
Produção: Charles Ferguson, Audrey Marrs
Distribuidora: Sony Picture Classics
Duração: 109 minutos
País: Estados Unidos
Ano: 2010
COTAÇÃO: BOM
Apresentando a Sessão
Às dezenove horas e quarenta minutos da sexta-feira, dia 18 de fevereiro de 2011, assisti ao filme em questão. A sessão, uma média de cinquenta pessoas, colecionava idiossincrasias. O tema abordado era a crise na economia mundial, então já era de se esperar um público alvo especifico. A predominância era a terceira idade e casais. Estes comiam pipoca e comentavam – e ou conversavam (todo o tempo). Um casal apaixonado prestava mais atenção aos próprios beijos. Jovens eram poucos. Antes do documentário começar, puxei conversa com um senhor de meia-idade que disse “O filme é extremamente importante para a atualidade. Os nossos governantes aumentaram o salário em 60% e o salário mínimo uma vergonha”.
“Trabalho interno” aborda a crise financeira que assolou o mundo em 2008. O documentário traça um perfil da causa e suas consequências, utilizando narrativa verborrágica de som e imagem, inferindo a estética de um artigo e ou um livro publicado. Apresenta-se em cinco capítulos. Continuando no elemento narrativa, a agilidade fornece paralelo metafórico ao que se quer transmitir. Há nostalgia contrastada por trazer os anos oitenta ao cenário atual, como por exemplo, musicar Peter Gabriel a MGMT. O longa comporta-se como um típico documentário, com chavões de efeito, que transitam entre os depoimentos, pesquisas – recortes de jornal e imagens de arquivos, julgamentos e a narração de Matt Damon. O realizador imprime tema polêmico, por tentar a todo custo a frase contraditória. O filme revela verdades incômodas da crise econômica mundial e as corrosivas relações de políticos e agentes reguladores. A quebradeira geral, cujo custo é estimado em US$ 20 trilhões, resultou na perda do emprego e moradia para milhões de pessoas. Inicia-se com a Islândia, traçando um perfil econômico – social, populacional e Produto Interno Bruto – a fim de abrir a discussão sobre as pessoas que “mandam” na economia mundial. Mostram-se duas políticas: a da regulamentação e da desregulamentação. Esta responsável pelos problemas do primeiro país citado, ocasionando a privatização dos bancos e desemprego. “Em Nova Iorque, vocês têm o mesmo problema?”, pergunta-se acarretando a abertura – com os créditos – propriamente dita.
Charles Henry Ferguson, nascido em 24 de março de 1955, é fundador e presidente da Representational Pictures, Inc., diretor e produtor de “No End In Sight: A ocupação americana do Iraque” (2007) – que ganhou o prêmio especial do júri de documentários no 2007 Sundance Film Festival e foi nomeado para um Oscar em 2008 – e “Trabalho Interno” (2010). De 1992-1994 Ferguson foi consultor independente, fornecendo consultoria estratégica para a alta administração das empresas de alta tecnologia dos EUA, incluindo Apple Inc. , Xerox , Motorola e Texas Instruments. Fundou a Vermeer Technologies, uma das primeiras empresas de software na Internet, com Randy Forgaard. Vermeer criou a ferramenta visual desenvolvimento de site em primeiro lugar, FrontPage . No início de 1996, vendeu por US$ 133 milhões para a Microsoft, que integra o Microsoft Office FrontPage. É autor de quatro livros e inúmeros artigos que tratam dos vários aspectos da tecnologia da informação e suas relações com as questões econômicas, políticas e sociais. Ferguson é membro do Council on Foreign Relations, um dos diretores da Fundação francesa-americana , e suporta várias organizações sem fins lucrativos.
1 Comentário para "Trabalho Interno"
Completamente necessário e indispensável. O único porém é que documentários como esse só aumentam a minha revolta, repugnância e descrença com os rumos da humanidade.