Lake Tahoe

A opinião

A narrativa possui o seu próprio tempo. o estilo do lugar precisa ser aceito. A camera quer ajudar, mas não pode. Mostra personagens resignados da vida do local. Sabendo que não acontece nada, independente do que se faça, as pessoas endurecem e criam seus mundinhos particulares. Com manias e horários. Isso cria uma solidão levando a extrema individualidade, criando carências excessivas. Acrescenta-se o descaso pelo trabalho, pelo cliente, pelo próximo. Não há tempo para pressa. Quando alguém deseja explorar outros mundos, a ansiedade transforma a narrativa do cidadezinha em lento demais. Impulsiona, assim, o sufocamento que irrita e angustia. Os problemas pessoais intensificam a vontade de deixar tudo, seja como for. O querer fica estampado, mas a própria vida resolve aprisionar por estranhos conhecidos. O filme abusa de fades – a tela totalmente escura, fazendo disso a técnica de passagem de tempo. Às vezes ouve-se algo, às vezes não. Incomoda um pouco. O roteiro é simples, porém sensível. Ora experiente, ora inocente quase bobo quando estereotipa alguns personagens, tentando fazer graça desnecessária. Possui oitenta e cinco minutos. Para esse argumento, longo demais. O filme têm mérito. E merece ser visto.

Ficha Técnica

Direção: Fernando Eimbcke
Roteiro: Fernando Eimbcke, Paula Markovitch
Elenco: Diego Cataño, Héctor Herrera, Daniela Valentine
Fotografia: Alexis Zabé
Montagem: Mariana Rodríguez
País: México
Ano: 2008

A Sinopse

Juan tem 16 anos e mora com a mãe e o irmão mais novo. Cansado dos problemas que enfrenta em casa, ele pega o carro da família e parte. Sua fuga, no entanto, é curta, uma vez que ele bate num poste logo na saída da cidade. Na tentativa desesperada de consertar o carro, Juan cruza com Don Heber, um velho mecânico paranóico, Lucía, uma jovem mãe que deseja ser vocalista de uma banda punk, e David, um adolescente viciado em artes marciais. No curso de um dia, a aventura de Juan irá ajudá-lo a lidar com o doloroso segredo que carrega. Prêmio FIPRESCI no Festival de Berlim de 2008.

O Diretor

Nasceu em 1970, no México. Formou-se em 1996 em Cinema na Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM). Dirigiu diversos curtas-metragens e clipes musicais. Em 2003 participou do Berlinale Talent Campus. Em 2004 realizou seu primeiro longa-metragem, Temporada de Patos, prêmio FIPRESCI no Festival de Guadalajara e exibido na Semana da Crítica no Festival de Cannes 2004. Este é seu segundo longa-metragem.

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