Direção: Ferzan Ozpetek
Roteiro: Ivan Cotroneo, Ferzan Ozpetek
Elenco: Riccardo Scamarcio, Nicole Grimaudo, Alessandro Preziosi, Ennio Fantastichini, Lunetta Savino, Ilaria Occhini, Bianca Nappi, Carmine Recano, Massimiliano Gallo
Fotografia: Maurizio Calvesi
Música: Pasquale Catalano
Produção: Domenico Procacci
Distribuidora: Imovision
Duração: 110 minutos
País: Itália
Ano: 2010
COTAÇÃO: BOM
“O Primeiro que disse” é um filme sobre consequências das escolhas de cada um. O ser humano, quando decide ser alguém – e assim vivenciar a inerência das próprias características típicas, precisa entender que toda ação, gera uma reação. É estranho o sentido de sociedade. Os indivíduos convivem entre si, vivendo regras genéricas, sendo que, paradoxalmente, eles são específicos. Cada um pensa de uma maneira, com sentimentos tão diferenciados que não se permite a definição, extremamente difícil de se explicar. Essas pessoas, que estipulam estas normas, limitam o universo individual, criando a frustração da adaptação, da imposição do não entendimento – e do não querer, atormentando a todos com a obrigação de se mostrar igualitário ao outro. Assim corrobora-se o pensamento de Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço que acreditava no inconsciente coletivo, estrutura herdada comum a toda a humanidade composta dos arquétipos – predisposições inatas para experimentar e simbolizar situações humanas universais de diferentes maneiras, tendo uma maior parte pensando da mesma forma. Vivemos a coletividade padronizada. Qualquer descuido, passo em falso e ou seguir por um caminho diferente acarreta polêmicas, única e exclusivamente pela tentativa de desejar plenamente o que se é e o que se sente. O filme em questão aborda estes elementos, focando na homossexualidade. Tommaso é o membro mais jovem de uma extensa família, donos de uma indústria de massas. A família Cantone é formada pela mãe Stefania, uma doce mulher que é sugada pelos hábitos da classe média; o pai Vincenzo, irritado e sempre preocupado com seus descendentes; a excêntrica tia Luciana; a avó rebelde, que ainda chora pelo amor que há muito se foi; a irmã Elena, dona de casa frustrada; o irmão Antônio, que trabalha na fábrica da família; e Tommaso.
Ferzan Özpetek nasceu em Estambul em 1959. Mudou-se a Itália em 1977 para estudar na Universidade da Sapienza em Roma . Posteriormente estudou cursos de direção na Academia de Arte Dramático Silvio d`Amico em Roma. Trabalhou como assistente de direção com Massimo Troisi, Maurizio Ponzi, e outros diretores italianos. Özpetek dirigiu em 1997 “Hamam: o banho turco”, sucesso de crítica. Seu segundo longa, “O último harén”, foi uma representação lírica dos últimos dias do Império otomano. Este filme mostra uma história de amor entre uma das mulheres do harén e um dos eunucos encarregado da vigiar. É assumidamente gay e trata o tema da sexualidade em várias de suas obras. “Lhe Fate Ignoranti”, que narra a história de uma mulher (interpretada por Margherita Buy) que descobre que seu recém falecido marido levava anos mantendo uma relação com outro homem (interpretado por Stefano Accorsi). Com “A janela da frente” (A finestra dei fronte) obteve o Balão de Cristal no Festival Internacional de Cinema de Karlovy Vary. Em 2007, apresenta “Não basta uma vida” (Saturno Contro). Mostra as relações que se dão em um grupo de amigos e suas atitudes ante a morte, a traição e a separação. Em 2008 dirige “Um giorno perfetto”.