O Menino da Calça Branca

Um sonho branco

Por Chris Raphael


No sonho de um menino, a felicidade pode não estar exatamente onde deveria estar. A aquisição de almejado presente representa, na verdade, uma poderosa escolha: para persistir nos folguedos infantis, terá que abrir mão da aparência magnífica que anseia. É a grande descoberta da vida e do crescimento, que acontece ainda na tenra idade. Como em uma fábula popular.

Este curta metragem, “O Menino da Calça Branca”, é uma realização de Sérgio Ricardo (nome artístico de João Lutfi), do ano 1962. Ele é um diretor de cinema, ator, cantor e compositor brasileiro, nascido no estado de São Paulo e descendente de família libanesa. A voz e o violão que ouvimos nas canções do filme também são de Sergio Ricardo e nos conta a estória deste filme sem diálogos. A edição da película é de Nelson Pereira dos Santos, também diretor de cinema brasileiro. A fotografia é de Dib Lutfi.

Esta obra é a representação do cinema popular típico, revelando o realismo de meninos crescendo dentro de uma comunidade e de acordo com a canção de abertura, aparentemente “é onde a tristeza mora e só quando ela sai a felicidade aparece e quer brincar”. Explorando o dinamismo em momentos de inocentes brincadeiras de criança, quando a violência ainda não assolava os morros e as ruas da cidade

É um contexto quase pueril, a liberdade de sonhar enquanto a realidade não apresentou ainda a sua dura face: o menino sonha com suas imaculadas calças compridas e brancas como a nuvem, o médico de bonecas sonha com o amor aparentemente não correspondido e personificado na boneca- lavadeira. Somente a mãe do menino, com a trouxa de roupas na cabeça, parece perceber que, na realidade, faz parte da vida e do viver sonhar o sonho bom e depois acordar.

Primoroso desfecho com a perspectiva infantil sobre como a vida deve ser vivida e como uma mudança de pode ser imprescindível, já que objetivamente podemos constatar que, às vezes, parece que estamos olhando a vida de cabeça para baixo.

4 Nota do Crítico 5 1

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