Direção: Rodrigo Cortés
Roteiro: Chris Sparling
Elenco: Ryan Reynolds, Robert Paterson, José Luis García-Pérez, Stephen Tobolowsky, Samantha Mathis, Warner Loughlin, Erik Palladino.
Fotografia: Eduard Grau
Produção: Adrián Guerra, Peter Safran
Distribuidora: Califórnia Filmes
Estúdio: Versus Entertainment
Duração: 97 minutos
País: Espanha
Ano: 2010
COTAÇÃO: REGULAR
“Enterrado vivo” aborda um episodio da guerra do Iraque por uma ótica experimental. O protagonista, e único que aparece em cena, já que os outros interagem apenas com vozes (uma delas de Robert Paterson, não confundir com o Robert Pattinson, de “Crepúsculo”) – conversas pelo aparelho móvel, Paul (Ryan Reynolds), é um contratante (motorista de caminhão) a serviço no Iraque. Após um ataque de um grupo rebelde, ele é enterrado vivo dentro de um caixão. Com apenas um isqueiro e um telefone celular, tem de travar uma corrida contra o tempo para escapar dessa armadilha mortal. A narrativa objetiva transpassar a sensação sufocante de estar preso, mas não consegue atingir o resultado positivo por utilizar constantes ângulos de camera. Assim o ambiente retratado parece maior, mitigando a claustrofobia desejada.
O diretor espanhol Rodrigo Cortés, que dirigiu “Concursante” (com Leonardo Sbaraglia, de “Plata Quemada”) – uma comédia de humor negro sobre o maior programa de prêmios da história (obtendo aclamação de crítica e público internacional), tenta repetir o sucesso em seu novo longa. Porém o que consegue é o clichê, o tédio e o óbvio. A trama fornece elementos aos poucos. Em um instante, Paul encontra um celular, depois um isqueiro, depois uma lanterna. E assim desencadeiam-se novos acontecimentos. Em um gênero cinematográfico deste tipo, um monologo interpretativo, a escolha de um excelente ator (que conduza sem a caricatura esperada) é primordial e necessário, já que toda a atenção está nele. A narrativa conta também com outro elemento: o videoclipe. As imagens são ágeis, pretendendo transpor para o externo o desespero do momento apresentado.
Neste aspecto, o ator principal fornece o que pode ao seu personagem, incluindo flexibilidade para mudar de lugar em um caixão minúsculo, aguentar terra, fogo e cobra. O roteiro de Chris Sparling quer a manipulação, indicando falsos caminhos ao espectador para que possa prendê-lo à história. Contudo peca pelo amadorismo e ingenuidade desta crença. Quanto à mensagem política, o filme busca o questionamento crítico da existência da guerra. O detalhe é que mais uma vez “bate-se” na tecla já desgastada do assunto abordado. É uma pena que um argumento tão interessante tenha enveredado por um caminho comum e sem atrativos. São noventa minutos de agonia (tanto para o personagem, quanto para quem assiste). Exibido no Festival de Sundance. O crítico Roger Ebert define, pretensiosamente, como uma narrativa de influência Hitcockiana (Alfred Hitchcock). Não é de todo ruim, mas também não é imprescindível.
Rodrigo Cortés Giráldez nasceu em 31 de maio de 1973. É um diretor espanhol que começou a sua carreira aos 16 anos filmando o curta “Yul” em super 8. Em 2007, dirigiu “El concursante”, com o ator Leonardo Sbaraglia, de “Plata Quemada”. O seu próximo trabalho “Red Light”, um thriller psicologico com Robert De Niro, Sigourney Weaver e Cillian Murphy.