Mostra Um Curta Por Dia 2025

Cemitério do Esplendor
Por Fabricio Duque
Direto do Festival de Cannes 2015

“Rak Ti Khon Kaen (Cemetery of Splendour)”, do tailandês Apichatpong Weerasethakul (de “Hotel Mekong” e “Tio Boonmee, que Pode Recordar Suas Vidas Passadas”), corrobora seu tema favorito, que é personalizar a existência ao “confundir” propositalmente os limites da vida e da morte. Seu cinema não é lento ou tedioso, mas sim a contemporaneidade é que está acelerada e “atropelada” demais, mitigando o princípio da simplicidade e o respeito pelo tempo das coisas. São metáforas destes dois mundos. Na sessão, o diretor disse que é um longa-metragem extremamente pessoal, e é verdade. Ele cria uma fabula apocalíptica de que o nosso “redor” e nossos “próximos” estão morrendo por não “sentirem” o silêncio e o próprio ser (conversas sobre a vida e a contemplação). O filme não poderia ser diferente. Ele “assalta” a realidade em um universo próprio de um novo hospital (espiritual), em epifanias linguísticas. “Americanos são pobres e os europeus estão vivendo o sonho americano”, diz-se, mais uma vez, com uma humanizada e natural crítica. Será sonho? Fantasia? Realismo fantástico? Projeções deturpadas da mente? Não importa. A redenção distancia-se do pessimismo ao retratar que a vida continua. Viva ou morta. O cineasta foi ovacionado na primeira exibição da imprensa. 
Realizada inicialmente em 19/05/2015 e complementada em 27/05/2015.
4 Nota do Crítico 5 1

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