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Crítica: Os Infiéis

Ficha Técnica

Direção: Jean Dujardin, Gilles Lellouche, Emmanuelle Bercot, Fred Cavayé, Michel Hazanavicius, Eric Lartigau, Alexandre Courtès
Roteiro: Jean Dujardin, Gilles Lellouche, Stephane Joly, Philippe Caveriviere, Nicolas Bedos
Elenco: Jean Dujardin, Gilles Lellouche, Lionel Abelanski, Fabrice Agoguet, Pierre Benoist, Violette Blanckaert, Vincent Bonnasseau, Bastien Bouillon, Guillaume Canet, Célestin Chapelain
Fotografia: Guillaume Schiffman
Trilha Sonora: Pino D’Angiò, Evgueni Galperine
Produção: Patrick Batteux, Jean Dujardin, Marc Dujardin, Éric Hannezo, Guillaume Lacroix, Catalina Restrepo
Distribuidora: Imovision
Classificação: 16 anos
Duração: 110 minutos
País: França
Ano: 2012

 

O jogo de erros e acertos em um Filme de Muitos

“Os infiéis” traz no elenco o vencedor do Oscar 2012 de Melhor Ator, Jean Dujardin (como o longa-metragem está sendo “vendido”). O filme apresenta-se como inúmeros filmes dentro de um mesmo filme, abordando o tema da infidelidade por esquetes de histórias paralelas de traições, utilizando o escracho cômico e exagerado, sem esquecer o existencial (momento que aprofunda a sinestesia dos personagens). Lembra, de forma distante, um filme coral, pela conexão dos protagonistas (Gilles Lellouche, Jean Dujardin, que já trabalharam em “Até a Eternidade”, o diretor Guillaume Canet, que também participa como ator no filme em questão aqui) nestas tramas paralelas. O roteiro utiliza-se de todos os instrumentos narrativos necessários a fim de agradar gregos e troianos. Há exagero patético, diversão “para divertir”, aprofundamento emocional, e até conservação dos elementos clássicos de cinematografia francesa. A apelação (usando e abusando do gatilho comum) começa logo no começo mesmo (frase hiperbólica e redundante para demonstrar o real sentido do filme), ao inserir dois galãs do cinema atual (francês), já maduros.
O mais interessante é, sem dúvida, os vários instantes de observações existenciais, questionados ora como defesa da crença, ora carência nostálgica, ora crise temporal, desencadeando quase uma tese antropológica sobre a razão de se trair. Um dos pontos enraizados é o machismo. Comportam-se como “animais”. “É nossa natureza trair”, procuram uma desculpa já existente e na maioria dos casos aceita pelas mulheres. Talvez a história que mais resume o filme (além de ser a melhor) é a da conferência do hotel (por Jean). São sete diretores (Michel Hazanavicius, Gilles Lellouche, Jean Dujardin, Emmanuelle Bercot, Fred Cavayé, Eric Lartigau e Alexandre Courtès) que analisam a infidelidade masculina. Cada um deles é responsável por uma pequena história, que passa por uma conferência de hotel e também um grupo de apoio para viciados em sexo.
Um “longa-metragem”, que mais se comporta como uma união de curtas-metragens sobre um mesmo tempo, com altos e baixos, com momentos brilhantes e outros cansativos, com deboche e “mitigação do elemento cerebral”, tratando tabus, liberação sexual, homossexualidade como clichê de comédia comercial (preparem-se: a esquete final quebra o próprio entendimento – soando como uma ideia que acabaram de ter, estranha e curiosa ao mesmo tempo). Ao longo do filme, desculpe-me a pretensão crítica, pensava se a cotação deveria ser quatro câmeras, outro duas, três, e um. Abstenho-me, assim como um transgressor eleitoral, de fornecer uma “nota”, até porque, visto os inúmeros gêneros e percepções, ainda, hoje, escrevendo esta análise, não faço ideia do objetivo narrativo. Se o espectador deve assistir? Claro. Os prós ganham dos contras, mesmo sendo apresentados como instantes agradáveis. Aguardo, há uma última cena, no meio dos créditos finais.

Os Diretores
Jean Dujardin (ator de “O Artista”), Gilles Lellouche (ator de “Até a Eternidade”), Emmanuelle Bercot (roteirista de “Polissia”), Fred Cavayé (diretor de “À Queima Roupa”), Michel Hazanavicius (diretor de “O Artista”), Eric Lartigau (diretor de “L’homme qui voulait vivre sa vie”) e Alexandre Courtès (diretor de “The Incident”, um thriller de horror).

 

3 Nota do Crítico 5 1

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