Eu te Amo, Bressan
A antologia referencial
Por Vitor Velloso
Durante a Mostra de Tiradentes SP 2021
“Eu te Amo, Bressan” de Gabriel Borges é um projeto que expõe suas referências de maneira bastante contundente. A articulação tenta encontrar a Nouvelle Vague, dá uma passada pela Boca do Lixo, se esforça para criar uma digressão formal que fragmente a todo custo a experiência, seccione a tela, assimile vertentes contemporâneas etc. O problema é que boa parte da fórmula é um desgaste bruto que o tempo corroeu e o suposto modernismo está em uma decadência profunda.
O filme até tenta brincar um pouco com essas “limitações”, onde vai falar em francês, italiano, enquadrar casais conversando, mas as escolhas parecem pouco conscientes dos efeitos. As tentativas de politizar o discurso em torno de Brasil e língua portuguesa, surge como uma imposição para acreditar naquilo que está sendo projetado na tela. O último plano busca a conciliação entre um “Bravo Guerreiro” de coração partido, com um “O Demônio das Onze Horas” meio desengonçado. O barato soa como um projeto universitário mimético desses mesmos movimentos, sem conseguir adicionar uma criação no meio das referências e reverências que vão se amontoando.
Caso o curta conseguisse replicar menos e articular uma visão, ainda que crítica, das resoluções formais que seguem como ponto de partida, “Eu te Amo, Bressan” teria mais eficácia na “digressão fantástica” a partir dos relacionamentos.