Direção: Tom Hooper
Roteiro: David Seidler
Elenco: Helena Bonham Carter, Colin Firth, Guy Pearce, Michael Gambon, Geoffrey Rush, Timothy Spall, Jennifer Ehle, Derek Jacobi, Anthony Andrews, Eve Best, Dominic Applewhite, Max Callum
Fotografia: Danny Cohen
Música: Alexandre Desplat
Direção de arte: Netty Chapman
Figurino: Jenny Beavan
Edição: Tariq Anwar
Produção: Iain Canning, Emile Sherman, Gareth Unwin
Distribuidora: Paris Filmes
Duração: 118 minutos
País: Inglaterra
Ano: 2010
COTAÇÃO: ENTRE O BOM E O MUITO BOM
“O Discurso do Rei” aborda uma situação trágico-cômica da realeza inglesa. O Rei George V pediu ao seu filho que fizesse um discurso. Mas havia um problema: George VI (o Duque de York) era gago. O argumento pode tender à comédia escrachada. Porém, o diretor Tom Hooper (de “Maldito Futebol Clube”) conduz com competência a narrativa, criando uma atmosfera sutil, extremamente sarcástica, com deboche no momento certo, conservando a característica principal deste povo, sem críticas à definição apresentada. Há a preocupação com os (planos) detalhes, transpassando a primeira transmissão radiofônica da BBC. Neste discurso, o nosso personagem principal demora e aos poucos percebemos a sua deficiência. Os outros ficam com pena. “Fumar cigarro acalma”, diz-se como solução. Assim, inicia a procura por tratamentos alternativos – incluindo bolas de gude na boca – até conhecer Lionel Logue (Geoffrey Rush), um “fonoaudiólogo” não tradicional. A parte técnica complementa com qualidade e embasa os diálogos diretos, sagazes e perspicazes. A fotografia satura-se à cor madeira, transpassando a base estrutural sem emoção. Há a necessidade de mitigação dos sentimentos. Demonstrar o sofrer não é digno da aristocracia, soando como fraqueza. O método “confiança no escritório”, ressabiado no inicio, aos poucos ganha força da entrega do filho Bertie (Colin Firth). As sessões transformam-se em terapias psicológicas, buscando a causa da gagueira e ocasionando o despertar de traumas incrustados, deixando as conversas humanizadas.
Guy Pearce interpreta o irmão mais velho do personagem de Colin Firth. Na verdade ele é sete anos mais novo. As filmagens, que ocorreram entre 13 de novembro de 2009 e janeiro de 2010, tiveram que ser adequadas à agenda de Helena Bonham Carter, ocupada devido às gravações de Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 1 (2010) e Harry Potter e as Relíquias da Morte – Parte 2 (2011). O orçamento foi de US$ 15 milhões.
Thomas George Hooper nasceu em 1972, em Londres, Inglaterra. Começou a fazer curtas aos 13 anos. Seu primeiro profissional, Painted Faces, foi transmitido pelo Channel 4 em 1992. Na Universidade de Oxford ele dirigiu várias peças de teatro e comerciais de televisão. Nos anos 2000, Hooper dirigiu os dramas da BBC Love in a Cold Climate (2001) e Daniel Deronda (2002) e foi escolhido para dirigir a série Prime Suspect, estrelando Helen Mirren.Sua estreia no cinema foi com o filme Red Dust (2004). Em 2005 ele dirigiu o drama da HBO Elizabeth I. Ele continuou trabalhando na HBO com Longford, em 2006, e com a aclamada minissérie John Adams, em 2008. Voltou ao cinema em 2009 com o longa The Damned United. O trabalho de Hooper é muito elogiado pela crítica. Foi indicao ao Emmy Award de Melhor Diretor em Minissérie, Filme ou Especial Dramático por Prime Suspect e Elizabeth I, tendo vencido uma por John Adams.
2 Comentários para "O Discurso do Rei"
Vi semana passada e simplesmente amei!
Adorei o seu blog e o que você escreve sobre os filmes (e escreve muito bem, ou eu que sou péssima leitora!).Adorei, apesar de não gostar muito da sinopse: QUASE CONTA O FILME TODO!
No entanto, ainda assim vale MUITO a pena MESMO ver "O Discurso do Rei"!
Visitarei mais o blog!
bjO até as próximas estréias
Gostei, mas não adorei. Colin está estupendo, Geoffrey está excelente e até simpatizo com a atuação de Helena sei-lá-das-quantas. Gostei muito da direção de arte e do trabalho de câmera, mas o filme é certinho e quadrado demais e (esse sim) totalmente construído para arrebatar prêmios.
E quanto a sinopse contar o filme todo… ué, não entendi esse comentário?!?! Que eu saiba se trata de uma história real, recente e conhecida. É o mesmo que assistir um filme sobre o nazismo e reclamar que o crítico estragou a surpresa contando que Hitler morre no final. Mil perdões, mas (na minha distorcida opinião) é falta de cultura e informação! E nos dias de hoje, com todo o aparato tecnológico, não há mais desculpas pra isso.