Felipe Bragança no Festival de Berlim 2017

 

Entrevista com Felipe Bragança | Berlim 2017

Felipe Bragança conversa sobre seu “Não Devore Meu Coração!” no Festival de Berlim 2017!

Por Fabricio Duque

Após uma recepção caloroso e de sucesso no Festival de Sundance 2017, Felipe Bragança (de “Alegria”) apresentou seu novo filme “Não Devore Meu Coração (Don’t Swallow My Heart, Alligator Girl!)” no Festival de Berlim 2017 em uma première lotada com mais de mil pessoas na na primeira sessão de gala.

Nosso Vertentes do Cinema conversou com o diretor carioca aqui em Berlim.


Vertentes do Cinema: COMO SURGIU A IDEIA DO FILME?

Felipe Bragança: O filme surgiu a partir da leitura de 2 contos de Joca Reiners Terron Terror que estão em seu livro Curva de Rio Sujo. Os contos constroem uma atmosfera poética e densa ao falar de algumas experiências do próprio escritor em sua juventude na fronteira do Brasil com o Paraguay. Isso me encantou, especialmente a proposta de construir um afeto denso e verdadeiro a tentar organizar, enfrentar e dialogar com a dura realidade social da região.

 

VC: QUAIS FORAM AS REFERÊNCIAS CINEMATOGRÁFICAS?

FB: Vou citar cineastas que me acompanharam, espiritualmente, nessa empreitada: Hayao Miyazaki. Walter Hill. Apichatpong Weerasethakul. Karim Aikouz. John Ford. Roberto Santos.

 

VC: COMO O ATOR CAUÃ REYMOND ENTROU NO FILME?

FB: Fiz o convite há 4 anos atrás e ele participou da leitura de diferentes versões do roteiro até chegarmos à que vemos na tela. Foi um grande parceiro criativo do filme pela experiência que tem com a câmera, pela entrega e pela inteligência. Eu precisava de um ator técnico e ao mesmo tempo muito entregue ao processo de contracenar com não-atores.

 

VC: O FILME É SOBRE A CULTURA GUARANI. COMO VOCÊ ENXERGA A GLOBALIZAÇÃO DOS POVOS?

FB: O filme é sobre amor, desejo, opressão e resistência cultural. Acho que isso ecoa a questão indígena no Brasil. A luta por sobrevivência da cultura guarani no coração da América do Sul.

 

VC: O FILME ESTREOU EM SUNDANCE, COMO FOI A RECEPÇÃO LÁ?

FB: A melhor possível. O público de Sundance é apaixonado por cinema. Tem uma energia de curiosidade muito grande, até porque lá são apenas 12 filmes de ficção estrangeiros apresentados a cada ano.

 

VC: QUAL A IMPORTÂNCIA DO FILME ESTAR NA BERLINALE? AJUDA NA DISTRIBUIÇÃO NO BRASIL?

FB: Acho que toda repercussão é boa pro filme. E A Berlinale é um dos festivais mais bonitos do mundo e com a maior presença de público. A estréia no último Domingo, com 1.000 pessoas em uma sala gigantesca de cinema, foi extremamente emocionante. É muito bom estar aqui.

 

VC: O QUE É CINEMA PARA VOCÊ?

FB: Minha forma de comunicar o invisível. O dos outros. E o meu.

 

VC: OBRIGADO!

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