Saiba o que aconteceu na coletiva de imprensa de O Auto da Boa Mentira
Por Vitor Velloso
A Coletiva virtual de imprensa de “O Auto da Boa Mentira” (leia nossa crítica aqui) foi uma continuação do bom espírito que permeia o filme. Em uma conversa descontraída, onde todos falavam ao mesmo tempo e dialogavam durante o evento, tratando da importância de Ariano Suassuna para a cultura brasileira, seu tom regionalista e a ingenuidade que permeia sua obra, entre linhas diversas. A partir de uma pergunta feita durante a coletiva, Leandro Hassum comentou a importância de trabalhar em homenagens de figuras tão grandiosas para a história brasileira e ressaltou que seu personagem no filme de José Eduardo Belmonte, é uma espécie de costura da história oral proclamada pelo autor e de sua própria vivência após mudanças estéticas que realizou. Aqui, o assunto da reunião virou-se ao mesmo padrão que “O Auto da Boa Mentira”, o foco foi a mentira em si, seus desdobramentos e consequências.
Não à toa os atores foram estimulados pelos jornalistas presentes, a contarem suas “maiores mentiras” para que essas fossem compartilhadas com o público. Desde falsos problemas estomacais (Hassum) à dizer que foi em uma balada e acabou sofrendo uma zoação em massa na escola (Renato Goés), a conversa foi para um campo de experiências particulares com Suassuna e com o universo das mentiras. Luis Miranda chega a admitir que os atores estão acostumados a mentir, não apenas pela profissão, mas para se safar de algum evento que não irá. Jackson Antunes comentou de sua relação com o autor e como ele costumava contar histórias que encontravam graça a partir dos detalhes. “Suassuna dava voltas ao mundo para contar algo, mas você percebia que a graça estava nos detalhes”, comentou o ator. Na mesma linha, Hassum fez comentários breves de sua convivência com Chico Anísio e como suas histórias se assemelhavam na forma.
Contudo, pouco ouvimos de Belmonte sobre o processo criativo ou de produção, a internet do diretor estava instável e os jornalistas fizeram companhia aos atores que estavam presentes. Assim, os maiores detalhes que obtivemos foram ditos pela produtora e dos causos internos que aconteceram.
A coletiva foi curta mas conseguiu sintetizar a felicidade dos envolvidos para que pudessem traduzir parte do universo oral de Ariano Suassuna para a tela do cinema. De toda forma, o espectador poderá conferir o filme em breve nas telas e tirar proveito de um universo que se aproxima das anedotas do mestre brasileiro, onde o regionalismo se torna a brasilidade e o suposto universal é uma perseguição dessa ingenuidade, com a capacidade de lidar com a realidade em tradições orais.