Corpo Monumento
A performance e seus lugares
Por Vitor Velloso
Durante o CineBH 2020
“Corpo Monumento” de Alexandre Salomão é um curta-metragem que expõe performances diversas como uma representação de manifestação política e estética em torno da realidade brasileira. O filme constrói um olhar em torno das performances enquanto reforça a memória individual e coletiva, retomando uma localidade da arte enquanto regionalização. É uma espécie de projeto-resistência contra o esquecimento e as necessidades de representação constante, algo que já discuti em outras críticas.
O protótipo de manifesto performático tem como fim único, a azimutal que encerra a “cena”. Os blocos são seccionados como um curta-coletivo, tendo seu encerramento em projeção e frutas, uma fome desinibida, urbana, que é marcada pelo fatalismo recorrente das performances com direcionamento atravessado das questões políticas brasileiras. Sempre soa como paralelismo individual, onde o tempo e o espaço é marcado pela redução em absoluto desses graus de representação. Enquanto assume, esses corpos como manifestações vivas, partes de um contexto material que se desloca com o curta.
E são nesses espaços que se encontra uma espécie de delineamento de uma discussão crítica de todas as temáticas que são apresentadas, tanto em “Corpo Monumento”, quanto esse materialismo mais orgânico da coisa. É acentuadamente inclinado para um recurso linguístico convencional, que representa essa matéria em sentido inverso, mas acaba caindo no lugar comum das performances coletivas.